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quinta-feira, 31 de outubro de 2019

O AMOR CRUCIFICADO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 13,31-35)(31/10/19)
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Caríssimos, se tem uma coisa que nunca podemos duvidar é do amor de Deus por nós; e isso o comprovamos por tudo o que Dele recebemos à todo momento de nossa existência. De fato, cada vez que respiramos é a vida natural que Ele nos dá, e essa nossa dependência nos lembra que nenhuma criatura é autossuficiente; na verdade, ela nos revela uma profunda comunhão com o nosso Criador.
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Na primeira leitura de hoje são Paulo comprova não somente esse profundo amor, mas que também por ele, Deus nos resgatou de nossos pecados por meio do sacrifício do Seu Filho amado. Diz o Apóstolo: "Irmãos, se Deus é por nós, quem será contra nós? Deus, que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos daria tudo junto com ele?" De fato, se Deus não nos amasse jamais existiríamos.
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O Evangelho de hoje é uma resposta divina para todos os políticos de todos os tempos, que usam a política não para amar e servir ao próximo; mas sim, para mentir, corromper e perseguir seus oponentes, usando todo tipo de artimanhas para se manter no poder.
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De fato, o poder temporal corrompe sempre quando não é vivido como um serviço, como uma expressão de amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Sem dúvida, a hipocrisia é uma deficiência espiritual crônica do caráter humano; quando posta em ação ela mostra toda falsidade e maldade que lhes são próprias; infelizmente a política tem sido um terreno fértil para esse veneno espiritual que divide e corrói as almas.
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Conclusão: Caríssimos, a fé que recebemos do Senhor por meio dos Apóstolos e que anunciamos, não pode nem deve ser transformada numa ideologia ou fisosofia ou qualquer outra coisa; porque é dom do Espírito Santo que nos leva à comunhão perfeita com Deus e entre nós. Pensar e agir diferente dessa verdade, é cair no mesmo pecado do povo da Antiga Aliança, que deixaram Deus pelas ideologias vigentes de seu tempo e por causa disso mataram Jesus.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

A PORTA ESTREITA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 13,22-30)(30/10/19)
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Caríssimos, ao contemplarmos a perfeição, a grandeza e a beleza da criação, vemos em tudo isso a presença de Deus Altíssimo e o glorificamos por seu amor e por sua bondade, e por nos ter dado a graça de tudo governar com o propósito para o qual nos criou, ou seja, vivermos em perfeita comunhão de amor com Ele e entre nós. Todavia, por causa do pecado botamos tudo à perder.
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No entanto, ainda que perdendo o estado de graça e nos deixando dominar pela desobediência que gerou o pecado e suas consequências; o Senhor não nos abandonou, mas veio em nosso auxílio enviando o seu único Filho para sermos salvos por Ele. De fato, Jesus é o Filho de Deus imortal que assumiu a nossa natureza mortal para nos fazer ressuscitar com Ele, e assim fazermos parte de sua natureza divina, porque à Ele foi dado todo poder sobre o céu e sobre a terra (cf. Mt 28,18).
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Com efeito, em várias passagens dos Evangelhos (cf. Jo 10,9;14,6;15,1; Mt 16,16-17), Jesus traçou o seu perfil revelando a sua missão de enviado do Pai para a salvação do seu povo eleito e de toda humanidade. Mas, como já haviam predito os antigos profetas (cf. Is 53,7-12; Sl 21; Zc 13, 7), ele seria rejeitado e morto pelo o seu próprio povo; todavia, ressuscitaria dos mortos e daria a vida eterna à todos que nele cressem (cf. Jo 6,47).
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Conclusão: Caríssimos, pelo batismo ressuscitamos com Cristo para a vida eterna, como nos ensinou são Paulo(cf. Rm 6,3-11). Portanto, escutemos atentamente o Senhor para entrarmos com Ele na glória do seu Reino, pois, eis o que Ele nos diz: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá." (Jo 11,25-26).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 29 de outubro de 2019

O REINO DE DEUS JÁ ESTÁ NO MEIO DE VÓS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 13,18-21)(29/10/19)
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Caríssimos, a nossa humanidade frequentemente se interpela sobre o sentido do sofrimento e das dores que padecemos, principalmente quando se trata do padecimento de inocentes. Apesar da beleza e da grandeza da criação e das alegrias e felicidade que podemos experimentar, nada disso nos isenta dos sofrimentos e das dores que padecemos em certos momentos.
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De fato, o sofrimento humano é um grande mistério que só pode ser compreendido quando o associamos aos sofrimentos de nosso Senhor Jesus Cristo. Fora disso, a única explicação que temos é a de ele resulta dos pecados aqui praticados, e quanto a isso não se pode duvidar. No entanto, na primeira leitura de hoje são Paulo nos aponta um futuro glorioso que supera infinitamente todos os sofrimentos que aqui padecemos, contanto que soframos com Cristo para com Cristo triunfarmos sobre todo o mal.
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São Pedro na sua primeira carta também nos exorta à esse respeito, dizindo: Irmãos, "Se fordes zelosos do bem, quem vos poderá fazer mal? E até sereis felizes, se padecerdes alguma coisa por causa da justiça! Aliás, é melhor padecer, se Deus assim o quiser, por fazer o bem do que por fazer o mal. Pois também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados - o Justo pelos injustos - para nos conduzir a Deus."
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No Evangelho de hoje Jesus nos ensina que o Reino de Deus acontece veladamente, ou seja, mesmo quando não o percebemos claramente. Certa feita, "Os fariseus perguntaram a Jesus quando viria o Reino de Deus. Ao que Ele respondeu: O Reino de Deus não virá de um modo ostensivo. Nem se dirá: Ei-lo aqui; ou: Ei-lo ali. Pois o Reino de Deus já está no meio de vós."
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Ou seja, o fato de existirmos já é um dos sinais do Reino de Deus, porém, precisamos vivê-lo tal qual o Senhor nos ensinou, pois, como escreveu são Paulo: "O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e gozo no Espírito Santo. Quem deste modo serve a Cristo, agrada a Deus e goza de estima dos homens. Portanto, apliquemo-nos ao que contribui para a paz e para a mútua edificação." (Rm 14,17-18).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

FESTA DE SÃO SIMÃO E SÃO JUDAS TADEU...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,12-19)(28/10/19)
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Caríssimos, a Igreja hoje celebra a Festa dos Apóstolos São Simão e São Judas, escolhidos pelo Senhor para fazerem parte do colégio Apostólico que representava as doze tribos de Israel, e no Novo Testamento, a Igreja. Eles foram martirizados por anunciarem Cristo e a Sua mensagem de salvação para toda humanidade.
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De fato, por si mesmos seriam incapazes de tamanha proeza, todavia, como se deixaram conduzir pelo Espírito Santo, assim, se tornaram testemunhas fiéis da ressurreição do Senhor e o anunciaram à todas as nações à ponto de darem a vida por Ele e pelo Santo Evangelho.
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Ora, Jesus ao chamar e enviar os Apóstolos o fez com a mesma missão que o Pai lhe enviou, ou seja, "reconciliar todos com Ele e recompor a unidade do gênero humano. Agora cabe aos seus discípulos continuar a edificação da Igreja. Assim como Jesus pôde cumprir o desígnio do Pai porque era uma só com Ele, assim também eles poderão continuar sua altíssima missão porque o Ressuscitado está neles." (Chiara Lubich).
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Pois, foi exatamente isso o que Jesus pediu ao Pai na Sua oração Sacerdotal: “Dei-lhes a glória que me deste, para que sejam um, como nós somos um: eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e o mundo reconheça que me enviaste e os amaste, como amaste a mim.” (Jo 17, 22-23).
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Conclusão: Caríssimos, a fé que recebemos do Senhor por meio dos Apóstolos e que anunciamos, não pode nem deve ser transformada numa ideologia ou fisosofia ou qualquer outra coisa; porque é dom do Espírito Santo que nos leva à comunhão perfeita com Deus nosso Pai. Pensar e agir diferente dessa verdade, é cair no mesmo pecado do povo da Antiga Aliança, que deixaram Deus pelas ideologias vigentes de seu tempo.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 27 de outubro de 2019

A NOSSA ORAÇÃO REVELA QUEM SOMOS E PORQUE REZAMOS...


