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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

FESTA DOS ARCANJOS MIGUEL, GABRIEL E RAFAEL...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 1,47-51)(29/9/21)

Caríssimos, a Igreja hoje celebra a Festa dos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael cujos nomes significam Quem como Deus? Poder de Deus, e Deus cura. Com efeito, no Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos deu a conhecer uma das funções dos anjos quando de sua vinda definitiva: “Em verdade, em verdade eu vos digo: Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”. (Jo 1,51).

São Gregório Magno refletindo sobre a existência dos Anjos e Arcanjos nos deixou por escrito esta pérola preciosa: "São muitas as páginas da Sagrada Escritura que atestam a existência dos anjos. A palavra «anjo» designa a sua função: serem mensageiros. E chamam-se «arcanjos» os que anunciam os acontecimentos mais importantes.

Assim, o arcanjo Gabriel é enviado à Virgem Maria; para esta função, para anunciar o maior de todos os acontecimentos, impunha-se enviar um anjo da mais elevada categoria. Da mesma maneira, quando se trata de estender um poder extraordinário, é Miguel o enviado. Com efeito, a sua ação, como o seu nome, que significa: «Quem como Deus?», permitem compreender que ninguém pode fazer o que apenas a Deus pertence realizar.

O antigo inimigo, que desejou, por orgulho, fazer-se semelhante a Deus, dizia: «Subirei aos céus, estabelecerei o meu trono acima das estrelas de Deus, serei semelhante ao Altíssimo» (Is 14,13). Mas o Apocalipse diz-nos que, no fim dos tempos, quando ele for abandonado às suas próprias forças, antes de ser eliminado no suplício final, terá de combater com o arcanjo São Miguel: «Travou-se uma batalha no céu: Miguel e os seus anjos pelejavam contra o dragão. E o dragão também combatia, juntamente com os seus anjos. Mas não prevaleceram; o dragão e os seus anjos foram precipitados na Terra» (Ap 12,7-9).

À Virgem Maria, foi enviado Gabriel, cujo nome significa «Força de Deus», pois ia anunciar Aquele que quis manifestar-Se em condição humilde para triunfar do orgulho do demônio. Era, pois, pela «força de Deus» que havia de ser anunciado Aquele que vinha como «Senhor forte e poderoso, o Senhor herói nas batalhas» (Sl 24,8).

Finalmente, o nome do arcanjo Rafael significa «Deus cura». Com efeito, foi ele que libertou da escuridão os olhos de Tobias, tocando-lhes como médico vindo do alto (Tb 12,14). É natural, pois, que aquele que foi enviado para tratar o justo na sua enfermidade seja apelidado de «Deus cura».

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 28 de setembro de 2021

COMO DISCÍPULOS DE CRISTO, NÃO PODEMOS AGIR SEM MISERICÓRDIA


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,51-56)(28/9/21)

Caríssimos, sem a presença e a palavra do Senhor Jesus, a nossa reação para com aqueles que o rejeitam, é querer condena-los impiedosamente como vimos neste episódio do Evangelho de hoje em que os samaritanos não concederem hospedagem ao Senhor por perceberem que se dirigia à Jerusalém, e por isso, da parte de dois dos Apóstolos sofreram reprimenda.

De fato, para João e Tiago os samaritanos mereciam ser queimados vivos por tal rejeição; no entanto, o Senhor Jesus os repreende por tão violenta reação, ou seja, pela total ausência de misericórdia para com àqueles que o rejeitaram. De certo, com isso aprendemos que o amor perdoa sempre porque não leva em conta o preconceito e a rejeição dos que não o conhecem, por isso, continua amando mesmo quando é rejeitado.

Com efeito, ninguém pode dizer-se discípulo de Cristo quando pensa em pagar o mal com o mal, uma vez que que Ele veio a este mundo como Senhor e Salvador da humanidade, isto é, para salvar a todos; por isso, sempre agiu com misericórdia e compaixão mesmo com aqueles que o condenaram injustamente a uma morte tão cruel. (cf. Lc 23,34a).

A vida é um dom de Deus para ser vivida por amor a Deus, por isso, não existe comparação entre o tempo e a eternidade, entre este mundo passageiro e o devir eterno; de modo que, ou a vivemos para o Reino de Deus; ou a extraviamos com os vícios e todo tipo de pecados que só levam à morte e nada mais.

Portanto, caríssimos, este Evangelho de hoje nos ensina que o tempo e as decisões que tomamos devem ser de Deus e para Deus, como vemos a seguir: "Estava chegando o tempo de Jesus ser levado para o céu. Então ele tomou a firme decisão de partir para Jerusalém..." E assim realizar a vontade do Pai. (Lc 9,51-52a).

Destarte, peçamos ao Senhor Jesus a graça de termos a mesma confiança no Pai do céu que Ele teve, desse modo, as nossas decisões serão tomadas em conformidade com a Sua Santa Vontade.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

QUEM QUISER SER O MAIOR, SEJA O MENOR DE TODOS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 9,46-50)(27/9/21)

Caríssimos, por mais que desejamos ou tenhamos muitas coisas nada disso é suficiente para sermos felizes por nós mesmos; basta que nos falte o ar que respiramos ou sermos acometidos por alguma enfermidade, logo temos a sensação de que tudo o que acumulamos ou aspirávamos ter perde o sentido de ser, porque de fato, sem Deus nada somos nada podemos, tudo é vão.

Com efeito, vivemos em tempos tão difíceis em que muitos estão perdendo a fé e com ela também a esperança; e por isso, estão sendo invadidos pelo vazio existencial, pela perca do sentido da vida, mas tudo isso só está acontecendo porque perderam o sentido do sagrado e de quanto Deus é necessário para sermos felizes aqui e no devir eterno que Ele nos oferece em Seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo.

Na primeira leitura vimos que o povo eleito por ter se desviado da fé se sentiu impotente diante de todos os males que os atingiu por conta dos pecados cometidos; no entanto, por sua Divina Misericórdia, o Senhor suscitou o Profeta Zacarias para os encorajar e assim pudessem retornar ao seu convívio, como vemos nesta passagem: "Eis que eu vou salvar o meu povo da terra do oriente e da terra do pôr do sol; eu os conduzirei, e eles habitarão no meio de Jerusalém; serão meu povo e eu serei seu Deus, em verdade e com justiça”. (Zc 8,7-8).

De fato, nestes tempos modernos o que não falta é comunicação, interação eletrônica e tudo o que a Internet pode proporcionar em termos superficiais; porém, faltam os valores eternos que cultivamos com o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos no seguimento de nosso Senhor Jesus Cristo, e isso vai muito além da tela de um computador ou celular.

Portanto, caríssimos, precisamos interagir com o Senhor Jesus pela meditação e prática da Sua Divina Palavra, pela vida de oração e sacramental em especial a santa Missa e os demais Sacramentos; as obras de misericórdia e a participação nas Pastorais.

