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quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

A APRESENTAÇÃO DO MENINO JESUS (2)


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 2,36-40)(30/12/21).

Caríssimos, são João Evangelista na primeira leitura de hoje nos exorta: "Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. Porque tudo o que há no mundo – as paixões da natureza, a concupiscência dos olhos e a ostentação da riqueza – não vem do Pai, mas do mundo. Ora, o mundo passa, e também a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre."

Mas, o que significa mesmo o termo "mundo"? Significa toda esta mentalidade pecaminosa se difunde nos meios de comunicação como uma peste maléfica que contamina a todos que se dão a ela, levando-os à perdição eterna. Todavia, para nos defender desse terrível veneno espiritual nos ensina são Paulo: "Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito." (Rm 12,2).

No Evangelho de hoje são Lucas narra o encontro maravilhoso da profetisa Ana com o menino Jesus durante a sua apresentação no Templo. Ela era viúva e já tinha oitenta e quatro anos, vivia no Templo dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. E conduzida pelo Espírito Santo, "pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém".

Com efeito, esse episódio se deu num clima de profunda piedade e oração, por isso, proporcionou esse encontro maravilhoso com o Senhor de toda a vida, Aquele que governa o céu e a terra por toda a eternidade. De fato, ao escutar todas essas maravilhas, Maria e José, se admiraram com tudo o que diziam a respeito do menino. 

Portanto, caríssimos, os homens estão se perdendo pela falta da prática da fé, muitos teem tempo de sobra para o mundo e os seus ídolos modernos, Internet, clubes de futebol, artistas famosos, músicas mundanas, ideologias políticas, seitas religiosas e tantos outros; e com isso, se distanciam do Senhor Jesus e da salvação eterna que Ele nos trouxe.

Destarte, andando na contramão da mentalidade deste mundo, como aconteceu com o velho Simeão e a profetisa Ana, também em nossos dias existem muitas almas piedosas que vivem em oração, penitência e sacrifícios anunciando a Cristo por uma vida de santidade e justiça diante de Deus, nosso Pai celestial.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

A APRESENTAÇÃO DO MENINO JESUS (1)


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 2,22-35)(29/12/21)

Caríssimos, a apresentação do menino Jesus no Templo, por Maria e José, traz em si mesmo um profundo significado místico, ou seja, é toda movida pelo Espírito Santo; primeiro porque findou-se o tempo de espera, o Messias chegou e é apresentado por aqueles que Deus escolheu para cumprir essa missão; segundo, Ele entra no Templo como o novo Templo de Deus, como Deus conosco.

Com efeito, a sua apresentação se dá em cumprimento a Antiga Lei, oferecendo o sacrifício de consagração, "um par de rolas ou dois pombinhos – como está ordenado na Lei do Senhor." No entanto, de agora em diante Ele mesmo se dará em sacrifício de expiação pelos nossos pecados: "Cristo ofereceu pelos pecados um único sacrifício e logo em seguida tomou lugar para sempre à direita de Deus. Por uma só oblação ele realizou a perfeição definitiva daqueles que recebem a santificação." (Hb 10, 12-14).

De fato, o Senhor Jesus veio a este mundo para permanecer conosco e realizar a nossa salvação mediante o sacrifício da própria vida, como Ele nos ensinou: "O Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de a dar, como tenho o poder de a reassumir. Tal é a ordem que recebi de meu Pai”. (Jo 10,18-19).

De certo, a sua apresentação é acompanhada pela profecia do velho Simeão: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti uma espada te transpassará a alma”. Ora, isso nos mostra que a obra de Deus se realiza plenamente pela ação do Espírito Santo e ninguém poderá impedi-la.

Portanto, caríssimos, o Senhor Jesus se faz realmente presente no meio de nós e nos acompanha nas nossas lutas diárias nos dando as evidências necessárias para o seguirmos fielmente por meio dos seus ungidos na sua Santa Igreja, Sacramento Universal da salvação da humanidade. Cabe a nós a obediência aos seus Santos Mandamentos e a todos os seus ensinamentos para que o nosso testemunho seja verdadeiramente autêntico, seja perfeito.

Destarte, façamos esta oração com o velho Simeão que a rezou como sinal da presença do Messias, o Filho amado de Deus, entre nós: “Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

O MARTÍRIO DOS SANTOS INOCENTES...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 2,13-18)(28/12/21)

Caríssimos, o martírio dos santos inocentes é a mais perfeita imagem do martírio do Filho amado de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, que veio a este mundo para nos salvar da morte que o pecado gerou, porém, não foi acolhido e ainda foi crucificado por aqueles que veio salvar. Desse modo, compreendemos que o único meio para derrotar o inimigo de nossas almas, é permanecermos com Cristo que nos faz triunfar sobre todo mal.

De fato, em meio a luta que travamos contra o mal e seus sequazes presentes neste mundo, Deus nunca deixou de nos acompanhar e nos proteger como vimos acontecer com o seu Filho. Por isso, mesmo diante de acontecimentos aparentemente incompreensíveis do ponto de vista da justiça, como o martírio dos santos inocentes, Ele nos faz triunfar sobre toda maldade, mostrando que a vitória da inocência é certa e pela qual nos leva à salvação eterna.

Com efeito, o que mais atrai a proteção de Deus sobre nós é a nossa fragilidade, a nossa finitude; por isso, quando nos deixamos proteger por Ele, de imediato faz valer toda a Sua Potência Divina, como nos ensinou São Paulo ao passar por uma grande tribulação: "Mas ele me disse: Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força.

Por isso, prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo. Eis por que sinto alegria nas fraquezas, nas afrontas, nas necessidades, nas perseguições, no profundo desgosto sofrido por amor de Cristo. Porque quando me sinto fraco, então é que sou forte. (2Cor 12,9-10).

Portanto, caríssimos, os santos inocentes que foram atacados e mortos barbaramente pelos seus cruéis algozes, reinam felizes com Cristo no Reino dos céus onde contemplam eternamente a Face de Deus que os fez vencer a morte e todo o mal pelo martírio que sofreram; por outro lado, os seus terríveis algozes nunca mais verão a luz por conta da maldade que praticaram.

Destarte, oremos ao Senhor Jesus pedindo o martírio do amor que consiste em ama-lo sobre todas as coisas e amar-nos uns aos outros como a nós mesmos sem nunca deixar de faze-lo, aconteça o que acontecer.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

FESTA DE SÃO JOÃO EVANGELISTA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 20,2-8)(27/12/21)

Caríssimos, ama quem dá o primeiro passo, porque leva em conta somente o amor com que ama, isto é, livre de conotações humanas; todavia, pleno das motivações divinas, como o ouvimos do discípulo amado: "Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo o que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor."

De fato, na vida estamos sempre apredendo, por isso, ela é um constante aprendizado; pois, viver não é somente uma sucessão de acontecimentos naturais, uma vez que sempre estamos intervindo neles com nossas escolhas e decisões e é desta intervenção que dependo o nosso estado de alma, porém, o verdadeiro aprendizado consiste em se deixar conduzir pelo Espírito Santo.

Ora, a fé como dom do Espírito Santo que recebemos no batismo, nos proporciona essa feliz interação com os acontecimentos e com o Senhor a partir de nossa naturalidade, para vivermos em sua presença fazendo em tudo a sua vontade. Por ela cremos que nada é impossível, como Jesus mesmo nos ensinou: "Tudo é possível ao que crê." Por isso, queiramos sempre o Deus quer, porque é para a nossa salvação. 

No Evangelho de hoje os discípulos Pedro e João ouvindo o relato de Maria Madalena, partiram ao encontro do Senhor ressuscitado e o encontram nas evidências de sua ressurreição para depois o encontrar pessoalmente no Cenáculo. Ora, no Evangelho de Mateus, o Senhor nos ensina que Ele é, e sempre está conosco seja qual for a situação que estejamos vivendo (cf. Mt 28,20). 

Portanto, nos revistamos das mesmas convicções dos Apóstolos Pedro e João para assim gozarmos da mesma felicidade que eles gozaram ao encontrar as evidências do Senhor ressuscitado. Destarte, deixemos, então, nos conduzir por Ele para a glória do seu Reino.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 26 de dezembro de 2021

HOMILIA DA FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA...


 Festa da Sagrada Família: Jesus, Maria e José (Lc. 2,41-52)(26/12/21)

Caríssimos, no primeiro Domingo após o Natal do Senhor, a Igreja celebra a Festa da Sagrada Família, e percebemos claramente que Jesus, Maria e José, formam uma família simples com poucos recursos, pois, o menino nasce num estábulo e é posto em uma manjedoura. Todavia, isso nos mostra que a verdadeira riqueza não é material, pois esse menino é Deus e Senhor de tudo, mas quis nascer providencialmente como se nada possuísse.