Homilia do 30°Dom do tempo comum(Lc 18,9-14)(27/10/19)
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Caríssimos, o dom da oração é uma porta aberta entre o céu e a terra, por ela passam as nossas intenções, nossas intercessões, nossas dores, angústias e sofrimentos, e tudo o que vivemos. Todavia, cuidemos para que a nossa oração seja um meio eficaz para alcançarmos as graças que Deus, nosso Pai, nos concede sempre que humildemente à Ele recorremos.
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No Evangelho de hoje Jesus conta uma parábola sobre o dom da oração como uma atitude interior que revela quem realmente somos e porque rezamos. Ele nos mostra que quando a oração brota de um coração humilde que se reconhece impotente diante de Deus e da própria existência, tem o poder de tudo transformar, à começar pelo orante, porque reza não para se justificar, mas para se converter e assim fazer a vontade de Deus.
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Na homilia de encerramento do sínodo da Amazônia, o Santo Padre o Papa Francisco, comentou essa Parábola de Jesus, mostrando a diferença existente entre a oração do fariseu e a do publicano: “O fariseu vangloria-se porque cumpre do melhor modo possível preceitos particulares, mas esquece o maior: amar a Deus e ao próximo. Por isso, "Considera-se melhor que os outros designados por ele como «o resto, os restantes». “Em outras palavras, são «restos», descartados dos quais manter-se à distância."
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Por outro lado, a oração do publicano "nasce do coração, é transparente: coloca diante de Deus o coração, não as aparências. Rezar é deixar-se olhar dentro por Deus sem simulações, sem desculpas, nem justificações. Porque, do diabo, vêm escuridão e falsidade; de Deus, luz e verdade."
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Conclusão: Caríssimos, a oração é um exercício da alma que se eleva ao Senhor, buscando o seu auxílio na certeza que somente Nele encontra a paz de que tanto precisa; mais do que isso, é um profundo ato de amor, pois quem reza assim, nada mais busca senão amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 26 de outubro de 2019

FALTA ARREPENDIMENTO E CONVERSÃO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 13,1-9)(26/10 /19)
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Caríssimos, analisando o nosso tempo nos deparamos com as mais terríveis tragédias naturais e as advindas das lutas fratrícidas causadas pelos pecados aqui praticados; ora, e pela falta de arrependimento e conversão, de fato, nada de bom podemos esperar; ao contrário, pelo que estamos constatando tudo está se encaminhando para o caos total.
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Ora, isto está acontecendo não por falta dos avisos do céu, pois Deus enviou os profetas que anunciaram a vinda de Seu Filho, Jesus Cristo, o qual não foi aceito pelo seu povo que o crucificou; mas, Deus o ressuscitou dos mortos, abrindo-nos as portas da Sua Divina Misericórdia, para nos fazer participantes de Sua glória, no seio da Sua Igreja, Sacramento universal da salvação.
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Na liturgia de hoje, são Paulo nos ensina que, uma vez convertidos a nossa capacidade espiritual vem do estado de graça que o Senhor nos concede para vivermos em conformidade com a Sua Vontade. Por isso, nos exorta a permanecer em estado de graça, isto é, vivermos segundo o Espírito e não segundo a carne; pois, "as aspirações da carne levam à morte, enquanto que as aspirações do Espírito levam à vida e à paz."
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Conclusão: "Portanto, irmãos, não somos devedores da carne, para que vivamos segundo a carne. De fato, se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras da carne, vivereis, pois todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. E, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, contanto que soframos com ele, para que também com ele sejamos glorificados."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

RECONCILIAÇÃO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 12,54-59)(25/10/19)
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Caríssimos, em Deus não existe mal algum, pois, tudo criou por amor e para o amor, isto é, Ele é o Sumo Bem e tudo criou para o bem, como afirma são Tiago: "Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai das luzes, no qual não há mudança, nem mesmo aparência de instabilidade. Por sua vontade é que nos gerou pela palavra da verdade, a fim de que sejamos como que as primícias das suas criaturas."
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Ora, o mal é consequência da não comunhão com Deus, ou seja, consequência da desobediência, que significa o não amor a Ele. No Livro de Sabedoria, meditamos o seguinte: "Não procureis a morte por uma vida desregrada, não sejais o próprio artífice de vossa perda. Deus não é o autor da morte, a perdição dos vivos não lhe dá alegria alguma. Ele criou tudo para a existência, e as criaturas do mundo devem cooperar para a salvação. Nelas nenhum princípio é funesto, e a morte não é a rainha da terra, porque a justiça é imortal."
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Com efeito, no Evangelho de são João, Jesus faz uma belíssima analogia à esse respeito, disse Ele: "Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não der fruto em mim, ele o cortará; e podará todo o que der fruto, para que produza mais fruto. Vós já estais puros pela palavra que vos tenho anunciado."
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Ou seja, a Palavra do Senhor é a seiva eterna que nos sustenta por meio de nossa obediência. Por isso, Ele acrescenta: "Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer."
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Caríssimos, o Evangelho de hoje trata da reconciliação como meio eficaz que nos faz um só com o Senhor. Viver reconciliado significa viver sob sua proteção por meio da ação do Santo Espírito que habita em nós. De fato, estamos no tempo da Divina Misericórdia e por ela o Senhor renova todas as coisas. Portanto, peçamos a Ele a graça de permanecermos fiéis até o fim, pois, aquele que perseverar até o fim será salvo (cf. Mt 24,13).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

