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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

SENHOR QUE A MINHA ORAÇÃO SEJA SEMPRE CONFORME A TUA VONTADE...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 20,17-28)(28/02/24) 

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1. Caríssimos, um coração unido a Deus é um coração todo de Deus. Pois, somos consagrados ao Senhor pelo santo batismo para vivermos em comunhão de amor com Ele e entre nós, seus filhos e filhas. 
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2. Todavia, vivemos ainda neste vale de lágrimas à caminho da vida eterna, e aqui convivemos diariamente com todo tipo tentações e perseguições por conta de fé que professamos. Tal como vimos na primeira leitura, em que o Profeta Jeremias sofre perseguição por ser fiel à Palavra de Deus e à missão profética que o Senhor lhe confiou.
3. O Evangelho de hoje nos apresenta dois episódios que nos leva, nesta quaresma, à uma profunda reflexão. O primeiro, é o anúncio da paixão, morte e ressurreição do Senhor. Esse anúncio nos aponta para a cruz como caminho a ser percorrido por todos os discípulos de Cristo. 
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4. O segundo episódio, trata especificamente da oração em meio aos interesses pessoais, onde a mãe de Tiago e João, pede a Jesus os primeiros lugares no Reino dos Céus para os seus filhos. 
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5. A resposta de Jesus nos leva a compreender que, quando a oração não é uma expressão do plano salvífico de Deus para a nossa salvação, ela não passa de interesse pessoal sem nenhum sentido de ser, por isso, disse o Senhor: "Não sabeis o que estais pedindo. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber?” (Mt 20,22).
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6. Portanto, caríssimos, estamos saindo do "Egito" deste mundo, a caminho da terra prometida, o Reino dos Céus, por isso, precisamos ficar atentos ao que o Senhor Jesus nos ensina: "O discípulo não é mais que o mestre, o servidor não é mais que o patrão. Basta ao discípulo ser tratado como seu mestre, e ao servidor como seu patrão." (Mt 10, 24-25a).
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7. Em outras palavras, precisamos beber com o Senhor Jesus o cálice amargo da sua paixão e morte, para vivermos a verdadeira condição de sermos seus fiéis seguidores. De fato, a cruz não é fácil, mas é o perfeito caminho para se chegar ao céu, basta carregar-la com o Senhor e ela torna-se-a leve, e o seu tempo breve.
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8. Comentando esse Evangelho disse o Papa Bento XVI: "O pedido de Tiago e João e a indignação dos "outros dez" Apóstolos levantam uma questão central à qual Jesus quer responder: quem é grande, quem é o "primeiro" para Deus? Em primeiro lugar, o olhar dirige-se para o comportamento que "aqueles que são considerados os chefes das nações" correm o risco de adotar: "dominar e oprimir". Jesus indica aos discípulos um caminho completamente diferente: "Entre vós, porém, não é assim". 
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9. A sua comunidade segue uma outra regra, uma outra lógica, um outro modelo: "Quem quiser ser grande entre vós será vosso servo, e quem quiser ser o primeiro entre vós será escravo de todos". O critério de grandeza e de primazia, segundo Deus, não é o domínio, mas o serviço; a diaconia é a lei fundamental do discípulo e da comunidade cristã, e deixa entrever algo do "senhorio de Deus". 

10. E Jesus indica também o ponto de referência: o Filho do Homem, que veio para servir; ou seja, sintetiza a sua missão sob a categoria do serviço, entendido não no sentido genérico, mas no sentido concreto da Cruz, do dom total da vida como "resgate", como redenção para muitos, e indica-o como condição para o seguimento. 
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11. É uma mensagem que vale para os Apóstolos, vale para toda a Igreja, vale especialmente para aqueles que têm tarefas de direção no Povo de Deus. Não é a lógica do domínio, do poder segundo critérios humanos, mas a lógica do abaixar-se para lavar os pés, a lógica do serviço, a lógica da Cruz que subjaz a todo o exercício da autoridade. Em cada época, a Igreja está empenhada em conformar-se a esta lógica e em testemunhá-la para fazer brilhar o verdadeiro "senhorio de Deus", o do amor."
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Paz e Bem! 
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

O CUIDADO PARA NOS MANTER EM ESTADO DE GRAÇA...

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 23,1-12)(27/02/24). 
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1. Caríssimos irmãos e irmãs, estamos no tempo forte da Quaresma; isto significa dizer que estamos no deserto da vida, lugar onde aparentemente falta quase tudo; mas, por buscarmos o socorro do Senhor, Ele por sua divina providência não nos deixa faltar nada. 
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2. Decerto, para nós que praticamos os exercícios quaresmais, o deserto é o lugar da resistência e do enfrentamento; mas também da renúncia de si mesmo e da escuta atenta do Senhor em conformidade com o seu plano de amor, para que se cumpra em nosso viver somente a sua santa vontade. 
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3. Ora, o que seria da nossa fé se Deus não nos falasse? O que seria de nossa vida se Ele não nos corrigisse quando falhamos? Como poderíamos viver se Ele não nos defendesse das insídias do inimigo? O que seria do nosso futuro se perdêssemos a esperança da vida eterna? 
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4. De fato, na primeira leitura, o Profeta Isaías expõe os terríveis pecados daquele povo e como essa prática o estava levando para o abismo da morte. Tadavia, o exorta ao arrependimento, pois, não basta a aparente prática da fé, mas sim, a verdadeira conversão, que consiste num coração contrito e humilhado, vivendo em obediência os santos mandamentos da lei de Deus. 
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5. Por isso, escutemos o Salmista de hoje, porque a Palavra não deve ser apenas lida, mas sim escutada para que fique gravada em nosso coração: "Como ousas repetir os meus preceitos e trazer minha Aliança em tua boca? Tu que odiaste minhas leis e meus conselhos e deste as costas às palavras dos meus lábios! 
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6. Diante disso que fizeste, eu calarei? Acaso pensas que eu sou igual a ti? É disso que te acuso e repreendo e manifesto essas coisas aos teus olhos. Quem me oferece um sacrifício de louvor, este sim é que me honra de verdade. A todo homem que procede retamente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus."
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7. Portanto, caríssimos, que o Senhor Jesus nos livre de toda superficialidade na prática da fé, que Ele nos dê um coração que o ame de verdade, para sermos conduzidos pelo Espírito Santo, presente sempre em todas as Suas Palavras. 
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8. No Evangelho de hoje vimos que a incoerência, é o resultado do engôdo, do artifício com o qual o espírito do mal seduz àqueles que o seguem, por isso, fujamos sempre de suas astúcias, por meio da oração, da penitência e da verdadeira conversão.
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9. [Santa Catarina ouviu Deus dizer-lhe:] "Pedes-Me para Me conhecer e Me amar, a Mim, que sou a Verdade suprema. Eis a via para quem quer chegar a conhecer-Me plenamente e apreciar-Me, a Mim, que sou a Verdade eterna: não saias nunca do conhecimento de ti e, abaixada no vale da humildade, em ti mesma Me conhecerás. 
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10. E neste conhecimento irás buscar tudo o que te falta, tudo o que te é necessário. Nenhuma virtude tem vida em si própria, se a não tira da caridade; ora, a humildade é a senhora e a governanta da caridade. No conhecimento de ti mesma, tornar-te-ás humilde, pois verás que nada és por ti e que o teu ser vem de Mim, uma vez que Eu vos amei antes mesmo de terdes existido. 
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11. Foi devido a este amor inefável que tenho por vós que, querendo recriar-vos pela graça, vos lavei e recriei no sangue derramado pelo meu Filho único com tão grande fogo de amor. Só este sangue dá a conhecer a verdade àquele que tiver dissipado a nuvem do amor-próprio através do conhecimento de si."
(Santa Catarina de Sena, doutora da Igreja, copadroeira da Europa - Diálogos, cap. 4). 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
 

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Não julgueis...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,36-38)(26/02/24). 

