Bom, pessoas...
Como vocês puderam observar, faz algum tempo que não posto nenhuma reflexão.
Há 4 meses, meu sogro sofreu um infarto. Sua situação foi se agravando e, nos 2 últimos meses, ele ficou internado. Com o advento de um novo infarto e da conseqüente transferência para outro hospital, em outra cidade, eu o acompanhei quase todas as noites, em seus últimos dias.
Apesar da esperança numa operação salvadora, seu quadro foi piorando, até que no dia 29/08 (sexta-feira), Elias José Lucas (67 anos) realizou sua páscoa.
Suas últimas palavras, ditas ao meu cunhado, foram: “Alcancei a vitória!” Depois descobri que essa frase é muito comum na Igreja Assembléia de Deus, confissão à qual o pai do meu sogro pertencia. Ela é inspirada em 2Tm 4,7: “Combati o bom combate, terminei minha carreira, guardei a fé”.
Para mim, que trabalho com a Bíblia, foi muito significativo ele se lembrar das palavras de Paulo, em seus últimos instantes. Como foi significativo também o tempo que vivi praticamente internado, junto com ele.
Ali entendi as palavras de Jesus, guardadas em Mt 25,31-46: “dar de comer a quem tem fome, de beber a quem tem sede, acolher o forasteiro, vestir o nu, visitar o doente e o prisioneiro...” Não só porque eu assistia meu sogro. Mas também porque eu via como se comportavam os outros, tanto os doentes como os acompanhantes.
Os doentes animavam-se uns aos outros, a ponto de um companheiro de quarto, que conviveu com Seu Elias por uma semana, 10 dias no máximo, estar no velório, solidário à nossa família. E tudo por gratidão, por amor mesmo, por se lembrar da força que meu sogro lhe transmitira, dias antes de sua cirurgia.
Os acompanhantes não cuidavam apenas dos seus. Todos se ajudavam, na medida do possível. Mas uma cena vai ficar pra sempre em minha memória. Um doente terminal, levado pela bebida, tinha por acompanhante um “companheiro de trago”, que ficou ali, ao lado do amigo, dia após dia, 24 horas de “cara limpa”.
Lembro-me de um desses retiros de 3 dias, em que eram lidas algumas cartas, onde os remetentes diziam que sacrifícios estavam fazendo pelo sucesso do evento. Eram coisas como: “ficar sem roer unha”, “não comer pizza”, “deixar de comer chocolate”...
E esse rapaz lá, viciado no álcool, teoricamente mais pecador que nós, que temos a possibilidade de fazer retiros espirituais, mas firme, de cara limpa, sem arredar o pé um minuto...
Infelizmente seu amigo morreu... Mas que lição ele me deixou... Este preconceito eu venci; e tudo por estar ali, sendo “obrigado” a visitar os doentes.
Na postagem anterior, alguém tachou minhas reflexões de “demasiado literais”. Ora, de que outra forma podemos entender essas palavras de Jesus? Eu não só as entendi literalmente, como as vivenciei, bem na prática, de um modo bem simples e, no entanto, tão libertador, tão transformador...
Outra reflexão... Quantas vezes nos revoltamos diante do sofrimento: Por que Deus permite isso? Mas experimente ficar um dia só num quarto de hospital. Não existem pessoas mais solidárias do que aquelas que se encontram em situações parecidas e, de preferência, situações de dor.
É triste? Podia ser de outro jeito? Sim... Mas não é!!! E talvez seja por isso que Cristo preferia os marginalizados. Quanto mais miserável, melhor! É tão forte isso que Jesus ganhou fama de “glutão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores” (Mt 11,19).
Bom... Chega de me alongar... Para finalizar, uma imagem de meu sogro, oleiro que era. A mensagem anexa é de um amigo, Pe. Stoffel, FPM.
Como vocês puderam observar, faz algum tempo que não posto nenhuma reflexão.