"EU VIM TRAZER FOGO À TERRA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA
(Lc 12,49-53)(24/10/19)
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Caríssimos, tudo o que meditamos nas Sagradas Escrituras precisa sempre do entendimento do Espírito Santo, como nos ensinou São Pedro: "Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal. Porque jamais uma profecia foi proferida por efeito de uma vontade humana. Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus."
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Desse modo, as leituras da liturgia de hoje precisam do entendimento da fé, dom do Espírito Santo; para não serem mal interpretadas, e nem serem pedra de tropeço para tais intérpretes. Por exemplo, no Evangelho de hoje Jesus diz: "Vós pensais que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu vos digo, vim trazer divisão."
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Ora, como entender essa fala do Senhor? Primeiro entendamos que a Sagrada Escritura por inspiração divina explica a si mesma. Então, vejamos esta explicação: "Disse ele ainda: Não seles o texto profético deste livro, porque o momento está próximo. O injusto faça ainda injustiças, o impuro pratique impurezas. Mas o justo faça a justiça e o santo santifique-se ainda mais. Eis que venho em breve, e a minha recompensa está comigo, para dar a cada um conforme as suas obras."
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Portanto, mal é mal, e bem é bem, não se misturam; quanto à nós, nos convertamos enquanto ainda temos tempo, pois Deus está sempre pronto para nós perdoar por meio do Sacramento da confissão ou reconciliação.
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Destarte, peçamos ao Senhor, por meio desta oração de Santa Faustina Kowalska, o Espírito Santo, verdadeiro inspirador e intérprete das Sagradas Escrituras:
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"Ó Espírito de Deus, espírito de verdade e de luz, permanece constantemente na minha alma pela tua graça divina. Que o teu sopro dissipe as trevas
e que, na tua luz, as boas ações se multipliquem.
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Ó Espírito de Deus, Espírito de amor e de misericórdia, que derramas no meu coração o bálsamo da confiança, a tua graça confirme a minha alma no bem,
dando-lhe uma força invencível: a constância!
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Ó Espírito de Deus, Espírito de paz e de alegria, que reconfortas o meu coração sedento, que derramas nele a fonte viva do amor divino,
e o tornas intrépido na luta.
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Ó Espírito de Deus, ó mais amoroso hóspede da minha alma,
eu desejo, por meu lado, ser-Te fiel,
tanto nos dias de felicidade como nas horas de sofrimento; desejo, Espírito de Deus, viver sempre na tua presença.
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Ó Espírito de Deus, que impregnas o meu ser e me fazes conhecer a tua vida divina e trinitária, Tu me inicias no teu Ser divino; unida(o) assim a Ti, tenho a vida eterna."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

A QUEM MUITO FOI DADO, MUITO SERÁ PEDIDO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 12,39-48)(23/10/19)
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Caríssimos, quando Deus nos criou, nos deu a liberdade que consiste em vivermos em plena comunhão de amor com Ele acima de todas as coisas e entre nós. Ora, nenhum rio existe sem a comunhão com a sua nascente; qualquer afluente que o contamina tira dele a pureza recebida de sua fonte primitiva. Desse modo, entendemos que todo conteúdo existencial que não nasce da Sabedoria do Espírito Santo, é afluente contaminado, e não faz bem às nossas almas.
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Com efeito, essa máxima nos revela em que estado se encontram as almas contaminadas pelas ideologias e pelo partidarismo que domina a nossa sociedade; é deles que vêm o veneno da divisão e da violência que está criando uma atmosfera funesta capaz de destruir as mais belas virtudes nas almas que se deixam contaminar por elas.

Ora, a fé é dom do Espírito Santo, que recebemos no batismo; e como meditamos na Carta aos Hebreus: "Sem fé é impossível agradar a Deus." Deste modo, compreendemos que o justo vive por sua fidelidade ao Senhor à quem ama por sua obediência, tal qual nos ensinou o Profeta Habacuc na primeira leitura.
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Conclusão: Caríssimos, no Evangelho de hoje Jesus nos exorta sobre a importância da vigilância que nos prepara para a sua Parusia; ora, uma vez que estamos indo definitivamente ao seu encontro, precisamos nos manter em estado de graça, isto é, em plena comunhão de amor com Ele e entre nós, para não sermos surpreendidos devido à nossa falta de vigilância.
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Portanto, escutemos atentamente o Senhor que nos diz: "Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca." Pois, "A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!”
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 22 de outubro de 2019

MANTER-SE VIGILANTES...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 12,35-38)(22/10/19)
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Caríssimos irmãos e irmãs, estamos no tempo da prova, cercados por todos os lados pelas forças das trevas que atentam contra a nossa vida; todavia, quanto mais provados mais amados; é isso o que experimentamos da parte do Senhor que nos ampara por Sua Divina Misericórdia por Seu infinito amor. Portanto, o Senhor mesmo vai à nossa frente para com Ele vencermos todo poder infernal.
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"O que temos de fazer para vencer a fraqueza de nossa alma? Existem dois meios para tal: a oração e o desprendimento de si mesmo. O Senhor Jesus recomenda-nos que estejamos vigilantes. Temos de estar vigilantes se queremos que o nosso coração seja puro, mas temos de estar vigilantes na paz, para que o nosso coração seja tocado. Porque ele pode ser tocado por coisas boas ou por coisas más, interior ou exteriormente. Portanto, temos de saber estar vigilantes.
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A inspiração de Deus é, de ordinário, uma graça discreta: não devemos rejeitá-la [...]; porque se não tivermos o coração atento, a graça retira-se. A inspiração divina caracteriza-se por uma particular precisão; tal como o escritor conduz a sua pluma, assim a graça de Deus conduz a alma. Procuremos, pois, atingir um maior recolhimento interior.
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O Senhor quer que tenhamos o desejo de O amar. A alma que se mantém vigilante apercebe-se de que cai e de que, por si própria, não consegue atingir esse santo propósito; por isso, sente necessidade da oração. A súplica fundamenta-se na certeza de que nada podemos fazer por nós mesmos, mas Deus tudo pode. A oração é necessária para obtermos a luz da graça e a força que nos mantém nela." (S. Maximiliano Maria Kolbe).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

CUIDADO COM A GANÂNCIA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 12,13-21)(21/10/19)
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Caríssimos, vivemos num mundo carente dos bens eternos; isto porque o apego às riquezas deste mundo, levaram os seres humanos à não mais enchergarem os bens materiais como graças de Deus destinados à todos sem distinção de pessoas. De fato, vivemos a ditadura do egoísmo e nesta ditadura não existe espaço para a partilha.
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Com efeito, no Evangelho de hoje, Jesus nos exorta para não cairmos nessa tentação, diz Ele: "Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens”. E para aqueles que insistem nesse pecado, diz: "Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua vida? Ou que dará o homem em troca da sua vida?" (Mc 8,36-37).
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De fato, a ganância tem sido uma pedra de tropeço para milhões de almas que envenenadas por ela se precipitam no abismo da corrupção e de todo tipo de falcatruas por visarem somente o enriquecimento ilícito em detrimento da miséria de tatíssimos irmãos que morrem à míngua sem ter o que comer.
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Caríssimos, Deus nos ama, por isso, nos perdoa com a intenção de nos purificar, e para isso nos dá todas as graças. Todavia, sabemos que haverá o juízo final para todos (cf. Mt 25); nesse dia o Senhor nos pedirá conta de tudo o que vivemos no tempo que Ele nos deu para ajuntarmos tesouros nos céus e não na terra.
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Por isso, escutemos com atenção esta exortação de são Paulo: "Não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo colheremos, se não relaxarmos. Por isso, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos os homens, mas particularmente aos irmãos na fé."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 20 de outubro de 2019

ORAÇÃO, HUMILDADE, PERSEVERANÇA...


