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quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Festa da Transfiguração do Senhor...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,28b-36)(06/08/25)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, a Transfiguração do Senhor Jesus no monte Tabor diante dos Apóstolos Pedro, Tiago e João, é a revelação de sua Divindade e também a revelação da dimensão eterna que adentra no tempo para dar a conhecer a vontade de Deus, ou seja, o tempo está envolto pela eternidade e nele o Senhor se dá conhecer, mostrando-nos que tudo foi criado em vista dos tempos futuros.
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2. Com efeito, a visão profética de Daniel na primeira leitura é uma antecipação dos acontecimentos que se cumpriram com a vinda de Cristo e ainda se cumprirão na sua parusia (segunda vinda); de igual modo tudo o que o Senhor anunciou está se cumprindo integralmente em vista da plenitude do Reino de Deus que se realizará no fim dos tempos.
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3. Mas o que tudo isso quer nos dizer precisamente? Em verdade, isso nos diz o quanto precisamos estar preparados por uma vida santa e digna do Seu Reino; pois, no dia do juízo final toda a criação será passada a limpo, como o Senhor mesmo disse: "Eis que eu renovo todas as coisas". (Ap 21,5b). 

4. Em vista disso, escutemos atentamente o Senhor: "Vigiai, pois, porque não sabeis a hora em que virá o Senhor. Por isso, estai também vós preparados porque o Filho do Homem virá numa hora em que menos pensardes." (Mt 24,42.44).
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5. Decerto, pela descrição do acontecimento profético da Transfiguração do Senhor toda a criação ficou conhecendo que o Seu Sacrifício Expiatório é a certeza da vida eterna por meio de Sua Ressurreição, pois nenhum poder resiste ao Poder infinito de Deus que se revela totalmente na fragilidade de nossa natureza, como vimos acontecer na crucifixão e morte de Cristo.
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6. Portanto, caríssimos, tudo o que nos foi revelado e estão se cumprindo nos chama à conversão como preparação para o dia do juízo final, sem dúvida quem viver verá o tesouro incomparável de beleza e santidade que Deus tem reservado como herança para aqueles que o amam por sua obediência e fidelidade. 
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7. Destarte, a transfiguração do Senhor Jesus revela aos Apóstolos que Ele é o Filho de Deus, ou seja, é Deus mesmo na nossa humanidade, para afastar deles o medo e a incredulidade por conta do escândalo da cruz. Desse modo, eles saberiam que não foi por fraqueza que o Senhor se entregou, mas por consentimento e livre vontade, para a salvação do mundo. 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 5 de agosto de 2025

«Tende confiança. Sou Eu. Não temais»


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 14,22-36)(05/08/25)

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1. Caríssimos, nós fazemos parte do povo de Deus e vivemos da fé na Sua presença que nos acompanha e nos conduz em meio às tempestades deste mundo rumo ao porto seguro da nossa salvação, o Reino dos Céus. 
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2. De fato, constantemente somos tentados, como Maria e Aarão, irmãos de Moisés, a julgar e reinvindicar para nós o que Deus concedeu aos seus escolhidos, e quando caímos em tal tentação somos punidos como o foram Maria e Aarão nesse episódio.
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3. Decerto, a lepra na pele da irmã de Moisés representa o pecado do falso juízo que carregava na alma, por isso, foi preciso o seu arrependimento e a intercessão de Moisés para que ela se libertasse do mal que fizera e das suas terríveis consequências. 
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4. Também em nosso tempo, são tantos os que carregam no estado mórbido de suas almas os pecados cometidos, gerando angústia, confusão, depressão e tantos outros males, tirando-lhes a paz e a alegria de viver. Por isso, precisam do arrependimento sincero, da confissão e do perdão sacramental para retornarem ao estado de graça.
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5. No Evangelho de hoje, depois de despedir as multidões, o Senhor Jesus se recolheu em oração para estar na presença do Pai e assim gozar do seu aconchego; enquanto isso os seus discípulos o esperavam mar adentro, quando foram surpreendidos por uma terrível ventania e tempestade que quase afunda a barca na qual estavam. 

6. No entanto, mais que de repente o Senhor Jesus lhes aparece andando sobre as águas em meio à tempestade, mas logo pensavam ser Ele um fantasma, tornado-se ainda mais embaraçosa a situação que estavam vivendo. Jesus, porém, lhes disse: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” Então Pedro lhe disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água”. E Jesus respondeu: “Vem!”
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7. Com efeito, o mundo em que vivemos mais parece um mar revolto cheio de ventos fortes e tempestades, causadas pelos pecados aqui praticados, tornando-se quase impossível singra-lo rumo a um porto seguro aonde as águas são calmas em que todos possam viver a tranquilidade que tanto almejam. 
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8. Portanto, caríssimos, levando em conta o exemplo que vimos nesse episódio, acolhamos o Senhor Jesus na barca de nossas almas, porque somente Ele transforma as tempestades desta vida em águas tranquilas, pois a sua presença constante nos garante a certeza do céu.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Quem a Deus tem nada lhe falta...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 14,13-21)(04/08/25)

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1. Caríssimos, para quem faz a vontade de Deus, até as más notícias que recebe são motivos para se dedicarem ainda mais a Ele e ao Seu Reino. No Evangelho de hoje ao receber a notícia do martírio de são João Batista, o Senhor Jesus retirou-se no deserto para orar e encontrar o Pai. 
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2. Com isso o Senhor nos ensina que em todos os momentos da vida, especialmente nos mais difíceis, precisamos encontrar o nosso Pai celestial em oração para permanecermos em comunhão com Ele.
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3. Ao mesmo tempo, vimos que as multidões famintas dos seus ensinamentos e dos sinais que realizava em seu favor, logo o procuraram, Ele teve compaixão, os curou, e saciou a sua fome do alimento corporal e da sua Divina Palavra que alimentava suas almas. 
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4. De fato, os homens e as mulheres daquele tempo nos impulsionam, com o seu exemplo de vida, a buscar o Senhor Jesus e escuta-lo atentamente para fazermos tudo o que Ele nos ensina, e assim sermos curados das enfermidades do corpo e da alma. 
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5. Quanto a esses dois episódios vemos quão importante são "o milagre da fé e da oração, suscitado pela compaixão e pelo amor" (Papa Francisco), que o Senhor Jesus tem para conosco que tanto precisamos.
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6. Desse modo, não basta procura-lo somente pelos sinais que realiza, mais que isso, precisamos nos entregar incondicionalmente ao Seu amor salvador, para nos sentirmos plenamente seguros da Sua presença e da sua proteção.
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7. De uma coisa fiquemos certos, ao acolhermos o Senhor Jesus em nossas almas e permanecermos intimamente unidos a Ele, nos tornamos seus sacrários vivos, de modo que, aonde vamos o portamos para todos os que encontramos em nosso caminho, para assim cumprirmos a Sua Divina Palavra.
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8. Portanto, caríssimos, amar a Deus e fazer a sua santa vontade, é crê no Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, e obedecer a tudo o que Ele nos ensina, pois, somente assim cumpriremos a nossa missão de vivermos como filhos e filhas de Deus neste mundo. 

9. Caso contrário, de nada adianta dizer que acreditamos nele, se a nossa fé e as nossas obras não confirmarem que realmente pertencemos a Ele, bem como nos ensinou são João: "Aquele que afirma permanecer nele deve também viver como ele viveu." (1Jo 2,6)
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 3 de agosto de 2025

Ajuntai para vós tesouro no céu...


 Homilia do 18°Dom do Tempo Comum (Lc 12,13-21)(03/08/25)

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1. Caríssimos, vivemos num mundo carente dos bens eternos; e isto porque o apego às riquezas deste mundo, levaram os seres humanos à não mais enxergarem os bens materiais como graças de Deus destinados à todos sem distinção de pessoas. E por esse motivo, vivemos a ditadura do egoísmo, e nela não existe espaço para a partilha fraterna.
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2. No Evangelho de hoje, o Senhor Jesus nos adverte para não cairmos nessa terrível tentação, diz Ele: "Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens”. 

3. E para aqueles que insistem nesse pecado, diz: "Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua vida? Ou que dará o homem em troca da sua vida?" (Mc 8,36-37).
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4. De fato, a ganância tem sido uma pedra de tropeço para milhões de almas que envenenadas por ela se precipitam no abismo da corrupção e de todo tipo de falcatruas por visarem o enriquecimento ilícito em detrimento da miséria de tantíssimos irmãos que morrem à míngua sem ter ao menos o que comer. 
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5. Portanto, caríssimos, Deus nos ama, por isso, nos perdoa para que sejamos purificados, para isso nos dá todas as graças. Todavia, sabemos que haverá o juízo final para todos (cf. Mt 25); nesse dia o Senhor nos pedirá conta de tudo o que vivemos no tempo que Ele nos deu para ajuntarmos tesouros nos céus e não na terra.
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6. Destarte, escutemos com atenção esta exortação de são Paulo: "Irmãos: Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. 

7. Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória." (Cl 3,1-4).

8. "Não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo colheremos, se não relaxarmos. Por isso, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos os homens, mas particularmente aos irmãos na fé." (Gl 6,9-10).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 2 de agosto de 2025

O martírio de São João Batista...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 14,1-12)(02/08/25).


1. Caríssimos, em tudo neste mundo há sempre um contraste, uma dualidade que provoca tomada de decisão de nossa parte baseada em nosso livre arbítrio. Ou seja, estamos dentro de uma guerra espiritual cujo campo de batalha é a nossa mente onde chegam pensamentos bons ou maus, a depender de nossas escolhas e decisões, ganhamos ou perdemos essa guerra. Porém, para vence-la, precisamos da graça de Deus, cabe a nós busca-la e pôr em prática.

2. O Evangelho de hoje narra o martírio de são João Batista, que segundo o Senhor Jesus, dos homens nascidos de mulher, João foi o maior, por sua missão e humildade. E nesse episódio vemos claramente esse contraste, essa dualidade, essa guerra entre o bem e o mal. 

3. Por um lado, Herodes, com seu pecado de adultério, com sua falsa credulidade, e hipocrisia homicida. Ao contrário de tudo isso, vemos João Batista, que anuncia a verdade como remédio que cura, liberta e salva todos que encontram o Senhor Jesus a quem veio anunciar. 

4. João, porém, foi mal interpretado, julgado e condenado por Herodes, Herodíades e a sua filha, como também por todos os participantes deste trágico tribunal, onde a vítima inocente, foi condenada impiedosamente sem direito sequer a um justo julgamento. 

5. Discorrendo sobre a vida de João Batista, escreveu o Beato Guerric de Igny (abade cisterciense 3.º Sermão para a natividade de João Batista, SC 202): "Devem os homens maravilhar-se, pois, por João ter sido predito pelos profetas, por ter sido anunciado por um anjo, por ter nascido de pais tão santos e nobres, ainda que idosos e estéreis. 

6. Por ter preparado o caminho ao Redentor no deserto, por ter feito voltar o coração dos pais a seus filhos e o dos filhos a seus pais (cf Lc 1,17), por ter sido digno de batizar o Filho, por ter ouvido o Pai, por ter visto o Espírito Santo em forma corpórea (cf Lc 3,22). 

7. Por ter lutado até à morte pela verdade e por ter sido mártir de Cristo antes da Paixão, para ser o percursor de Cristo até à morada dos mortos. Quanto a nós, irmãos, é a sua humildade que nos é proposta como objeto de admiração, mas também de imitação. A humildade incitou-o a não querer passar por grande, quando podia tê-lo feito. 

8. De fato, este fiel «amigo do Esposo» (Jo 3,29), que amava o seu Senhor mais do que a si próprio, desejava «diminuir» para que Ele pudesse «crescer» (Jo 3,30), e quis tornar maior a glória de Cristo fazendo-se a si próprio mais pequeno. Deste modo, pôde exprimir com a sua conduta o que disse o apóstolo Paulo: «Não nos pregamos a nós próprios, mas a Cristo Jesus, o Senhor» (2Cor 4,5)."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Sem fé é impossível agradar a Deus...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,54-58)(01/08/25).


1. Caríssimos irmãos e irmãs, quando os homens substituem a fé pelo preconceito, extrapolam todos os níveis de tolerância e usam à ignorância para impor sua intransigência e repúdio ao bem que vem de Deus. Foi assim no tempo dos profetas, no tempo do Senhor Jesus, dos Apóstolos e também em nosso tempo. 

2. Com efeito, viver em conformidade com a vontade de Deus, significa rejeitar a mentalidade do mundo e daqueles que se acham donos do mundo e das leis que o regem. Não é atoa que mataram os profetas, o Senhor Jesus, os Apóstolos e todos os mártires que deram a vida pelo Reino de Deus, porque eles jamais se submeteram à mentalidade intransigente dos se acham donos da verdade. 

3. Aliás, são Tiago já o dizia: "Não sabeis que o amor do mundo é abominado por Deus? Todo aquele que quer ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Por isso, ele diz: "Deus resiste aos soberbos, mas dá sua graça aos humildes (Pr 3,34)." (Tg 4,4.10).

4. E são Paulo, acrescenta: "Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor: comportai-vos como verdadeiras luzes. Ora, o fruto da luz é bondade, justiça e verdade. Procurai o que é agradável ao Senhor, e não tenhais cumplicidade nas obras infrutíferas das trevas; pelo contrário, condenai-as abertamente." (Ef 5,8-13).

6. Portanto, caríssimos, o preconceito é um veneno espiritual que envenena a alma, levando-a à agredir os seus semelhantes como se a vida humana não fosse mais do que a visão preconceituosa de quem incide contra ela.

7. Destarte, é realmente mórbido o estado de alma dos incrédulos e preconceituosos, por isso, não vivem em paz, porque estão envenenados pelo preconceito que os destrói. "E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé." (Mt 13,58).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv. 

quinta-feira, 31 de julho de 2025

Com Cristo tudo se renova em nossa vida...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,47-53)(31/07/25)


1. Caríssimos irmãos e irmãs, a liturgia de hoje nos dá, de certo modo, a compreensão de como será o juízo final em que todos seremos julgados inocentes ou culpados, salvos ou condenados. Por isso: "Em tudo o que fizeres, lembra-te de teu fim, e jamais pecarás." (Eclo 7,40).

2. Na parábola contada por Jesus a respeito da rede que os pescadores lançaram no mar, dá pra compreender que a rede é a evangelização e os peixes são todos os seres humanos que vivem no mar revolto deste mundo.

3. Dá pra entender ainda que não basta ser pescados, ou seja, evangelizados, mas precisamos nos tornar peixes bons, caso contrário, seremos descartados e lançados fora. Sem dúvida, no mar da graça de Deus não nos falta alimentos para sermos peixes robustos, e eles estão presentes nos Sacramentos, em especial a Santa Eucaristia que recebemos em cada Santa Missa.

4. Não nos falta o alimento da Palavra que nos fortalece em nosso processo de conversão e no propósito de santidade; não nos falta a oração que é o dom do Espírito Santo que nos faz viver em perfeita comunhão com o nosso Pai celestial. Não nos falta o Sacramento da confissão pelo qual recebemos o perdão dos pecados e a purificação de nossas almas. 

5. Enfim, temos a intercessão de Maria Santíssima, são José e de todos os santos e santas como também dos nossos anjos da guarda. Decerto, temos ainda as obras de misericórdia que Deus tem preparado para que as pratiquemos em favor dos nossos irmãos e irmãs mais necessitados. 

6. Comentando esse Evangelho disse o Papa Francisco: "O julgamento final já está em curso, começa agora no decurso da nossa existência. Esse julgamento é pronunciado em cada momento da vida, como resposta ou à nossa aceitação com fé da salvação presente e operante em Cristo; ou da nossa incredulidade, com o consequente fechamento dentro de nós mesmos. 

7. Mas se nos fecharmos ao amor de Jesus, somos nós que nos condenamos a nós mesmos. A salvação é abrir-se a Jesus, e Ele nos salva; se somos pecadores - e todos somos - pedimos-Lhe perdão, e se vamos ter com Ele com o desejo de sermos bons, o Senhor perdoa-nos. Mas para isso temos de nos abrir ao seu amor, que é mais forte do que todas as outras coisas."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 30 de julho de 2025

A Pérola escondida...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,44-46)(30/07/25)


1. Caríssimos, a Verdade Eterna é Cristo e por Ele e para Ele foram feitas todas as coisas e somente Nele subsistem, tudo o que não permanece Nele sucumbe, ou seja, não resiste por muito tempo. E é por não comungar com a vontade do Senhor, expressa no seu Evangelho, que este mundo está sucumbindo, e só será possível estancar sua ruína mediante a conversão de todos.

2. Com efeito, a pureza da fé se encontra em nossas almas quando renunciando a própria vontade nos entregamos totalmente à vontade de Cristo, para realiza-la em nosso viver carregando a nossa cruz de cada dia na certeza de que com Ele russuscitamos para a vida eterna.

3. Nesse sentido, “O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo." (Mt 13,44). 

4. Ora, aqui não se trata de relações comerciais; mas, de deixar os valores temporais pelos valores eternos: "Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam." (Mt 6,20).

5. E continua o Senhor: "O Reino dos Céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas. Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola." (Mt 13,45). 