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1. Caríssimos, no Evangelho de hoje disse o Senhor Jesus: “Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados." (Lc 6,36-37). De fato, todos somos pecadores, somos réus e não juízes. Por isso, o não julgar é sumamente necessário para permanecermos em comunhão com o Senhor e entre nós.
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2. O reconhecimento dos nossos pecados e a confissão sincera das nossas culpas é o meio mais eficaz de experimentarmos a misericórdia divina; ela é o remédio espiritual que cura as nossas almas feridas pelos pecados que cometemos; ora, como seria bom se nunca pecássemos.
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3. Todavia, um coração verdadeiramente arrependido não quer mais pecar, porque conhece bem o que é o pecado e o seu resultado nefasto, sabe que ele é a arma que o maligno usa contra nós mesmos e contra aqueles que julgamos.
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4. Na liturgia de hoje, o Profeta Daniel pede perdão a Deus não só por si mesmo, mas também por aqueles que ofenderam o Senhor. Pois todo pecado é uma ofensa contra Deus, é uma terrível falta de amor a Ele, mesmo que não tenhamos plena consciência disso. 
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5. Uma alma que vive em estado de pecado mortal, perde de imediato o estado de graça, se afasta de Deus, e é atormentada pela própria culpa, pois seu pior castigo é o pecado que praticou, porque quem vive no pecado deixa de amar a Deus, para se tornar uma presa fácil do maligno.
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6. Com efeito, o Sacramento da Penitência é a fonte de água viva no deserto desta vida onde bebemos da misericórdia divina que sacia a nossa sede de amor e de paz. Ora, essa graça acontece pelo arrependimento sincero, a confissão das culpas, o perdão sacramental, a satisfação penitencial e o propósito de não mais pecar. 
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7. Decerto, são esses meios que nos liberta do severo jugo do inimigo. Pois o Senhor, por sua divina misericórdia, perdoa as nossas transgressões e cura o nosso coração, libertando-nos das influências malignas; nos abrindo os tesouros inesgotáveis de suas graças para a santificação de nossas almas. 
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8. Eis as armas espirituais, para evitarmos as tentações e o pecado: nunca dialogar com os maus pensamentos que são sempre contra Deus, contra o próximo e contra nós mesmos; rezar sempre com o coração, isto é, com a consciência cientes de que encontramos o Senhor e dialogamos com Ele. Mas, é preciso fazer silêncio nos pensamentos para ouvir o que Ele nos diz e pôr em prática.
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8. Portanto, caríssimos, mantenhamo-nos sempre em estado de graça, participando frequentemente da Santa Missa, comungando o Corpo e o Sangue do Senhor; escutando a sua Palavra e pedindo que Ele a grave no nosso coração para não esquecermos, pois é a regra da vida eterna.
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9. Por fim, peçamos a graça de praticar as obras de misericórdia ou caridade que apaga uma multidão de pecados, (cf. 1Pd 4,8) são elas: rezar pelos vivos e pelos mortos, dar sempre bons conselhos, consolar os aflitos; ajudar os necessitados, visitar os doentes, etc.
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10. Destarte, usemos essas armas espirituais na luta contra as tentações, com a convicção de que dependemos cem por cento da graça de Deus, para vencermos todas as batalhas travadas. Peçamos à São Miguel Arcanjo, Príncipe da Milícia Celeste, que vá à nossa frente para nos defender das insídias do inimigo de nossas almas.
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11. Oremos: "São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, sede nosso refúgio contra a maldade e as ciladas do demônio! Ordene-lhe Deus, instantemente o suplicamos, e vós, príncipe da milícia celeste, pela virtude divina, precipitai no inferno satanás e todos os espíritos malignos que andam pelo mundo para perder as almas. Amém." Assim seja!
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

A RECONCILIAÇÃO É O MEIO MAIS EFICAZ PARA SE VIVER EM PAZ...

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 5,20-26)(23/02/24)
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1. Caríssimos, existem dois caminhos que os seres humanos podem trilhar neste mundo; seguir por um deles depende das escolhas e decisões que tomamos. No Antigo Testamento Moisés elertou o povo escolhido sobre isso: "Tomo hoje por testemunhas o céu e a terra contra vós: ponho diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição. 
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2. Escolhe, pois, a vida, para que vivas com a tua posteridade, amando o Senhor, teu Deus, obedecendo à sua voz e permanecendo unido a ele." (Dt 30,19-20a). De fato, não existe liberdade em nós enquanto não formos fiéis à liberdade que Deus nos dá no seguimento do seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo.
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3. Com efeito, a liturgia de hoje trata especificamente da conduta dos homens entre si e diante do Senhor; e a reconciliação é fundamental para manter a paz, a comunhão fraterna e a unidade que torna possível o nosso culto a Deus, caso contrário, não podemos agrada-lo.
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4. Decerto, pelo que estamos vendo, infelizmente, grande parte da humanidade continua escolhendo o caminho da desobediência que leva à morte e à perdição eterna. No entanto, ainda é tempo de conversão, de recomeçar andando nos caminhos do Senhor que por seu infinito amor nos perdoa e nos salva. 
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5. Com efeito, depois do pecado dos nossos primeiros pais, a humanidade conheceu o quanto é triste e doloroso viver sem comungar com a vontade de Deus, como o constatamos atualmente; pois, o pecado nada mais é do isto, perder a graça santificante que nos leva à perfeita comunhão com o Senhor. 
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6. Todavia, como vimos na primeira leitura desta liturgia, o Profeta Ezequiel nos mostra que mediante o arrependimento dos pecados praticados é possível voltar o Senhor e usufruir da sua divina misericórdia e do seu amor, pois Ele nos perdoa sempre. 
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7. No Evangelho de hoje, Jesus nos ensina que o nosso estado de graça depende sempre do amor com que amamos a Deus e ao próximo como a nós mesmos, pois, a prática dos mandamentos e de seus ensinamentos não pode ser comparada com a prática farisáica, ou seja, uma prática meramente externa, que julga, critica e condena os outros.
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8. Portanto, caríssimos, a regra de ouro da nossa fé para o relacionamento com Deus e entre nós, é esta: "Em verdade eu vos digo: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes." (Mt 25,40).
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9. Amados irmãos e amadas irmãs, cem por cento do nosso relacionamento com o próximo depende cem por cento do nosso relacionamento com Deus. Sem isso nos sentimos como que perdidos; decerto, ou nos deixamos mover por essa graça obtida na intimidade da oração; ou seremos causa de desentendimentos, falta de misericórdia e perdão.
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10. Comentando o Evangelho de hoje, escreveu o Card. Ângelo Comastri: "Jesus diz: "Se alguém pretende aproximar-se de Deus com ressentimento, rancor, e malícia contra um irmão, saiba que não encontrará Deus disponível para o encontro. Em Deus, de fato, não pode existir nenhuma forma de ódio e, por isso, quem cultiva o ódio exclui-se da comunhão com Ele. 