Um outro dado que nos chama atenção é que Jesus nasce quase que no anonimato, exceto pelo fato dos pastores que cuidavam dos rebanhos, terem escutado dos anjos o anúncio do seu nascimento, os quais ficaram impressionados com a quantidade deles cantando melodias celestiais iluminados com a luz extraordinária que os envolvia, todavia, somente eles, depois de Maria e José, experimentaram tamanha alegria de serem os primeiros a conhecer pessoalmente o Salvador da humanidade como lhes foi anunciado.

Desse modo, compreendemos que o nosso viver cotidiano é composto de fatos ordinários e extraordinários; os primeiros vividos na penumbra da fé; os outros a partir das evidências que Deus nos dá da Sua Presença derramando as suas graças e bênçãos, mostrando que nos acompanha sempre com a sua Divina Providência; foi assim que no nascimento do menino Jesus se deram esses dois fatos percebidos pelos pastores que estavam vigilantes.

De certo, Deus age sempre em nossas almas quando vigilantes o escutamos; outrossim, também nos fala pelos acontecimentos que se dão, que são avisos claríssimos que nos alerta para conhecermos a sua santa vontade que consiste na nossa felicidade eterna, contanto que permaneçamos fiéis no seguimento do Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo.

Portanto, caríssimos, a Sagrada Família nos ensina que somos filhos e filhas de Deus, e é assim que devemos viver todo o nosso tempo, mesmo que vivamos na penumbra da fé, pois, é no nosso ordinário que o extraordinário de Deus acontece nos conduzindo, por Sua Divina Providência, até chegarmos ao Seu Reino de amor, de justiça e de paz aonde a morte não mais existirá.

Destarte, sem dúvida alguma Deus quer que a família humana tenha na Sagrada Família o modelo perfeito a ser seguido, vivendo na sua presença os fatos ordinários que se tornam extraordinários à medida que o Senhor Jesus é o centro dela, bem como vimos anunciado pelos anjos aos pastores vigilantes: "este menino é o Salvador da humanidade."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 25 de dezembro de 2021

SOLENIDADE DO NATAL DO SENHOR...


Solenidade do Natal do Senhor (Jo 1,1-18)(25/12/21).

Caríssimos, na vida estamos sempre esperando, e toda espera requer paciência até que se realize o acontecimento que esperamos. A vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, é também a vinda do Reino de Deus, e esta é a maior esperança que cultivamos por meio da prática da fé; pois, ainda que sejamos as pessoas mais felizes deste mundo nada se compara à felicidade eterna na presença de Deus no Reino dos céus. 

De fato, a única atitude que nos atem seguros e cheios de confiança é encontrar o Senhor Jesus como os pastores o encontraram na simplicidade da manjedoura, mais isto porque seguiram a orientação dos anjos que lhes apareceu no exato momento do seu nascimento. Talvez não esperassem que isso pudesse acontecer com eles, mesmo que a fé na vinda do Messias, fosse o acontecimento mais esperado por seu povo.

Na homilia da Santa Missa da Vigília, disse o Papa Francisco: "A 'grande alegria', anunciada aos pastores nesta noite, é verdadeiramente 'para todo o povo'. Naqueles pastores, que santos não eram certamente, estamos também nós, com as nossas fragilidades e fraquezas. Deus, tal como chamou a eles, chama a nós também, porque nos ama. E, nas noites da vida, diz-nos como a eles: "Não temais" (Lc 2, 10). 

Coragem, não percais a confiança nem a esperança; não penseis que amar seja tempo perdido! Nesta noite, o amor venceu o medo, manifestou-se uma nova esperança; a luz gentil de Deus venceu as trevas da arrogância humana. Humanidade, Deus ama-te e, por ti, fez-Se homem; já não estás sozinha."

De certo, ao comemorarmos o nascimento do Filho de Deus do seio da Virgem Mãe, precisamos acolhe-lo na manjedoura de nossas almas por meio da fé, para que Ele permaneça conosco, como nos ensinou São João no Evangelho de hoje: "Mas, a todos que o receberam, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, pois estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do homem, mas de Deus mesmo." (Jo, 1,12-13).

Feliz Natal do Senhor Jesus, meus irmãos e minhas irmãs. Salve Maria Santíssima, Mãe de Deus e nossa Mãe, com seu esposo são José, pai adotivo de Jesus e guardião da Sagrada Família.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv. 

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

MISSA DA VIRGÍLIA DO NATAL DO SENHOR JESUS...


 VIGÍLIA DO NATAL DO SENHOR (Lc 2,1-14)(24/12/21)

Caríssimos, olhando para este mundo devastado pelo pecado, pensamos que realmente não existe solução alguma para ele, no entanto, ao contemplarmos o menino Jesus nascido da Virgem Maria, vemos nele Deus conosco, isto é, Deus que se fez homem para nos libertar do pecado, da morte e do inferno, é esse o verdadeiro sentido do Natal do Senhor.

Com efeito, são Paulo na segunda leitura, descreve a vinda do Senhor Jesus como "a graça de Deus que se manifestou trazendo a salvação para todos os homens". Por que a vinda do Filho de Deus é a maior graça que recebemos? Porque Deus não depende de nós para nos amar, no entanto, nos amou olhando para a nossa miserável condição, teve compaixão, e veio nos salvar.

Sabemos que neste mundo para se obter algum bem, precisamos dar alguma coisa em troca; ao contrário, na economia da salvação, o amor de Deus é inegociável, ou seja, Ele nos ama gratuitamente, cabe a nós ama-lo de igual modo, sem jamais ofende-lo, porque Ele nos ama sempre e jamais nos ofende.

Desse modo, compreendemos que o Natal do Senhor Jesus, é a certeza da gratuidade do amor de Deus por nós, e a sua comemoração a cada ano, é a atualização da obra da nossa redenção, ou seja, é Deus nos dizendo: "Vos amo e vos amarei sempre, porque sois preciosos aos meus olhos." Em outras palavras, o Seu amor e o seu jeito de nos amar nunca muda, por isso, é paciente e espera a nossa conversão até que voltemos para Ele de todo o nosso coração.

"No século V, são Leão Magno, na homilia da Virgília do Natal, disse: “Hoje, amados filhos, nasceu o nosso Salvador. Alegremo-nos! Não pode haver tristeza no dia em que nasce a vida; uma vida que, dissipando o temor da morte, enche-nos de alegria com a promessa da eternidade. Ninguém está excluído da participação nesta felicidade. Exulte o justo, porque se aproxima da vitória; rejubile o pecador, porque lhe é oferecido o perdão; reanime-se o pagão, porque é chamado à vida!”

E disse ainda: “Toma consciência, ó cristão, da tua dignidade! Não voltes aos erros de antes por um comportamento indigno de tua condição. Lembra de que cabeça e de que corpo és membro. Despojemo-nos, portanto, do velho homem com seus atos; e tendo sido admitidos a participar do nascimento de Cristo, renunciemos às obras da carne!”

Destarte, um feliz e santo Natal do Senhor Jesus para todos, pois, com o seu nascimento, recebemos por ele a graça da felicidade eterna!

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

O NASCIMENTO E A MISSÃO DE SÃO JOÃO BATISTA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 1,57-66)(23/12/21).

Caríssimos, as promessas de Deus são garantias que Ele nos dá para nos atermos seguros das suas obras em nosso favor, desse modo, nos pede apenas que confiemos e esperemos as suas realizações; no entanto, podemos apressar o seu cumprimento pela obediência aos seus santos mandamentos, como nos ensinou São João: "Eis o amor de Deus: que guardemos seus mandamentos. E seus mandamentos não são penosos, porque todo o que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé." (1Jo 5,3-4).

A liturgia de hoje trata do nascimento e da missão de São João Batista, filho de Zacarias e Isabel, nascido milagrosamente na velhice de seus pais, que já não podiam mais ter filhos. E como vimos na primeira leitura, ele foi predito pelo Profeta Malaquias: “Eis que envio o meu anjo, e ele há de preparar o caminho para mim; logo chegará ao seu templo o Dominador, que tentais encontrar, e o anjo da aliança, que desejais."

Com efeito, quando estava em pleno cumprimento de sua missão, João foi apresentado pelo Senhor Jesus, nestes termos: “Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Mas que fostes ver? Um homem vestido de roupas finas? Mas os que vestem roupas preciosas e vivem no luxo estão nos palácios dos reis. 