Homilia do 29°Dom do tempo comum (Lc 18,1-8)(20/10/19)
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Caríssimos, a liturgia deste vigésimo nono domingo do tempo comum, trata do dom da oração e da perseverança nela como armas espirituais com as quais combatemos poderosamente contra o inimigo de nossas almas. De uma coisa fiquemos certos, o Senhor que nos criou e nos mantém na vida, está sempre conosco em meio à essa terrível guerra espiritual e nos faz vitoriosos à medida que comungamos com Ele até o fim.
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Na primeira leitura de hoje, vimos que a atitude humilde de Moisés de aceitar a ajuda de seus irmãos em sua oração, nos mostra a humildade como um dos poderes da oração comunitária; mostra-nos também que a perseverança é fundamental para alcançarmos as vitórias desejadas. Portanto, aprendamos com Moisés e seus irmãos à nos pormos em humilde oração para que sejamos atendidos pelo Senhor.
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Com efeito, quanto as armas do inimigo de nossas almas, são os pecados por ele sugeridos para que os cometamos e assim sejamos derrotados em meio à essa guerra. São Paulo na segunda leitura nos ensina que as Sagradas Escrituras e o exemplos dos santos que nos transmitiram a fé, são as armas e escudos com os quais nos defendemos e atacamos os inimigos que nos tentam aniquilar.
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Conclusão: Caríssimos, sem dúvida vivemos em meio à uma guerra espiritual cujas vitórias ou derrotas já experimentamos aqui; por isso, não temos tempo a perder, lutemos com as armas certas, que são a oração humilde e perseverante, como nos ensinou o Senhor no Evangelho de hoje. Destarte, nos coloquemos inteiramente aos cuidados de Deus, nosso Pai, pois Ele nos ama e está sempre conosco para que com o Seu poder vençamos à nós mesmos e a todo o mal.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 19 de outubro de 2019

O ÚNICO PECADO QUE NÃO É PERDOADO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA
(Lc 12,8-12)(19/10/19)
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Caríssimos irmãos e irmãs, se pudéssemos consignar a mensagem da salvação nem todas as palavras dos anjos e dos homens seriam suficientes para isto; no entanto, a encarnação do Verbo de Deus no seio da Virgem Maria; sua Paixão, morte e ressurreição resume tudo e nos diz: a vida eterna, o Reino de Deus já está no meio de vós.
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De fato, Jesus veio para revelar o Reino de Deus e a sua justiça, e para nos fazer participantes da natureza divina e da plenitude de sua glória por meio da fé que herdamos de nosso pai Abraão. Contudo, nessa adesão à ele precisamos satisfazer alguns requisitos indispensáveis dentre os quais está o amor a Deus sobre todas as coisas e ao nossos irmãos e irmãs como a nós mesmos.
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Ora, não existe verdadeiro anúncio da mensagem salvífica onde Cristo não é o centro e a razão de ser desse anúncio; qualquer outro anúncio mesmo que use o seu nome, é mera especulação, é negação de sua mensagem; é usar o seu Santo Nome em vão. Pois ele mesmo nos ensinou isto: "Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus." (Mt 7,21).

Conclusão: Caríssimos, no Evangelho de hoje meditamos que a blasfêmia contra o Espírito Santo é único pecado que não tem perdão. Mas, por que não tem perdão? Porque aqueles que o cometem conscientemente não se arrependem nem aceitam a salvação. Portanto, busquemos em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, acolhendo a Palavra de Jesus, pondo-a em prática.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

SÃO LUCAS EVANGELISTA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 10,1-9)(18/10/19)
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Caríssimos, hoje a Igreja celebra a Festa de são Lucas evangelista. "Nascido numa família pagã e convertido à fé, acompanhou o Apóstolo Paulo de cuja pregação é reflexo o Evangelho que escreveu. Transmitiu noutro livro, intitulado Atos dos Apóstolos, os primeiros passos da vida da Igreja até à primeira estadia de Paulo em Roma. Era médico por profissão, mas pela graça de Deus se tornou um exímio escritor sagrado.
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No Evangelho de hoje são Lucas descreve como o Senhor enviou os discípulos à sua frente para preparar a sua chegada aos lugares onde iria pregar o Evangelho. Em sua narração ele chama a atenção para alguns detalhes deste envio: primeiro, o Senhor os enviou dois a dois, ensinando que a evangelização é fruto da comunhão fraterna e da partilha das graças derramadas.
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Segundo, a oração é fundamental para pedir operários ao Senhor da messe, pois, a messe é grande, mas poucos são os Operários que nela trabalham de fato. Ensinou também que nada se deve temer, mesmo se perseguidos, pois, quem anuncia a verdade é livre, porque a verdade liberta sempre. Mostrou também que é necessário o desapego, pois, como ele mesmo disse: "o trabalhador merece o seu salário."
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Caríssimos, a fé que nos foi transmitida por São Lucas e os outros três evangelistas, Mateus, Marcos e João, é o fundamento da salvação eterna de todas as almas que se deixaram alcançar pelo filho amado de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, pela ação do Espírito Santo, estes evangelistas consignaram por escrito a vida e doutrina do Verbo que se fez carne, nosso Salvador.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 10,1-9)(18/10/19)
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Caríssimos, hoje a Igreja celebra a Festa de são Lucas evangelista. "Nascido numa família pagã e convertido à fé, acompanhou o Apóstolo Paulo de cuja pregação é reflexo o Evangelho que escreveu. Transmitiu noutro livro, intitulado Atos dos Apóstolos, os primeiros passos da vida da Igreja até à primeira estadia de Paulo em Roma. Era médico por profissão, mas pela graça de Deus se tornou um exímio escritor sagrado.
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No Evangelho de hoje são Lucas descreve como o Senhor enviou os discípulos à sua frente para preparar a sua chegada aos lugares onde iria pregar o Evangelho. Em sua narração ele chama a atenção para alguns detalhes deste envio: primeiro, o Senhor os enviou dois a dois, ensinando que a evangelização é fruto da comunhão fraterna e da partilha das graças derramadas.
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Segundo, a oração é fundamental para pedir operários ao Senhor da messe, pois, a messe é grande, mas poucos são os Operários que nela trabalham de fato. Ensinou também que nada se deve temer, mesmo se perseguidos, pois, quem anuncia a verdade é livre, porque a verdade liberta sempre. Mostrou também que é necessário o desapego, pois, como ele mesmo disse: "o trabalhador merece o seu salário."
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Caríssimos, a fé que nos foi transmitida por São Lucas e os outros três evangelistas, Mateus, Marcos e João, é o fundamento da salvação eterna de todas as almas que se deixaram alcançar pelo filho amado de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, pela ação do Espírito Santo, estes evangelistas consignaram por escrito a vida e doutrina do Verbo que se fez carne, nosso Salvador.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

A VERDADE É A LUZ QUE NUNCA SE APAGA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 11,47-54)(17/10/19)
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Caríssimos, a Lei e os profetas fazem parte da Pedagogia divina para conduzir toda a humanidade ao encontro com Cristo, Palavra viva do Pai, Verbo Eterno, para que seja salva por Ele. Mas, como vimos no Evangelho de hoje, não foi esse o entendimento dos mestres da Lei; por isso, Jesus lhes disse: "Ai de vós, mestres da Lei, porque tomastes a chave da ciência. Vós mesmos não entrastes, e ainda impedistes os que queriam entrar”.
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Com efeito, tudo o que diz respeito a Deus, tem como fundamento o amor, a verdade, a justiça e a santidade; desse modo, a verdadeira prática da Lei consiste na vivência e comunicação dessas virtudes, sem as quais todo esforço devocional não passa de prática inútil. Porque a Lei sem a graça é letra que mata.
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Certa feita, disse o Senhor: "O espírito é que vivifica, a carne de nada serve. As palavras que vos tenho dito são espírito e vida. E prosseguiu: Por isso vos disse: Ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lho for concedido." E ainda em outra passagem: "Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o atrair; e eu hei de ressuscitá-lo no último dia."
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Caríssimos, a tendência daqueles que tentam se defender por não aceitar a verdade que revela quem são e os erros que cometem, é odiar e perseguir os expositores de sua má conduta. E foi isso o que fizeram os algozes do Senhor: "Quando Jesus saiu daí, os mestres da Lei e os fariseus começaram a tratá-lo mal, e a provocá-lo sobre muitos pontos. Armavam ciladas, para pegá-lo de surpresa, por qualquer palavra que saísse de sua boca."
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Conclusão: Portanto, quem acredita na Verdade e a pratica, eterniza-se com ela e por ela, pois, sua prática é a via que nos leva à perfeição eterna.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

QUEM SOMOS NÓS PARA JULGAR E CONDENAR O PRÓXIMO?