11. Quem de nós já se deu conta de que toda "comunhão" com Cristo deve ser sempre acompanhada de uma comunhão também com o próximo? Recordemos sempre esta verdade que é a pedra angular do cristianismo: o nosso amor ao Senhor será medido na mesma medida do nosso amor ao próximo. Não nos esqueçamos disso!"
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
 

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

TU ÉS PEDRO...


 Sol. Da Cátedra de São Pedro (Mt 16,13-19)(22/02/24)

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1. Caríssimos, a nossa vida neste mundo é uma missão que nos foi confiada por Deus; e como tudo aqui está submetido ao tempo, desde já Ele nos dá a conhecer, por meio da morte temporal, o limite dessa nossa missão; assim, o nosso testemunho de Cristo é também nossa preparação para o grande dia da nossa Páscoa eterna.
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2. A Igreja hoje celebra a festa da cátedra de São Pedro que se traduz pelo testemunho que deu do Filho de Deus ao reconhece-lo como o Cristo, o enviado do Pai para a salvação do seu povo e de toda humanidade. 
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3. Decerto, esse reconhecimento é sinal da unidade da Igreja, confirmada pela autoridade recebida do Senhor: "Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vence-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”. (Mt 16,18-19).
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4. Santo Agostinho referindo-se à essa graça recebida por Pedro, escreveu: "Este nome de Pedro foi-lhe dado porque ele foi o primeiro a assentar entre as nações os fundamentos da fé e porque ele é o rochedo indestrutível sobre o qual repousam os alicerces e o conjunto do edifício de Jesus Cristo. Ele chamou-se pedra pela sua fidelidade, enquanto o Senhor recebe esse mesmo nome pelo seu poder."
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5. Com isso entendemos que essa autoridade petrina dada por Cristo continua na pessoa do atual sucessor de Pedro, o santo Padre, o Papa Francisco, pois nenhum criatura jamais poderá anular a Palavra do Senhor, como Ele mesmo disse: "O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão." (Mt 24,35).
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6. O Santo Padre, o Papa Pio XII, assim se refere à missão de Pedro: "Olhai para o púlpito de onde o primeiro papa se dirigiu aos primeiros cristãos, como eu me dirijo a vós neste momento: foi aqui que os exortou a estarem vigilantes contra o demônio, que, como um leão que ruge, ronda à nossa volta, procurando a quem devorar (cf 1Ped 5,8-9); foi aqui que os exortou a permanecerem firmes na fé, para não se deixarem levar pelos erros dos falsos profetas (cf 2Ped 2,1; 3,17). 
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7. Estes ensinamentos de Pedro continuam nos seus sucessores e continuarão, inalterados, ao longo dos séculos, porque esta é a missão que o próprio Cristo confiou ao chefe da Igreja.
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8. Os sucessores de Pedro, mortais como todos os homens, também passam. Mas o primado de Pedro perdurará sempre, graças à assistência especial que lhe foi prometida quando Jesus lhe confiou a tarefa de confirmar os seus irmãos na fé (cf. Lc 22,32). 
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9. Seja qual for o nome, o rosto, as origens humanas de cada papa, é sempre Pedro que vive nele, é Pedro que dirige e governa, é Pedro sobretudo que ensina e difunde no mundo a luz da verdade libertadora. 
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10. Isto levou um grande orador sagrado a dizer que Deus tinha estabelecido um púlpito eterno em Roma: «Pedro viverá nos seus sucessores; Pedro falará sempre do seu púlpito» (Bossuet, Sermão sobre a unidade da Igreja, 1). Venerável Pio XII (1876-1958), papa - Audiência de 17/01/1940).
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11. Destarte, a Igreja é a parte visível do Reino de Deus neste mundo e Pedro foi escolhido por Cristo para confirmar isso. Nela estão contidos todos os tesouros e todos os alicerces da fé: a Palavra de Deus; a assistência permanente do Espírito Santo; a Tradição e o Magistério; a Cátedra de Pedro, Vigário de Cristo; os Sacramentos da salvação universal; e o Testemunho fiel de todos os santos e santas que serviram ao Senhor neste mundo. Amém! Assim seja!
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

O SINAL DE JONAS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 11,29-32)(21/02/24)

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1. Caríssimos, vivemos em meio às fragilidades humanas, acossados por todos os lados pelas mais terríveis tentações e também pelo resultado delas que são os pecados que a cada dia são multiplicados como acontecia entre os habitantes de Nínive. 
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2. Todavia, nem tudo está perdido precisamos confiar na Misericórdia Divina do mesmo modo que os Ninivitas acreditaram quando ouviram a pregação do Profeta Jonas. "Os ninivitas acreditaram em Deus; aceitaram fazer jejum, e vestiram sacos, desde o superior ao inferior." (Jn 3,5).
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3. No Evangelho que hoje constatamos algo mais que estarrecedor, pois, depois de tantos sinais que o Senhor Jesus fez como o Messias enviado por Deus Pai; e o exemplo disso foram as curas de inúmeras enfermidades; expulsão de demônios; ressuscitação de mortos e tantos outros sinais profetizados, indicando quem Ele era, e mesmo assim não acreditaram Nele. 
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4. Por isso, o Senhor lhes disse: "Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração." (Lc 11,29-31).
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5. Decerto, enquanto Jonas pregava para que os ninivitas se convertessem e fossem salvos e assim acreditaram e se cumpriu; Jesus é a própria salvação e tudo Nele indica isso, mas eles não acreditaram o rejeitaram e o condenaram ao pior dos suplícios, a terrível morte de cruz.
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6. Portanto, caríssimos, "Já que o mundo, com a sua sabedoria, não reconheceu a Deus na sabedoria divina, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura de sua mensagem. Os judeus pedem milagres, os gregos reclamam a sabedoria; mas nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos; mas, para os eleitos - quer judeus quer gregos -, força de Deus e sabedoria de Deus." (1Cor 1,21-24).
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7. Destarte, podemos até não compreender o porquê do sofrimento atroz que ora padecemos, e o porquê de tantas tentações e pecados; mas de uma coisa fiquemos certos ao olharmos para o exemplo de Cristo crucificado; é Ele quem sofre conosco para nos tirar definitivamente de todos os sofrimentos que neste mundo padecemos.
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8. Decerto, foi para isso que Ele nos deu o dom da fé ao dizer: "Tudo é possível ao que crer." (Mc 9,23). De fato, na Palavra redentora do Senhor, tudo é tudo, ou seja, tudo se cumpre tal qual Ele afirma, como profetizou Isaías: 

9. "Tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não volvem sem ter regado a terra, sem a ter fecundado, e feito germinar as plantas, sem dar o grão a semear e o pão a comer, assim acontece à palavra que minha boca profere: não volta sem ter produzido seu efeito, sem ter executado minha vontade e cumprido sua missão." (Is 55,10-11). 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

E NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 6,7-15)(20/02/24)

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1. Amados irmãos e amadas irmãs, a oração do Pai nosso é a oração perfeita e essencial para o nosso crescimento espiritual quando a pomos em prática; ela é o itinerário espiritual da alma em ascensão para viver em permanente comunhão com nosso Pai celestial.
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2. Ensinada por Jesus aos Apóstolos e à toda humanidade; é a oração que nos leva ao mais íntimo de nós mesmos para vivermos a nossa filiação divina e correspondermos em tudo à vontade do Pai, na intimidade das nossas almas.
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3. A primeira graça dessa oração é rezamos como filhos que convivem com Deus Pai numa profunda atitude de amor e devoção, isto é, acolhendo sua paternidade divina na certeza de que Ele nos escuta e nos responde não obstante a nossa humildade condição. 
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4. A segunda graça que recebemos do Senhor, é reconhecer-la como a oração da comunhão fraterna, porque por ela perdoamos as faltas daqueles que nos ofendem, pois, perdoar é amar e ser amados por Deus, para sermos livres do ódio, da mágoa, do ressentimento e do desejo de vingança.
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5. Por fim, é a oração que nos dá a certeza da proteção divina quando somos tentados, como nos ensinou o Senhor Jesus: "E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal." De fato, não existe espaço para o maligno em nosso coração, ao implorarmos por essa oração que o nosso Pai do céu nos ampare e nos proteja.
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6. Decerto, quem reza com a reta intenção de encontrar Deus em sua oração, procura fazer silêncio de todos os pensamentos fora desse encontro, para dar ao Senhor o espaço que é somente dele em nossas almas, certos de que precisamos mais ouvi-lo do que falar, uma vez que Ele nos conhece totalmente, porque é o autor de nossa vida. 
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7. Todavia, ao apresentar-lhe o que precisamos, o fazemos para gozar da sua intimidade paternal e permanecer na sua presença, para nos sentirmos amados, acolhidos, escutados em nossas necessidades e propósitos, pois, como nos ensina Santa Teresa D'vila: "Quem a Deus tem nada lhe falta, pois, só Deus basta."
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8. São Lucas, como introdução de uma parábola de Jesus sobre a perseverança na oração, escreveu: "Propôs-lhes Jesus uma parábola para mostrar que é necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo." (Lc 18,1). Com isso, compreendemos que a oração é a graça de todo momento, é o poder de Deus que nos liberta.
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9. Também compreendemos que a oração é o dom do Espírito Santo mais praticado de todos os tempos, como nos ensina São Paulo: "Outrossim, o Espírito vem em auxílio à nossa fraqueza; porque não sabemos o que devemos pedir, nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis. 
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10. E aquele que perscruta os corações sabe o que deseja o Espírito, o qual intercede pelos santos, segundo Deus." (Rm 8,26-27). Ou seja, por sermos batizados recebemos a graça de nos tornamos habitação divina, morada permanente do Espírito Santo, contanto que sejamos fiéis até o fim. 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

A CARIDADE É A CHAVE QUE ABRE AS PORTAS DO CÉU...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 25,31-46)(19/02/24)

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1. Caríssimos, a santidade não é um privilégio de poucos, mas um dom de Deus para todos os seus filhos e filhas, pois o Senhor nos criou com todas as virtudes eternas para sermos santos como Ele é Santo; bem como vemos na primeira leitura: "Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo."
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2. São Paulo escrevendo aos Efésios, disse: "Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos muito amados. Progredi na caridade, segundo o exemplo de Cristo, que nos amou e por nós se entregou a Deus como oferenda e sacrifício de agradável odor." (Ef 5,1-2).
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3. Com efeito, as obras de misericórdia ou caridade são ações que o Senhor prepara para que as pratiquemos, todavia, elas não acontecem isoladamente, mas em comunidade porque formamos o seu Corpo Místico, a Igreja, da qual Ele é a cabeça e nós somos os membros. 
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5. São Paulo se referindo a isso disse: "Temos dons diferentes, conforme a graça que nos foi conferida. Quem tem o dom de ensinar, que ensine; o dom de exortar, que exorte; aquele que distribui as esmolas, faça-o com simplicidade; aquele que preside, presida com zelo; aquele que exerce a misericórdia, que o faça com afabilidade." (Rm 12,6-8).
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6. Ora, tudo isso é possível pelas graças que nos são concedidas para que se realize a vontade de Deus por meio de sua Divina Providência, por isso, prestemos atenção nesta exortação: "Acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição. 
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7. Triunfe em vossos corações a paz de Cristo, para a qual fostes chamados a fim de formar um único corpo. E sede agradecidos. Tudo o que fizerdes, fazei-o de bom coração, como para o Senhor e não para os homens, certos de que recebereis, como recompensa, a herança das mãos do Senhor. Servi a Cristo, Senhor." (Col 3,15.23-24).
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8. Portanto, caríssimos, a obra da redenção humana é obra Divina; quanto à nós, somos servos sempre disponíveis para servir ao Senhor nos mais diversos ministérios que Ele dispõe nas nossas comunidades paroquiais para cumprirmos a nossa missão junto àqueles à quem Ele nos envia.
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9. Comentando o Evangelho de hoje, disse o Cardeal Ângelo Comastri: "Jesus, sem sombra de dúvida e sem espaço para reticências, afirma claramente que o último exame será um exame de caridade. Perguntar-nos-á o que fizemos, na nossa vida e por meio da nossa vida, com o Fogo que Ele acendeu aqui em baixo, o dom do Espírito Santo. 
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10. Então não basta "pensar bem" para estar bem diante de Deus: Ele perguntar-nos-á o bem que fizemos ao próximo, porque "nem todo aquele que me diz: "Senhor, Senhor", entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus" (Mt 7,21). 
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11. Ele não nos perguntará o que prometemos (as promessas são muitas!), mas o que cumprimos; não nos perguntará sobre a fé, mas sobre as obras, porque "a fé sem obras é morta" (Tg 2,17). 
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12. De fato, não só devemos conhecer Jesus para nos salvarmos, mas devemos "reconhece-lo": reconhece-lo na nossa família, na nossa comunidade, no nosso ambiente de trabalho, nos sofredores e nos pobres que passam por nós, invocando o amor antes da esmola."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 18 de fevereiro de 2024

TRÊS PONTOS ESSENCIAIS PARA NOS ATERMOS SEGUROS NA LUTA CONTRA AS TENTAÇÕES


 Homilia do 1°Dom da Quaresma (Mc 1,12-15)(18/02/24)

