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sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Negar a cruz é negar Cristo...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 16,24-28)(08/08/25)

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1. Caríssimos, de Deus conhecemos muito pouco se não o amarmos acima de todas as coisas e de nós mesmos. Não basta conhece-lo intelectualmente ou teologicamente se não confiarmos Nele de todo coração, e isso só é possível se renunciarmos a nós mesmos certos de que Ele é fiel e por isso, nunca nos abandona.
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2. No Evangelho de hoje eis o que o Senhor Jesus nos ensina a respeito do seu seguimento: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la." (Mt 16,24-25). Ora, como entender esse ensinamento do Senhor?
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3. A resposta a essa pergunta nos vem de são João da Cruz: "Quem está abrasado do amor de Deus não ambiciona outra coisa, não procura ganho nem recompensa, não aspira senão a tudo perder e a perder-se a si mesmo, no que se refere à própria vontade, por amor do seu Deus. A seus olhos, está aí o verdadeiro ganho. 
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4. E de fato é assim, de acordo com a palavra de São Paulo: «Morrer é lucro» (Fil 1,21), isto é, a minha morte por Cristo é um ganho; morrer espiritualmente para todas as coisas e para mim mesmo é um ganho. 
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5. Com efeito, quem não sabe perder-se não se ganha, mas perder-se, de acordo com esta palavra do Senhor no Evangelho: «Quem quiser salvar a sua vida há de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa há de encontra-la». 
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6. Se quisermos compreender esse versículo de maneira mais espiritual diremos: quando uma alma chegou, no seu caminho espiritual, ao ponto de perder todas as vias e todas as formas naturais de lidar com Deus; quando já não O procura pelas reflexões ou pelas imagens, nem pelo sentimento, nem por qualquer meio derivado dos sentidos e das coisas criadas;
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7. Mas, ultrapassando tudo isso, deixando todas as vias pessoais e todas as mediações, sejam elas quais forem, se relaciona com Deus e dele goza pela fé e pelo amor, pode dizer-se então que encontrou verdadeiramente a Deus, porque na verdade perdeu tudo o que não é Deus, e ela própria se perdeu verdadeiramente."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Tu és o Cristo, o Filho de Deus...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 16,13-23)(07/08/25)

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1. Caríssimos, frequentemente somos provados em nossa fé, nós que estamos passando pelo deserto deste mundo, aonde parece que Deus está ausente; é como se tudo fosse desmoronar; aonde a esperança não mais se faz tão viva; e enfim, onde parece que tudo vai nos faltar. É isso o que vimos na primeira leitura, visto que em pleno deserto, faltou ao povo eleito o elemento essencial da vida, a água.
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2. Ora, e como tudo na vida dos que creem vem da fé, ao ser pressionados, Moisés e Aarão recorreram ao Senhor que fez brotar da pedra bruta uma torrente de água que saciou a todos, homens e animais, por todo o tempo da peregrinação no deserto, e isso se tornou para eles um sinal da presença real de Deus em seu meio. 
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3. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus fez uma pergunta essencial que todos precisamos responder sem duvidar ou fugir dela: "E vós, quem dizeis que eu sou?” De fato, pelas respostas dadas vimos que somente Pedro, por inspiração divina, respondeu perfeitamente. 
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4. Ora, mas, nem isso, o fez tão firme como pretendia, pois, logo que o Senhor lhe apresentou o deserto pelo qual haveria de passar para cumprir a vontade do Pai, Pedro o rejeitou prontamente, e por isso foi reprovado pelo Senhor a fim de que se corrigisse do seu erro.
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5. Decerto, nós que neste momento passamos pelo duro deserto deste mundo cheio de provações e dasafios da nossa fé, rumo ao Reino dos céus, precisamos identificar o Senhor Jesus, não apenas com palavras, mas sim, com a nossa adesão e o nosso amor incondicional a Ele, amparados pela prática das virtudes do Evangelho, e assim o testemunhar como Aquele que tanto nos amou e se entregou ao Pai em sacrifício de expiação para a nossa salvação.
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6. Portanto, caríssimos, não importa quanto tempo ainda temos para a nossa Páscoa definitiva, o que importa é a resposta que damos ao Senhor Jesus na certeza de que estamos na barca de Pedro, a Santa Igreja, que Ele lhe confiou com estas palavras: "Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu.
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7. Por isso, eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”. (Mt 16,16-19).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Festa da Transfiguração do Senhor...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,28b-36)(06/08/25)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, a Transfiguração do Senhor Jesus no monte Tabor diante dos Apóstolos Pedro, Tiago e João, é a revelação de sua Divindade e também a revelação da dimensão eterna que adentra no tempo para dar a conhecer a vontade de Deus, ou seja, o tempo está envolto pela eternidade e nele o Senhor se dá conhecer, mostrando-nos que tudo foi criado em vista dos tempos futuros.
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2. Com efeito, a visão profética de Daniel na primeira leitura é uma antecipação dos acontecimentos que se cumpriram com a vinda de Cristo e ainda se cumprirão na sua parusia (segunda vinda); de igual modo tudo o que o Senhor anunciou está se cumprindo integralmente em vista da plenitude do Reino de Deus que se realizará no fim dos tempos.
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3. Mas o que tudo isso quer nos dizer precisamente? Em verdade, isso nos diz o quanto precisamos estar preparados por uma vida santa e digna do Seu Reino; pois, no dia do juízo final toda a criação será passada a limpo, como o Senhor mesmo disse: "Eis que eu renovo todas as coisas". (Ap 21,5b). 