Mas, enfim, que fostes ver? Um profeta? Sim, digo-vos, e mais do que profeta. Este é aquele de quem está escrito: ´Eis que envio o meu mensageiro ante a tua face; ele preparará o teu caminho diante de ti´. Pois vos digo: entre os nascidos de mulher não há maior que João. Entretanto, o menor no Reino de Deus é maior do que ele”. (Lc 7,24-30).

De certo, na profecia de Malaquias que Jesus menciona, também foi dito: "Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o dia do Senhor, dia grande e terrível." Isto significa que a atuação de João Batista, é semelhante a do Profeta Elias cujo símbolo é o fogo da purificação, pois, a vinda do Messias é a última etapa em preparação para a vinda definitiva do Reino de Deus e da sua justiça, quando surgirá novos céus e uma nova terra.

Portanto, caríssimos, rezemos com o salmista esta belíssima oração: "Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos e fazei-me conhecer a vossa estrada! Vossa verdade me oriente e me conduza, porque sois o Deus da minha salvação! O Senhor é piedade e retidão, e reconduz ao bom caminho os pecadores. Ele dirige os humildes na justiça, e aos pobres ele ensina o seu caminho."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.


A MINHA ALMA GLORIFICA O SENHOR...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 1,46-56)(22/12/21)

Caríssimos, a vida vivida na presença de Deus, nosso Pai celestial, constitui o maior desejo de nossas almas, nada se compara à esse desejo realizado, é isso o que vemos na primeira leitura em que Ana, a mãe do Profeta Samuel, o consagrou a Deus desde o seu ventre e consumou a sua consagração deixando-o no Templo do Senhor à sua inteira disposição para cumprir a sua missão profética.

Com efeito, não vivemos neste mundo por acaso, todos temos uma missão à cumprir e essa consiste em amar e servir ao Senhor em santidade e justiça todos os dias de nossa vida. Porém, nos perguntamos, e como conhecemos a nossa missão? Sem dúvida interagindo com o Senhor por meio da oração, da escuta e prática da Sua Palavra, como vimos nos exemplos de Ana, de Maria Santíssima e de todos os que se entregaram totalmente ao Senhor.

No Evangelho de hoje escutamos o belíssimo cântico do Magnificat cantado por Maria Santíssima depois da sua entrega sem reservas ao Senhor. Prestemos atenção nas suas palavras proféticas, pois, além de glorificar a Deus, proclama o que Ele fez e vai fazer na vida do seu povo e de cada um de nós que o seguimos fielmente no cumprimento de nossa missão.

Comentando esse Evangelho escreveu São Beda, monge e doutor da Igreja: "A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador." Com estas palavras, Maria reconhece, em primeiro lugar, os dons singulares que lhe foram concedidos, e a seguir enumera os benefícios universais com que Deus favorece continuamente o gênero humano.

Embora estas palavras se apliquem a todas as almas santas, adquirem contudo a sua ressonância mais perfeita ao serem proferidas pela bem-aventurada Mãe de Deus, que, por singular privilégio, amava com perfeito amor espiritual Aquele cuja concepção corporal no seu seio era a causa da sua alegria."

Portanto, caríssimos, as palavras de nossa Senhora, são palavras inspiradas e eternas, pois, quem faz a vontade de Deus, fala a vontade de Deus e esta se cumpre na íntegra. Destarte, seguir os exemplos que o Senhor Jesus nos dá nas Sagradas Escrituras, e se deixar conduzir pelo Espírito Santo, é o que nos faz fiéis aos seus propósitos salvíficos de sermos santos como Ele é Santo.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

A CONVIVÊNCIA DA FÉ...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 1,39-45)(21/12/21)

Caríssimos, "O justo vive por sua fé." (Hab 2,4). Ora, mas o que isso significa? Com efeito, existe a fé natural que já nascemos com ela e podemos encontrar Deus por meio das evidências naturais da sua presença; e a fé dom do Espírito Santo, que recebemos no batismo. Assim como a fé natural nos leva à interagir naturalmente com as pessoas e as coisas visiveis; de igual modo a fé dom do Espírito Santo nos leva a conviver com Deus, seus anjos e santos com a mesma espontaneadade da nossa convivência natural. 

A liturgia de hoje nos ensina a viver todo o tempo movidos pelo dom da fé, isto é, convivendo com Deus, seus anjos e santos e entre nós sem a barreira dos nossos limites. De fato, os exemplos bíblicos são evidências da proximidade de Deus junto a nós, nos dando suas graças para interagirmos com Ele segundo a sua santa vontade.

No Evangelho de hoje a Santíssima Virgem Mãe vai ao encontro de Isabel, que estava grávida de João Batista, levando em seu seio o menino Jesus. Com efeito, esse episódio é vivido totalmente em estado de graça, ou seja, imerso no amor de Deus, tornando o convívio de Maria com Isabel um verdadeiro paraíso.

De certo, nesse santo encontro se faz presente a Santíssima Trindade que realiza por meio de Maria, Isabel e João seus desígnios de amor a respeito da nossa salvação, e tudo isso é proporcionado pelo dom da fé; desse modo, o invisível se faz visível e sensível por esse dom maravilhoso do Espírito Santo. Pois, viver em estado de graça, é fazer a vontade de Deus em todos os sentidos de nossa vida. 

Portanto, caríssimos, a Santíssima Virgem Maria e sua prima Isabel, nos ensinam que os nossos relacionamentos precisam ser vividos em estado de graça, isto é, em plena comunhão com a vontade de Deus, para assim cumprirmos os seus desígnios de amor para conosco e por meio de nós para toda a humanidade.

Destarte, o que fora perdido com o pecado no antigo paraíso, agora nos é restituído por meio da fé no Senhor que se faz presente no paraíso de nossa convivência. Por isso, jamais excluamos Deus dos nossos relacionamentos, pois, como nos ensinou são Paulo: "É em Deus que vivemos, nos movemos e somos." (At 17,28a).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

O SIM DE MARIA...

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 1,26-38)(20/12/21).

Caríssimos, a nossa participação no mistério da salvação é única e direta, porque é realização da vontade de Deus que nos chama, como chamou Maria e lhe deu as evidências que pedira confirmando o seu sim, para que se cumprisse nela todas as suas promessas. De fato, é maravilhoso contemplar o mistério da presença de Deus entre nós, pela ação direta do Espírito Santo no seio da Virgem Mãe.

No credo que recitamos na missa domenical, seguindo a liturgia, nos ajoelhamos ou inclinamos a cabeça ao rezarmos: "E o verbo se fez carne e habitou entre nós por obra e graça do Espírito Santo no seio da Virgem Maria." Ora, fazemos esse gesto porque Deus escondido e inacessível se faz realmente presente no meio de nós, por isso, o chamamos Emanuel, Deus conosco.

De fato, a partir do sim de Maria, se tornou possível a realização do Mistério da Encarnação do Verbo de Deus; pois, como o mistério da iniquidade entrou na criação por conta da participação dos nossos primeiros pais; com muito mais razão o mistério da nossa salvação teve na cooperação de Maria a participação necessária para vinda do Filho de Deus, o qual obedeceu em tudo ao Pai, para nos fazer participantes da sua natureza divina (cf. 2Pd 1,3-4).

Desse modo, Maria Santíssima se tornou morada permanente do Deus conosco, o Emanuel; e pela ação do Espírito Santo, Ele é carne de sua carne e sangue do seu sangue, por isso, ninguém neste mundo se iguala à perfeição que Dele recebeu por sua participação direta nesse Mistério, que nos trouxe a vida eterna, de fato, pelo seu sim Deus fez nova todas as coisas (cf. Ap 21,14). 

Portanto, caríssimos, não tem como contemplar Jesus sem ver Nele Maria, nem tem como olhar para Maria sem ver Jesus presente nela. Por isso, todos os acontecimentos que se deram a partir da Encarnação do Verbo de Deus, tem no sim incondicional de Maria o fundamento e a realização da vontade de Deus.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.
 

domingo, 19 de dezembro de 2021

VISITAÇÃO...


 Homilia do 4°Dom do Advento (Lc 1,39-45)(19/12/21)

Caríssimos, no Evangelho de hoje, Maria grávida de Jesus, vai ao encontro de sua prima Isabel que ao ouvir a sua saudação fica cheia do Espírito Santo, e começou a proclamar: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.

Com efeito, esse episódio nos mostra que a Virgem Mãe começa a sua missão evangelizadora prestando socorro à sua prima levando o seu Filho Jesus a ela e a sua família; de fato, quanta alegria e felicidade esse encontro nos traz por vermos que a obra da redenção começa pela Mãe do Senhor desde a sua concepção e termina no alto da cruz ao lhe oferecer em sacrifício ao Pai, recebendo Dele a maternidade universal.