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1. Caríssimos, meditemos neste primeiro domingo da Quaresma três pontos essenciais para nos atermos seguros no caminho da perfeição eterna pelo qual o Senhor Jesus nos conduz por seu exemplo de vida e por suas graças. 
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2. O primeiro deles é a maturidade da fé, que indubitavelmente passa pelo deserto, que significa o sacrifício de vencer-se à si mesmo, representado pelo jejum e penitência. Ou seja, a mortificação tem como fundamento o entregar-se totalmente nas mãos de Deus, na certeza que jamais seremos abandonados.
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3. O segundo ponto, também sumamente importante, trata-se da resistência às tentações, que se traduz pela não aceitação das sugestões do maligno que são sempre contra Deus, contra o próximo e contra nós mesmos. 
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4. De fato, toda tentação é algo que o tentador nos oferece para nos impedir que tenhamos comunhão com Deus e entre nós. Porém, tudo o que é mal tem limite, porque no mal não existe absolutamente nada de bom; por isso, toda tentação é sempre mentira, é engano, e caso cedamos às tais insídias perdemos a liberdade e o poder do livre arbítrio. 
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5. O terceiro ponto diz respeito à percepção das nossas fraquezas e as dos outros; e nisso não podemos esquecer que o Espírito Santo está sempre conosco para nos defender, ou seja, Ele nunca nos deixa sós em meios às tentativas traiçoeiras do maligno que nos fala pelas tentações. 
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6. É bem como vimos, no Evangelho de hoje, em que Deus envia os seus anjos para nos consolar como o fez com o Seu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo, nas suas provações: "Vivia entre os animais selvagens, e os anjos o serviam." (Mc 1,13b).
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7. Decerto, quais as lições que tiramos das tentações sofridas por Jesus antes do anúncio do Evangelho e de enfrentar a cruz? Primeira, as adversidades são o deserto onde somos tentados a não crer em Deus, a duvidar Dele e a não obedece-lo; e para vencer tais provações, reforcemos a nossa fé no Seu Divino poder e na Sua consolação, pois Ele nunca nos falta. 
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8. A segunda lição, encontra-se nesta exortação de são Paulo: "Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suporta-la e sairdes dela." (1Cor 10,13).
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9. A terceira e última consiste em resistir firmemente à toda e qualquer tentação que chegue aos nossos pensamentos, basta fechar a nossa mente, não dialogar com o inimigo, silenciando às suas ameaças, sugestões, ou qualquer oferta de poder, prazer, fama; ou ainda de egoísmo, orgulho, vaidade, inveja, ciúmes, contendas, julgamentos, e tudo o que é contra Deus, contra o próximo e contra nós mesmos.
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10. Portanto, caríssimos, sigamos o que nos ensina são Pedro: "Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar. Resisti-lhe fortes na fé. Vós sabeis que os vossos irmãos, que estão espalhados pelo mundo, sofrem os mesmos padecimentos que vós.
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11. O Deus de toda graça, que vos chamou em Cristo à sua eterna glória, depois que tiverdes padecido um pouco, vos aperfeiçoará, vos tornará inabaláveis, vos fortificará.
A ele o poder na eternidade! Amém." (1Pd 5,8-11).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

EIS O TEMPO DE CONVERSÃO, EIS O DIA DA SALVAÇÃO...

CELEBRAÇÃO DA QUARTA-FEIRA DE CINZAS (Mt 6,1-6.16-18)(14/02/24)
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1. Amados irmãos e irmãs, hoje iniciamos o tempo da Quaresma, tempo fecundo de profunda reflexão sobre a brevidade da vida neste mundo; pois, somos pó e para o pó voltaremos, porém, firmados na esperança da ressurreição realizada por Cristo em nosso favor. 

2. De fato, esse tempo nos leva à uma permanente conversão e ao crescimento nas virtudes da caridade, da humildade e da perseverança que o Senhor nos concede por meio dos exercícios quaresmais da oração, do jejum e da esmola, esteios que nos mantém convictos da fé que professamos.
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3. Com efeito, os símbolos que acompanham este tempo são as cinzas, que nos lembram o pó que somos e a humildade que precisamos para vencermos as tentações que se nos apresentam. 

4. A cor roxa, que nos aponta a penitência que precisamos fazer para permanecermos fiéis aos nossos compromissos assumidos perante o Senhor; o silêncio interior e exterior, no qual o encontramos e mantemos com Ele um fecundo diálogo filial repleto de profundo respeito e obediência, virtudes próprias daqueles que o amam.
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5. Decerto, como vimos acima, essas práticas quaresmais são meios de purificação e santificação das almas que por elas se exercitam tendo em vista o verdadeiro testemunho dos sofrimentos de Cristo e da sua ressurreição. 

6. Por isso, muita atenção, para não fazer delas marketing promocional ou busca de fama, principalmente nesse tempo em que os celulares e as redes sociais estão ocupando o tempo e o lugar de Deus nas almas. 

7. Aliás, hoje em dia tudo se torna motivo para aparecer na mídia por meio das redes sociais e assim angariar o maior número de seguidores; e com isso, deixam de lado as práticas piedosas e a verdadeira comunhão com o Senhor.
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8. Portanto, caríssimos, a fé que praticamos é fruto do testemunho daqueles que deram a vida para se manterem fiéis ao Senhor na prática de seus ensinamentos em busca da santidade que Ele nos concede. "Desse modo, cercados como estamos de uma tal nuvem de testemunhas, desvencilhemo-nos das cadeias do pecado.
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9. Corramos com perseverança ao combate proposto, com o olhar fixo no autor e consumador de nossa fé, Jesus. Em vez de gozo que se lhe oferecera, ele suportou a cruz e está sentado à direita do trono de Deus. 

10. Considerai, pois, atentamente aquele que sofreu tantas contrariedades dos pecadores, e não vos deixeis abater pelo desânimo. Ainda não tendes resistido até o sangue, na luta contra o pecado." (Hb 12, 1-4).
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11. Por fim, tenhamos em conta que "a Quaresma é o tempo de graça em que o deserto volta a ser – como anuncia o profeta Oseias – o lugar do primeiro amor (cf. Os 2, 16-17). Deus educa o seu povo, para que saia das suas escravidões e experimente a passagem da morte à vida." (Papa Francisco - mensagem para a quaresma 2024).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
 

sábado, 10 de fevereiro de 2024

O MEU CORPO E O MEU QUE VOS DOU...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 8,1-10)(10/02/24)

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1. Amados irmãos e amadas irmãs ao multiplicar alguns pães e peixes para uma multidão faminta, o Senhor Jesus o faz por compaixão, porque conhece a nossa fragilidade e o quanto precisamos Dele, e não só como uma demonstração do seu poder de Filho de Deus. Ora, isso significa que todos que se aproximam Dele para escuta-lo e segui-lo jamais serão desamparados. 

Meditemos com amor e atenção este pequeno sermão de hoje. 

2. Caríssimos, não tem como separar Deus da sua criação, e por mais que o maligno tente, jamais conseguirá, porque não tem poder algum para isso, visto ser apenas uma criatura infernal que não se basta a si mesma, e por isso, não comunica vida alguma, mas somente o pecado e a morte que gerou com a sua desobediência. 

3. De fato, só existe uma Fonte inesgotável de vida, e essa Fonte é Deus, nosso Pai Criador a quem devemos amar sobre todas as coisas e com todas as nossas forças, com todo o nosso entendimento e todo o nosso ser, por meio de nossa obediência incondicional à Sua Palavra, que é a regra da vida eterna.
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4. A liturgia de hoje apresenta-nos o milagre da multiplicação dos pães e peixes para uma enorme multidão faminta. Esse milagre nos recorda que Jesus é o Pão da vida eterna que sacia toda fome de paz, de justiça e de amor, e que comunga-lo em estado de graça, é viver sob a sua proteção ressuscitados com Ele.