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 11,42-46)(16/10/19)
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Caríssimos, todo pecador tem uma dívida infinita para com Deus, porque todo pecado é uma ofensa cometida contra Ele; somente a sua divina misericórdia pode apagar tais pecados quando arrependidos e confessados, para assim tirar o abismo infinito que nos separa Dele. Ora, essa máxima nos conduz à sermos misericordiosos para com todos, sobretudo se quisermos alcançar a divina misericórdia.
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De fato, quem deve tanto, mas não perdoa à dívida de seus devedores, como poderá ser perdoado das suas? Ora, quem age pensando fazer o bem eliminando seus devedores; na verdade estão se condenado a si mesmos devido o peso de suas ofensas quem sabe até infinitamente superiores à de seus devedores (cf. Mt 7,3-5).
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No Evangelho de hoje Jesus revela aos fariseus e mestres da lei o quanto precisam alcançar a divina misericórdia usando de misericórdia e não dos falsos juízos de valor que os faz iguais aos sepulcros caiados; por fora ornados de falsas aparências; mas, por dentro, eivados da podridão que os corrói.
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Aliás, quando Deus revela os nossos pecados, o faz para nos perdoar pelo arrependimento, confissão, penitência e reparação, e para não mais voltarmos à cometê-los. Todavia, como nos ensinou São Paulo: "Mas, [se não houver conversão]; pela tua obstinação e coração impenitente, vais acumulando ira contra ti, para o dia da cólera e da revelação do justo juízo de Deus, que retribuirá a cada um segundo as suas obras."
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Conclusão: Caríssimos, rezemos humildemente com nosso pai São Francisco: "Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio que leve o amor; onde houver ofensa que eu leve o perdão; onde houver discórdia que eu leve a união; onde houver dúvida que eu leve a fé. Onde houver erro que eu leve a verdade; onde houver desespero que leve a esperança; onde houver tristeza que eu leve alegria; onde houver trevas que eu leve a luz.

Ó mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado; compreender que ser compreendido; amar que ser amado; pois é dando que se recebe; é perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna." Amém!
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

SENHOR, DÁ-NOS UM CORAÇÃO MANSO E HUMILDE COMO O TEU...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 11,37-41)(15/10/19)
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Caríssimos, um dos pecados mais frequentes cometido por nós, é o ato de julgar uns aos outros e até a Deus; todavia, chamo a atenção para um detalhe sumamente importante, não existe pecado sem permissão e sem consentimento para comete-lo. Primeiro aparece na mente a tentação, e depois da permissão, comete-se os atos pecamisos, ou seja, somente depois da decisão do nosso livre arbítrio.
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No Evangelho de hoje Jesus foi julgado por um fariseu pelo simples fato de não ter lavado as mãos antes da refeição. Ao que o Senhor respondeu com precisão: "Vós fariseus, limpais o copo e o prato por fora, mas o vosso interior está cheio de roubos e maldades. Insensatos! Aquele que fez o exterior não fez também o interior? Antes, dai esmola do que vós possuís e tudo ficará puro para vós”.
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De fato, certa feita escreveu São Paulo: "Para os puros todas as coisas são puras. Para os corruptos e descrentes nada é puro: até a sua mente e consciência são corrompidas. Proclamam que conhecem a Deus, mas na prática o renegam, detestáveis que são, rebeldes e incapazes de qualquer boa obra."
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Conclusão: Caríssimos, quem se fundamenta na Palavra do Senhor e a põe em prática, esse dificilmente erra, pois segue sua via de perfeição e nunca abre mão de ser fiel até o fim em seu desejo de santidade. Portanto, peçamos ao Senhor um coração manso e humilde para seguirmos o seu exemplo de obediência à vontade do Pai.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

NENHUM SINAL VOS SERÁ DADO A NÃO SER O SINAL DE JONAS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 11,29-32)(14/10/19)
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Caríssimos irmãos e irmãs, a presença de Cristo em meio à nós é o sinal visível de Deus, antes invisível aos olhos de nossa naturalidade. No início da Carta aos Hebreus, assim meditamos: "Muitas vezes e de diversos modos outrora falou Deus aos nossos pais pelos profetas. Ultimamente nos falou por seu Filho, que constituiu herdeiro universal, pelo qual criou todas as coisas. Esplendor da glória (de Deus) e imagem do seu ser, sustenta o universo com o poder da sua palavra."
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Com efeito, são Paulo na primeira leitura de hoje apresenta o seu perfil apostólico aos fiéis da comunidade de Roma, falando de Cristo e da esperança da vida eterna que Ele nos trouxe, mostrando aos seus leitores que eles também já participam das mesmas graças das comunidades por ele fundadas. Diz ele: "Entre esses povos [que receberam a graça da salvação por meio da pregação da Boa Nova] estais também vós, chamados a ser discípulos de Jesus Cristo."
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Enquanto que no Evangelho desta liturgia aqueles que haviam escutado as Palavras de Cristo e viram os sinais e prodígios que realizou, pediram um sinal do céu para nele crer, ao que o Senhor respondeu: “Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas."
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Caríssimos, aqueles que procedem mal mesmo que vejam um sinal do céu não acreditarão, pois a fé é um dom de Deus e não fruto de uma exigência egoísta e totalmente descabida. Quem se aproxima de Jesus para lhe ouvir e pôr em prática as suas palavras, de imediato encontra a graça de que tanto necessita, porque tudo é possível àquele que crê.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 13 de outubro de 2019

SANTA DULCE DOS POBRES, ROGAI POR NÓS...


Homilia do 28°Dom do tempo comum (Lc 17,11-19)(13/10/19)
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Caríssimos, a liturigio deste 28° Domingo do tempo comum, trata da obediência e da gratidão; ora, essas virtudes, de fato, são meios indispensáveis para recebermos do Senhor todas as graças necessárias para a nossa salvação. No Evangelho, a obediência às Palavras de Jesus levou os dez leprosos à cura do mal que lhes aflingia; todavia, como vimos, somente um voltou para agradecer; isso quer dizer que a gratidão é a virtude que confirma as maravilhas de Deus em nossa vida, porque é reconhecimento de sua divina misericórdia.
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"São Lucas apresenta o samaritano que voltou como modelo de fé, de gratidão e louvor, tendo já apresentado outro samaritano como modelo de caridade. Semelhante testemunho de fé é destacado na figura de outro estrangeiro, Naamã, o sírio. Os textos meditados ressaltam a gratidão, como consequência da fé e do reconhecimento da ação de Deus."
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De fato, "temos muito que aprender com a atitude dos dez leprosos, assim como do sírio Naamã. Eles buscam a Deus! “Jesus, mestre, tem compaixão de nós!” é o grito que os dez dirigem a Jesus. A cura de Naamã, no tempo do profeta Eliseu, é também um forte sinal da busca sincera por Deus da parte daquele homem. Em ambos os casos, o poder de Deus se manifesta, mas a atitude de fé é fundamental. A narrativa do Evangelho se conclui com a palavra de Jesus àquele que retornou para agradecer: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou” (Lc 17,19)." (Dom Sérgio da Rocha, Cardeal-Arcebispo de Brasília).
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Caríssimos, agradeçamos ao Senhor por neste domingo nos presentear com a primeira santa nascida no Brasil, Santa Dulce dos pobres, o anjo bom da Bahia, como os baiano costumam chama-la. Ela viveu uma vida de oração e penitência, e de ajuda aos pobres; se dedicou de corpo e alma ao Senhor, cuidando dos mais humildes e desprezados pela sociedade hedionda e consumista onde os miseráveis jamais tiveram vez. Santa Dulce é um belíssimo exemplo de como devemos servir a Deus. Santa Dulce dos pobres, rogai por nós.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 12 de outubro de 2019

VIVA A MÃE DE DEUS E NOSSA SEM PECADO CONCEBIDA...