Com isso, percebemos que Maria é toda de Deus e Deus todo de Maria, isto é, Maria gera o Filho de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, para Ele nos tornar participantes da sua divindade, cuja essência é a imortalidade. De fato, esse é o Grande Mistério do qual participamos diretamente mediante o batismo que recebemos para seguirmos o Senhor Jesus como Maria Santíssima o seguiu sendo sua primeira discípula.

Portanto, caríssimos, rezemos humildemente e peçamos ao Senhor a graça da disponibilidade de Maria Santíssima, ela que prontamente se pôs a caminho indo ao encontro de Isabel em sua necessidade e recebeu dela tão calorosa recepção, que nos presenteou com a segunda parte da Ave Maria, que diariamente rezamos com ardente fervor nas contas do Santo Rosário.

Destarte, depois do pecado dos nossos primeiros pais o mundo ficou dividido em dois campos, por um lado, o do silêncio sagrado de Deus que nos acolhe no mais íntimo do seu infinito amor e nos fala ao coração. Por outro, se encontra o barulho infernal do pecado e o demônio que o rege tentando destruir a nossa vida e a obra da criação. 

Todavia, perguntamos, qual o campo escolhemos com o nosso livre arbítrio? Maria escolheu o do silêncio sagrado de Deus e nela o Espírito Santo gerou Jesus que nos dá a salvação. Sigamos, portanto, o exemplo da Mãe do Senhor e façamos da nossa vida o paraíso para que nela habite somente a Santíssima Trindade.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

SÃO JOSÉ, O HOMEM DO SILÊNCIO SAGRADO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Mt 1,18-24)(18/12/21)

Caríssimos, Deus nos ama e age sempre para a nossa salvação, por isso, nos comunica a sua vontade, mas, é preciso ouvir a Sua voz que nos fala no silêncio da oração feita no coração das nossas almas, isto é, na nossa consciência. Sem dúvida vivemos em meio ao barulho deste mundo, porém, não nos deixemos contaminar por ele.

A Liturgia de hoje nos revela o modo como Deus fala no silêncio da consciência, como vimos no relato do Evangelho de hoje em que para realizar o seu plano de amor em vista da nossa salvação, escolheu Maria como genitora do seu Filho, e José como seu pai adotivo, aos quais revelou a sua missão redentora, ser Rei de Israel e Salvador da humanidade.

Com efeito, para realizar o Seu Plano salvífico, o Senhor utiliza a sua Teofania, isto é, a sua ação direta e inconfundível; que na encarnação e nascimento de Jesus, se dirigiu à Maria e a José por meio do Arcanjo Gabriel; a ela apareceu face a face; e a ele por meio de sonho, e assim fez-se cumprir todas as profecias a respeito da vinda de Cristo como o Messias.

De certo, aprendamos, então, com Maria e José a silenciar e a escutar o Senhor que nos fala no mais íntimo de nossas almas, para pormos em prática as suas inspirações; Ele também nos fala pela Sagrada Escritura que é a sua voz escrita; nos fala pelos santos anjos como vimos; nos fala ainda pelo exemplo dos santos e santas; pela pregação dos seus ungidos, o Santo Padre, os bispos e Padres em comunhão com ele; e também pelos Santos Sacramentos nos quais se faz presente diretamente.

Destarte, meditemos com estas palavras de santo Efrém: "José abraçava o Filho do Pai celeste recém-nascido, servindo-O como a seu Deus, nele se regozijava como na própria bondade, cuidando daquele que é o único Justo (cf. Mt 1,19): que paradoxo!

"De onde me é dado a mim, ó Filho do Altíssimo, ter em Ti um filho? Indispus-me com tua Mãe, que pensei em repudiar, não sabendo que tinha em seu seio um grande tesouro que, na minha pobreza, me tornaria subitamente rico! O rei Davi, de cuja estirpe nasci, cingiu a coroa. Vê o despojamento a que cheguei: em vez de rei, sou carpinteiro; mas foi-me dada uma coroa, pois tenho nos braços o Senhor de todas as coroas!"

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

ANUNCIAR JESUS E O REINO DE DEUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 7,24-30)(16/12/21)

Caríssimos, conhecemos a nossa fragilidade natural, porque somos um sopro e dependemos praticamente de tudo para sobrevivermos; mas, também conhecemos a nossa fragilidade espiritual, pois vivemos cercados por inimigos invisíveis que só os identificamos pelas tentações que sofremos. Daí a necessidade de combate-los pela oração perseverante que nos faz viver na presença do Senhor dependendo Dele cem por cento.

A liturgia de hoje nos revela na primeira leitura o cuidado que Deus tem por nós que somos seus filhos e filhas, por isso, nos encoraja, pois nunca nos abandona: "Num momento de indignação, por um pouco ocultei de ti minha face, mas com misericórdia eterna compadeci-me de ti, diz teu Salvador, o Senhor. Podem os montes recuar e as colinas abalar-se, mas minha misericórdia não se apartará de ti, nada fará mudar a aliança de minha paz, diz o teu misericordioso Senhor."

Com efeito, este mundo está dismoronando por conta dos pecados aqui praticados, no entanto, para aqueles que se arrependem e voltam ao Senhor Jesus, estes são alcançados por sua divina misericórdia e conduzidos ao seu convívio no rebanho da Sua Santa Igreja, como a ovelha perdida que se deixou encontrar pelo bom pastor.

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus revela a identidade de João Batista e a sua missão, e revela também o que acontece com os que acolhem a sua evangelização e se convertem, no Reino de Deus serão maiores do que João: "Eu vos digo: entre os nascidos de mulher, ninguém é maior do que João. No entanto, o menor no Reino de Deus é maior do que ele."

Por outro lado, mostra também a danação dos que negam o seu profetismo e rejeitam o seu batismo de conversão: "Mas os fariseus e os mestres da Lei, rejeitando o batismo de João, tornaram inútil para si mesmos o projeto de Deus”. De fato, todos os que se fecham em si mesmos e não deixam a verdade entrar em suas almas, morrem no pecado da soberba, da incredulidade e da indiferença.

Portanto, caríssimos, rezemos com ardente fervor a oração do Salmo responsorial da liturgia de hoje: "Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes, e não deixastes rir de mim meus inimigos! Vós tirastes minha alma dos abismos e me salvastes, quando estava já morrendo! Escutai-me, Senhor Deus, tende piedade! Sede, Senhor, o meu abrigo protetor! Transformastes o meu pranto em uma festa, Senhor meu Deus, eternamente hei de louvar-vos!" (Sl 29).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

SEGUIR JESUS, É FAZER A VONTADE DE DEUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 7,19-23)(15/12/21).

Caríssimos, ao olharmos para o mundo e suas misérias, nasce em nós algumas perguntas urgentes: o que será desse nosso mundo cada vez mais incrédulo e repleto de todo tipo de maldade? Será que existe alguma solução que o transforme num paraíso? Ou será que se tornará um inferno? De fato, se o destino da humanidade dependesse dos homens, este mundo já teria se transformado num caos total.

No entanto, no Evangelho de hoje Deus nos dá a resposta à estas questões por meio das perguntas feitas por João Batista ao enviar seus discípulos ao Senhor Jesus: "És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?” "Então, Jesus lhes respondeu: “Ide contar a João o que vistes e ouvistes: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, e a boa nova é anunciada aos pobres. É feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim!"

Comentando esse Evangelho, disse o Papa Bento XVI: "Nos últimos dois, três séculos muitos têm perguntado: "ÉS tu mesmo? Ou será que o mundo precisa ser mudado de uma forma mais radical? Não é assim?" E tantos profetas, ideólogos e ditadores vieram e disseram: "Não é ele! Ele não mudou o mundo! Somos nós"! E criaram os seus impérios, as suas ditaduras, o seu totalitarismo que iria mudar o mundo. E mudou-o, mas de uma forma destrutiva. 

Hoje sabemos que tudo o que restou destas grandes promessas foi um grande vazio e uma grande destruição. Não foram eles. E por isso temos de voltar a ver Cristo e perguntar a Ele: "És tu? O Senhor, à sua maneira silenciosa, responde: "Veja o que eu fiz. Não fiz uma revolução sangrenta, não mudei o mundo à força, mas acendi muitas luzes que formam um grande caminho de luz ao longo dos milénios".

O Senhor disse na sua resposta a João que não é a revolução violenta do mundo, nem são as grandes promessas que mudam o mundo, mas é a luz silenciosa da verdade, da bondade de Deus que é o sinal da Sua presença e nos dá a certeza de que somos amados ao máximo e que não somos esquecidos, não somos um produto do acaso, mas de uma vontade de amor. 