5. De fato, o Senhor quiz ficar conosco do jeito mais simples para que encontrássemos Nele a permanente saciedade em meio ao deserto tenebroso deste mundo, como Ele mesmo nos ensinou: "Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede." (Jo 6,35).
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6. Com efeito, a multiplicação dos pães e peixes realizada por Jesus nos revela claramente que Ele se faz presente em todas as situações de nossa vida. No Antigo Testamento, o Senhor sempre esteve presente no meio do seu povo eleito na travessia do deserto rumo à terra prometida, o alimentou com o Maná do céu e o saciou com a água que brotava da rocha.
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7. De fato, o êxodo do povo eleito é uma imagem do êxodo que estamos vivendo, porque este mundo, é realmente um deserto tenebroso onde praticamente falta tudo, e por isso mesmo o Senhor Jesus veio ao nosso encontro para nos saciar com a Santa Eucaristia, seu corpo e sangue, alma e divindade, até que cheguemos à terra prometida do Seu Reino.
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8. Portanto, caríssimos, esse milagre também nos revela que o Senhor Jesus age em nosso favor, a partir de nossas possibilidades e da nossa fé, representado pelos "pães e peixes" que multiplicou, e não a partir de nossa lógica limitada que quer medir tudo até mesmo o poder de Deus usando os próprios critérios.
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9. Destarte, a fé é um dom do Espírito Santo e não cabe nas medidas da nossa razão, mas sim nos nossos corações. Decerto, a fé que praticamos não é uma teoria, não é uma filosofia de vida, mas é puro dom de Deus, que disse: "Tudo é possível ao que crer." (Mc 9,27b). Amém! Assim seja!
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

A PRÁTICA DA FÉ É TAMBÉM A PRÁTICA DA VIDA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 7,31-37)(09/02/24).


1. Caríssimos, a prática da fé é também a prática da vida, assim, vida e fé se unem ao amor para dar o verdadeiro testemunho da ressurreição do Senhor. A vida de fé exclui todo tipo de descriminação, porém, não é conivente com nenhuma prática invasiva que contradiz suas normas, ou seja, não aceita a mentalidade que nega a veracidade de suas convicções. 

2. Desse modo, é justa por não descriminar, mas também por não aceitar ser desacreditada em seu testemunho. Bem como nos ensina são Pedro: "Santificai em vossos corações Cristo, o Senhor. Estai sempre prontos a responder para vossa defesa a todo aquele que vos pedir a razão de vossa esperança, mas fazei-o com suavidade e respeito.

3. Tende uma consciência reta a fim de que, mesmo naquilo em que dizem mal de vós, sejam confundidos os que desacreditam o vosso santo procedimento em Cristo.
Aliás, é melhor padecer, se Deus assim o quiser, por fazer o bem do que por fazer o mal." (1Pd 3,15-17).

4. Com efeito, a vivência da fé é graça de Deus que nos faz experimentar a sua presença e o seu auxílio em nossas necessidades. No Evangelho de hoje, a fé daqueles que seguiam Jesus se estende a um surdo mudo em forma de intercessão, ao que Senhor logo atende, todavia, os orienta para não divulgarem seu feito, pois a importância estava em atender o necessitado e não em divulgar a graça que fora concedida. 

5. Ora, isso mostra a gratuidade divina e ao mesmo tempo o poder da fé em vista do bem feito ao próximo. Decerto, isso é bem o contrário do nosso tempo em que tudo o que se faz de bom ou de mau vira meme na Internet, basta ter uma celular e uma rede social para se expor.

6. De fato, a fé é um testemunho autêntico do que somos em Deus, do que fazemos por amor a Ele e das graças que por Ele nos são concedidas. Ela é também uma antecipação da felicidade eterna do Reino dos Céus, bem como meditamos na Carta aos Hebreus: "A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê." (Hb 11,1).
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7. Por isso, o justo vive da fé, como testifica o Profeta Habacuc (cf. Hab 2,4), porque viver da fé é obedecer a Deus, é amá-lo acima de todas as coisas para estender esse amor a todos como vimos no Evangelho de hoje. 
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8. Amados irmãos e amadas irmãs, chamo a atenção para um detalhe muito importante na cura do surdo mudo narrado nesse episódio; o Senhor Jesus, ao atender o pedido que lhe fora feito, saiu do meio da multidão e em um lugar à parte usou a própria saliva, os gestos e a oração para realizar a cura e libertação do surdo mudo. 
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9. Ora, isso significa que os meios usados para a nossa cura e libertação, são humanos e divinos; por exemplo, os médicos, os procedimentos cirúrgicos, os remédios e em especial a confiança inabalável no poder de Deus, que põe tudo isso à nossa disposição para nos livrar de todo o mal. 
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10. Portanto, caríssimos, o milagre é o bem que fazemos ao próximo por amor ao Senhor. É como Ele mesmo nos ensinou: "O que fizestes ao menor dos meus irmãos foi à mim que o fizestes." (Mt 25,40)
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

A FIDELIDADE A DEUS É UM PROFUNDO ATO DE AMOR E ADORAÇÃO...

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 7,24-30)(08/02/24)

1. Caríssimos, a fidelidade a Deus é um profundo ato de amor e adoração a Ele; felizes são os que que a cultivam, porque desse modo suas casas são edificadas sobre a rocha da vida eterna, Cristo Jesus; e mesmo que aconteçam as mais terríveis tempestades deste mundo, em nada serão abaladas as suas estruturas. 

2. Ora, sabemos que pelo vínculo batismal somos ramos da Videira do Senhor, a Santa Igreja, e que dela recebemos não somente o cuidado, mas especialmente a seiva da Santa Eucaristia, alimento da nossa salvação. Todavia, perguntemo-nos: mesmo recebendo todas essas graças que tipo de frutos estamos dando?

3. De fato, como escreveu São Paulo: "Os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis." (Rm 11,29). Todavia, como vimos na primeira leitura, Salomão os perdeu por sua infidelidade, ao abandonar o Senhor, trocando a sua Lei e o seu amor, pelas práticas pagãs detestáveis, incompatíveis com a verdade, e por isso, suas atitudes se tornaram abomináveis aos olhos do Senhor. 

4. Com efeito, "Ou dizeis que a árvore é boa e seu fruto bom, ou dizeis que é má e seu fruto, mau; porque é pelo fruto que se conhece a árvore." (Mt 12-33). E com toda certeza o fruto da infidelidade é veneno mortal para a alma, porque é desligamento de Deus, é galho seco, esturricado, estrume fétido de pecados; terra árida onde nada de bom poderá nascer. Por isso, é incompatível com tudo o que há de mais sagrado.