Solenidade de N.S. Aparecida (Jo 2,1-11)(12/10/19)
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Caríssimos, hoje a Igreja do Brasil celebra solenemente a Sua Padroeira, Nossa Senhora da Conceição Aparecida. E essa graça é causa de grande alegria para todos os brasileiros, seus filhos e filhas. Ora, como Seu Filho, Jesus Cristo, nós a amamos e a exaltamos tal qual meditamos em sua profecia: "A minh'alma engrandece o Senhor e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador; pois, ele viu a pequenez de sua serva, desde agora as gerações hão de chamar-me de bendita."
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Com efeito, por ocasião da Da Dedicação da Basílica Nacional de Aparecida, no ano de 1980, são João Paulo II, fez uma belíssima homilia da qual separei algumas partes, disse ele: "Maria, a Mãe de Deus, é modelo para a Igreja, é Mãe para os remidos. Por sua adesão pronta e incondicional à vontade divina que lhe foi revelada, torna-se Mãe do Redentor, com uma participação íntima e toda especial na história da salvação. Pelos méritos de seu Filho, é Imaculada em sua Conceição, concebida sem a mancha original, preservada do pecado e cheia de graça."
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Maria nos leva a Cristo, como afirma com precisão o Concílio Vaticano II: “A função maternal de Maria, em relação aos homens, de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo; antes, manifesta a sua eficácia. E de nenhum modo impede o contato imediato dos fiéis com Cristo, antes o favorece”.
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Mãe da Igreja, a Virgem Santíssima tem uma presença singular na vida e na ação desta mesma Igreja. Por isso mesmo, a Igreja tem os olhos sempre voltados para aquela que, permanecendo virgem, gerou, por obra do Espírito Santo, o Verbo feito carne. Qual é a missão da Igreja senão a de fazer nascer o Cristo no coração dos fiéis, pela ação do mesmo Espírito Santo, através da evangelização?
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A devoção a Maria é fonte de vida cristã profunda, é fonte de compromisso com Deus e com os irmãos. Permanecei na escola de Maria, escutai a sua voz, segui os seus exemplos. Como ouvimos no Evangelho, ela nos orienta para Jesus: Fazei o que ele vos disser (Jo 2,5). E, como outrora em Caná da Galiléia, encaminha ao Filho as dificuldades dos homens, obtendo dele as graças desejadas. Rezemos com Maria e por Maria: ela é sempre a “Mãe de Deus e nossa”.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

"SEDE SÓBRIOS E VIGIAI."


PEQUENO SERMÃO DE CADA (Lc 11,15-26)(11/10/19)
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Caríssimos, a obra de santificação das nossas almas realizada por Deus Pai, acontece gradativamente, isto é, passo a passo em diversas etapas, como vimos na travessia do deserto rumo à terra prometida realizada por seu povo eleito. Para nós católicos ela começa com o batismo, a primeira comunhão, o Crisma e segue sua tragetória rumo à plenitude até ser concluída na glória do Seu Reino.
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Com efeito, nesse ínterim, passamos por diversas provações e desafios de fé, mas nada que não possamos suportar ou que seja impossível de se cumprir, porque para cada momento o Senhor nos dá uma graça especial, basta ficarmos atentos para fazermos em tudo a Sua Santa Vontade.
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Falando à esse respeito assim nos exortou são Tiago: "Considerai que é suma alegria, meus irmãos, quando passais por diversas provações, sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência. Mas é preciso que a paciência efetue a sua obra, a fim de serdes perfeitos e íntegros, sem fraqueza alguma."
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Nas leituras de hoje vimos que dentre esses desafios se encontra a luta contra o pecado e o seu autor, o Diabo. Ora, sem a graça de Deus é impossível vencer qualquer luta; por isso, em sua primeira carta, são Pedro, nos exorta: "Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar. Resisti-lhe fortes na fé. O Deus de toda graça, que vos chamou em Cristo à sua eterna glória, depois que tiverdes padecido um pouco, vos aperfeiçoará, vos tornará inabaláveis, vos fortificará. A ele o poder na eternidade! Amém."
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Conclusão: Caríssimos, fiquemos atentos às palavras que Jesus nos fala no Evangelho de hoje, se, de fato, quisermos vencer esta luta: "Quem não está comigo está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa." Portanto, peçamos ao Senhor que nos ajude nessa luta para não sucumbirmos diante das ameaças e insídias do maligno.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

A ORAÇÃO É MEIO PERMANENTE DE COMUNHÃO COM O SENHOR...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 11,5-13)(10/09/19)
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Caríssimos, o Senhor Jesus no Evangelho de hoje nos fala da necessidade de perseverarmos na oração; talvez ainda não estejamos convictos da preciosidade desse dom do Espírito Santo que recebemos no batismo e por isso, são poucos os que se dedicam a ele de corpo e alma até atingirem a perfeição desejada por Deus.
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De fato, a oração é a virtude por excelência do encontro com Deus e com os seus anjos e santos; seus filhos e filhas. Quem reza com perseverança nunca se esquece do Senhor, pois tem sempre Ele em seus pensamentos, palavras e ações, por isso, não vivem para si, mas para Ele que nos criou por amor e somente para amar.

Vejamos alguns conselhos práticos para perseverarmos na virtude da oração:
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"Em todas as coisas, reza continuamente, pois nada podes fazer sem a ajuda de Deus.
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Nada é tão poderoso como a oração para nos dar a energia divina. E nada é tão útil como ela para nos obter a benevolência de Deus.
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A prática dos mandamentos está toda contida na oração. Pois não há nada mais elevado que o amor de Deus.
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A oração sem distrações é um sinal de amor a Deus naquele que persevera. A negligência e a distração quando se reza denunciam amor ao prazer.
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Aquele que, sem dificuldade, vela, persevera e reza, recebe visivelmente o Espírito Santo. Mas aquele que faz tudo isso com dificuldade e mantém a sua resolução também é atendido sem demora.
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Se queres fazer um favor a alguém que gosta de aprender, mostra-lhe a oração, a fé reta e a paciência na provação. É com estas três virtudes que se obtêm os restantes bens.
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Foge à tentação pela paciência e a oração. Se pensares em combatê-la sem estas virtudes, voltarás a ser atacado por ela.
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Tudo o que possamos dizer ou fazer sem a oração, torna-se perigoso ou inútil."
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Caríssimos, a fé que recebemos do Senhor vem acompanhada da oração como meio de comunhão permanente com a sua vontade; rezar é mais do que expor as nossas necessidades a Deus; antes de tudo, é esvasiar-se de si mesmo para ouvir o Senhor, e acolher as suas graças em nossas almas e distribui-las generosamente à todos necessitam delas.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 8 de outubro de 2019

COMO ENCONTRAMOS O SENHOR?