Por fim, peçamos ao Senhor que nos liberte de tudo que não é amor, de tudo o que não nos leva ao Seu Reino; de tudo o que é inútil, e que acaba em pouco tempo nos deixando vazios e desesperados. Rezemos para que a nossa conversão seja constante e brote do mais profundo do nosso coração.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 26 de setembro de 2021

HOMILIA DO XXVI DOM DO TEMPO COMUM...


 Homilia do XXVI Dom do T Comum (Mc 9,38-43.45.47-48)(26/9/21)

Caríssimos, a liturgia de hoje trata do discernimento das ações daqueles que não fazem parte das nossas comunidades, mas vivem autenticamente o Santo Evangelho. Ora, a regra a ser seguida é esta que o Senhor Jesus nos ensina: "Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. Quem não é contra nós é a nosso favor." (Mc 9,39-40). Ou seja, se vem verdadeiramente de Deus, então, é aprovado por Ele.

De fato, como vimos na primeira leitura quando Josué quis que Moisés proibisse os dois anciãos de profetizarem porque atrasaram para a reunião, Ele o respondeu: “Tens ciúmes de mim? Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor lhe concedesse o seu espírito!" (Nm 11,29). De certo, por essa resposta de Moisés o Senhor nos dá o conhecer a sua santa vontade, ou seja, que todo seu povo receba o Espírito Santo.

Todavia, como vimos na segunda leitura, existem algumas atitudes por parte dos que dizem crê que revelam a não presença do Espírito Santo em suas ações, são elas: o apegos aos bens materiais com o acúmulo das riquezas; a vivência aparente da fé e a injustiça contra os inocentes, que são tão abomináveis que o Apóstolo disse: "Vós vivestes luxuosamente na terra, entregues à boa vida, cevando os vossos corações para o dia da matança." (Tg 4,5).

No Evangelho de hoje além do discernimento das ações que denotam a sua presença, o Senhor Jesus nos exorta a respeito da salvação e da condenação; do céu e do inferno, pois, tudo o que vivemos aqui é em preparação para o nosso devir eterno, ou seja, em função da eternidade que teremos pela frente.

Portanto, caríssimos, escutemos atentamente o Senhor Jesus para fazermos das suas palavras a nossa regra de vida: "Em verdade eu vos digo: quem vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa. E, se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço." (Mc 9,41-42).

Destarte, ainda nos pede pra termos cuidado com as ações praticadas usundo os nossos membros tais como mãos, pés, olhos, pois, se estes membros nos levam ao pecado mortal, melhor eliminar tais ações de nossa vida para não incorrermos no juízo condenatório que tem como sentença final o inferno onde o fogo jamais se extinguirá.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 25 de setembro de 2021

DEUS NÃO AGE SEGUNDO OS NOSSOS CRITÉRIOS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 9,43b-45)(25/9/21)


Caríssimos, esta liturgia de hoje parece entrar em contradição, pois, enquanto a primeira leitura e o Salmo responsorial falam da alegria da Jerusalém redimida; o Evangelho relata a profecia do sofrimento de Cristo que será entregue nas mãos dos homens para padecer, ser crucificado e morrer. Ora, como entender que o inocente Filho de Deus passe por tudo isso sem reação alguma?


Com efeito, racionalmente não dá pra entender Deus enviar o Seu Filho ao mundo para sofrer como se fosse um pecador; de fato, somente o amor e o dom da fé nos leva a entender isso; desse modo, compreendemos que Deus não age segundo os nossos critérios para realizar o seu plano de amor e salvação, por isso, que na sua Onipotência eterna quis padecer as piores humilhações e sofrimentos para manter o nosso livre arbítrio desejando que o amemos como Ele nos ama.


Discorrendo a esse respeito escreveu são João Crisóstomo, (Sec. V): "Escutai o que o Senhor vos pede: «Se ignorais a minha divindade, reconhecei ao menos a minha humanidade. Vede em Mim o vosso corpo, os vossos membros, as vossas entranhas, os vossos ossos, o vosso sangue. Pois se o que pertence a Deus vos inspira temor, não vos agradará o que vos pertence a vós?


Mas talvez a enormidade da minha Paixão, da qual sois a causa, vos cubra de vergonha. Não temais. Esta cruz não foi mortal para Mim, mas para a morte. Estes pregos não Me penetram de dores, mas de um amor ainda mais profundo por vós. Estas feridas não provocam gemidos, mas fazem-vos entrar ainda mais no meu coração. 


O esquartejar do meu corpo abre-vos os meus braços como um refúgio, não aumenta o meu suplício. O meu sangue não foi perdido por Mim, foi guardado para vosso resgate (cf Mc 10,45).

Vinde, pois, voltai para Mim e reconhecei o vosso Pai, vendo que Ele vos paga o mal com o bem, os insultos com o amor, e tão grandes feridas com uma grande caridade».


"O Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de a dar, como tenho o poder de a reassumir. Tal é a ordem que recebi de meu Pai. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos. Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando." (Jo 10,18; 15,13-14).


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

POR QUE O PECADO EXISTE?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 9,18-22)(24/9/21)

Caríssimos, o caminho de fé de todo discípulo de Cristo, é reconhece-lo, não somente na sua humanidade, mas principalmente em sua Divindade, e permanecer unidos a Ele mesmo que a realidade queira dizer o contrário, ou seja, ainda que se apresente tentações, cruzes, sofrimentos e morte, porém, nada disso pode nos desanimar visto que o Senhor é a nossa segurança e salvação, contanto que permaneçamos fiéis a Ele até o fim.

De fato, este mundo por mais belo e perfeito que seja, vive em permanente desolação por conta dos pecados nele praticados, por isso, tem se tornado um vale de lágrimas repleto de dores, sofrimentos e morte, um antro de perdição, a cada passo dado para a sua consumação. 

Juliana de Norwich, mística inglesa (Sec. XIV), assim escreveu no seu livro Revelações do divino amor: "Na minha ignorância, surpreendia-me que a profunda sabedoria de Deus não tivesse impedido o início do pecado; porque, se o tivesse feito, pensava eu, tudo estaria bem. Jesus respondeu-me: «O pecado é inelutável, mas tudo acabará em bem, tudo acabará em bem, todas as coisas, quaisquer que sejam, acabarão em bem».

Com esta pequena palavra «pecado», Nosso Senhor apresentou-me ao espírito tudo o que não é bom: o desprezo ignóbil e as provações extremas que sofreu por nós ao longo da sua vida e na sua morte; todos os sofrimentos e as dores, corporais e espirituais, de todas as suas criaturas.

Contemplando todos os sofrimentos que existiram ou existirão, compreendi que a Paixão de Cristo era o maior, o mais doloroso de todos, e que a todos ultrapassa. Mas não vi o pecado. Sei, pela fé, que ele não tem substância nem qualquer espécie de ser; só o podemos reconhecer pelo sofrimento que causa. Percebi que este sofrimento é temporário: ele purifica-nos, leva-nos a conhecer-nos a nós mesmos e a gritar por misericórdia. 