5. No Evangelho de hoje, Jesus prova a fé de uma mulher Sírio-Fenícia que lhe suplica a libertação de sua filha que está possuída por um espírito impuro. Acompanhemos com atenção esse episódio: "Jesus disse: “Deixa primeiro que os filhos fiquem saciados, porque não está certo tirar o pão dos filhos e jogá-lo aos cachorrinhos. 
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6. A mulher respondeu: “É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem as migalhas que as crianças deixam cair”. Então Jesus disse: “Por causa do que acabas de dizer, podes voltar para casa. O demônio já saiu de tua filha”. Ela voltou para casa e encontrou sua filha deitada na cama, pois o demônio já havia saído dela." (Mc 7,27-30).
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7. Portanto, caríssimos, bastou um simples ato de humildade e de fé inabalável para que a Palavra do Senhor se cumprisse imediatamente sobre aquela filha, libertando-a do poder do maligno. Decerto, essa atitude da Sírio-Fenícia é graça escondida em sua alma, em sua vida, e que demonstra o quanto Deus é bom e que nos criou à sua imagem e semelhança, e por isso carregamos todos esses valores eternos em nossas almas.
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8. Destarte, o que mais nos impressiona nesse episódio da mulher Sírio-Fenícia é o modo como ela se dirigiu ao Senhor: com profunda humildade, fé inabalável, oração fervorosa e perseverança à toda prova, mesmo diante da dificuldade dos discípulos que demonstravam um certo incômodo com a sua presença.
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9. Em suma, temos consciência de que Deus tudo criou e tudo pode realizar com o seu Poder Eterno, no entanto, Ele espera pacientemente a nossa adesão e disposição em segui-lo e servi-lo, pois, as curas e os milagres que realiza por meio da nossa fe, é um santo serviço que nos presta. 
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Paz e Bem! 
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Frei Fernando Maria OFMConv.
 

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

O QUE SAI DO HOMEM, É ISSO QUE O TORNA IMPURO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 7,14-23)(07/02/24)

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1. Caríssimos, nós que nascemos da água e do Espírito Santo recebemos do Senhor a filiação divina e em consequência todos as virtudes eternas que nos fazem transparecer a sua presença em nossa vida. 

2. Todavia, nenhum de nós está isento das tentações; pelo contrário, elas existem porque, como no paraíso, Deus nos deu no batismo o livre arbítrio, dom do Espírito Santo, para vivermos em obediência à sua Palavra, e assim fazermos a sua vontade que nos conduz à glória do seu reino.
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3. São Paulo na segunda carta aos Coríntios assim nos ensina: "Porque Deus que disse: Das trevas brilhe a luz, é também aquele que fez brilhar a sua luz em nossos corações, para que irradiássemos o conhecimento do esplendor de Deus, que se reflete na face de Cristo. 

4. Porém, temos este tesouro em vasos de barro, para que transpareça claramente que este poder extraordinário provém de Deus e não de nós." (2Cor 4,6-7). De fato, para onde olhamos, contemplamos o explanador da sabedoria divina em todas as suas obras a começar por nós mesmos.
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5. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos ensina da necessidade de ouvi-lo bem para compreende-lo e assim aderirmos plenamente ao seu ensinamento, para não tropeçarmos no modo de ser deste mundo, mas sim, vivermos tudo em conformidade com a vontade do Pai. 
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6. Disse Ele: "Ouvi-me todos, e entendei. Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa manchar; mas o que sai do homem, isso é que mancha o homem." (Mc 7,13-14). Ou seja, quem não faz a vontade de Deus, tudo o que realiza é sem proveito, porque fora da Sabedoria de Divina tudo não passa de resíduos contaminados pelo pecado. 
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7. O coração da nossa alma é a nossa consciência, nela se encontra o livre arbítrio; tudo passa primeiro por ele, e depois que decidimos, pomos em pratica, por isso, muito cuidado com os pensamentos vãos, desordenados e estranhos que chegam à mente, porque são tentações ou ataques do maligno. E se lhes permitirmos nos tornaremos impuros e capazes de cometer os piores pecados. 
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8. Bem como nos ensina o Senhor: “O que sai do homem, isso é que o torna impuro. Pois é de dentro do coração humano que saem as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. Todas estas coisas más saem de dentro e são elas que tornam impuro o homem”. (Mc 7,20-23).. 

9. Por isso, escutemos atentamente o que nos ensina o Profeta Miquéias: "Já te foi dito, ó homem, o que convém, o que o Senhor reclama de ti: que pratiques a justiça, que ames a bondade, e que andes com humildade diante do teu Deus." (Miq 6,8). De fato, se não houvesse pecado algum este mundo seria a continuidade do paraíso que Deus criou.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

domingo, 4 de fevereiro de 2024

OUVINDO O CHAMADO DO SENHOR...


 Homilia do 5°Dom - Tempo Comum (Mc 1,29-39(04/02/24)


Caríssimos, Deus, nosso Pai Criador e Senhor de todas as coisas continua chamado os seus filhos e filhas ao aconchego do seu amor, da sua santa moranda; cabe a nós ouvi-lo e segui-lo por meio do seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo. 

Meditemos com amor e atenção esta homilia do 5°Dom do Tempo Comum... A autenticidade do chamado...

1. Caríssimos, o chamado de Deus em nós é uma grande graça, visto que Ele nos ama e nos dá os seus dons, porque conhece intimamente a cada um de nós, todavia, precisamos ficar atentos para ouvirmos a sua voz, uma vez que Ele nos fala no mais íntimo de nossas almas, isto é, à nossa consciência, ao nosso coração. 

2. Foi assim com o justo Jó na primeira leitura e também com São Paulo na segunda. Como vimos, eles fizeram essa experiência do chamado e a deixaram por escrito, para fazermos também a nossa história vocacional e de salvação tal qual eles a fizeram.

3. Com efeito, de uma coisa fiquemos certos, todos estamos a caminho do Reino dos Céus e não tem como duvidar disso, uma vez que tudo o que é temporal tem seu fim no tempo em vista da eternidade que se aproxima aonde seremos todos um no seio da Santíssima Trindade.
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4. Escutemos, então, o que nos diz o Senhor: "Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar. Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais." (Jo 14,1-3).

5. De fato, sem essa esperança na vida eterna, o que seria de nós? No entanto, porque é o próprio Filho de Deus que nos dá essa garantis, é Ele mesmo que alimenta essa nossa esperança com a sua presença Eucarística em nossas almas, fazendo-nos participantes de sua natureza divina
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6. E para nos firmar mais ainda nessa verdade nos enviou o Espírito Santo, como guardião e penhor da nossa salvação. Desse modo, compreendemos que o nosso Pai celestial sempre prepara os seus filhos e filhas para a missão que lhes confia, concedendo-lhes todas graças necessárias para cumprir tal missão.
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7. No cumprimento de sua missão disse São Paulo: "Anunciar o Evangelho não é glória para mim; é uma obrigação que se me impõe. Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho! Por isso, "Fiz-me fraco com os fracos, a fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, a fim de salvar a todos. E tudo isso faço por causa do Evangelho, para dele me fazer participante." (1Cor 9,16.22-23).
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8. Comentando este Evangelho de hoje disse o Papa Francisco: "Pregar e curar: eis a atividade principal de Jesus na sua vida pública. Com a pregação, anuncia o Reino de Deus e, com as curas, mostra que está ele próximo, que está no meio de nós. Ao entrar em casa de Simão Pedro, Jesus vê que a sogra deste está de cama com febre; imediatamente pega-lhe na mão, cura-a e levanta-a. 
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9. A Igreja Mãe, através das nossas mãos, acaricia os nossos sofrimentos e cura as nossas feridas, e fá-lo com ternura de mãe. Peçamos a Maria, Saúde dos Doentes, que cada pessoa doente experimente, através da solicitude dos que a rodeiam, a força do amor de Deus e o conforto da sua ternura materna." 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

FESTA DA APRESENTAÇÃO DO MENINO JESUS NO TEMPLO...