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 10,38-42)(08/10/19)
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Caríssimos, desde que o homem pronunciou a primeira palavra nunca mais deixou de falar, a não ser que por algum distúrbio natural ou psicológico não o faça. Ora, as leituras de hoje nos mostra que quando somos bons ouvintes e pomos em prática o que Deus nos fala, evitamos toda espécie de mal, pois onde a obediência ao Senhor se faz presente tudo acontece em conformidade com a sua vontade.
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Com efeito, se analisarmos bem o abismo que existe entra nossa humanidade e Deus, vemos que por nós mesmos, seria impossível termos acesso à Ele. Todavia, como escreveu são João (cf. Jo 3,16),
Deus tanto nos amou que não esitou enviar seu Filho numa condição semelhante à nossa, exceto o pecado, para nos libertar do pecado e de suas terríveis consequências.
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Na primeira leitura de hoje, o exemplo da conversão dos habitantes de Niníve ao escutarem a pregação de Jonas, é um permanente chamado que Deus faz à humanidade para que se converta; bem como escreveu são João: "Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele."
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No Evangelho de hoje vemos duas atitudes totalmente adversas no encontro com o Senhor; por um lado, Marta, toda agitada encontra o Senhor, mas para reclamar e fazer exigências; por outro, Maria, sua irmã, também o encontra, mas, para ouvi-lo e pôr em prática a Sua Palavra, desse modo, escolheu a melhor parte que não lhe será tirada.
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Caríssimos, frequentemente nós também encontramos o Senhor presente na Santa Eucaristia, em Sua Palavra, em nossa oração pessoal e comunitária. Mas, com que disposição o fazemos? Em atitude silenciosa como Maria ou somos agitados como Marta?
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO, ROGAI POR NÓS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 1,26-38)(07/10/19)
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Caríssimos irmãos e irmãs, hoje a Igreja celebra a memória de Nossa Senhora do Rosário; essa memória foi instituída por São Pio V, em agradecimento à chamada vitória de Lepanto sobre o império Otomano, atribuída à nossa Senhora do Rosário, porque no momento da batalha todos, munidos do santo Rosário em oração, avençaram contra os adversários e os venceram.
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Com efeito, "a celebração deste dia é um convite a todos os fiéis para que meditemos os mistérios de Cristo, em companhia da sua Santíssima Mãe, a Virgem Maria, que foi associada de modo muito especial à Encarnação, à Paixão e à sua Ressurreição." Ora, rezar é amar, é fazer a vontade de Deus; nesse sentido, nossa oração é a luz da graça de Deus que ilumina as almas por quem intercedemos, mas também é a arma espiritual para vencermos todo mal.
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Caríssimos, toda oração que fazemos é um encontro que temos com o Mistério de Deus que entra em comunhão conosco pela via de suas inspirações; em outras palavras, o Senhor nos encontra diretamente e sensivelmente nos falando por meio da Eucaristia; de Sua Palavra escrita; de nossa oração pessoal e pela intercessão dos santos, especialmente de Nossa Senhora.
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Conclusão: Caríssimos, peçamos então a intercessão de nossa Senhora do Rosário para que nos ajude a vencer as batalhas que travamos constantemente contra as tentações que nos cercam. Por fim, encontremos todos os dias nossa Mãe Santíssima e meditemos com ela os mistérios do Santo Rosário; rezemos com profunda piedade e devoção pelas almas necessitadas das nossas humildes preces.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 6 de outubro de 2019

FÉ, OBEDIÊNCIA E SERVIÇO...


Homilia do 27°Dom do tempo comum (Lc 17,5-10)(06/10/19)
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Caríssimos, sem fé e obediência nada de bom existe, como também nada de bom se pode esperar; e é por isso que este mundo vive mergulhado na terrível perdição que o assola, jamais vista antes. De fato, quanto mais os homens pecam, mais e mais se afastam do Senhor que os criou, e com isso, perdem a paz e a verdadeira alegria de viver.
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Na primeira leitura de hoje o Profeta Habacuc desnuda por completo a sociedade perversa na qual vivemos, diz ele em seu diálogo com o Senhor: "Senhor, até quando clamarei, sem me atenderes? Até quando devo gritar a ti: “Violência!”, sem me socorreres? Destruições e prepotência estão à minha frente; reina a discussão, surge a discórdia." Ou seja, infelizmente é esse o retrato cruel de nossa sociedade, ninguém se intende; bem como escreveu são Tiago: "Onde houver ciúme e contenda, ali há também perturbação e toda espécie de vícios."
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Todavia, como tudo neste mundo tem limite, também os pecados dos homens não foge à essa regra; desse modo, não podemos perder a esperança ainda que estejamos cercados por todos os lados pelas hostes inimigas. São Paulo na exortação que faz ao seu discípulo Timóteo, também nos exorta à perseverança na fé e no amor, dizendo: "Toma por modelo os ensinamentos salutares que recebeste de mim sobre a fé e o amor a Jesus Cristo. Guarda o precioso depósito, pela virtude do Espírito Santo que habita em nós."
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Caríssimos, no Evangelho de hoje os discípulos também pediram a Jesus que lhes aumentasse a fé, ao que o Senhor respondeu: "Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria." E depois lhes deu o exemplo da humildade que precisamos para servirmos ao Reino de Deus, pois, sem a humildade e o desapego, que são virtudes próprias da missão, não existe recompensa alguma.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 5 de outubro de 2019

"FELIZES OS OLHOS QUE VEEM O QUE VÓS VEDES!."


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 10,17-24)(05/10/19)
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Amados irmãos e irmãs, a liturgia deste dia trata da alegria advinda da realização da vontade do Senhor; mas, também trata da tristeza que o pecado gera nas almas daqueles que o cometem, pois com isso se afastam dos santos mandamentos e das graças do Altíssimo. De fato, existem vários tipos de alegrias, cujo teor gera o estado de alma que trazemos no mais íntimo de nós.
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Na primeira leitura de hoje vimos que o povo eleito que havia feito uma aliança de amor filial com o Senhor, sem demora o traiu oferecendo em sacrifício ao demônio os próprios filhos e filhas; por causa disso, foram expulsos e exilados de sua terra como resultado dessa terrível atitude. Desse modo, experimentaram de imediato a tristeza que a maldade gera, para que se arrependessem e voltassem ao Senhor.
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Mas, por que estas coisas acontecem até mesmo no seio do povo eleito? "Porque, conforme nos ensinou São Paulo, teremos de comparecer diante do tribunal de Cristo. Ali cada um receberá o que mereceu, conforme o bem ou o mal que tiver feito enquanto estava no corpo." Por isso, disse ele: "Em nome de Cristo vos rogamos: recocilia-vos com Deus!"
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Caríssimos, no Evangelho de hoje os discípulos retornaram da missão cheios de alegria dizendo: “Senhor, até os demônios nos obedeceram por causa do teu nome”. Ao que Jesus respondeu: “Eu vi Satanás cair do céu, como um relâmpago. Eu vos dei o poder de pisar em cima de cobras e escorpiões e sobre toda a força do inimigo. E nada vos poderá fazer mal. Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem. Antes, ficai alegres porque vossos nomes estão escritos no céu”.
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Portanto, disse Ele: "Felizes os olhos que veem o que vós vedes! Pois eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que estais vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que estais ouvindo, e não puderam ouvir”.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

"FRANCISCO, RESTAURA A MINHA IGREJA."