4. Em vista disso, escutemos atentamente o Senhor: "Vigiai, pois, porque não sabeis a hora em que virá o Senhor. Por isso, estai também vós preparados porque o Filho do Homem virá numa hora em que menos pensardes." (Mt 24,42.44).
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5. Decerto, pela descrição do acontecimento profético da Transfiguração do Senhor toda a criação ficou conhecendo que o Seu Sacrifício Expiatório é a certeza da vida eterna por meio de Sua Ressurreição, pois nenhum poder resiste ao Poder infinito de Deus que se revela totalmente na fragilidade de nossa natureza, como vimos acontecer na crucifixão e morte de Cristo.
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6. Portanto, caríssimos, tudo o que nos foi revelado e estão se cumprindo nos chama à conversão como preparação para o dia do juízo final, sem dúvida quem viver verá o tesouro incomparável de beleza e santidade que Deus tem reservado como herança para aqueles que o amam por sua obediência e fidelidade. 
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7. Destarte, a transfiguração do Senhor Jesus revela aos Apóstolos que Ele é o Filho de Deus, ou seja, é Deus mesmo na nossa humanidade, para afastar deles o medo e a incredulidade por conta do escândalo da cruz. Desse modo, eles saberiam que não foi por fraqueza que o Senhor se entregou, mas por consentimento e livre vontade, para a salvação do mundo. 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 5 de agosto de 2025

«Tende confiança. Sou Eu. Não temais»


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 14,22-36)(05/08/25)

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1. Caríssimos, nós fazemos parte do povo de Deus e vivemos da fé na Sua presença que nos acompanha e nos conduz em meio às tempestades deste mundo rumo ao porto seguro da nossa salvação, o Reino dos Céus. 
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2. De fato, constantemente somos tentados, como Maria e Aarão, irmãos de Moisés, a julgar e reinvindicar para nós o que Deus concedeu aos seus escolhidos, e quando caímos em tal tentação somos punidos como o foram Maria e Aarão nesse episódio.
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3. Decerto, a lepra na pele da irmã de Moisés representa o pecado do falso juízo que carregava na alma, por isso, foi preciso o seu arrependimento e a intercessão de Moisés para que ela se libertasse do mal que fizera e das suas terríveis consequências. 
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4. Também em nosso tempo, são tantos os que carregam no estado mórbido de suas almas os pecados cometidos, gerando angústia, confusão, depressão e tantos outros males, tirando-lhes a paz e a alegria de viver. Por isso, precisam do arrependimento sincero, da confissão e do perdão sacramental para retornarem ao estado de graça.
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5. No Evangelho de hoje, depois de despedir as multidões, o Senhor Jesus se recolheu em oração para estar na presença do Pai e assim gozar do seu aconchego; enquanto isso os seus discípulos o esperavam mar adentro, quando foram surpreendidos por uma terrível ventania e tempestade que quase afunda a barca na qual estavam. 

6. No entanto, mais que de repente o Senhor Jesus lhes aparece andando sobre as águas em meio à tempestade, mas logo pensavam ser Ele um fantasma, tornado-se ainda mais embaraçosa a situação que estavam vivendo. Jesus, porém, lhes disse: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” Então Pedro lhe disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água”. E Jesus respondeu: “Vem!”
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7. Com efeito, o mundo em que vivemos mais parece um mar revolto cheio de ventos fortes e tempestades, causadas pelos pecados aqui praticados, tornando-se quase impossível singra-lo rumo a um porto seguro aonde as águas são calmas em que todos possam viver a tranquilidade que tanto almejam. 
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8. Portanto, caríssimos, levando em conta o exemplo que vimos nesse episódio, acolhamos o Senhor Jesus na barca de nossas almas, porque somente Ele transforma as tempestades desta vida em águas tranquilas, pois a sua presença constante nos garante a certeza do céu.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Quem a Deus tem nada lhe falta...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 14,13-21)(04/08/25)