 FESTA DA APRESENTAÇÃO DO MENINO JESUS NO TEMPLO (Lc 2,22-40)(02/02/24)

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1. Caríssimos, a Igreja hoje celebra a Festa da apresentação do menino Jesus no templo; essa festa nos revela de modo especial a dinâmica do encontro com o Senhor, Ele que nos ilumina com a sua luz eterna, para que o sigamos fielmente rumo ao encontro definitivo com o Pai. 

2. Ora, encontrar o Senhor Jesus neste mundo é encontrar a felicidade eterna, como vimos acontecer com Maria, José, Simeão, Ana, os Apóstolos e todos que o seguiram. De fato, quando falamos de encontro com Deus feito homem, não é apenas um momento passa, mas sim um vínculo que dura para sempre contanto que lhe sejamos fiéis até o fim.
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3. Meditemos, então, como se dá essa dinâmica do encontro permanente com o Senhor Jesus. Da parte de Maria Santíssima é união mística da criatura com o Seu criador que a escolheu para ser sua mãe por obra e graça do Espírito Santo; da parte de José é acolhida paterna, pois o recebeu como Filho, conforme o anjo revelou, e assim o apresenta no templo juntamente com Maria a sua Mãe. 
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4. Da parte de Simeão é encontro profético, pois foi escolhido por Deus para apresentá-lo no templo, como sacerdote, vítima e altar, e assim profetizou os acontecimentos futuros, iluminado pela Luz do Espírito Santo. 

5. Da parte de Ana, é coroamento por toda sua vida dedicada ao serviço do Senhor no templo com orações e jejuns. Por isso, ao encontrá-lo pessoalmente, o anuncia de imediato a todos que esperavam a salvação do seu povo Israel, de modo que se torna símbolo de perseverança, confiança inabalável, esperança firme e paciência inesgotável, até receber a graça especial tão desejada. 
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6. Portanto, caríssimos, só é livre neste mundo àqueles que são conduzidos pelo Espírito do Senhor (cf. 2Cor 3,17; Rm 8,12-14), como vimos acontecer com Simeão e Ana que encontraram a Sagrada Família no templo e confirmaram sua fé e esperança na vinda do Messias.
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7. Destarte, Simeão e Ana representam a humanidade que espera em oração a segunda vinda de nosso Senhor Jesus, isto é, a sua Parusia definitiva. Decerto, quem em Deus espera, faz dessa espera uma missão, como bem revelou Simão ao apresentar o menino Jesus no templo.
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8. "Agora, Senhor, deixai o vosso servo ir em paz, segundo a vossa palavra. Porque os meus olhos viram a vossa salvação que preparastes diante de todos os povos, como luz para iluminar as nações, e para a glória de vosso povo de Israel." (Lc 2,29-32). 
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9. Amados irmãos e amadas irmãs, quais as lições que tiramos dessa festa da Apresentação do Menino Jesus no templo? Seguindo o exemplo de Maria Santíssima e São José, de Simão e Ana, devemos ter o Senhor Jesus sempre conosco e por Ele oferecer todo o nosso viver a Deus Pai.
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10. Ao apresentar o menino Jesus, a Sagrada Família e os que o acolheram, o fizeram com profunda piedade, oração, humildade e entrega total, de modo que esse estado de graça os fizeram cumprir em tudo a vontade de Deus. Desse modo compreemos que Deus age no ordinário da nossa vida à medida que lhe obedecemos. 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

EVITANDO DISCUSSÕES INÚTEIS...


 Quando o limite da nossa vida é o amor de Deus, sabemos respeitar todos os limites sem ultrapassa-los.


De fato, quem não vê o essencial dos acontecimentos da graça de Deus, tem uma visão distorcida de tais acontecimentos chegando a profana-Los com suas ideias confusas e subjetivas opiniões.

Então, para evitar transtornos e desintendimentos: "Dessa gente, afasta-te!" (2Tm 3,5b). Nos ensina são Paulo.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv. 

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

EVANGELIZAR, É MISSÃO DE TODA VIDA


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 6,7-13)(01/02/24). 


1. Caríssimos, irmãos e irmãs, evangelizar para nós cristãos é missão de toda vida, pois o Evangelho é a única regra que o Senhor Jesus nos dá para o seguirmos rumo à plenitude de sua glória. São Francisco de Assis, começa a nossa regra dizendo: "A vida e a regra dos Frades Menores é esta: viver o Evangelho de nosso senhor Jesus Cristo, em pobreza, castidade e obediência."

2. De fato, viver e anunciar o Evangelho em todos os tempos sempre foi um dos maiores desafios que nós cristãos enfrentramos, haja vista que, aqueles que não entram pela "porta estreita" da salvação, hostilizam, odeiam e rejeitam os que entram por ela, e o resultado são violentas perseguições de cunho ideológico, religioso, midiático, etc. 

3. A pergunta que fazemos é esta: por que Deus tem sido tão paciente com a humanidade à ponto de aceitar o sacrifício do Seu Filho amado, inocente e digno de toda honra e louvor? Só tem uma resposta à ser dada, porque nos ama e perdoa os nossos pecados e tolera as nossas recaídas para nos dar uma nova chance de salvação. 

4. Decerto, se não fosse por sua Divina Misericórdia, Ele já teria dado um basta como o fez com Sodoma e Gomorra, que apesar da intercessão de Abraão, não se converteram e por isso o Senhor não encontrou nelas nem cinco justos que as poupasse da destruição.

5. Sinto muito em dizer isso, mas infelizmente essa nossa humanidade está se encaminha a passos largos para o abismo sem fim de suas maldades, isto por causa de sua desobediência e rebeldia à verdade que as podia salvar. Porque não é possível depois do Sacrifício de Cristo e de tantos dos seus seguidores, os homens ainda não se converteram, ao contrário, continuam ofendendo Deus, com suas injúrias sem nenhum temor.

6. Então, escutemos o Senhor Jesus: "E, quando vier o Paráclito, o Espírito da verdade, convencerá o mundo a respeito do pecado, que consiste em não crer em mim. Ele o convencerá a respeito da justiça, porque eu me vou para junto do meu Pai e vós já não me vereis; ele o convencerá a respeito do juízo, que consiste em que o príncipe deste mundo já está julgado e condenado." (Jo 16,8-11).
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7. Portanto, caríssimos, o Espírito Santo já veio no dia de Pentecostes, o Evangelho já foi anunciado à todos os povos do universo, os falsos profetas já se encontra em ação por todos os confins da terra; a Igreja é abertamente perseguida em todo o mundo; desse modo, os sinais da segunda vinda de Cristo são claramente visíveis; quanto à nós, devemos nos preparar urgentemente para não sermos surpreendidos pelo grande e temível dia do Senhor.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

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