6. Decerto, a analogia dessa parábola trata da renúncia de nós mesmos para seguir a Cristo, pois, sem essa renúncia não tem como ser seus verdadeiros discípulos. Bem como Ele mesmo disse: "Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me." (Mt 16,24)

7. Portanto, caríssimos, a que atitudes ou custumes deste mundo renunciamos para seguir o Senhor Jesus carregando com Ele a nossa cruz de cada dia? Quais valores cultivamos em nossas almas, os temporais ou os eternos? O que significa para nós ser discípulos de Cristo vivendo autenticamente os valores da nossa fé católica?

8. Destarte, essas respostas só serão dadas com pleno proveito para as nossas almas se permanecermos unidos ao Senhor Jesus, como os ramos permanecem unidos à videira dando frutos, agradável ao paladar de quem os degusta.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 29 de julho de 2025

Sim Senhor, eu creio firmemente


 PEQUENO SERMÃO DE CADA (Jo 11,19-27)(29/07/25)


1. Caríssimos, a fé é o modo de ser pelo qual o Espírito Santo nos faz viver na presença de Deus realizando a sua santa vontade mesmo quando tudo ao nosso redor é contrário aos seus desígnios de amor para conosco, até mesmo diante da morte.

2. Com efeito, o poder de Deus é infinito e nada se compara ao seu poder; porém, somente os simples e humildes de coração o experimentam dignamente porque não vivem para si, mas para o Senhor que nos criou como expressão do seu infinito amor.
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3. Na primeira leitura são João nos dá a conhecer que a vinda do Senhor Jesus a este mundo, é a máxima expressão do amor de Deus por nós: "Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele." (1Jo 4,9).

4. E o próprio Senhor nos ensinou esta verdade: "Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância." (Jo 10,10b). Ou seja, Cristo é a presença do Pai no meio de nós, como reza a Carta aos Hebreus: "Esplendor da glória (de Deus) e imagem do seu ser, sustenta o universo com o poder da sua palavra." (Hb 1,3a).
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5. Infelizmente este mundo vive em meio a uma cultura de morte porque os seres humanos se distanciam cada dia do amor de Deus presente no Seu Filho amado. De fato, toda essa violência na qual nossa sociedade vive mergulhada é resultado da desobediência largamente praticada de tal modo que este mundo está se tornando um inferno.
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6. No entanto, nem tudo está perdido, pois, toda essa maldade nada mais é do que o joio do qual nos falou o Senhor no Santo Evangelho, por isso, não temamos, porque joio é joio e trigo é trigo, não se misturam. Decerto, confiemos na Sua Divina Misericórdia e dependamos dela cem por cento para nos atermos seguros. 
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7. No Evangelho de hoje vemos no belíssimo testemunho de fé de Marta, como vivem aqueles que amam a Cristo e nele confiam: “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo”. (Jo 11,27). Ora, é isso o que significa ser trigo.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 28 de julho de 2025

A parábola da semente do grão de mostarda...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,31-35)(28/07/25)


1. "Abrirei a boca para falar em parábolas; vou proclamar coisas escondidas desde a criação do mundo’." (Mt 13,35). Caríssimos irmãos e irmãs, é maravilhoso, escutar e buscar o sentido das Parábolas contadas por Jesus, o Filho de Deus. Porque esse meio pedagógico que Ele usa para anunciar a verdade eterna que nos salva, permanece gravado em nossas almas e dificilmente esquecemos.
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2. Com efeito, as parábolas contadas pelo Senhor são comparações tiradas do cotidiano, que nos leva a compreender os mistérios da nossa fé, ou seja, qual o sentido eterno da nossa vida, e qual o desenrolar dos acontecimentos presentes e futuros da história da nossa salvação.
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3. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus conta a parábola do grão de mostarda que mesmo sendo uma semente minúscula carrega dentro dela um potencial que supera em muito outras sementes bem maiores do que ela. Por isso, eis o que diz o Senhor a seu respeito: "Assim é o Reino dos céus." 

4. De fato, em outra passagem já havia dito: "O Reino de Deus está dentro de vós." Ou seja, a alma humana parece pequena, mas na verdade é eterna, porque foi criada "a imagem e semelhança de Deus" para ser habitação do Espírito Santo, por isso, nada mais sublime.
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5. O Senhor Jesus também conta a parábola do fermento na massa que uma mulher mistura para fermenta-la, assim Ele nos dá compreender que ao escutarmos a Sua Palavra e nos unirmos a Ele, crescemos na graça, no conhecimento, na sabedoria e na intimidade com o Pai para assim darmos os frutos do Reino dos Céus.
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6. Portanto, caríssimos, realmente somos muitos felizes em ouvir essas Parábolas que o Senhor Jesus nos conta com o intuito de que o sigamos fielmente na estrada da vida eterna, pois como Ele mesmo disse: "Eu sou a luz do mundo: aquele me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida." (Jo 8,12).
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7. Destarte, as parábolas contadas por Jesus, são revelações de como Deus realiza em silêncio a obra da salvação da humanidade em meio ao barulho deste mundo causado pelo inimigo de nossas almas. Um dia todos verão que o demônio já foi derrotado e condenado, desde que Cristo foi levantado no patíbulo da cruz, é só uma questão de tempo. 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 27 de julho de 2025

O Dom da oração...


 Homilia do 17°Dom do tempo comum(Lc 11,1-13)(27/07/25)

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Caríssimos irmãos e irmãs, a liturgia deste domingo trata do dom da oração e de suas virtudes; com efeito, esse dom é o meio mais eficaz de se fazer a vontade de Deus e de ve-la realizada em todos os sentidos de nossa existência;
 
costumo dizer que a oração é a graça de todo momento para todas as situações de nossa vida, porque tem seu fundamento na fé que age para muito além do que podemos por nós mesmos, visto que a oração é o dom por excelência do encontro com Deus e de nossa permanência Nele.
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Na primeira leitura de hoje vemos a oração intercessória de Abraão que sente compaixão dos habitantes de Sodoma e Gomorra e perseverante intercede por eles a partir das virtudes dos justos que nelas ainda existiam na esperança de que tais virtudes seriam suficientes para aplacar a justiça divina dando tempo para que tais habitantes se convertessem. Mas, o grau de pecaminosidade deles era tamanho que só foi possível salvar os poucos justos existentes.
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Na segunda leitura de hoje São Paulo nos dá a conhecer que a presença de Cristo em nossa vida é a garantia de nossa salvação eterna, pois, o Senhor por Sua Divina Misericórdia perdoa os nossos pecados livrando-nos das terríveis consequências que eles trazem, como vimos acontecer com os habitantes de Sodoma e Gomorra que não foram poupados do fogo que os destruiu por causa dos incontáveis pecados que cometiam.
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No Evangelho de hoje os discípulos pedem que Jesus lhes ensine a orar como São João Batista e os mestres da Lei ensinaram aos seus discípulos; ao que o Senhor lhes satisfez ensinando a oração do Pai nosso. Ora, essa oração contém os fundamentos da unidade cristã e seus efeitos práticos na vida daqueles que oram sem cessar, porque a oração perseverante é o meio pelo qual o nosso Pai celeste, nos concede todas as graças necessárias para a nossa salvação.
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Portanto, caríssimos, para além dos pedidos que nela fazemos, a oração do Pai nosso, nos leva viver a perfeita comunhão com o Senhor e entre nós, pois, acompanhada da fé, da humildade e da justiça nos faz realizar em todos os sentidos somente a vontade de Deus que nos livra de todo o mal.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 26 de julho de 2025

Somos felizes porque ouvimos o Senhor Jesus...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,16-17)(26/07/25)


1. Caríssimos, tudo o que vemos e com que interagimos só tem um autor e Senhor, Deus, que tudo criou por amor por meio do Seu Verbo que enviou a este mundo para libertar a criação que jazia sob o jugo do inimigo que semeou as sementes da maldade que são os pecados aqui praticados e que se alastra como um câncer corroendo a obra da criação. E isso constatamos pela destruição da criação visível e das almas que aderem à tais práticas pecaminosas.

2. Todavia, esta liturgia de hoje em que a Igreja celebra a memória de são Joaquim e sant'Ana, os avós materno de Jesus, nos lembra que Deus sempre se faz presente na vida e nas ações dos filhos e filhas de Abraão que se abriram para acolhe-lo a fim de que as suas promessas se cumprissem na íntegra.

3. A primeira leitura de hoje assim o demonstra: "Vamos fazer o elogio dos homens famosos, nossos antepassados através das gerações. Estes, são homens de misericórdia; seus gestos de bondade não serão esquecidos. Eles permanecem com seus descendentes; seus próprios netos são sua melhor herança.

4. A descendência deles mantém-se fiel às alianças, e, graças a eles, também os seus filhos. Sua descendência permanece para sempre, e sua glória jamais se apagará. Os povos proclamarão a sua sabedoria, e a assembleia [dos justos] vai celebrar o seu louvor." (Eclo 44,1.10-15).

5. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus reconhece nos seus discípulos o cumprimento de tudo o que foi escrito à seu respeito ao dizer-lhes: “Felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem. Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram, desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram”. (Mt 13,16-17). 

6. Comentando este Evangelho escreveu Santo Agostinho: "Este é o anseio da «geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido por Deus» (1Pe 2,9), cada um na sua época, de todos aqueles que viveram, que vivem e que viverão, desde o início da humanidade até ao fim do mundo."

7. Portanto, caríssimos, também nós por estas palavras do Senhor Jesus (cf. Mt 13,16-17), fazemos parte da geração dos bem-aventurados justamente por usufruírmos da Sua presença no meio de nós e da graça de ve-lo e comunga-lo na Santa Eucaristia; de ouvi-lo nas Sagradas Escrituras e por meio da Santa Igreja que nos transmite a riqueza incomensurável da doutrina dos Apóstolos e dos santos e santas que o seguiram ao longo da história da nossa salvação.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 25 de julho de 2025

Festa de São Tiago Maior...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 20,20-28)(25/07/25)


1. Caríssimos a Igreja celebra hoje a Festa litúrgica de São Tiago Maior. "Nasceu em Betsaida; era filho de Zebedeu e irmão do apóstolo João. Esteve presente nos principais milagres realizados por Cristo. Foi morto por Herodes, cerca do ano 42. É venerado com grande devoção em Compostela (Espanha), onde se ergue uma célebre basílica dedicada a seu nome." (Liturgia das horas).
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2. Com efeito, vendo a história deste Apóstolo percebemos à princípio o quanto somos frágeis ao aspiramos vantagens pessoais nas nossas relações com Deus e entre nós. No entanto, basta encontrarmos o Senhor com o desejo de fazer a vontade do Pai, e tudo muda em nossa vida, pois, nos tornamos capazes de sofrer até o martírio por amor a Cristo como ele sofreu. 
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3. No Evangelho de hoje diante da oração interesseira da mãe de Tiago e João, Jesus os fez compreender que existimos em função da salvação eterna de todos e não somente da nossa salvação. Por isso, lhes perguntou: "Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber?” 
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4. "É a propósito desse cálice que o próprio Senhor Se exprime assim no Evangelho: «Meu Pai, se é possível, afasta de Mim este cálice» (Mt 26,39). Referia-Se à morte que iria sofrer pela salvação do mundo. 

5. Por isso diz: «Elevarei o cálice da salvação», isto é, todo o meu ser se lança sedento para a consumação do martírio, a ponto de ver nos tormentos sofridos nos combates do amor filial um repouso para a alma e para o corpo, e não um sofrimento." (São Basílio séc. IV).
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6. Portanto, caríssimos, traduzindo todo esse legado em prol da salvação eterna da humanidade, Jesus nos deu a conhecer qual o verdadeiro propósito de um discípulo, seguir em tudo seu Senhor: "Quem quiser tornar-se grande, torne-se vosso servidor; quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo. 

7. Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos”. (v. 26-28). Ou seja, Deus nos ama tanto que nos deu o privilégio de sermos salvos pelo sacrifício do seu próprio Filho. 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 24 de julho de 2025

Aprendendo com os erros do passado...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,10-17)(24/07/25)

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"Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram, desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram”. (Mt 13,17).

1. Caríssimos, essa é a Palavra do Senhor para nós que estamos vivendo este tempo de prova, mas também de graça, pois, são nas provações que o Senhor nos faz sentir ainda mais o quanto Ele está presente em nossa vida. Por isso, tudo o que Ele quer de nós é a obediência e a fidelidade aos seus santos mandamentos pelos quais nos dá a sua proteção.
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2. No livro do Profeta Jeremias o Senhor mostra ao povo eleito o motivo que os levou às desgraças que estavam sofrendo: “Dois pecados cometeu meu povo: abandonou-me a mim, fonte de água viva, e preferiu cavar cisternas, cisternas defeituosas que não podem reter água”. (Jr 2,13)

3. Ou seja, trocaram a fé verdadeira pelas ideológias e práticas abomináveis dos povos que os circundava, de modo que negaram a fé em Deus para crer no absurdo dos cultos idolátricos e suas práticas nefastas. 
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4. Com efeito, comparar as circunstâncias e práticas do tempo do Profeta Jeremias com o nosso não é mera coincidência, mas uma clara evidência de que ainda não aprendemos com os erros do passado para evitar comete-los no presente e no futuro.
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5. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus explica aos discípulos porque fala ao povo em parábolas: "Porque o coração deste povo se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos, para não ver com os olhos nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração, de modo que se convertam e eu os cure’." (Mt 13,15). 
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6. Portanto, caríssimos, peçamos ao Senhor para não repetirmos esses mesmos erros, mas, ao contrário, sejamos fiéis a Ele nas pequenas coisas, "pois aquele que é fiel nas pequenas coisas também será nas grandes; e quem é infiel nas pequenas coisas também será nas grandes." (Lc 16,10).
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7. Por fim, escutemos atentamente esta exortação do Senhor Jesus: "Portanto, quem der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante de meu Pai que está nos céus. Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus." (Mt 10,32-33).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

quarta-feira, 23 de julho de 2025

Que tipo de terreno nós somos?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,1-9)(23/07/25).


1. Amados irmãos e amadas irmãs, nada e ninguém existe sem que seja vontade de Deus que tudo criou por amor e para o amor; e se qualquer criatura seja natural ou espiritual não corresponder a esse propósito divino, se perderá para sempre caso não se converta. 

2. Desse modo, tudo o que contraria a vontade de Deus que é amor, deixa de existir em seu desígnio, para existir sem Ele, e isso chamamos de inferno, isto é, o viver num tormento eterno, sem amor, sem paz, sem alegria, sem nenhum sentimento bom ou mesmo desejo de felicidade.

3. Eis o que escreveu o Beato Columba Marmion: "Deus não Se contenta em ser objeto do conhecimento e do amor naturais do homem; Ele chama-nos a partilhar a sua própria vida e a sua própria beatitude. 

4. Por um movimento de amor infinito por nós, Deus não quer ser para as nossas almas apenas o soberano senhor de todas as coisas, quer ser também um amigo e um pai: quer que O conheçamos como Ele Se conhece a Si mesmo, Ele que é a fonte de toda a verdade e de toda a beleza.

5. Neste mundo por entre a obscuridade da fé, na luz da glória quando estivermos no Céu; e quer que O possuamos, Bem infinito e fonte de toda a bem-aventurança, tanto neste mundo como no Céu, pelo amor."

6. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus se dirige à multidão que o escutava atentamente por meio de Parábolas, e nesta ocasião conta-lhes a Parábola do semeador que semea suas sementes em quatro tipos de terrenos: à beira do caminho; no terreno pedregoso; entre os espinhos, e no bom terreno.

7. Com efeito, a pergunta que fazemos é a seguinte: qual desses terrenos nós somos? A resposta adequada à essa pergunta vem do mais íntimo de nós, pois, o crescimento das sementes se dá pela graça do Espírito Santo à medida que o escutamos interiormente e nos deixamos fecundar por Ele, para darmos os frutos de vida eterna.

8. Portanto, caríssimos, como nos ensina o Profeta Isaías, todos somos chamados por Deus: "Levantai os olhos para o céu e olhai. Quem criou todos esses astros? Aquele que faz marchar o exército completo, e a todos chama pelo nome, o qual é tão rico de força e dotado de poder, que ninguém falta ao seu chamado." (Is 40,26).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 22 de julho de 2025

Santa Maria Madalena, rogai por nós


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 20,1-2.11-18)(22/07/25)


1. Caríssimos, a Igreja hoje celebra a Festa de Santa Maria Madalena, apóstola do primeiro anúncio de Jesus Ressuscitado; de fato, receber a graça de tão grande incumbência, é preciso algo muito além dos sentimentos naturais, trata-se do amor incondicional presente em sua alma imersa na dor e no sofrimento pelo perda cruenta do seu Senhor, que morto e sepultado, é buscado com perseverança de quem nunca desiste de permanecer junto Dele.

2. Com efeito, a fé é o dom do Espírito Santo que nos faz ressuscitar com Cristo Jesus, que ao ser morto na cruz nos mostrou quanto os nossos pecados ofendem a Deus a ponto de crucifica-lo; todavia, nem mesmo tamanha impiedade é capaz de afastá-lo de nós. 

3. Pois, a Sua Divina Misericórdia transpõe infinitamente os limites das nossas transgressões, para que perdoados, voltemos ao estado de graça e permaneçamos em comunhão com Ele aqui e por toda a eternidade.