Há 4 meses, meu sogro sofreu um infarto. Sua situação foi se agravando e, nos 2 últimos meses, ele ficou internado. Com o advento de um novo infarto e da conseqüente transferência para outro hospital, em outra cidade, eu o acompanhei quase todas as noites, em seus últimos dias.
Apesar da esperança numa operação salvadora, seu quadro foi piorando, até que no dia 29/08 (sexta-feira), Elias José Lucas (67 anos) realizou sua páscoa.
Suas últimas palavras, ditas ao meu cunhado, foram: “Alcancei a vitória!” Depois descobri que essa frase é muito comum na Igreja Assembléia de Deus, confissão à qual o pai do meu sogro pertencia. Ela é inspirada em 2Tm 4,7: “Combati o bom combate, terminei minha carreira, guardei a fé”.
Para mim, que trabalho com a Bíblia, foi muito significativo ele se lembrar das palavras de Paulo, em seus últimos instantes. Como foi significativo também o tempo que vivi praticamente internado, junto com ele.
Ali entendi as palavras de Jesus, guardadas em Mt 25,31-46: “dar de comer a quem tem fome, de beber a quem tem sede, acolher o forasteiro, vestir o nu, visitar o doente e o prisioneiro...” Não só porque eu assistia meu sogro. Mas também porque eu via como se comportavam os outros, tanto os doentes como os acompanhantes.
Os doentes animavam-se uns aos outros, a ponto de um companheiro de quarto, que conviveu com Seu Elias por uma semana, 10 dias no máximo, estar no velório, solidário à nossa família. E tudo por gratidão, por amor mesmo, por se lembrar da força que meu sogro lhe transmitira, dias antes de sua cirurgia.
Os acompanhantes não cuidavam apenas dos seus. Todos se ajudavam, na medida do possível. Mas uma cena vai ficar pra sempre em minha memória. Um doente terminal, levado pela bebida, tinha por acompanhante um “companheiro de trago”, que ficou ali, ao lado do amigo, dia após dia, 24 horas de “cara limpa”.
Lembro-me de um desses retiros de 3 dias, em que eram lidas algumas cartas, onde os remetentes diziam que sacrifícios estavam fazendo pelo sucesso do evento. Eram coisas como: “ficar sem roer unha”, “não comer pizza”, “deixar de comer chocolate”...
E esse rapaz lá, viciado no álcool, teoricamente mais pecador que nós, que temos a possibilidade de fazer retiros espirituais, mas firme, de cara limpa, sem arredar o pé um minuto...
Infelizmente seu amigo morreu... Mas que lição ele me deixou... Este preconceito eu venci; e tudo por estar ali, sendo “obrigado” a visitar os doentes.
Na postagem anterior, alguém tachou minhas reflexões de “demasiado literais”. Ora, de que outra forma podemos entender essas palavras de Jesus? Eu não só as entendi literalmente, como as vivenciei, bem na prática, de um modo bem simples e, no entanto, tão libertador, tão transformador...
Outra reflexão... Quantas vezes nos revoltamos diante do sofrimento: Por que Deus permite isso? Mas experimente ficar um dia só num quarto de hospital. Não existem pessoas mais solidárias do que aquelas que se encontram em situações parecidas e, de preferência, situações de dor.
É triste? Podia ser de outro jeito? Sim... Mas não é!!! E talvez seja por isso que Cristo preferia os marginalizados. Quanto mais miserável, melhor! É tão forte isso que Jesus ganhou fama de “glutão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores” (Mt 11,19).
Bom... Chega de me alongar... Para finalizar, uma imagem de meu sogro, oleiro que era. A mensagem anexa é de um amigo, Pe. Stoffel, FPM.
Gostei muito da sua mensagem sobre a doença do seu sogro. "Vai com Deus, Seu Elias". O cartão da lembrancinha, que coisa mais original. Precisamos ser este barro nas mãos de Deus. E no final podermos dizer: "Então somente Tu saberás que Te amo, embora eu mesma nada saiba". Mas ISTO BASTA.
ResponderExcluirLuiza alves
IGUATU/CEARÀ
Um grane abraço.