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1. Caríssimos, para quem faz a vontade de Deus, até as más notícias que recebe são motivos para se dedicarem ainda mais a Ele e ao Seu Reino. No Evangelho de hoje ao receber a notícia do martírio de são João Batista, o Senhor Jesus retirou-se no deserto para orar e encontrar o Pai. 
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2. Com isso o Senhor nos ensina que em todos os momentos da vida, especialmente nos mais difíceis, precisamos encontrar o nosso Pai celestial em oração para permanecermos em comunhão com Ele.
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3. Ao mesmo tempo, vimos que as multidões famintas dos seus ensinamentos e dos sinais que realizava em seu favor, logo o procuraram, Ele teve compaixão, os curou, e saciou a sua fome do alimento corporal e da sua Divina Palavra que alimentava suas almas. 
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4. De fato, os homens e as mulheres daquele tempo nos impulsionam, com o seu exemplo de vida, a buscar o Senhor Jesus e escuta-lo atentamente para fazermos tudo o que Ele nos ensina, e assim sermos curados das enfermidades do corpo e da alma. 
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5. Quanto a esses dois episódios vemos quão importante são "o milagre da fé e da oração, suscitado pela compaixão e pelo amor" (Papa Francisco), que o Senhor Jesus tem para conosco que tanto precisamos.
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6. Desse modo, não basta procura-lo somente pelos sinais que realiza, mais que isso, precisamos nos entregar incondicionalmente ao Seu amor salvador, para nos sentirmos plenamente seguros da Sua presença e da sua proteção.
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7. De uma coisa fiquemos certos, ao acolhermos o Senhor Jesus em nossas almas e permanecermos intimamente unidos a Ele, nos tornamos seus sacrários vivos, de modo que, aonde vamos o portamos para todos os que encontramos em nosso caminho, para assim cumprirmos a Sua Divina Palavra.
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8. Portanto, caríssimos, amar a Deus e fazer a sua santa vontade, é crê no Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, e obedecer a tudo o que Ele nos ensina, pois, somente assim cumpriremos a nossa missão de vivermos como filhos e filhas de Deus neste mundo. 

9. Caso contrário, de nada adianta dizer que acreditamos nele, se a nossa fé e as nossas obras não confirmarem que realmente pertencemos a Ele, bem como nos ensinou são João: "Aquele que afirma permanecer nele deve também viver como ele viveu." (1Jo 2,6)
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 3 de agosto de 2025

Ajuntai para vós tesouro no céu...


 Homilia do 18°Dom do Tempo Comum (Lc 12,13-21)(03/08/25)

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1. Caríssimos, vivemos num mundo carente dos bens eternos; e isto porque o apego às riquezas deste mundo, levaram os seres humanos à não mais enxergarem os bens materiais como graças de Deus destinados à todos sem distinção de pessoas. E por esse motivo, vivemos a ditadura do egoísmo, e nela não existe espaço para a partilha fraterna.
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2. No Evangelho de hoje, o Senhor Jesus nos adverte para não cairmos nessa terrível tentação, diz Ele: "Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens”. 

3. E para aqueles que insistem nesse pecado, diz: "Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua vida? Ou que dará o homem em troca da sua vida?" (Mc 8,36-37).
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4. De fato, a ganância tem sido uma pedra de tropeço para milhões de almas que envenenadas por ela se precipitam no abismo da corrupção e de todo tipo de falcatruas por visarem o enriquecimento ilícito em detrimento da miséria de tantíssimos irmãos que morrem à míngua sem ter ao menos o que comer. 
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5. Portanto, caríssimos, Deus nos ama, por isso, nos perdoa para que sejamos purificados, para isso nos dá todas as graças. Todavia, sabemos que haverá o juízo final para todos (cf. Mt 25); nesse dia o Senhor nos pedirá conta de tudo o que vivemos no tempo que Ele nos deu para ajuntarmos tesouros nos céus e não na terra.
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6. Destarte, escutemos com atenção esta exortação de são Paulo: "Irmãos: Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. 

7. Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória." (Cl 3,1-4).

8. "Não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo colheremos, se não relaxarmos. Por isso, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos os homens, mas particularmente aos irmãos na fé." (Gl 6,9-10).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 2 de agosto de 2025

O martírio de São João Batista...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 14,1-12)(02/08/25).