4. No entanto, de uma coisa não podemos duvidar, este mundo continua a crucificar o Senhor Jesus a todo instante por conta dos pecados aqui praticados em larga escala, em todos os sentidos e setores de nossa sociedade a ponto de estremesser os céus e seus poderes clamando por justiça; que não tardará e se cumprirá na íntegra, tal qual o Senhor Jesus nos ensinou (cf. Mt 25,31-46). 

5. Todavia, não podemos esquecer que ainda é tempo de misericórdia, de arrependimento sincero e conversão, de oração e penitência, e da busca do perdão do Senhor, por isso, nem tudo está perdido. 

6. Entretanto, esse tempo está findando, e se faz jus que todos se convertam e deixem de fazer o mal que estão fazendo; caso contrário, a mão do Justo Juiz pesará sobre este mundo decaído e muitos serão julgados e condenados por terem desprezado o infinito amor de Deus por nós.

7. Portanto, caríssimos, como Santa Maria Madalena, que mesmo em meio as dores e sofrimentos jamais perdeu a esperança de encontrar o Senhor Jesus, e o encontrou, não mais como morto e sepultado. 

8. Mas vivo, ressuscitado dentre os mortos, e por isso, ao seu envio, anunciou aos seus irmãos a alegria da vida eterna presente desde já no tempo e por toda a eternidade; e isso significa a renovação total da criação, como o Senhor mesmo disse: "Eis que eu renovo todas as coisas. (Ap 21,5b).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 21 de julho de 2025

Vivemos da Providência Divina...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 12,38-42)(21/07/25)


1. Caríssimos, "A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê." (Hb 11,1). A fé é o dom por excelência que nos leva a evidência divina para a nossa salvação, porque por ela encontramos o Senhor e Nele permanecemos para fazermos em tudo a Vontade de Deus, nosso Pai. 

2. No entanto, mesmo dotados dessa graça, somos tentados a não crer por conta dos desatinos e das perseguições dos "faraós" deste mundo. Na primeira leitura vimos a que tipo de prova Deus submeteu o seu povo que havia libertado do Egito tendo Moisés a sua frente. 

3. E depois de deixarem a escravidão se puseram a caminho da terra prometida, tendo como única segurança a fé nas Suas promessas. Porém, ao se depararem com a perseguição do Faraó e seu exército, começaram a duvidar, mas Deus logo veio em seu socorro os encorajando por meio de Moisés e Aarão para permanecerem fiéis até o fim e assim vencerem todos os seus inimigos.

4. Então, que lições de vida tiramos desta liturgia de hoje? Sem dúvida, a nossa vida neste mundo é uma passagem do "Egito", representado pela opressão do pecado, cujo Faraó é o diabo; para a terra prometida da vida eterna no Reino de Deus, conduzidos por nosso Senhor Jesus Cristo, seu Filho amado, à glória da ressurreição atravessando o deserto tenebroso deste mundo.

5. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos mostra que somente uma geração má e adúltera é que busca sinais para crê; ao contrário, os simples e humildes de coração crêm no seu Nome e nas suas Palavras, e seguem fielmente os seus ensinamentos, por isso, fazem verdadeiramente a experiência da sua ressurreição e isso é essencial na vivência da fé.

6. Portanto, caríssimos, como vimos nas leituras desta liturgia, todos nós precisamos da salvação, todavia, não aquela baseada em nosso modo de crê racional, cercado das nossas próprias "seguranças", apegos e outros tipos de comportamentos que na verdade nos mantém escravizados. 

7. Mas sim, da salvação que vem da fé em nosso Senhor Jesus Cristo que nos liberta de nós mesmos, de todos os nossos apegos e de todos os outros males. Escutemos, então, o Senhor: "Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim.

8 Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar. Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais." (Jo 14,1-3). 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 20 de julho de 2025

Como recebemos Jesus em nossa vida?


 Homilia do 16°Dom do tempo comum (Lc 10,38-42)(20/07/25)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, a nossa estadia neste mundo é uma expressão do amor e da bondade divina que nos acompanha à cada passo dado em direção ao Reino dos céus, à felicidade eterna. 

2. Ora, a disposição com que Abraão recebeu aqueles anjos pensando serem homens, demonstra que o bem que Deus nos dá, quando devidamente partilhado, multiplicando suas graças e bênçãos em nossa vida para muito além daquilo que partilhamos.
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3. De fato, o Senhor se dá a conhecer pelas virtudes que praticamos como sinais da salvação que dEle recebemos e que expandimos para todas as dimensões da existência humana pelo testemunho que damos de Sua presença em nossos corações, bem como nos ensinou São Paulo: "Deus quis manifestar [aos seus santos] como é rico e glorioso entre as nações este mistério: a presença de Cristo em vós, esperança da glória."
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4. E continua ele: "Nós o anunciamos, admoestando a todos e ensinando a todos, com toda sabedoria, para a todos tornar perfeitos em sua união com Cristo." Ou seja, pelo anúncio da verdade autenticamos nossa perfeita união com Cristo no seio do seu corpo Místico, a Igreja. (cf. Cl 1,24).
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5. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus é recebido na casa das irmãs Marta e Maria, que apresentam posturas diferentes ao recebe-lo. Enquanto Marta se apresenta cheia de exigências, preocupações e agitação; Maria, sentada aos seus pés, o escuta silenciosa, unindo-se à Ele para Nele permanecer. 

6. De fato, será que tem algo mais precioso na vida de um ser humano do que ouvir o Senhor e permanecer em sua companhia? Decerto, isto significa gozar da sua amizade e de todas as graças que Ele disponibiliza para aqueles que o amam; significa escolher a melhor parte que não nos será tirada.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 19 de julho de 2025

Para tudo Deus tem uma resposta...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 12,14-21)(19/07/25)

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1. Caríssimos, a humanidade vive mergulhada num mar sem fundo de divisões, guerras, tragédias naturais e humanitárias, e de todo tipo de maldade, que levam à perdição e à morte eterna um sem número de almas. 

2. Mas, ao que parece, os homens não aprendem com os erros passados, por isso, não se arrependem de seus pecados; pelo contrário, os multiplicam ainda mais, tornando este mundo um inferno.
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3. Com efeito, o tempo dado por Deus para o arrependimento e a conversão da humanidade está sendo disperdiçado pelo mau uso que dele fazem por meio de todo tipo de artimanhas e perversões à ponto de tornarem insuportável qualquer forma de convivência.

4. No Evangelho de hoje os fariseus tramaram a morte do Senhor Jesus, porque Ele não se submetia a rigidez e nem a falta de misericórdia com que praticavam a Lei, por isso, o odiavam e o julgaram digno de morte, simplesmente porque realizava a vontade de Deus Pai por meio dos sinais que revelavam que Ele era o Messias enviado.

5. É bem como nos ensinou São Paulo: "Nota bem o seguinte: nos últimos dias haverá um período difícil. , avarentos, fanfarrões, soberbos, rebeldes aos pais, ingratos, malvados, desalmados, desleais, caluniadores, devassos, cruéis, inimigos dos bons, traidores, insolentes, cegos de orgulho, amigos dos prazeres e não de Deus, ostentarão a aparência de piedade, mas desdenharão a realidade. Dessa gente, afasta-te!" (2Tm 3,1-5).
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6. Portanto, caríssimos, os poucos fiéis que ainda restam neste mundo, sofrem todo tipo de perseguições, tentações e maldades por causa do nome de nosso Senhor Jesus Cristo e de sua Santíssima Mãe, a Virgem Maria e da fé católica que praticamos. 

7. Destarte, de uma coisa fiquemos certos, o Senhor jamais abandona os seus eleitos, pelo contrário, sofre com eles os padecimentos que suportam por Seu amor, para que com Ele ressuscitem e gozem da felicidade eterna que reservou como herança para aqueles que o amam e vivem em conformidade com a sua santa vontade.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 16 de julho de 2025

Nossa da do Carmo, rogai por nós...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 12,46-50)(16/07/25).


1. Caríssimos, na nossa história de vida existe um antes e um depois; na verdade, ela é feita de ações que resultam em fatos que contam o que vivemos, ou seja, revelam o que fizemos com nosso viver de cada dia. 

2. A vida da Virgem Mãe é para nós um santo exemplo de convivência com seu Filho, Jesus Cristo, que por trinta anos se manteve em silêncio ao seu lado para depois disso manifestar ao mundo a Sua Divindade e realização dos desígnios de Deus para a salvação da humanidade. 

3. Com efeito, em se tratando da fé, a nossa história é feita a partir da nossa convivência filial com Deus, nosso Pai, a quem devemos o nosso ser e estar no mundo, por isso, quando temos com Ele uma boa e santa convivência, tudo em nós reflete a Sua presença conosco. 