A Paixão de Nosso Senhor fortifica-nos contra o pecado e o sofrimento: esta é a sua santa vontade. No seu terno amor por todos aqueles que serão salvos, Nosso Senhor reconforta-os pronta e suavemente, como se lhes dissesse: «É verdade que o pecado é a causa de todas estas dores, mas tudo acabará em bem: todas as coisas, quaisquer que sejam, acabarão em bem». 

Ele disse-me estas palavras com grande ternura, sem a mínima censura. Nestas palavras, vi um mistério profundo e maravilhoso, oculto em Deus. Ele desvendará e nos fará conhecer esse mistério plenamente no Céu. Quando o conhecermos, entenderemos por que razão permitiu a vinda do pecado a este mundo. E, ao ver isto, regozijar-nos-emos por toda a eternidade."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

CUIDADO COM OS POLÍTICOS E SUAS IDEOLOGIAS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,7-9)(23/09/21)


Caríssimos, a nossa vida é verdadeiramente um dom preciosíssimo de Deus, e precisamos vive-la como tal; no entanto, de uma coisa fiquemos certos, enquanto estivermos neste mundo, sofreremos as mais diversas tentações, principalmente as do poder, do ter e do prazer, que leva ao pecado mortal e ao afastamento de Deus.


Todavia, nos ensina são Paulo: "Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela." (1Cor 10,13). E são Tiago completa: "Feliz o homem que suporta a tentação. Porque, depois de sofrer a provação, receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que o amam." (Tg 1,12).


Na liturgia de hoje vemos a ruína que o pecado gera tirando das almas a essência da vida e tudo o que as faz viver em estado de graça, isto é, em plena comunhão com a vontade de Deus, que é a única Fonte inesgotável da vida neste mundo e no outro. De certo, também vemos o quanto Deus é misericordioso para conosco nos ajudando a vencer todas as tentações e todo o mal.


No Evangelho de hoje o rei Herodes ao ser informado sobre os prodígios e milagres de Jesus tenta conhecê-lo, mas logo se dá conta do mal que havia feito a são João Batista, pois tinta dado ordem aos seus guardas para decapita-lo na prisão. De fato, não só basta a curiosidade de conhecer o Senhor Jesus; mas, se faz necessário o desejo de converter-se e segui-lo fielmente tal qual o fizeram seus discípulos e todos os homens e mulheres ao longo dos tempos.


Portanto, caríssimos, como nos ensina a Carta aos Hebreus: "Jesus Cristo é sempre o mesmo: ontem, hoje e por toda a eternidade. Não vos deixeis desviar pela diversidade de doutrinas estranhas". (Hb 13,8-9a). De fato, este mundo está repleto de ideologias políticas e seus Herodes, que se apresentam como se ovelhas fossem, quando na realidade não passam de lobos ferozes.


Destarte, não nos deixemos enganar, pois, quando se mistura fé e ideologias, deixar-se de seguir a Cristo, para seguir os ideólogos e suas ideologias que nenhum proveito trazem aos que a eles se entregam. Ao contrário, é infinitamente melhor fortificar a alma pela graça permanecendo fiéis ao Senhor até o fim.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

JESUS ENVIA OS DISCÍPULOS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 9,1-6)(22/9/21)


Caríssimos, esta liturgia de hoje nos mostra que o Senhor Jesus veio a este mundo como missionário totalmente obediente e dedicado à vontade do Pai; ora, isso requereu dele toda atenção com o objetivo da missão, anunciar o Reino de Deus e a sua justiça que consiste na remissão dos nossos pecados para que assim sejamos conduzidos pelo Espírito Santo, e façamos também nós a vontade do Pai.


Com efeito, como vimos por seu exemplo, o discípulo missionário, vive em função de sua missão, pois foi chamado e enviado exclusivamente para isso, de modo que, não se pertence, não se apossa da própria vontade, não se destrai com as coisas deste mundo, não se apega a nada e a ninguém, exatamente por conta da missão recebida que consiste em dar a vida pela salvação de todos.


Comentado esse Evangelho disse o Papa Francisco: "Ao enviar os setenta e dois discípulos, Jesus dá-lhes instruções específicas, que manifestam as caraterísticas da missão. Estes imperativos mostram que a missão se baseia na oração; que é itinerante; que exige desapego e pobreza; que traz paz e cura, sinais da proximidade do Reino de Deus. 


Não é proselitismo, mas anúncio e testemunho; e que exige também a franqueza e a liberdade evangélica para partir, salientando a responsabilidade de que mesmo se rejeitada a mensagem de salvação, não proferir condenações nem maldições.


Se for vivida nestes termos, a missão da Igreja será caraterizada pela alegria. Não se trata de uma alegria efêmera, que brota do sucesso da missão; pelo contrário, é uma alegria radicada na promessa de que — diz Jesus — «os vossos nomes estão escritos no Céu». Com esta expressão, Ele quer dizer a alegria interior, a alegria indestrutível que nasce da consciência de ser chamado por Deus a seguir o seu Filho. Ou seja, a alegria de ser seus discípulos.


Invoquemos juntos a proteção maternal de Maria Santíssima, para que Ela ampare em todos os lugares a missão dos discípulos de Cristo, a missão de anunciar a todos que Deus nos ama, quer salvar-nos e nos chama a fazer parte de seu Reino." (Papa Francisco, Angelus, 7/7/19).


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 21 de setembro de 2021

FESTA DO APÓSTOLO SÃO MATEUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Mt 9,9-13)(21/09/21).


Caríssimos, hoje a Igreja celebra a Festa do Apóstolo são Mateus, que ao ouvir o chamado do Senhor: "Segue-me." Não duvidou, não lhe disse nada, apenas levantou-se, deixou tudo e o seguiu, tornando-se um perfeito exemplo para todos os homens e mulheres que escutam o chamado do Senhor e o seguem fielmente. 


De fato, assim como fez com Mateus, o Senhor Jesus continua chamado seus seguidores nas mais diversas situações de vida, bem como Ele disse aos Fariseus que o criticaram "por comer com cobradores de impostos e pecadores: “Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.


Comentando esse Evangelho, disse o Papa Francisco: «A primeira condição para a salvação é sentir-se em perigo; para ser curado é sentir-se doente. E sentir-se pecador é a primeira condição para receber o olhar misericordioso do Senhor. E nós também quando sentimos esse olhar sobre nós; é o olhar do amor, o olhar da misericórdia, o olhar que nos salva. Não tenhamos medo." Basta correspondermos ao Seu divino olhar como o fez são Mateus.


De fato, se analisarmos o nosso viver, certamente sentimos em algum momento, a presença do Senhor Jesus nos chamando principalmente em meio às nossas misérias ou em meio ao vazio por conta dos nossos pecados. No entanto, o Senhor Jesus não olha a nossa condição, mas sim, a nossa recuperação, ou seja, a nossa volta ao estado de graça.