Desta forma, podemos viver, podemos sentir a proximidade de Deus. "Deus está perto", mas muitas vezes nós é que estamos longe. Aproximemo-nos, entremos na presença da Sua luz, oremos ao Senhor, e pelo contato da oração, tornemo-nos luz para os outros." (Papa Bento XVI).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

COMO DISCERNIR A VONTADE DE DEUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Mt 21,28-32)(14/12/21).

Caríssimos, Deus nunca age como os homens, por isso, o que ensina e promete, Ele cumpre na íntegra. Mas, quantos de nós paramos para ouvi-lo, para interagir com Ele por meio do Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo? De fato, estamos acostumados a viver naturalmente, e muitos são aqueles que agem como se Deus não existisse, nem se faça presente no meio de nós. E o resultado dessa incredulidade é a crueldade dos que se afastam Dele.

Com efeito, Deus nos criou não para nega-lo, mas sim, para ama-lo e servi-lo; para sermos justos, honestos, verdadeiros e santos, e assim nos amarmos uns aos outros; no entanto, o que mais vemos hoje em dia é a negação de Deus por meio de comportamentos e costumes totalmente contrários à Sua Santa Vontade, a ponto do Senhor Jesus perguntar: "Mas, quando vier o Filho do Homem, acaso achará fé sobre a terra?" (Lc 18,8b)

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus contou a seguinte parábola, "aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: “Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, ele disse: ‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha!’ O filho respondeu: ‘Não quero’. Mas depois mudou de opinião e foi. O pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu: ‘Sim, senhor, eu vou’. Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?”

Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: “O primeiro”. Então Jesus lhes disse: “Em verdade vos digo, que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. Porque João veio até vós num caminho de justiça, e vós não acreditastes nele. Ao contrário, os publicanos e as prostitutas creram nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes para crer nele”.

Portanto, caríssimos, qual é a lição que tiramos dessa Parábola? Quem faz a vontade de Deus não vive de aparências nem se julga justo aos próprios olhos; também não julga ninguém, porque sabe-se pecador arrependido e perdoado, por isso, faz um caminho de conversão permanente buscando a misericórdia de Deus e usando de misericórdia com todos na mesma medida da misericórdia recebida.

Destarte, escutemos atentamente essa promessa que Deus fez por meio do Profeta Sofonias: "E deixarei entre vós um punhado de homens humildes e pobres. Eles não cometerão iniquidades nem falarão mentiras; não se encontrará em sua boca uma língua enganadora; serão apascentados e repousarão, e ninguém os molestará." (Sf 3,12-13)

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

CRISTO VEIO PARA PERDOAR OS NOSSOS PECADOS E NOS DAR A VIDA ETERNA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Mt 1,1-17)(17/12/21)

Caríssimos, todos nós temos uma história de vida, isto é, uma genealogia que pouco conhecemos além dos nossos antepassados mais próximos; todavia, em se tratando de nosso Senhor Jesus Cristo, a Sagrada Escritura, autêntica revelação da Vontade de Deus Pai, confirma pela graça do Espírito Santo, a veracidade dos fatos relatados em vista da nossa salvação.

Com efeito, nela existem nomes conhecidos e outros desconhecidos, porém, todos contribuíram por meio de sua história de vida, para a vinda do Filho de Deus como o Messias prometido e esperado até que se cumprisse todas as profecias a seu respeito, como esta da primeira leitura de hoje: "O cetro não será tirado de Judá, nem o bastão de comando dentre seus pés, até que venha Aquele a quem pertencem, e a quem obedecerão os povos” (Gn 49,20).

De certo, a genealogia do Senhor Jesus, segundo Mateus, traz alguns fatos inusitados, nela aparecem os nomes de cinco mulheres: Tamar, Raab, Rute, a ex mulher de Urias (Bersabea) e Maria. Ora, até então não era custume aparecer o nome de mulheres nas genealogias, e muito menos de mulheres estrangeiras, mas, na do Senhor Jesus quatro delas são pagãs, e três dentre elas cometeram pecados graves. De fato, isso demonstra que o Filho de Deus veio a este mundo para perdoar os nossos pecados e nos conduzir à vida eterna.

Um outro fato chama a atenção, Deus veio até nós nascendo como um de nós, gerado pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria, ou seja, ele manteve intacta a sua virgindade antes, durante e depois do parto; a criatura que gera o seu Criador, fazendo perfeitamente a Vontade do seu Criador. Por isso, ela cantou no Magnificat: "A minh'alma engrandece o Senhor e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador; pois, ele viu a pequenez de sua serva, desde agora as gerações hão de chamar-me de bendita. O Poderoso fez em mim maravilhas e Santo é o seu nome!"

Portanto, caríssimos, esses fatos iluminam o nosso entendimento e aumentam a nossa fé e a nossa esperança, pois, com o nascimento do seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, Deus realizou todas as suas promessas como esta feita a Abraão: "Em ti serão abençoadas todas as famílias da terra.” (Gn 12,3b).

Destarte, proclamemos com o salmista esta justíssima sentença: "Nos seus dias a justiça florirá e grande paz, até que a lua perca o brilho! De mar a mar estenderá o seu domínio, desde o rio até os confins de toda terra! Seja bendito o seu nome para sempre! E que dure como o sol sua memória! Todos os povos serão nele abençoados, todas as gentes cantarão o seu louvor!" (Sl 71).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

"EU TAMBÉM VOS PERGUNTO..."


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Mt 21,23-27)(13/12/21).

Caríssimos, quem não crê em Deus por convicção, por experiência própria e por amor a Ele, perde a virtude da honestidade e cai no abismo da falsidade, do autoritarismo e do querer ter razão em tudo, por isso, julgam e condenam os outros, mesmo que não sejam culpados, e fazem isso por causa da cegueira espiritual em que vivem.

De fato, é assim que se comportam os inimigos da fé, os inimigos de Deus, por isso, se tornam insuportáveis até para si mesmos, porque são como figueiras estéreis incapazes de frutificarem. E pela ausência de bons frutos, costumam manipular e querer desviar os que buscam a verdade que os salva. É isso o que nos mostra a liturgia de hoje. De fato, muitos desconhecem a verdade, porque não a buscam com sinceridade de coração.

No Evangelho de hoje "os sumos sacerdotes e os anciãos do povo aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Com que autoridade fazes estas coisas? Quem te deu tal autoridade?” Jesus respondeu-lhes: “Também eu vos farei uma pergunta. Se vós me responderdes, também eu vos direi com que autoridade faço estas coisas. Donde vinha o batismo de João? Do céu ou dos homens?”

Eles refletiam entre si: “Se dissermos do céu, ele nos dirá: ‘Por que não acreditastes nele?’ Se dissermos: ‘Dos homens’, temos medo do povo, pois todos têm João Batista na conta de profeta”. Eles então responderam a Jesus: “Não sabemos”. Ao que Jesus também respondeu: “Eu também não vos direi com que autoridade faço estas coisas”.

Com efeito, toda pergunta feita a Deus com o desejo de conhecer a essência do que não se conhece ainda, vem acompanhada das virtudes da sinceridade e da humildade, que abrem as portas da alma para acolher a sabedoria divina que a conduz à perfeição eterna. Por outro lado, quando essas virtudes não se encontram na interrogação que se faz, ela se torna uma pedra de tropeço por estar cheia de hipocrisia e contradições, que fecham as portas da alma, impedindo-a de conhecer e amar a Deus, e de se deixar amar por Ele. É isso o que vimos na atitude dos que interrogaram Jesus. 

Portanto, caríssimos, toda pessoa desonesta é calculista e por isso não reconhece a verdade, porque o orgulho e a soberba que a dominam não deixa conhecê-la. Rezemos, então, esta oração em comunhão com o Senhor Jesus: "Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequenos. Sim, Pai, eu te bendigo, porque assim foi do teu agrado." (Mt 11,25-26).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 12 de dezembro de 2021

SOMOS ANJOS HUMANOS A CAMINHO DO CÉU...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 17,10-13)(11/12/21)

Caríssimos, todos nós que aqui vivemos temos uma missão à cumprir, porque não somos frutos do acaso, ao contrário, fomos gerados para que com o nosso modo de ser, transpareçamos a imagem e semelhança de Deus que somos, e desse modo, compreendermos que somos anjos humanos a caminho do céu, morada definitiva de Deus com os seus filhos e filhas.