4. E isto é fruto de nossa obediência e de nosso amor a Ele sobre todas as coisas. De fato, assim viveu Maria Santíssima, tal como se expressou: "Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra." (Lc 1,38)

5. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus, extirpando qualquer dúvida a esse respeito, disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. 

6. Ora, "Essa resposta de Jesus não se trata de falta de respeito para com a sua mãe e os seus familiares. Aliás, para Maria é o maior reconhecimento, pois precisamente ela é a discípula perfeita que obedeceu em tudo à vontade de Deus."

7. Decerto, ao conceber o Filho único de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, gerado pelo Espírito Santo, Maria Santíssima tornou-se Mãe de Deus feito homem e assim se manteve unida a Ele, o Verbo que se fez carne e habitou entre nós. Desse modo, ela é a arca da Nova Aliança, o sacrário vivo de Deus.

8. "Que a Virgem Mãe nos ajude a viver sempre em comunhão com o Senhor Jesus, reconhecendo a obra do Espírito Santo que age n’Ele e na Igreja, regenerando o mundo para a vida nova." (Papa Francisco, Angelus, 10/06/18). 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 15 de julho de 2025

Precisamos corresponder aos dons de Deus...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 11,20-24)(15/07/25)


1. Amados irmãos e irmãs, não podemos viver tranquilos sem que essa tranquilidade venha de Deus, nosso Pai celestial como Jesus nos ensina (cf. Mt 6,24-34), pois, Ele nos conhece plenamente muito além do que podemos imaginar, basta confiarmos Nele de todo o nossa coração e nos manter na Sua presença por um viver íntegro, conforme a Sua Santa Vontade.

2. De fato, é muito fácil manter a nossa confiança em Deus quando tudo parece sob o nosso controle, no entanto, quando nos vemos incomodados pelo desequilíbrio deste mundo que vive numa constante guerra espiritual, 

3. Nos damos conta de que para nos manter em paz precisamos confiar inteiramente no Senhor e nos deixar conduzir pelo que Ele nos ensina, desse modo, veremos que é Ele que mantém tudo sob controle.

4. Com efeito, "Acreditar em Deus, é sentir-se protegido e amado por Ele; é saber que cada oração, cada palavra, cada acontecimento triste ou alegre, cada doença, tudo, tudo é visto por Ele. 

5. É ter total confiança Nele, entregar-nos ao Seu amor, é ter a certeza de ser compreendido, confortado, ajudado, e amar como Ele deseja; assim sentiremos a Sua presença nas nossas almas e veremos "milagres" acontecerem à nossa volta." (Fr Salvatore, OFMConv - Cícilia- Itália).

6. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus censura as cidades onde realizou milagres e prodígios por não terem se convertido; não pelo fato de terem visto tais sinais, mas sim, por terem recebido tantos benefícios e mesmo assim permanecerem com o coração endurecido sem nenhum sinal de conversão. 

7. Portanto, caríssimos, também em nossos dias vemos que a prática da fé é mínima em relação ao tempo perdido com a Internet, com as ideologias políticas e tantas outras, todas contrárias a vontade de Deus, de modo que tais comportamentos incitam o ódio, a violência e todo tipo de maldade que leva à injustiça e a morte todos os que seguem essa via de perdição.

8. Destarte, a nossa confiança no Senhor Jesus é fruto da ação do Espírito Santo em nossas almas que nos faz permanecer Nele em meio a este mundo tenebroso que se levante contra nós com todo tipo de ameaças e outros impropérios. 

9. Rezemos então com o salmista: "O Senhor é minha luz e minha salvação, a quem temerei? O Senhor é o protetor de minha vida, de quem terei medo? Quando os malvados me atacam para me devorar vivo, são eles, meus adversários e inimigos, que resvalam e caem." (Sl 26,1-2).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 14 de julho de 2025

Condições para seguir o Senhor Jesus...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 10,34-11,1)(14/07/25)

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1. Caríssimos, a liturgia de hoje nos mostra o conflito que existe no íntimo de cada um de nós quando nos dispomos a seguir o Senhor Jesus de todo o nosso coração tal qual Ele nos ensinou no Evangelho desta liturgia. 

2. De fato, quando pomos em prática as suas recomedações logo experimentamos o que significa ser seus verdadeiros discípulos, ou seja, viver sem apegos e repletos de coerência; caso contrário nosso seguimento não passa de aparência frívola, professando a fé, mas não a praticando devidamente.
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3. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos ensina três atitudes fundamentais para segui-lo coerentemente: renunciar ao apego familiar, que significa ama-lo sobre todas as coisas; tomar a cruz e sigui-lo fielmente para sermos dignos dele; e por último, renunciar a si mesmo, isto é, não querer salvar a própria vida, mas se for a vontade de Deus, perde-la por amor a Ele.
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4. Decerto, o que importa mesmo não é o que deixamos para seguir o Senhor Jesus e cumprirmos o seu desígnio salvífico a nosso respeito, mas sim o que recebemos Dele, isto é, cem por cento, e no Reino dos Céus a vida eterna. 

5. Ora, sabemos que as vantagens deste mundo são passageiras, pois nada trouxemos quando nascemos a não ser a inocência, e nada levamos quando daqui partirmos; a não ser o amor com que amamos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
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6. Portanto, caríssimos, escutemos atentamente o Senhor Jesus: "Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus." (Mt 7,21). 

7. E sem dúvida, a vontade de Deus é que sigamos o Seu amado Filho até fim dos nossos dias neste mundo para obtermos como herança a vida eterna. Bem como disse o Senhor: "Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. Quem procura conservar a sua vida vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la." (Mt 10,38-39).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 13 de julho de 2025

Parábola do bom samaritano...


 Homilia do 15°Dom do tempo comum (Lc 10,25-37)(13/07/25)

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1. Caríssimos, o Evangelho é a prática da vida eterna, ele é a fonte inesgotável da salvação; sem Ele não existe liberdade nem bem estar algum, porque ele é o caminho da perfeição e da santidade que o Senhor nos concede para chegarmos ao céu. 

2. De fato, o Evangelho é o anúncio do Reino de Deus e do cumprimento de sua justiça; ele perpassa incólume o Antigo e o Novo testamentos, revelando a primeira vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e o juízo final que se dará em sua Parusia, ou seja, na sua segunda vinda. 
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3. Ora, somos obras das mãos de Deus e tudo em nós e na criação aponta para um desfeixo final dentro do tempo por Ele determinado. Na primeira leitura de hoje meditamos como se dá o nosso relacionamento com o nosso Pai celestial, conforme descreve o hagiógrafo do Deuteronômio: 

4. "Ouve a voz do Senhor, teu Deus, e observa todos os seus mandamentos e preceitos, que estão escritos nesta lei. Converte-te para o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma."
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5. "Esta palavra está bem ao teu alcance, está em tua boca e em teu coração, para que a possas cumprir." (Dt 30,10.14). Desse modo, não podemos negar que a verdade é o código genético espiritual de nossas almas, pois, somente o fato de existirmos já revela as perfeicões eternas de Deus e de sua intenção ao nos criar e nos atrair para si. 

6. Portanto, caríssimos, somos palavras de Deus que se realizam à medida que para Ele vivemos como o Senhor Jesus nos ensinou. Destarte, na parábola do bom samaritano o Senhor Jesus nos ensina na prática o que significa "amar a Deus e ao próximo como a nós mesmos", por meio das obras de misericórdia, pois, o juízo final consiste exatamente em sua prática: 

6. "Eu tive fome e me destes de comer; tive sede e me deFrei Fernandostes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim." Em outras palavras todos nós que aqui estamos, de certo modo, somos os necessitados da parábola ou bons samaritanos.

Ou seja, "A misericórdia promove a Vida em todos os sentidos. Ela não faz rodeios para salvar o ser humano. A Vida está em primeiro lugar." E nada neste mundo é mais importante do que a vida que Deus nos dá. 
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Paz e amor!
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 Maria OFMConv.

terça-feira, 8 de julho de 2025

Não existe perdão para o pecado contra o Espírito Santo


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 9,32-38)(08/07/25)


1. Caríssimos irmãos e irmãs, não existe pecado sem tentação, sem consentimento e a prática; de modo que, toda tentação é a voz do inimigo falando à nossa mente sugerindo pensamentos, comportamentos e ações contrárias à vontade de Deus. 

2. Ora, tudo o que é mal vem do maligno, porém, ele não pode entrar em nossa vida sem o nosso consentimento e permissão. Eis o que disse São Tiago a esse respeito: "Feliz o homem que suporta a tentação. Porque, depois de sofrer a provação, receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que o amam." (Tg 1,12). 