Portanto, caríssimos, a resposta imediata e decisiva de são Mateus representa uma ruptura do seu projeto existencial, a libertação do apego às riquezas deste mundo, e a certeza, vinda do Senhor Jesus, de que havia tomado a decisão certa. 


Destarte, tal resposta exprime a fé com a qual se confiou inteiramente ao Senhor com quem condividiu o grande projeto da salvação da humanidade, e isso realmente se confirmou pelo Evangelho que escreveu e pelo martírio que sofreu em honra do seu Mestre e Senhor.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

O SILÊNCIO DE DEUS, É O SILÊNCIO QUE FALA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 8,16-18)(20/09/21)


Caríssimos, o mundo em que vivemos se encontra mergulhado num barulho ensurdecedor, e pior ainda, multiplica esse barulho de tal modo que torna insuportável o sossego e a boa convivência; de fato, onde falta o silêncio não se pode ouvir a voz de Deus, mas somente o barulho deste mundo tenebroso que ressoa nas almas que se deixam dominar por ele.


No Evangelho de hoje o Senhor Jesus disse à multidão: “Ninguém acende uma lâmpada para cobri-la com uma vasilha ou coloca-la debaixo da cama; ao contrário, coloca-a no candeeiro, a fim de que todos os que entram vejam a luz. Com efeito, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto; e tudo o que está em segredo deverá tornar-se conhecido e claramente manifesto."


E conclui sua exortação: "Portanto, prestai atenção à maneira como vós ouvis! Pois a quem tem alguma coisa, será dado ainda mais; e àquele que não tem, será tirado até mesmo o que ele pensa ter”. Ou seja, não somos nós que julgamos a nós mesmos e muitos menos aos outros, mas todos sem exceção seremos julgados pelo justo Juiz no último dia. (cf. Hb 9,27).


De certo, as almas que deixam o mundo e o seu barulho, para ouvir o Senhor no silêncio sagrado da oração, passam a viver sob sua inspiração pondo em prática a Sua Divina Vontade que nasce da contrição do coração, do diálogo amoroso e do desejo de santidade com a qual O verá face a face no Reino dos céus.


Portanto, caríssimos, ouçamos com atenção estas palavras de santa Teresa de Calcutá: "Escuta em silêncio. Se o teu coração estiver a transbordar de milhões de coisas, não conseguirás ouvir a voz de Deus. Mas, assim que te puseres à escuta da voz de Deus no teu coração pacificado, ele encher-se-á de Deus. 


Isso exige muitos sacrifícios; mas, se temos realmente o desejo de rezar, se queremos rezar, temos de dar este passo. Este é apenas o primeiro passo, mas, se não o dermos com determinação, nunca alcançaremos a última etapa, a presença de Deus."


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 19 de setembro de 2021

Homilia do XXV DOM do Tempo Comum...


 Homilia do XXV Dom do tempo comum (Mc 9,30-37)(19/09/31)


Caríssimos, quando se busca fazer a própria vontade se cai facilmente na tentação de querer aparecer sempre, de se achar melhor que os outros, de querer os primeiros lugares e ser servidos, de buscar o sucesso custe o que custar; e para atingir os objetivos traçados pouco importa os outros e as suas necessidades. Ora, é essa a realidade com que nos deparamos ao longo da história humana.


Com efeito, esta liturgia de hoje nos ensina que o verdadeiro sentido da vida vai muito além dos objetivos pessoais, pois, o seguimento de nosso Senhor Jesus Cristo requer de nós o abandono dos próprios interesses para nos dedicarmos à salvação de todos, basta olharmos o testemunho dos santos e santas que seguiram o Senhor em todas as vocações.


No Evangelho de hoje enquanto o Senhor Jesus anunciava a sua paixão, morte e ressurreição; os Apóstolos discutiam entre si quem seria o maior no Reino dos céus. Ao que o Senhor respondeu: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!


Em seguida, pegou uma criança, colocou-a no meio deles e, abraçando-a, disse: “Quem acolher em meu nome uma destas crianças, é a mim que estará acolhendo. E quem me acolher, está acolhendo, não a mim, mas àquele que me enviou”. (Mc 9,35-37). Ou seja, precisamos nos despojar do egoísmo, da malícia e de todo o mal, para que inocentes como as crianças, fazermos tudo segundo a vontade de Deus.


Portanto, caríssimos, todos estamos a caminho da eternidade, e não existe outra alternativa para entrarmos no Reino dos céus fora da cruz do Senhor Jesus, bem como Ele nos ensinou: "Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perde-la-á; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, recobra-la-á.


Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai com seus anjos, e então recompensará a cada um segundo suas obras." (Mt 16,24-27).


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 18 de setembro de 2021

A SEMENTE DA PALAVRA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 8,4-15)(18/9/21)


Caríssimos, a didática divina é maravilhosa, porque nos comunica de modo esclarecedor o conteúdo da fé; e ainda que apareça alguma dúvida, logo é esclarecida à medida que vamos nos exercitando no seu conteúdo cujo único objetivo é a nossa salvação eterna, por nos comunicar com exatidão a vontade de Deus, nosso Pai.


Na primeira leitura são Paulo exorta seu discípulo Timóteo a permanecer firme no conteúdo da fé que lhe foi comunicada certo de que a esperança nele gerada alcançará pleno êxito com a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, "bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, o único que possui a imortalidade e que habita numa luz inacessível, que nenhum homem viu, nem pode ver. A ele, honra e poder eterno. Amém."


No Evangelho de hoje o Senhor Jesus usando a didática da parábola do semeador nos ensina onde e como acolher as sementes da Sua Divina Palavra para darmos os frutos da redenção que Ele nos veio trazer; para isto Ele nos apresenta quatro tipos de terrenos: a beira do caminho, o solo pedregoso, o espinheiro, e por fim o solo fecundo. 


E explicando aos Apóstolos o sentido da Parábola disse: "A semente é a Palavra de Deus. Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouviram, mas, depois, vem o diabo e tira a Palavra do coração deles, para que não acreditem e não se salvem. Os que estão sobre a pedra são aqueles que, ouvindo, acolhem a Palavra com alegria. Mas eles não têm raiz: por um momento acreditam; mas na hora da tentação voltam atrás.


Aquilo que caiu entre os espinhos são os que ouvem, mas, com o passar do tempo são sufocados pelas preocupações, pela riqueza e pelos prazeres da vida, e não chegam a amadurecer. E o que caiu em terra boa são aqueles que, ouvindo com um coração bom e generoso, conservam a Palavra, e dão fruto na perseverança."


Portanto, caríssimos, tudo em nosso viver depende das nossas escolhas e decisões, e quando fazemos isso exercitando a fé, cujo único objetivo é a santificação de nossas almas, então, é a Vontade de Deus que se cumpre em nossa vida como num solo fecundo que acolhe a semente da Sua Palavra e dá os frutos esperado pelo divino semeador, nosso Senhor Jesus Cristo.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

A QUEM MUITO AMOU, MUITO SE PERDOOU...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 7,36-50)(16/09/21).

