Na sua segunda Carta a Inês de Praga, Santa Clara fez uma exortação premente: “Não perca de vista seu ponto de partida” (2CtIn 11).
Para entender toda a força do que ela quis dizer, é preciso ter em
conta que essa carta era uma resposta a uma questão também premente de
Inês sobre o que deveria fazer diante de uma ordem recebida do papa para
que tivesse propriedades.
Para Clara, não era uma questão simples. Para ela, não querer ter
propriedades não era uma veleidade: estava no núcleo de seu compromisso
de amor pessoal com Jesus Cristo. Alguns anos antes, quando o papa
Gregório IX quisera forçá-la a ter propriedades e chegara a dizer: – “Se
o seu problema é o voto de pobreza, você sabe que eu sou o papa e posso
dispensá-la”, ela dissera com firmeza: – “Não me dispense de seguir o
meu Senhor Jesus Cristo!”. Não se tratava de nenhum voto formal de
pobreza, mas de viver como Jesus, de ter “os mesmos sentimentos de
Jesus, que nãO se achou grande por ser Deus: pelo contrário, esvaziou-se
até ser encontrado como um servo, como um de nós, para nos salvar” (Cf.
Fl 2).
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