3. De fato, somos dotados do livre arbítrio, que é o poder que Deus nos deu para fazer nossas escolhas e tomar decisões, de modo que nenhum mal espiritual, moral e físico poderá nos atingir se dissermos não às tentações e aos pecados sugeridos pelo maligno, ainda que temporariamente soframos alguns danos como sofreu o patriarca Jó e todos os aqueles que deram a vida por Jesus e o testemunho da sua ressurreição.

4. No Evangelho de hoje, exercendo o seu ministério, o Senhor Jesus expulsou o demônio de um homem mudo que depois de libertado começou a falar. "As multidões ficaram admiradas e diziam: “Nunca se viu coisa igual em Israel”. Os fariseus, porém, diziam: “É pelo chefe dos demônios que ele expulsa os demônios”. (Mt 9,33b-34).

5. Sem dúvida, a admiração pelas obras realizadas pelo Senhor Jesus é sinal da graça recebida por aqueles que reconhecem e agradecem o bem realizado por Ele, de modo que crescem na fé, na adesão a Ele e no seu seguimento. Pois, não basta maravilhar-se com os seus prodígios, é necessário segui-lo fielmente até o fim.

6. Por outro lado, aqueles que julgam perversamente atribuindo as ações do Senhor Jesus ao maligno, pecam gravemente contra o Espírito Santo, de modo que, não serão perdoados, por se tornarem culpados de um pecado eterno, como disse o Senhor: "Por isso, eu vos digo: todo pecado e toda blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não lhes será perdoada." (Mt 12,31).

7. Portanto, caríssimos, sigamos humildemente esta exortação de são Paulo para vencermos as tentações, evitartamos os pecados e as suas consequências: "Irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar vossos pensamentos, e o Deus da paz estará convosco." (Fil 4,8-9b).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Mulher, a tua fé te salvou...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 9,18-26)(07/07/25)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, no Evangelho de hoje vemos o episódio de uma mulher que por doze anos sofreu com um fluxo de sangue que para a medicina da época não havia cura, ou seja, estava desenganada; todavia, ao se aproximar do Senhor Jesus e tocar na orla do seu manto ficou curada, e escutou do Senhor: “Coragem, filha! A tua fé te salvou”.
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2. O outro caso totalmente perdido aos olhos humanos foi a morte da filha do chefe da Sinagoga que desolado se aproximou do Senhor e firmemente confiante lhe disse: “Minha filha acaba de morrer. Mas vem, impõe tua mão sobre ela e ela viverá”. E o resultado da sua fé foi a ressurreição da sua filha.
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3. Com efeito, como vimos por esses exemplos, "O encontro com o Senhor Jesus nos dá uma nova vida: tudo o que nos leva à plenitude, felicidade, autenticidade, interioridade, tudo o que nos enriquece humanamente e nos revitaliza, é resultado do nosso encontro com o Senhor e vivido por meio da fé.
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4. Na contramão do dom da fé, "Existem práticas que destroem a vida, tais como egoísmo, narcisismo, julgamento de valor, arrogância, e que não ajudam em nada; por outro lado, existem outras que dão amor, ternura, oração, serviço." 

5. Deveras, são essas virtudes essenciais que precisamos cultivar sustentados pela graça do Senhor que age sempre em nosso favor por meio da fé. Por isso, Ele disse à mulher curada do fluxo de sangue: "Coragem, filha! A tua fé te salvou".
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6. Portanto, caríssimos, na vida existem situações limites que somente a fé pode nos tirar delas ainda que tudo pareça perdido, sem solução. Desse modo, compreendemos que a fé que professamos como dom do Espírito Santo nos leva alcançar todas as graças, para muito além do que podemos por nós mesmos.
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7. Destarte, crer em Cristo é muito mais do que fazer uma profissão de fé, crer em Cristo é se unir a Ele para permanecer Nele para muito além das nossas certezas; crer em Cristo é uma graça especial concedida pelo Espírito Santo para que se realize em nossa vida a vontade do Pai. 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 6 de julho de 2025

Jesus enviou os seus discípulos: ide e anunciai o Evangelho...


 14°Dom do tempo comum (Lc 10,1-12.17-20)(06/07/25)

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1. Caríssimos, a liturgia deste domingo nos recorda que somos participantes da Escola de santidade de nosso Mestre e Senhor, Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo. De fato, por Ele somos preparados para anunciar o Reino de Deus, uma vez que depois do batismo os nossos nomes estão escritos nos céus, como o Senhor mesmo nos ensinou no Evangelho de hoje.
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2. Com efeito, o nosso aprendizado se dá mediante a vivência das instruções que recebemos do Senhor por meio de Sua Palavra dirigida primeiramente aos apóstolos e depois a todos os seus filhos e filhas em que Ele nos concede todas graças necessárias para sermos suas testemunhas fiéis, nós que estamos à caminho da felicidade eterna. 

3. Na segunda leitura de hoje São Paulo nos fala da alegria de ser crucificado com Cristo, de trazer em seu corpo as marcas das Suas chagas e que é isso que nos identifica verdadeiramente com Ele. 

4. Quanto a mim, que eu me glorie somente da cruz do Senhor nosso, Jesus Cristo. Por ele, o mundo está crucificado para mim, como eu estou crucificado para o mundo. Doravante, que ninguém me moleste, pois eu trago em meu corpo as marcas de Jesus." (Gl 6,14.17).
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5. Portanto, caríssimos, receber Jesus na Eucaristia é receber Dele a vida em plenitude numa perfeita comunhão de amor; ou seja, é receber do Senhor todos os valores divinos que nos capacitam para o anúncio do Seu Reino de amor, de justiça e de paz. 

6. Destarte, com paciência, perseverança, oração e a prática dos santos mandamentos, procuremos realizar a santa vontade do Senhor Jesus dedicando a Ele toda a nossa vida, nosso templo, nosso testemunho vivendo em santidade e justiça na sua presença até o dia em que formos chamados para participarmos da Sua Glória eterna.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 5 de julho de 2025

Vinho novo em odres novos...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 9,14-17)(05/07/25)


1. Caríssimos, a lei perfeita da liberdade nos ensina que a escolha divina tem seu fundamento na graça santificante do amor de Deus; mas, às vezes a intervenção humana usa desvios não lícitos para mudar a escolha divina, no que resulta sacrifício ao Senhor que respeitando o nosso livre arbítrio conserta os nossos equívocos para que não perdamos suas graças e bênçãos.

2. Na primeira leitura de hoje vimos a intervenção de Rebeca mudar até então o custume da transmissão da bênção paterna ao primogênito dos filhos. Mas, por quê isso aconteceu? Devido um fator fundamental, trata-se da não valorização da graça recebida por falta de piedade do escolhido, resultando nesse tipo de intervenção e na mudança interna do costume.

3. Todavia, chamo a atenção para a validade da graça, uma vez que Deus nunca muda os seus planos ainda que os homens tentem interferir neles. É exatamente como escreveu São Paulo: "Pois os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis."(Rm 11,29). Aliás, também vemos esta assertiva no Livro de Provérbios: "O coração do homem dispõe o seu caminho, mas é o Senhor que dirige seus passos." (Pr 16,9).
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4. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus é questionado pelos fariseus a respeito do jejum como se a essência da fé dependesse apenas dele; no que o Senhor respondeu mostrando a necessidade da mudança de mentalidade para que essa prática obtenha os resultados desejados.
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5. Portanto, caríssimos, quem jejua com a mente cheia de críticas contra os que não fazem o mesmo, perde as graças dessa prática por causa das críticas que carrega na alma. De fato, uma alma repleta de críticas nada mais tem dentro dela além das críticas que cultiva, por isso, se torna azeda, rancorosa e em constante conflito consigo mesma e com os outros.
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6. Destarte, quem só vive julgando, criticando e condenando os outros, na verdade condena-se a si mesmo à uma vida de amargura e falta de paz, e isso significa que o relacionamento com Deus não está nada bom; porque o relacionamento com o próximo depende cem por cento do nosso relacionamento com Deus.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Eu vim para salvar os pecadores...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 9,9-13)(04/07/25).


1. Caríssimos, quem encontra Jesus nas virtudes eternas que o Espírito Santo lhes concede e nele persevera até o fim, tem a vida eterna. A vida humana sobre a terra é um dos sinais da presença de Deus na criação, pois Deus nos criou à sua imagem e semelhança e nos deu o poder de gerar novas imagens e semelhanças suas e de governar a obra de suas mãos (cf. Gn 1,28). 

2. Todavia, por causa do pecado, os homens têm manchado essa "imagem e semelhança de Deus" em si mesmos, e com isso, se condenam às penas eternas impostas como castigo ao maligno e aos seus seguidores. 

De fato, são tantas atrocidades praticadas pelos homens na face da terra que é impossível não haver uma punição severa para tudo isso. 