Caríssimos, tudo na vida de quem ama a Deus e ao próximo como a si mesmo, aponta para o céu, pois, quem ama procura sempre fazer a vontade de Deus em todos os sentidos do viver. Ora, sabemos que aqui neste mundo, tudo tem limite menos as virtudes eternas com as quais Deus nos criou para permanecermos em comunhão com Ele, de modo que o nosso testemunho de vida seja verdadeiro.

De fato, atingimos tal estado de alma por meio de um permanente processo de conversão, que consiste na mudança interior em nossa relação com Deus, com o próximo e com toda a criação. Bem como nos ensina são Paulo ao aconselhar Timóteo na primeira leitura: "Caríssimo, ninguém te despreze por seres jovem. Pelo contrário, serve de exemplo para os fiéis, na palavra, na conduta, na caridade, na fé, na pureza." (1Tim 4,12).

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus foi convidado para jantar na casa de um fariseu, porém, não foi recebido devidamente por ele e ainda foi julgado por permitir que uma pecadora pública lavasse seus pés com as lágrimas, os enxugasse com os cabelos, os beijasse e os perfumasse; e por fim o Senhor a perdoou os pecados, porque ela muito amou. 

Ora, essa atitude do Senhor Jesus aos olhos do fariseu e dos seus convidados pareceu muito estranha, por pensarem em seus corações: “Quem é este que até perdoa pecados?” Mas Jesus disse à mulher: “Tua fé te salvou. Vai em paz”. De fato, Deus nos conhece por dentro, por isso, o que importa realmente é o nosso arrependimento acompanhado do desejo de sermos perdoados.

Portanto, caríssimos, alguns detalhes desta liturgia de hoje nos chama a atenção: o primeiro deles consiste em sermos sinceros no nosso encontro com o Senhor; o outro diz respeito à tentação que sofremos de julgar os outros por suas atitudes; e por último não podemos esquecer que Deus sempre nos trata com misericórdia e por isso requer de nós o mesmo tratamento para com os nossos semelhantes.

Destarte, peçamos humildemente ao Senhor Jesus que nos dê a graça de ama-lo de todo coração e amarmos uns aos outros como Ele nos ensinou, desse modo, as nossas ações falarão mais alto que as nossas palavras.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

NOSSA SENHORA DAS DORES...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 19,25-27)(15/09/21)


Caríssimos, a vida que vivemos não é feita somente de alegrias, muitas vezes ela é mesclada de dores, de forma que em certos momentos tais dores são imensas, e pensamos: quem dera que a vida fosse feita somente de alegrias, de paz, harmonia, leveza, e felicidade sem fim.


De fato, se não existisse o pecado não sofreríamos nenhum tormento, todavia, como nos ensinou são Paulo: "Mas, onde abundou o pecado, superabundou a graça." (Rm 5,20b). E é exatamente isso que nos enche de esperança, pois, Deus, nosso Pai, quiz sofrer as nossas dores por Seu Filho, Jesus Cristo e sua santa Mãe, a Virgem dolorosa, para nos dar a felicidade eterna no seu Reino. 


Com efeito, enquanto existírmos neste mundo teremos em Jesus e Maria os modelos perfeitos de como vencer os sofrimentos se entregando totalmente nas mãos de Deus, nosso Pai, que sempre nos consola em meio às aflições deste mundo, como o fez com todos os santos e santas que seguiram o seu Filho Jesus em seu caminho de cruz. 


Desse modo, a fé nos leva a perceber que não existe dor sem alívio, principalmente quando sofremos como inocentes, certos de que o nosso sofrimento é redentor, porque é o Senhor Jesus quem sofre em nós e conosco. À esse respeito escreveu são Paulo: "Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada." (Rm 8,18).


De fato, ao contemplarmos Maria Santíssima junto a cruz de Jesus percebemos quanto as suas dores foram atrozes, por sentir-se impotente diante de tamanha maldade dos seus algozes, no entanto, foi consolada por seu Filho ao receber a missão de gerar a nova humanidade em meio às dores que padeceu junto a Ele na cruz.


Portanto, caríssimos, peçamos à Virgem Mãe dolorosa a consolação em nossas dores, para que o nosso calvário seja para todos que o contemplarem um sinal da ressurreição do seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 14 de setembro de 2021

FESTA DA EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 3,13-17)(14/09/21)


Caríssimos, hoje a Igreja celebra a Festa da Exaltação da Santa Cruz, sinal eterno da nossa libertação e salvação do pecado, da morte e do inferno, como também de todo mal. De modo que, ao traçarmos sobre nós o sinal da cruz, tal gesto significa a nossa pertença a Cristo e a permanente garantia da nossa redenção pelo seu sangue derramado em expiação dos nossos pecados.


Com efeito, Deus poderia escolher um outro meio para nos salvar, no entanto, Ele mesmo quis assumir a nossa miserável condição, menos no pecado, por meio do Seu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo, que padeceu, foi crucificado, morreu e ressuscitou para nos libertar definitivamente e nos acolher no Seu Reino de justiça e paz. Desse modo, nos ensinou que não existe meio mais eficaz pelo qual devamos ser salvos.


De fato, a cruz é o grande mistério do amor de Deus por nós, como Jesus nos ensinou: "Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos." (Jo 15,13). E são Paulo completa: "Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo, e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz." (Fl 2,6-8).


De certo, como entender que Deus infinitamente poderoso se deixou dominar e ser morto numa cruz como se um bandido fosse; de modo que, sem nenhuma reação, entregou-se nas mãos dos pecadores que lhe impuseram os mais terríveis tormentos e morte humilhante? Só o amor explica isso, como Ele mesmo disse no Evangelho de hoje: "Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna." (Jo 4,16).


Portanto, caríssimos, crer no Senhor Jesus, é ama-lo, é segui-lo fielmente sem jamais se lamentar quando passamos por nossos momentos de cruz que são os sofrimentos advindos dos nossos pecados e dos pecados dos outros. Ora, o Senhor Jesus totalmente inocente foi barbaramente crucificado; e nós que somos culpados, o que dizer? Olhemos, então, para a cruz do Senhor porque ela é a nossa única consolação e esperança de vida eterna.


Destarte, rezemos com amor esta belíssima oração em honra da Santa Cruz que nos ensinou são Francisco de Assis: "Nós vos adoramos Santíssimo Senhor Jesus, aqui e em todas as Igrejas que estão no mundo inteiro e vos bendizemos, porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo."


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

SENHOR EU NÃO SOU DIGNO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 7,1-10)(13/09/21).