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus traz um pouco do céu à terra ao transfigurar-se diante dos extasiados Pedro, Tiago e João, para que tivessem a certeza de quem Ele era e não se escandalizassem com sua morte de cruz. Ora, a fé nos pede uma confiança inabalável, e isto porque nos acostumamos com as nossas próprias evidências e não as dela; todavia, em certos momentos o Senhor nos dá sinais sensíveis da sua presença para jamais duvidarmos do Seu Infinito poder especialmente quando somos postos à prova por aqueles que não creem.

Na primeira leitura o Profeta Elias foi enviado ao povo eleito como um sinal da presença de Deus, para que se convertessem e voltassem ao Senhor, porque Dele se separaram por conta dos pecados praticados, deixando com isso, a vivência da fé no Deus de Abraão, Isaac e Jacó, para cultuar outras divindades imitando as práticas abominações das nações circunvizinhas, provocando, desse modo, a ira do Senhor dos exércitos.

Com efeito, os ídolos de hoje são claramente perceptíveis pelas ações dos seus seguidores que se tornaram escravos dos seus comandos, tais ídolos são conhecidos como: empresas de TI (Tecnologia da Informação), mercado financeiro, consumismo, fama, tatuagens, pornografia, ideologias políticas e de gênero; seitas religiosas, e as marcas famosas de objetos que desejam usar. De fato, são todos demônios disfarçados.

Portanto, caríssimos, muitos vivem buscando as glórias deste mundo e por isso deixam de seguir o Senhor Jesus, que nos ilumina com a Sua Luz Divina, para se deixar invadir pela luz dos celulares, computadores e outros meios de comunicação, e dão a eles todo tempo disponível, afastando-se da prática da fé no Senhor, para seguir os ídolos modernos e seus conteúdos abomináveis aos olhos de Deus, e com isso sofrem as terríveis consequências de suas práticas nefastas. 

Destarte, escutemos com atenção esta exortação da Carta aos Hebreus: "Lembrai-vos de vossos dirigentes, que vos pregaram a palavra de Deus, e, considerando o fim de sua vida, imitai-lhes a fé. Jesus Cristo é o mesmo, ontem e hoje e por toda a eternidade. Não vos deixeis enganar por qualquer espécie de doutrina estranha." (Hb 13,7-9a). Ou seja, o que mantém a proteção e a presença de Deus no meio de nós, é a nossa obediência e fidelidade no seguimento de nosso Senhor Jesus Cristo.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

O COMBATE ESPIRITUAL, COMO LUTAR CONTRA O MAL? ...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 11,16-19)(10/12/21)

Caríssimos, o combate espiritual faz parte da nossa permanência no estado de graça, que é o estado em que a alma vive imersa em Deus praticando somente a Sua Santa Vontade; por isso, sofre tentações por conta do inimigo de nossas almas que procura desestabiliza-nos, isto é, tirar de nós as graças alcançadas para nos confundir e nos afastar do Senhor, como na primeira tentação, em que nossos primeiros pais ouviram o inimigo e por isso foram expulsos do paraíso. Porquanto, nunca dialogue com nenhuma tentação.

Com efeito, nessa luta contra as tentações e o pecado, que é costante, precisamos usar as armas espirituais que temos à nossa disposição, são elas: a renúncia da própria vontade; a perseverança na oração; os atos de penitência e o jejum, para os que podem faze-lo; a prática das virtudes; o bloqueio dos pensamentos vãos, desordenados e estranhos, e por fim, o amor ao próximo evitando todo tipo de julgamento, como nos ensinou o Senhor (cf. Lc 6,36-38).

De certo, para vivermos intensamente o estado de graça, que é o convívio permanente com o Senhor Jesus, temos na virtude da obediência uma forte aliada, pois, numa alma obediente, Deus faz dela a sua morada, porque obedece-lo é ama-lo, é segui-lo fielmente, como nos ensinou o Senhor: "Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada." (Jo 14,23).

São Pedro tratando dessa luta espiritual, assim se expressou: "Com efeito, quem quiser amar a vida e ver dias felizes, refreie sua língua do mal e seus lábios de palavras enganadoras; aparte-se do mal e faça o bem, busque a paz e siga-a. Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos e seus ouvidos, atentos a seus rogos; mas a força do Senhor está contra os que fazem o mal (Sl 33,13-17)." (1Pd 3,10-12).

Portanto, caríssimos, no Evangelho de hoje o Senhor Jesus mostra o estado da geração da sua primeira vinda, ou seja, sem o discernimento preciso para ler os sinais do tempo e reconhecer em João Batista e Nele a Sabedoria de Deus que nos ensina a viver nesta mundo segundo a Sua Santa Vontade.

Destarte, "Não nos deixemos, pois, mover por um zelo soberbo, que nos leve a procurar antes do tempo aquilo que virá a seu tempo. De outra maneira, nem quando chegar o tempo receberemos o que é próprio desse tempo." (São João Clímaco). Em outras palavras, procuremos viver o que o Senhor Jesus nos ensina, enquanto temos tempo, porque sem a obediência aos seus ensinamentos nada somos, nada temos, nada podemos.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

HOMILIA DO 3°DOM DO ADVENTO...


 Homilia do 3°Dom do Advento (Lc 3,10-18)(12/12/21)

Caríssimos, o 3°Dom do Advento é também chamado de "domingo da alegria" pela proximidade do Natal, da vinda do Senhor Jesus como o Messias enviado por Deus; de fato, esse tempo litúrgico nos leva à uma profunda reflexão acerca da nossa vida e de como vivemos a fé na presença do Senhor que está no meio de nós, preparando conosco a sua Parusia, isto é, a sua vinda gloriosa, pois, na primeira veio nascido da Virgem Maria, como havia anunciado o Profeta Isaías, para proclamar a remissão dos pecados e a nossa participação no Reino de Deus (cf. Is 7,14).

Com efeito, naquele tempo havia uma grande espectativa sobre a vinda do Messias, como vemos na primeira leitura em que o Profeta Sofonias apresenta a proximidade do cumprimento dessa promessa: "Naquele dia, se dirá a Jerusalém: “Não temas, Sião, não te deixes levar pelo desânimo! O Senhor, teu Deus, está no meio de ti, o valente guerreiro que te salva; ele exultará de alegria por ti, movido por amor; exultará por ti, entre louvores, como nos dias de festa”. 

O Evangelho de hoje nos mostra a ação evangelizadora de João Batista, como o precursor do Messias, enviado por Deus para libertar o seu povo como havia prometido. Ora, João administrava um batismo de conversão, mas ao mesmo tempo anunciava Jesus como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, ensinando que somente Ele confere o batismo no Espírito Santo.

Com efeito, mesmo em meio aos pecados da humanidade, Deus sempre se fez presente com suas promessas confirmando em todos tempos as suas palavras e intervindo quando necessário para que todos se convertessem, bem como nos ensinou são Paulo: "Deus, porém, não levando em conta os tempos da ignorância, convida agora a todos os homens de todos os lugares a se arrependerem. Porquanto fixou o dia em que há de julgar o mundo com justiça, pelo ministério de um homem que para isso destinou. Para todos deu como garantia disso o fato de tê-lo ressuscitado dentre os mortos." (At 17,30-31).

Portanto, caríssimos, toda espera tem um fim, e com a vinda do Seu Filho, Deus mesmo realiza pessoalmente, por meio Dele, o que prometeu. Ora, naquele tempo ainda não havia a firme convicção da imortalidade da alma nem do Reino de Deus, foi, porém, com a vinda do Senhor, que se confirmou o reinando definitivo prometido ao rei Davi, ou seja, por sua morte e ressurreição, o Senhor Jesus reina glorioso sobre toda a criação por toda a eternidade, e virá para julgar os vivos e os mortos como Ele mesmo anunciou (cf. Mt 25).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

PREPARANDO A SEGUNDA VINDA DO SENHOR JESUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Mt 11,11-15)(09/12/21)

Caríssimos, todos nós que recebemos o batismo estamos a caminho do Reino dos Céus; e todo o nosso tempo aqui vivido é em preparação para o encontro definitivo com o Senhor Jesus, porém, ao mesmo tempo, preparamos a sua segunda vinda na qual julgará os vivos e os mortos. Ora, assim como o povo eleito se preparou para receber o Messias, como o Ungido de Deus e seu libertador na sua primeira vinda, hoje somos nós que temos essa mesma missão.

É certo que na primeira vinda o Senhor Jesus não foi aceito pelos grandes e pelos chefes do povo que o condenaram à terrível morte de cruz; no entanto, foi acolhido pelos pequeninos e humildes de coração que o seguiram fielmente dando por Ele a própria vida, certos de que suas palavras e ações eram do próprio Deus, como "Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus!" (Jo 6,60-69). 