3. Com efeito, por causa dessas atrocidades o Senhor dá um ultimato à toda humanidade, quando diz por meio do Profeta Amós: "Eis que virão dias, diz o Senhor, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir a palavra do Senhor. Os homens vaguearão de um mar a outro mar, circulando do norte para o oriente, em busca da palavra do Senhor, mas não a encontrarão."

Contudo, antes que se cumpra essa palavra na sua totalidade, ainda é tempo de conversão, penitência e salvação, pois no Evangelho de hoje Jesus disse: “Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.

Portanto, caríssimos, viver como imagem e semelhança de Deus e obedecer em tudo à sua Palavra nos leva à felicidade eterna como é a Sua vontade, pois foi para isso que o Senhor nos criou. Então, escutemos a Palavra do Senhor: 

"Eis que venho em breve, e a minha recompensa está comigo, para dar a cada um conforme as suas obras. O injusto faça ainda injustiças, o impuro pratique impurezas. Mas o justo faça a justiça e o santo santifique-se ainda mais." 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv. 

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Meu Senhor e meu Deus...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 20,24-29)(03/07/25).


2. Caríssimos irmãos e irmãs, o caminho que percorremos com o Senhor é um caminho de fé, iluminado pela luz do Espírito Santo que nos faz enxergar o invisível e nos faz experimentar a sua presença durante todo o percurso de nossa caminhada até chegarmos ao Reino dos Céus. 

3. Todavia, o critério para segui-lo não é humano, mas divino, por isso, disse o Senhor a Tomé: “Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!” Isso porque a fé não é uma questão de visão, mas de comunhão e participação ela nos faz vivenciar as virtudes eternas que Deus imprimiu em nossas almas. 

4. De fato, a fé em Cristo é fruto do Espírito Santo e não depende dos critérios humanos, embora se expresse por meio do entendimento racional, no entanto, o ultrapassa infinitamente, porque quem crê segundo o Espírito é por ele conduzido ao objetivo comum de todos os batizados, "ser santo como Deus é Santo." (cf Mt 5,48).

5. Desse modo, crê é viver como Jesus viveu, isto é, fazendo a vontade do Pai, como Ele mesmo expressou : "Pois desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou." E são João completa: Pois aquele que afirma permanecer nele deve também viver como ele viveu." (1Jo 2,6).

6. Decerto, ao tratarmos do dom da fé, tratamos daquela que nos leva à perfeita comunhão com Cristo Eucarístico, pois Ele mesmo disse: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele." E ainda: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia." 

7. Portanto, caríssimos, não pode crer em Cristo quem usa dos critérios humanos como se tudo na vida dependesse desses critérios; ao contrário, quem crê segundo os critérios divinos permanece em Cristo e Cristo permanece nele aqui e por toda a eternidade.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 1 de julho de 2025

Ó Senhor Jesus acalma as nossas tempestades...

 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 8,23-27)(01/07/25)

1. Amados irmãos e irmãs, sem dúvida alguma vivemos em meio à uma luta ferrenha entre o bem e o mal, entre justos e injustos; entre o pecado e as virtudes; entre Cristo e seu arqui-inimigo Satanás. E todos estamos envolvidos nesta luta travada diariamente, se é que podemos determinar o tempo em que ela acontece e como ela acontece. 

2. Com efeito, não se trata de uma luta justa, porque não existe justiça da parte do inimigo de Cristo e das nossas almas; mas, se trata de uma guerra suja em que o maligno tenta vencer a todo custo manchando as almas tentando tira-lhes do estado de graça. 

3. Ora, as armas usadas pelo inimigo são os vícios, as tentações e os pecados que a cada momento proliferam como uma doença contagiosa, por conta da facilidade de tais práticas, só que o resultado nefasto delas são a morte e a perdição eterna. 

4. Por outro lado, os que seguem a Cristo, se defendem com as armas das virtudes eternas: amor, bondade, fidelidade, mansidão, justiça, humildade e o estado de graça que essas virtudes geram. 

5. Usam ainda a Palavra de Deus, a vida de oração, a vivência dos Mandamentos, dos Sacramentos e as obras de misericórdia; a intercessão da Virgem Maria e todos os santos e santas. 

6. Desse modo, pela ação do Espírito Santo nos pomos disponíveis nas mãos de Deus como instrumentos da Sua paz e da sua misericórdia, carregando a nossa cruz de cada dia, seguindo as pegadas de nosso Senhor Jesus Cristo até que Ele venha em definitivo para julgar os vivos e os mortos e implantar o Seu reino de amor, justiça e paz, tão esperado por toda a criação.

7. Portanto, caríssimos, permaneçamos na Barca do Senhor, a Sua Santa Igreja, singrando o mar revolto deste mundo em que Ele, como no tempo dos discípulos, acalma as tempestades que tentam nos afundar a todo instante. Destarte, peçamos ao Senhor Jesus por intercessão da sua Mãe, Maria Santíssima, a graça da perseverança final em estado de graça até o fim dos nossos dias neste mundo.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 30 de junho de 2025

Para que todos se convertam...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 8,18-22)(30/06/25).
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1. Caríssimos irmãos e irmãs, os mistérios de Deus são insondáveis e inacessíveis à nós, todavia, Ele os revela aos humildes de coração, porque estes se deixam conduzir pela sabedoria que comporta esses mistérios. 

2. Na primeira leitura de hoje contemplamos o mistério da oração intercessória de Abraão diante da iminente destruição de Sodoma e Gomorra, cidades ímpias infestadas pela sodomia, isto é, pelo pecado mortal do homossexualismo.
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3. Ora, a gravidade desse pecado é de tão grande afronta a Deus que mesmo diante da humildade de Abraão e de sua intercessão, não foi possível livrar essas cidades com todos os seus habitantes, porque não havia o mínimo de justos para as poupar do extermínio que se abateu sobre elas. 
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4. Com efeito, na Carta aos Romanos, São Paulo discorre sobre a gravidade desse pecado, diz ele: "Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura em vez do Criador, que é bendito pelos séculos. Amém! 
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5. Por isso, Deus os entregou a paixões vergonhosas: as suas mulheres mudaram as relações naturais em relações contra a natureza. Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam em desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga devida ao seu desvario." (Rm 1,25-27).
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6. Portanto, caríssimos, o Mistério da presença de Jesus em nosso meio revela quanto Deus é paciente e misericordioso com suas criaturas; ora, os sete Sacramentos, em especial a Santa Eucaristia, são os sinais sensíveis que o Senhor escolheu para permanecer conosco até o fim dos tempos.
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7. Por isso, fiquemos certos de uma coisa, Deus é amor e misericórdia infinita para com aqueles que se arrependem de seus pecados e se deixam conduzir por Sua Divina Sabedoria para uma vida de santidade e justiça. Porém, não deixará sem castigo os rebeldes e duros de coração, exercendo sobre eles Seu justo juízo.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 29 de junho de 2025

Solenidade de São Pedro e São Paulo...


 Solenidade de São Pedro e São Paulo (Mt 16,13-19)(29/06/25)


1. Caríssimos a Igreja hoje celebra a solenidade de São Pedro e São Paulo, esses dois grandes baluartes que Cristo escolheu no início da pregação do Reino de Deus para levar a Sua Palavra até os confins da terra; de fato, eles cumpriram sua missão regando com o próprio sangue as sementes do Verbo de Deus plantadas nas almas salvas por Ele para darem frutos de vida eterna.

2. Pedro, que significa pedra, recebeu do próprio Senhor à viva voz a missão de conduzir o Seu rebanho na unidade do Espírito Santo: "Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. 

3. Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vence-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus." (Mt 16,16-19).

4. Paulo, por sua vez, encontrou o Senhor Jesus pessoalmente a caminho de Damasco, e dele recebeu a missão de levar o Seu Nome e a Sua salvação a todos os povos que ainda não o conheciam, e desse modo, derramou o seu sangue no cumprimento de sua missão.

5. Bem como vimos ele mesmo dizer na segunda leitura: "Caríssimo: Quanto a mim, eu já estou para ser derramado em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida. Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. 

6. Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos que esperam com amor a sua manifestação gloriosa." (2Tm 4,6-8).

7. Portanto, caríssimos, meditemos com este comentário de Santo Agustinho sobre esta Solenidade: "Num só dia celebramos o martírio dos dois apóstolos. Na realidade, os dois eram como um só. Embora tenham sido martirizados em dias diferentes, deram o mesmo testemunho. 

8. Pedro foi à frente; Paulo o seguiu. Celebramos o dia festivo consagrado para nós pelo sangue desses dois apóstolos. Amemos a fé, a vida, os trabalhos, os sofrimentos, os testemunhos e as pregações que eles nos deixaram."

Paz e bem!

Frei Fernando Maria OFMConv. 

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