Caríssimos, na vivência da fé e em nossas orações temos muito a aprender, e isso porque, no mais das vezes, rezamos conforme os nossos desejos, querendo que se faça a nossa vontade. Todavia, precisamos aprender que Deus é Deus e nós somos simples criaturas, e exatamente por isso, é um imenso privilégio encontra-lo e falar com Ele cheios de reverência, como vimos no Evangelho de hoje, isto é, com humildade e confiança inabalável.


Com efeito, a nossa interação com o Senhor Jesus sem dúvida acontece por meio da oração como encontro, isto é, um diálogo amoroso, em que falamos com Ele, mas também o escutamos, e não apenas expondo o que queremos, mas sim, desejando fazer a vontade do Pai como Ele fez.


Muitos dizem: eu rezo tanto e não recebo, porém, não percebem que rezar não é só pedir, mas sim, interagir, dialogar, louvar, agradecer, adorar, ter consciência da infinita grandeza de Deus, e reconhecer que sem Ele nada somos, nada podemos, e que só existimos por causa da Sua Divina Misericórdia. E por isso, precisamos ama-lo de todo o nosso coração, querendo sempre o que Ele quer.


De certo, escutemos o que escreveu são Pedro a esse respeito: "Humilhai-vos, pois, debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele vos exalte no tempo oportuno. Confiai-lhe todas as vossas preocupações, porque ele tem cuidado de vós." (1Pd 5,6-7). Pois, como nos ensinou o Senhor Jesus: "Porque todo aquele que se exaltar será humilhado, e todo aquele que se humilhar será exaltado." (Lc 14,11).


Desse modo, nossas orações são atendidas porque nascem da necessidade de amar a Deus sobre todas as coisas e ser amados por Ele como filhos e filhas. De fato, sem essa postura interior nos pomos diante de Dele como se Ele dependesse de nós; e não nós dependêssemos Dele.


Portanto, caríssimos, rezar é como respirar; pois, assim como a vida natural depende cem por cento do ar que respiramos, de igual modo, a vida sobrenatural depende do ar da graça do Espírito Santo, que vem até nós pelos pulmões de nossa oração; quem não reza, morre de inanição espiritual, porque não encontra Deus, não interage com Ele, não o ama e nem se deixa amar por Ele.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

HOMILIA DO XXIVDOM DO TEMPO COMUM...


 Homilia do XXIVDom do Tempo comum (Mc 8,27-35)(12/09/21)


Caríssimos, por mais segurança que alguém tenha advinda dos bens materiais, isso não é nada, pois, tudo o que é perecível não passa de uma frágil estabilidade que a qualquer momento se esvai. De fato, devido a nossa finitude queremos que tudo esteja sob o nosso controle, porém, como isso não é possível, por conta dos imprevistos deste mundo, tendemos a perder a fé por confiarmos mais em nós mesmos do que em Deus.


No Evangelho de hoje o Senhor Jesus pergunta aos discípulos quem Ele é aos olhos do povo, e aos olhos deles. Só que a resposta do povo não corresponde a quem Ele é; por outro lado, Pedro pleno de fé responde corretamente: “Tu és o Messias”. Ou seja, o Cristo, o enviado do Pai, o Salvador prometido, aquele que devia vir a este mundo.


No entanto, apesar de ter dado a resposta satisfatória, Pedro logo caiu em contradição por repreender o Senhor Jesus assim que revelou os sofrimentos e a morte que padeceria por conta dos anciãos do povo, dos Sumos Sacerdotes e dos doutores da Lei, por não aceitarem a sua mansidão e humildade, isto é, por não corresponder às suas espectativas.


De certo, a resposta do Senhor Jesus a Pedro e aos demais discípulos de todos os tempos, serve de alerta para toda a humanidade: "Então chamou a multidão com seus discípulos e disse: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois, quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la”. (Mc 8,34-35).


Portanto, caríssimos, depois do primeiro pecado este mundo deixou de ser um paraíso para se tornar um campo de batalha espiritual onde definimos o nosso devir, isto é, o nosso vir a ser eterno, todavia, a misericórdia de Deus e o sacrifício do Seu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo, nos dão a vitória sobre todo o mal, contanto que renunciemos à nós mesmos, para fazermos em tudo a Sua Santa Vontade.


Destarte, rezemos esta belíssima oração de santo Agostinho: "Inquieto, ó Senhor, está o nosso coração enquanto não repousar em Ti." E no salmo responsorial digamos com o salmista: "O Senhor libertou minha vida da morte, enxugou de meus olhos o pranto e livrou os meus pés do tropeço. Andarei na presença de Deus, junto a Ele na terra dos vivos." (Sl 114).


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 11 de setembro de 2021

OS FRUTOS REVELAM QUEM SOMOS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,43-49)(11/09/21)


Caríssimos, estamos no tempo das distrações que tenta tirar de nós a atenção das coisas que diz respeito à nossa fé e a Deus, nos afastando da oração, da piedade, da prática da Palavra e das virtudes eternas, levando-nos a perder tempo com tudo o que é fútil e nada aproveitável ao nosso estado de graça, de forma que facilmente caímos no esgotamento espiritual e no desânimo.


No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos ensina a fazer uma leitura desta nossa realidade tecnológica onde o celular tenta tomar todo o nosso tempo como se um deus fosse, por meio, das redes sociais, jogos eletrônicos, sites ideológicos, formadores de opiniões, infueciadores e tantas outras modalidades difícil até de enumerar. De modo que, não se pode pensar a vida hoje sem o famigerado celular com seus apretechos e suas "facilidades". 


Ora, por tudo isso, eis o que diz o Senhor: "O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração. Mas o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, pois sua boca fala do que o coração está cheio. Por que me chamais: ‘Senhor! Senhor!’, mas não fazeis o que eu digo?" (Lc 6,45-46). Ou seja, diante dessas palavras, quem somos?


De fato, pelo o que acabamos de escutar do Senhor, dificilmente encontramos no mundo de hoje aqueles lhe dão tempo, e por isso, os testemunhos autênticos da sua presença são tão escassos, diria até que são raros em comparação com aqueles que buscam agradar ao mundo procurando fama, poder e prazer, ao invés de agradar ao Senhor que nos dá a vida eterna como nos ensinou são Paulo na primeira leitura.


Comentando esse Evangelho disse, o Papa Francisco: "Existem cristãos só de aparência, que se pintam de cristãos e na hora da prova só mostram a maquiagem. Eis a tentação da maquiagem. Não basta dizer "Senhor, eu sou cristão" para o ser verdadeiramente. Ele diz: não é suficiente repetir "Senhor, Senhor!" para entrar no Reino. É preciso cumprir a vontade do Pai e praticar a Palavra. Eis a diferença entre o cristão de vida e o de aparência." (Papa Francisco, 04/12/14).