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos faz uma revelação maravilhosa, disse Ele: “Em verdade eu vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele." (Mt 11,11-15). 

Ora, com isso, o Senhor Jesus nos ensina que a nossa grandeza não é deste mundo, mas sim do Reino de Deus, por isso mesmo, não temamos as ameaças dos grandes e nem busquemos as vantagens e grandezas deste mundo, pois tudo isso se tornará cinzas que o vento leva no dia do juízo final.

Portanto, caríssimos, a fé é o dom do Espírito Santo que nos une ao Senhor Jesus para fazermos em tudo a Sua Santa Vontade, e assim participarmos com Ele da Sua Glória no Reino dos céus. Com efeito, sabemos que aqui travamos diariamente uma batalha espiritual contra as tentações e o pecado, que são as armas usadas pelo maligno tentando nos derrotar.

No entanto, como armas espirituais defensivas temos a vida de oração, a prática da Palavra de Deus, e a participação nos santos sacramentos em especial a Santa Eucaristia que é a presença real do Senhor Jesus nos alimentando e caminhando conosco até vencermos totalmente esta guerra na qual estamos lutando, como o fez são João Batista dando por Ele a própria vida.

Destarte, sigamos com perseverança inabalável esta exortação de são Paulo: "Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito." (Rm 12,2).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA SANTÍSSIMA


 SOL. DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA (Lc 1,26-38)(8/12/21).

Caríssimos, a Igreja hoje celebra a Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe. Deus no seu infinito amor comunica a sua graça do jeito como somente Ele conhece e faz, desse modo, pela ação do Espírito Santo preservou a Virgem Mãe de Jesus da mancha do pecado original, fazendo com que nascesse Imaculada em vista da vinda do Seu Filho a este mundo, para a salvação de todo aquele que Nele crer.

De fato, Deus tudo criou por amor e para o amor, e mesmo com o advento do pecado de Adão e Eva, Ele não os abandonou à triste condição pecaminosa e à morte como consequência do pecado consentido e praticado, mas continuou comunicando a sua graça até que se cumpra a sua santa vontade de fazer nova todas as coisas por meio do Seu amado Filho (cf. Ap 21, 5a).

Comentando esta Solenidade, assim se expressou Santo Anselmo: "Deus deu a Maria o seu próprio Filho, único gerado de seu coração, igual a si, a quem amava como a si mesmo. No seio de Maria, formou seu Filho, não outro qualquer, mas o mesmo, para que, por natureza, fosse realmente um só e o mesmo Filho de Deus e de Maria! Toda a criação é obra de Deus, e Deus nasceu de Maria. Deus criou todas as coisas, e Maria deu à luz Deus! Deus que tudo fez, formou-se a si próprio no seio de Maria. E deste modo refez tudo o que tinha feito. Ele que pode fazer tudo do nada, não quis refazer sem Maria o que fora profanado.

Por conseguinte, Deus é o Pai das coisas criadas, e Maria a mãe das coisas recriadas. Deus é o Pai da criação universal, e Maria a mãe da redenção universal. Pois Deus gerou aquele por quem tudo foi feito, e Maria deu à luz aquele por quem tudo foi salvo. Deus gerou aquele sem o qual nada absolutamente existe, e Maria deu à luz aquele sem o qual nada absolutamente é bom."

Oremos: "Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos à vós e por todos quantos a vós não recorrem de modo especial pelos os inimigos da Santa Igreja e por aqueles que a vós estão recomendados." Amém! Assim seja!

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

O BOM PASTOR E A OVELHA PERDIDA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Mt 18,12-14)(07/12/21)

Caríssimos, existe uma fronteira entre o bem e o mal, e dessa somente nós temos a chave, trata-se do nosso livre arbítrio cuja chave é a obediência à Palavra de Deus; de fato, o nosso livre arbítrio é também o nosso paraíso neste mundo; todavia, convém perguntar: quem deixamos entrar nesse nosso paraíso?

Com efeito, a justa resposta é esta: nunca dê a chave da sua liberdade a nenhum pensamento vão, desordenado ou estranho, porque um filho ou filha de Deus é incapaz de pensar o mal, no entanto, sofre a tentação para isto, porquanto, nunca dialogue com mal algum nem dê permissão para entrar em sua alma, pois, ela é sagrada e habitação somente de Deus aqui e por toda a eternidade.

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos conta a parábola da ovelha perdida e como o bom pastor deixa as noventa e nove na segurança do rebanho para ir à procura da que se perdera, e depois acrescenta: "Em verdade vos digo, se ele a encontrar, ficará mais feliz com ela, do que com as noventa e nove que não se perderam. Do mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos." 

Ora, e isto o faz porque nos ama infinitamente, mesmo os que estão perdidos como aquela ovelha, mas Ele, como bom pastor que é, os procura e espera encontra-los no arrependimento da perdição em que estão, para os conduzir ao rebanho da sua santa Igreja pela qual os nutre e os faz sentir seguros como as outras noventa e nove que já fazem parte desse Seu rebanho.

Portanto, caríssimos, cuidemos para não fugirmos das instruções do Bom Pastor, nosso Senhor Jesus Cristo, que cuida do Seu rebanho, a Santa Igreja, na qual nos alimenta com o seu Corpo e Sangue, Sua Alma e Divindade; com os outros Sacramentos e as suas palavras de vida eterna. Destarte, tomemos cuidado ainda com os lobos vorazes das seitas, ideologias, discórdias, partidos, vícios e tantos outros que tentam nos afastar do rebanho para nos devorar caso sigamos os seus erros.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

A FÉ E A COMUNHÃO FRATERNA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 5,17-26)(06/12/21).

Caríssimos, a força do perdão divino é um exorcismo que liberta e cura a alma e o corpo atingidos pelos pecados cometidos, pois, todo pecado leva quem o comete à morte espiritual; por isso, quem vive no pecado permanece dominado por ele, e só é possível libertar-se do mal que o atingiu mediante o perdão que o Senhor Jesus concede por meio do Sacramento da Reconciliação presente na Sua Santa Igreja.

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus estava ensinando em uma casa e em volta dele, além da multidão, estavam os fariseus e os doutores da lei, nisto alguns homens de fé trouxeram-lhe um paralítico deitado numa cama, e como não podiam entrar devido à multidão, desceram-no pelo teto aonde o Senhor se encontrava. "Vendo-lhes a fé, ele disse: “Homem, teus pecados estão perdoados”.

"Os escribas e fariseus começaram a murmurar, dizendo: “Quem é este que assim blasfema?” De fato, neste episódio vemos claramente o contraste que existe entre aqueles que julgam segundo os próprios critérios e aqueles que creem no poder de Deus, cujo único critério é a fé com a qual cuduziram o paralítico até Jesus para que o curasse e foram prontamente atendidos.

Comentado esse Evangelho escreveu São Pedro Crisólogo (sec. V): "Por causa da fé de outrem, a alma do paralítico foi curada antes do seu corpo. «Ao ver a fé daquela gente», diz o Evangelho. Notai, irmãos, que Deus não Se preocupa com o que querem os homens insensatos, nem espera encontrar fé entre os ignorantes. Pelo contrário, não recusa vir em socorro da fé de outrem. Esta fé é um presente da graça e está de acordo com a vontade de Deus."

Um outro dado importante neste episódio, Deus nos conhece por dentro, como vemos a seguir: "Conhecendo-lhes os pensamentos, Jesus respondeu, dizendo: “Por que murmurais em vossos corações?" Desse modo, percebemos que a falta de fé no poder misericordioso do Senhor Jesus, é um pecado tão grave que leva os homens a cegueira espiritual e a julgar e condenar o próprio Deus, que realiza a obra da nossa salvação por meio do Seu amado Filho.

Portanto, caríssimos, viver a fé como um dom do Espírito Santo recebido no batismo, é pôr em prática a vontade de Deus presente nos Santos Mandamentos, nos ensinamentos de nosso Senhor Jesus Cristo, dos santos Apóstolos, e da Sua Santa Igreja que continua a Sua obra salvífica até o fim do mundo, como Ele mesmo nos ensinou: "Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo." (Mt 28,19-20).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 5 de dezembro de 2021

HOMILIA DO II DOM. DO TEMPO DO ADVENTO...