PEQUENO SERMÃO DE CADA (Lc 10,13-16)(04/10/19)
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Caríssimos irmãos e irmãs, hoje a Igreja celebra a memória de São Francisco de Assis, e vê nele o espelho da perfeição do Evangelho, aquele que no todo de sua vida seguiu a Cristo fielmente a ponto de ser estigmatizado como Ele o foi, tornando-se assim exemplo vivo de sua presença no mundo, quer pela imitação da simplicidade do presépio; quer ainda pelas dores e humilhações de sua morte de cruz.
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Na sua adolescência, Francisco se entregou aos prazeres carnais como o faziam os demais adolescentes do seu tempo; todavia, insatisfeito com seu estilo de vida, tratou de aventurar-se como cavaleiro em busca de fama e de poder, indo lutar na guerra que a cidade de Assis travava com Perugia.
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Ferido em batalha e feito prisioneiro, depois de um ano foi anistiado e posto em liberdade por conta de seu pai que era um rico comerciante. Nesse interim Francisco encontrou-se com o Senhor na pequena igreja de São Damião, onde por meio do crucifixo Ele lhe disse: "Francisco, restaura a minha Igreja." Ao que ele respondeu plenamente por toda a sua vida, pois viveu sempre em obediência à essa palavra que ouvira do Senhor.
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Caríssimos, são Francisco, depois de toda uma vida de oração e penitência; uma vida totalmente imersa na pobreza, castidade e obediência; uma vida de exemplos extraordinários de fraternidade universal, pois à tudo e a todos chamava de irmãos e irmãs; uma vida de amor à Santa Igreja e pela salvação das almas; partiu deste mundo ao encontro do Cristo que sempre amou e a quem se entregou pelas mãos de sua Mãe Santíssima da qual era grande devoto e à quem consagrou as três ordens por ele fundadas juntamente com Santa Clara.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

TODOS OS BATIZADOS SÃO CHAMADOS E ENVIADOS PELO SENHOR...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 10,1-12)(03/10/19)
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Caríssimos irmãos e irmãs, todos nós que vivemos aqui naturalmente tivemos um começo e teremos um fim; todavia, por graça de Deus compreendemos que somos obras de suas mãos e que só estamos aqui porque a Sua Divina Providência nos sustenta até o dia que formos chamados à sua presença para o juízo final; ora, e isso é incontestável por mais que alguém pense o contrário.
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Com efeito, devido a perfeição de todas as coisas criadas é impossível pensar a vida sem Deus, pois tudo Ele governa por meio das leis naturais e dos seus Santos Mandamentos. E o fato de termos a percepção de tantos desmandos e destruição na face da terra, isto ocorre devido à desobediência às suas leis, porém, nenhum daqueles que as desobedem vive em paz.
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Entretanto, quando os que se rebelam retornam à Ele arrependidos dos pecados cometidos recebem o perdão sacramental e são reintegrados ao seu povo eleito. É isso o que vimos na primeira leitura de hoje, onde os Israelitas depois de voltarem do exílio fizeram as pazes com o Senhor e festejaram seu retorno à obediência às suas Lei.
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Conclusão: Caríssimos, no Evangelho de hoje vimos o relato do envio dos setenta e dois discípulos com a missão de anunciar do Reino de Deus e a sua justiça. Ora, todos os batizados também são chamados e enviados pelo Senhor para cumprir essa mesma missão. Todavia, vale salientar que só é possível anunciar o Reino de Deus autenticamente quando vivemos desde já inseridos nele.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

SANTO ANJO DO SENHOR MEU ZELOSO E GUARDADOR...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 18,1-5.10)(02/10/19)
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Caríssimos irmãos e irmãs, hoje a Igreja celebra a memória dos santos anjos da guarda. De fato, no que diz respeito à história da criação e da nossa salvação, são inúmeras as passagens bíblicas que se referem a esses seres angelicais que Deus, nosso Pai, pôs ao nosso serviço com o encargo de nos proteger em todas as situações de nossa vida.
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Na primeira leitura de hoje, meditamos: "Assim diz o Senhor: “Vou enviar um anjo que vá à tua frente, que te guarde pelo caminho e te conduza ao lugar que te preparei. Respeita-o e ouve a sua voz. Não lhe sejas rebelde, porque não suportará as vossas transgressões, e nele está o meu nome." Já no Salmo responsorial, o Senhor nos diz: "Nenhum mal há de chegar perto de ti, nem a desgraça baterá à tua porta; pois o Senhor deu uma ordem a seus Anjos para em todos os caminhos te guardarem."
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Por sua vez, no Evangelho de hoje, Jesus nos dá a conhecer que os nossos anjos da guarda contemplam a Face de Deus no céu. Todavia, também nos ensina da necessidade de sermos como crianças para entrarmos no Seu Reino, assim disse Ele: “Em verdade vos digo, se não vos converterdes, e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus. Quem se faz pequeno como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus."
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Conclusão: Caríssimos, rezemos então com profunda devoção ao nosso anjo da guarda para que nos proteja nas batalhas que travamos em busca da santidade sem a qual ninguém poderá ver a Deus: "Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, já que a ti me confiou a Piedade Divina, sempre me rege, me guarda, me governa e ilumina, agora e sempre. Amém!”.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 1 de outubro de 2019

O AMOR COM QUE AMAMOS, REVELA QUEM SOMOS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,51-56)(01/10/19)
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Caríssimos, Deus nos criou por amor com o único propósito de que o amemos sobre todas as coisas e nos amemos uns aos outros como a nós mesmos; por isso, nada e ninguém poderá preencher o nosso coração fora do amor com que Deus nos criou. Amar assim é a chave que abre as portas da felicidade eterna que começa aqui no tempo que nos foi dado somente para amarmos.
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Com efeito, quando não somos correspondidos com semelhante amor; sofremos a tentação de rejeitar aqueles que nos rejeitam, e caso isso aconteça, tal atitude só aumenta ainda mais as divisões e querelas, pois um coração que ama somente aqueles que lhes ama, ainda não sabe verdadeiramente o que é amar (cf. Mt 5,44-48).
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No Evangelho de hoje vimos a expressão desse confronto, onde por um lado, Jesus e seus discípulos não foram acolhidos numa aldeia samaritana por puro preconceito; e por outro, como reação, Tiago e João, deram o péssimo exemplo de não amar, desejando que fossem queimados com o fogo do céu; ora, mas Jesus os corrigiu de imediato, mostrando que não podemos deixar de amar, só porque não fomos amados ou não correspondidos no nosso amor.
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Conclusão: Caríssimos, essa liturgia de hoje é um verdadeiro refrigério para as nossas almas; pois, vivemos num mundo onde as pessoas são tão apegadas às coisas que passam que se esquecem que somente o amor com amamos a Deus sobre todas as coisas e entre nós é que nos faz felizes aqui e eternamente no Reino dos céus. Portanto, deixemo-nos amar pelo amor de Deus para que tudo em nosso viver seja uma expressão do Seu Divino Amor.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

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