Portanto, caríssimos, com base no que nos ensinou o Senhor Jesus, são pelos frutos que damos que todos conhecerão que vivemos em comunhão com Ele ou não. De uma coisa fiquemos certos, a fé autêntica revela quem realmente se deixa conduzir pelo Espírito Santo, porque estes dão frutos da vida eterna que o revela.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

AMAI OS VOSSOS INIMIGOS, REZAI POR ELES...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 6,27-38)(09/09/21)


Caríssimos, vivemos num mundo dominado pela violência e pelas fobias, ou seja, num mundo sem paz, porque os pecados da ganância, da corrupção, das ideologias, das seitas e falsas religiões se apossou dos corações e não há como combater isso senão por uma verdadeira conversão e adesão de todo coração ao Senhor Jesus, caso contrário, não há salvação nem paz alguma, porque, como nos ensinou são Paulo, só existe liberdade no coração repleto do Espírito Santo de Deus (cf. 2Cor 3,17).


Sempre que os homens se veem como inimigos deixam de amar e passam a carregar o pecado da inimizade na alma e isso ocupa o espaço que era de Deus nela, desse modo, ao invés de levar o Senhor no mais íntimo do coração, levam o veneno da inimizade e a imagem negativa dos inimigos; ora, isso é um grande perigo para a salvação, pois num coração sem Deus, reina somente a discórdia e a infelicidade que ela gera.


No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos ensina a amar e perdoar os inimigos por meio da oração de intercessão, pois é um remédio espiritual poderoso que liberta quem intercede e a quem se dirige a oração. Desse modo, compreendemos que rezar é amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos; de igual modo, perdoar é amar, porque é Deus quem perdoa por meio de nós.


Com efeito, uma pessoa que ama nunca faz inimigos e mesmo se sofre por algum motivo qualquer inimizade, procura por meio da oração vivenciar o amor fraterno pela gentilizia e humildade com que os trata, amparada pelas palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, que lhe faz tolerar os perseguidores rezando por eles. Por isso, nunca se deixa abater pelos insultos, agressividade ou as injustiças sofridas.


Portanto, caríssimos, sigamos de coração esta exortação de são Paulo: "Irmãos, vós sois amados por Deus, sois os seus santos eleitos. Por isso, revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se um tiver queixa contra o outro. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai vós também." (Col 3,12-13).


Destarte, peçamos ao Senhor Jesus um coração manso e humilde como o seu para nele carregamos somente a vontade do Pai que nos ilumina com a luz do Espírito Santo, e nos faz viver em paz mesmo em meio às tribulações e as tempestades do mar revolto deste mundo.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

O QUE É PERMITIDO NO SÁBADO, FAZER O BEM OU FAZER O MAL?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,6-11)(06/09/21)


Caríssimos, por mais que nos esforçamos ou queiramos que somente o bem aconteça, enquanto aqui estivermos, haverá oposição ao bem que fazemos, mesmo que não nos agrade a mesquinhez dos nossos opositores e suas táticas malvadas; às vezes até mesmo por parte daqueles que dizem acreditar em Jesus e segui-lo.


De fato, a cegueira espiritual consiste em querer impor a própria vontade, mesmo conhecendo a vontade de Deus que é totalmente contrário à de quem assim procede. Com efeito, eis o que disse o Profeta Isaías: "Este povo me honra somente com os lábios; seu coração, porém, está longe de mim. Vão é o culto que me prestam, porque ensinam preceitos que só vêm dos homens".(Is 29,13).


No Evangelho de hoje o Senhor Jesus curou um homem que tinha uma mão seca mesmo enfrentando a ferrenha oposição dos escribas e fariseus que logo tramaram de como tirar-lhe a vida. No entanto, o Senhor pacientemente lhes fala à consciência para despertar-lhes o bom senso e a verdadeira fé: “Eu vos pergunto: O que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal, salvar uma vida ou deixar que se perca?” (Lc 6,9).


De certo, diante das palavras e ações do Senhor Jesus é impossível permanecer neutros ou indiferentes, porque Ele age sempre para o nosso bem e salvação de todos, por isso, requer de nós uma clara decisão e a perseverança no seu seguimento para assim nos mantermos em estado de graça e praticarmos o bem que Dele recebemos.


Portanto, caríssimos, os exemplos bíblicos que nos são dados nos ensinam duas atitudes contrárias e que precisamos escolher uma delas; a primeira trata da falsa compreensão de que Deus está somente no céu e por isso, somos nós que decidimos tudo, esquecendo que Ele está presente realmente no meio de nós (cf. Mt 28,20). A segunda trata da verdadeira adesão a Cristo para assim sermos conduzidos pelo Espírito Santo em todos os sentidos de nossa vida.


Destarte, peçamos ao Senhor Jesus a graça para nunca impormos a Ele a nossa vontade, mas querer sempre o que Ele quer para nós, a fim de que a nossa obediência seja perfeita, para que perfeito seja também o nosso amor.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 5 de setembro de 2021

HOMILIA DO XXIIIDOM DO TEMPO COMUM...

Homilia do XXIIIDom do Tempo Comum (Mc 7,31-37)(05/09/21)


Caríssimos, um coração vazio da presença divina tende a pensar e agir como se Deus não existisse, e como se a vida não tivesse sentido algum, por isso, tende também a julgar tudo e todos com o rigor e a negatividade do próprio vazio, cultivando com isso a indiferença e a incredulidade que o leva à uma profunda angústia e a sucessivas crises existenciais, e por fim, à depressão e ao estado mórbido de alma.


Daí percebemos o quanto precisamos cultivar a fé no nosso relacionamento com Deus, com o próximo e com nós mesmos, pois a fé é a força divina que preenche as nossas almas e nos leva a alcançar todas as graças e bênçãos, para assim amarmos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como nós mesmos. 


De fato, a fé amparada pela oração é o encontro que fazemos com o Senhor na intimidade de nossas almas num diálogo amoroso e numa escuta sincera com o intuito da obediência perfeita. Ora, desse encontro nasce a disciplina e o exercício espiritual que nos leva à prática das virtudes eternas tão necessárias para sermos santos como Deus é Santo.


A liturgia de hoje trata do silêncio do coração no nosso encontro com Deus pela oração. De fato, num mundo tão barulhento como o nosso falar do silêncio interior, mais parece falar sem sermos ouvidos, pois, quem realmente para, nem que seja um instante, para escutar o Senhor? No entanto, o essencial para o bem viver só é possível à medida que escutamos Cristo como aquele que preenche totalmente a nossa vida.


No Evangelho de hoje o Senhor Jesus realiza a cura de um surdo mudo, nos ensinando que precisamos ser curados da surdez do coração e da mudez das santas palavras, visto que nesse nosso mundo tecnológico, escuta-se pouco ou quase nada a verdade por Ele anunciada; ao contrário, divulga-se muito com palavras e imagens as mentiras que o inimigo sugere as quais chamamos de Fake News.


Portanto, caríssimos, no nosso encontro com o Senhor Jesus, por meio da oração, da meditação da Palavra e da Eucaristia, precisamos realmente aprender a ouvi-lo mais, falar menos e pormos em prática as suas divinas inspirações que nos transforma em pessoas serenas, portadoras da verdade por Ele anunciada que pode salvar todas as almas que o escutarem pelo o nosso testemunho.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.
 