1. Caríssimos, em tudo neste mundo há sempre um contraste, uma dualidade que provoca tomada de decisão de nossa parte baseada em nosso livre arbítrio. Ou seja, estamos dentro de uma guerra espiritual cujo campo de batalha é a nossa mente onde chegam pensamentos bons ou maus, a depender de nossas escolhas e decisões, ganhamos ou perdemos essa guerra. Porém, para vence-la, precisamos da graça de Deus, cabe a nós busca-la e pôr em prática.

2. O Evangelho de hoje narra o martírio de são João Batista, que segundo o Senhor Jesus, dos homens nascidos de mulher, João foi o maior, por sua missão e humildade. E nesse episódio vemos claramente esse contraste, essa dualidade, essa guerra entre o bem e o mal. 

3. Por um lado, Herodes, com seu pecado de adultério, com sua falsa credulidade, e hipocrisia homicida. Ao contrário de tudo isso, vemos João Batista, que anuncia a verdade como remédio que cura, liberta e salva todos que encontram o Senhor Jesus a quem veio anunciar. 

4. João, porém, foi mal interpretado, julgado e condenado por Herodes, Herodíades e a sua filha, como também por todos os participantes deste trágico tribunal, onde a vítima inocente, foi condenada impiedosamente sem direito sequer a um justo julgamento. 

5. Discorrendo sobre a vida de João Batista, escreveu o Beato Guerric de Igny (abade cisterciense 3.º Sermão para a natividade de João Batista, SC 202): "Devem os homens maravilhar-se, pois, por João ter sido predito pelos profetas, por ter sido anunciado por um anjo, por ter nascido de pais tão santos e nobres, ainda que idosos e estéreis. 

6. Por ter preparado o caminho ao Redentor no deserto, por ter feito voltar o coração dos pais a seus filhos e o dos filhos a seus pais (cf Lc 1,17), por ter sido digno de batizar o Filho, por ter ouvido o Pai, por ter visto o Espírito Santo em forma corpórea (cf Lc 3,22). 

7. Por ter lutado até à morte pela verdade e por ter sido mártir de Cristo antes da Paixão, para ser o percursor de Cristo até à morada dos mortos. Quanto a nós, irmãos, é a sua humildade que nos é proposta como objeto de admiração, mas também de imitação. A humildade incitou-o a não querer passar por grande, quando podia tê-lo feito. 

8. De fato, este fiel «amigo do Esposo» (Jo 3,29), que amava o seu Senhor mais do que a si próprio, desejava «diminuir» para que Ele pudesse «crescer» (Jo 3,30), e quis tornar maior a glória de Cristo fazendo-se a si próprio mais pequeno. Deste modo, pôde exprimir com a sua conduta o que disse o apóstolo Paulo: «Não nos pregamos a nós próprios, mas a Cristo Jesus, o Senhor» (2Cor 4,5)."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Sem fé é impossível agradar a Deus...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,54-58)(01/08/25).


1. Caríssimos irmãos e irmãs, quando os homens substituem a fé pelo preconceito, extrapolam todos os níveis de tolerância e usam à ignorância para impor sua intransigência e repúdio ao bem que vem de Deus. Foi assim no tempo dos profetas, no tempo do Senhor Jesus, dos Apóstolos e também em nosso tempo. 

2. Com efeito, viver em conformidade com a vontade de Deus, significa rejeitar a mentalidade do mundo e daqueles que se acham donos do mundo e das leis que o regem. Não é atoa que mataram os profetas, o Senhor Jesus, os Apóstolos e todos os mártires que deram a vida pelo Reino de Deus, porque eles jamais se submeteram à mentalidade intransigente dos se acham donos da verdade. 

3. Aliás, são Tiago já o dizia: "Não sabeis que o amor do mundo é abominado por Deus? Todo aquele que quer ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Por isso, ele diz: "Deus resiste aos soberbos, mas dá sua graça aos humildes (Pr 3,34)." (Tg 4,4.10).

4. E são Paulo, acrescenta: "Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor: comportai-vos como verdadeiras luzes. Ora, o fruto da luz é bondade, justiça e verdade. Procurai o que é agradável ao Senhor, e não tenhais cumplicidade nas obras infrutíferas das trevas; pelo contrário, condenai-as abertamente." (Ef 5,8-13).

6. Portanto, caríssimos, o preconceito é um veneno espiritual que envenena a alma, levando-a à agredir os seus semelhantes como se a vida humana não fosse mais do que a visão preconceituosa de quem incide contra ela.

7. Destarte, é realmente mórbido o estado de alma dos incrédulos e preconceituosos, por isso, não vivem em paz, porque estão envenenados pelo preconceito que os destrói. "E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé." (Mt 13,58).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.