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

JESUS E A PRÁTICA PENITENCIAL...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 5,33-39)(03/09/21)


Caríssimos, a nossa vida é cheia de oportunidades para vivenciarmos a caridade de Cristo sempre que nos deixamos conduzir por Ele, e isso não é somente uma regra de conduta, mas também um exercício espiritual que faz bem às nossas almas, porque são sinais da presença do Senhor em todo o nosso modo de ser e estar no mundo. Aliás, o nosso viver de cada dia, é um reflexo do nosso viver eterno. 


De fato, de nada adiante professar a fé sendo intransigente e inoportuno, querendo impo-la aos outros, pois, como nos ensinou o Senhor: "Ninguém tira retalho de roupa nova para fazer remendo em roupa velha; senão vai rasgar a roupa nova, e o retalho novo não combinará com a roupa velha." (Lc 5,36). Ou seja, os exemplos falam mais alto do que as palavras. 


De certo, quem não se exercita na prática do amor fraterno, por meio das obras de misericórdia, de cordialidade e gentileza para com os demais, torna-se intransigente, cheio preconceitos advindos dos falsos juízos, ocupando-se mais com o proceder alheio do que em dar bons exemplos à serem seguidos; de modo que, podem até fazer exercícios penitenciais como jejuns e longas orações, mas ficam sem frutos, por falta de caridade, e do amor fraterno.


São João Cassiano, fundador do Mosteiro de Marselha, narrou uma experiência que teve ao visitar os monges da Palestina: "Tínhamos deixado a Síria e aproximávamo-nos da província do Egito, desejosos de aprender os princípios dos monges antigos, espantados com a grande cordialidade com que éramos recebidos. Contrariamente ao que nos tinham ensinado nos mosteiros da Palestina, ali não se observava a regra de se esperar o momento fixado para as refeições, mas, exceto à quarta e à sexta-feira, onde quer que fôssemos, quebravam o jejum.


Um dos anciãos a quem perguntámos porque era que, entre eles, se omitiam frequentemente os jejuns quotidianos, respondeu-nos: «O jejum está sempre comigo, mas a vós, de quem vou despedir-me em breve, não poderei guardar-vos sempre comigo. E o jejum, embora útil e necessário, é um presente voluntário, ao passo que as obras de caridade são uma exigência absoluta do preceito. 


É por isso que, acolhendo em vós a Cristo, eu restabeleço os alimentos; depois de me ter despedido de vós, poderei compensar em mim, através de um jejum mais estrito, a cortesia que tive convosco em atenção a Cristo. Na verdade, os companheiros do noivo não podem jejuar enquanto o noivo está com eles; fá-lo-ão quando ele partir».


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

A PESCA MILAGROSA...

 


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA
(Lc 5,1-11)(02/09/21)

Caríssimos, por nós mesmos somos pó, cinza e nada mais; todavia, digamos a exemplo de são Paulo: "Sei viver na penúria, e sei também viver na abundância. Estou acostumado a todas as vicissitudes: a ter fartura e a passar fome, a ter abundância e a padecer necessidade. Tudo posso naquele que me conforta." (Fil 4,12-13).

Com efeito, na primeira leitura são Paulo em muito nos anima com a seguinte exortação: "Com alegria, dai graças ao Pai, que vos tornou capazes de participar da luz, que é a herança dos santos. Ele nos libertou do poder das trevas e nos recebeu no reino de seu Filho amado, por quem temos a redenção, o perdão dos pecados." (Col 1,12-14).

De fato, essas palavras nos enchem de esperança, nós que vivemos na região da morte; elas nos dão a certeza que fomos criados para a vida eterna, não obstante todos as nossas misérias. De certo, cabe a nós nunca desanimar mesmo quando nos sentimos impotentes diante das tentações e adversidades, pois, Deus é fiel e jamais nos abandona, porque sabe que sem Ele nada podemos.

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus dá uma simples demonstração do seu infinito poder por meio da pesca milagrosa de tal forma que Pedro profundamente espantado, "atirou-se aos pés de Jesus, dizendo: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!” Em resposta Jesus lhe disse: “Não tenhas medo! De hoje em diante tu serás pescador de homens”.

Portanto, caríssimos, fiquemos atentos, porque Deus age sempre por sua Divina Providência, nos dando as graças necessárias para empreendermos uma vida de penitência e conversão em busca da santidade que Ele nos concede quando temos a mesma atitude dos discípulos que deixaram tudo, isto é, os próprios interesses, para, a convite do Senhor Jesus, serem pescadores de homens.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

A PRESENÇA LIBERTADORA DE JESUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 4,38-44)(01/09/21)


Caríssimos, a fé é o dom do Espírito Santo que nos faz experimentar as graças que Deus nos prodigaliza sempre que o buscamos para que se realize somente a Sua Santa Vontade em todo o nosso viver, e isso se dá mediante o nosso encontro com o Senhor Jesus, como vemos nesta liturgia de hoje. 


De fato, alguns detalhes nos chamam atenção já na primeira leitura na qual são Paulo diz aos Colosensses: "Damos graças a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, sempre rezando por vós, pois ouvimos acerca da vossa fé em Cristo Jesus e do amor que mostrais para com todos os santos, animados pela esperança na posse do céu." (Col 1,3-5).


Em outras palavras, Paulo e Timóteo intercedem pelos Colosensses para que cresçam ainda mais na fé, no amor fraterno e na esperança do céu, pois, estes são os motivos que os levam à perseverança na prática do bem que vem de Deus e que os faz viver na sua presença em santidade e justiça como convém aos que seguem nosso Senhor Jesus Cristo.


No Evangelho de hoje o Senhor Jesus, pela intercessão dos Apóstolos, cura a sogra de Pedro, que logo se põe a servi-los, nos mostrando que o sentido da presença libertadora de Jesus é o serviço a todos por amor a Ele, bem como nos ensinou: "Porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em redenção por muitos." (Mc 10,45).


Em seguida, narra o evangelista: "Ao pôr do sol, todos os que tinham doentes atingidos por diversos males, os levaram a Jesus. Jesus punha as mãos em cada um deles e os curava. De muitas pessoas também saíam demônios, gritando: “Tu és o Filho de Deus”. Jesus os ameaçava, e não os deixava falar, porque sabiam que ele era o Messias."


Portanto, caríssimos, a presença do Senhor Jesus é tão maravilhosa que arrebatava os corações, como o fez com aquele povo que o esperou a noite toda para te-lo com eles: "Ao raiar do dia, Jesus saiu e foi para um lugar deserto. As multidões o procuravam e, indo até ele, tentavam impedi-lo de as deixar." Que assim também seja o desejo do nosso coração, ter sempre o Senhor Jesus conosco.


Paz e Bem!


Frei Fernando Maria OFMConv.

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