 Homilia do 2°) Dom do Tempo de Advento (Lc 3,1-6)(05/12/21)

Caríssimos, quando há uma profunda interação entre a alma e Deus na oração, a fé se torna uma experiência sensível como numa grande amizade, porém, com uma imensa diferença, que é uma moção íntima capaz de leva-la ao êxtase, é como se a invisibilidade divina se tornasse visível aos seus olhos. Ora, a isso chamamos de experiência mística, a mesma que os Patriarcas, os Profetas, Maria Santíssima, Isabel, João Batista e todos os santos e santas viveram durante toda a sua vida de comunhão com Deus neste mundo. 

Com efeito, a liturgia de hoje nos mostra como Deus, por meio do Profeta Baruc, revela a sua imensa ternura pelo seu povo, o revestindo dos mais belos adornos: "Despe, ó Jerusalém, a veste de luto e de aflição, e reveste, para sempre, os adornos da glória vinda de Deus. Cobre-te com o manto da justiça que vem de Deus e põe na cabeça o diadema da glória do Eterno." (Br 5,1-2)

De certo, vemos essa experiência também na segunda leitura em que Paulo revela o quanto ama os Filipenses, e como reza por eles: "Deus é testemunha de que tenho saudade de todos vós, com a ternura de Cristo Jesus. E isto eu peço a Deus: que o vosso amor cresça sempre mais, em todo o conhecimento e experiência, para discernirdes o que é melhor. E assim ficareis puros e sem defeito para o dia de Cristo, cheios do fruto da justiça que nos vem por Jesus Cristo, para a glória e o louvor de Deus". (Fl 1,8-11).

No Evangelho de hoje vemos que num contexto histórico preciso, isto é, o domínio do Império Romano sobre o povo eleito, Deus enviou João Batista em cumprimento a Profecia de Isaías para anunciar a vinda do seu Filho como o Messias esperado: “Esta é a voz daquele que grita no deserto: ‘preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas. Todo vale será aterrado, toda montanha e colina serão rebaixadas; as passagens tortuosas ficarão retas e os caminhos acidentados serão aplainados. E todas as pessoas verão a salvação de Deus’". (Lc 3,4b-6).

Portanto, caríssimos, o nosso Grande Deus e Salvador, nosso Senhor Jesus Cristo, se encontra no meio de nós, presente sensivelmente na Sua Santa Igreja, Sacramento Universal da salvação, que anuncia dia e noite a Sua Palavra, administra os Santos Sacramentos e reúne o seu povo eleito em vista da Plenitude do Reino de Deus que se aproxima. 

Destarte, preparemo-nos para a sua vinda definitiva que pode acontecer a qualquer momento para cada um de nós, ou para todos. De fato, não sabemos nem o dia nem a hora, por isso mesmo nos preparemos, como nos ensinou são Pedro: "Portanto, caríssimos, esperando estas coisas, esforçai-vos em ser por Ele achados sem mácula e irrepreensíveis na paz." (2Pd 3,18).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 4 de dezembro de 2021

COMO E COM QUEM ESTAMOS INDO PARA A ETERNIDADE?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 15,29-37)(01/12/21)

Caríssimos, a vivência da fé é um exercício espiritual que acontece no campo da nossa alma; nele se dá um combate composto por forças antagônicas que se enfrentam ao longo da nossa existência neste mundo. No entanto, fiquemos certos, somente Deus é o único vencedor desse combate, uma vez que seus adversários lhe são contrários porque não o amam, e quem não ama perde sempre, porque somente o amor é capaz de vencer todos os males.

No Evangelho de hoje vimos que "Numerosas multidões aproximaram-se do Senhor, levando consigo coxos, aleijados, cegos, mudos, e muitos outros doentes. Então os colocaram aos pés de Jesus. E ele os curou." Ou seja, somente o Filho de Deus pode fazer esses milagres, no entanto, Ele disse: "Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas, porque vou para junto do Pai." (Jo 14,12).

Ora, isso significa que a graça é de Deus, mas, requer a nossa colaboração para pô-la em prática, como vimos no Evangelho, pois, se não tivessem levando ao Senhor Jesus, "coxos, aleijados, cegos, mudos, e muitos outros doentes", Ele não os teria curado. De igual modo, o Senhor Jesus requereu a colaboração dos Apóstolos, mais o pouco que tinham para realizar o milagre da multiplicação dos pães, e assim saciar a fome de todos e ainda recolherem as sobras.

De certo, vivemos no mundo das necessidades, pois, todos somos necessitados, especialmente das graças de Deus; mesmo aqueles que se sentem saciados pela abundância dos bens deste mundo; todavia, se não os partilham com os que deles necessitam, afundam no abismo do egoísmo e da luta fratricida para manter e aumentar tais bens mesmo sabendo que ao morrer nada levarão consigo a não ser o apego material que os tornaram incapazes de fazerem o bem.

Portanto, caríssimos, escutemos atentamente o Senhor Jesus para aprendermos o exercício da solidariedade, da disponibilidade e da colaboração na obra da salvação, porque "quem é fiel nas pequenas coisas também será fiel nas grandes": "Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furtam e roubam. Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam. Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração. (Mt 6,19-21).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

A OBRA DA SALVAÇÃO REQUER A NOSSA COLABORAÇÃO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Mt 7,21.24-27)(02/12/21).

Introdução:

1. Amados irmãos e irmãs, estamos no tempo indo para a eternidade e sabemos que o tempo não nos basta, porque nele tudo passa. Porém, a grande pergunta é esta: com quem e como estamos indo para a eternidade?

2. Na liturgia de hoje o Senhor Jesus nos ensina como fazermos com Ele esse percurso pondo em prática as suas Palavras; assim, Ele nos compara com alguém que fundamenta a sua casa numa Rocha, e que por isso mesmo, resiste aos ventos fortes, às chuvas e às tempestades que são inevitáveis...

3. Por outro lado, Ele também nos mostra como é sem juízo os que ouvem suas Palavras, mas não se fundamentam nelas, por isso, se destinam à uma grande ruína, como uma casa fundada na areia que não resiste à fúria das tempestades que lhe assaltam...

Meditemos, então, com muita atenção o pequeno sermão de hoje... 

Caríssimos, quem vive da fé, vive da prática da Palavra de Deus, e assim se deixa conduzir pela Sua Santa Vontade, por isso, se confia inteiramente à Sua Divina Providência, bem como profetizou Isaías na primeira leitura: "Abri as suas portas, para que entre um povo justo, cumpridor da palavra, firme em seu propósito; e tu lhe conservarás a paz, porque confia em ti. Esperai no Senhor por todos os tempos, o Senhor é a rocha eterna." (Is 26,2-4).

De fato, recebemos o dom da vida, juntamente com o propósito divino já contido nela, ou seja, sermos santos como Deus é Santo; sem esse propósito a vida perde todo o sentido de ser, por isso, ouvimos o Senhor Jesus dizer no Evangelho de hoje: “Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus." (Mt 7,21).

Ora, isso quer dizer que a fé não é uma teoria nem uma filosofia de vida, mas, um dom do Espírito Santo que nos leva a crer no amor de Deus e no seu Poder salvador manifestado por Seu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo, que nos libertou do pecado, do poder do maligno, da morte e do inferno.

De certo, escutemos o Senhor na conclusão deste Evangelho: "Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha. Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa!" (Mt 7,24-27).

Portanto, caríssimos, na conclusão deste pequeno sermão, rezemos com o salmista esta linda oração: "Mas estarei sempre convosco, porque vós me tomastes pela mão. Vossos desígnios me conduzirão, e, por fim, na glória me acolhereis. Afora vós, o que há para mim no céu? Se vos possuo, nada mais me atrai na terra.

Meu coração e minha carne podem já desfalecer, a rocha de meu coração e minha herança eterna é Deus. Sim, perecem aqueles que de vós se apartam, destruís os que procuram satisfação fora de vós. Mas, para mim, a felicidade é me aproximar de Deus, é pôr minha confiança no Senhor Deus, a fim de narrar as vossas maravilhas diante das portas da filha de Sião." (Sl 72,23-28).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

NEM TODO O QUE ME DIZ: SENHOR, SENHOR ENTRARÁ NO REINO DOS CÉUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 9,27-31)(03/12/21)

Caríssimos, a vida vivida na ausência de Deus se torna um fardo pesado e muito difícil de carregar, porque é um viver sem fé, sem esperança alguma, de forma que muitos experimentam apenas as emoções passageiras que nunca satisfazem os anseios da alma que é eterna. Por isso, sucumbem por conta da busca dos prazeres carnais desordenados tentando preencher o vazio existencial causado pela ausência de Deus.

Na primeira leitura o Profeta Isaías anuncia que quando da vinda do Messias, "os surdos ouvirão as palavras do livro e os olhos dos cegos verão, no meio das trevas e das sombras. Os humildes aumentarão sua alegria no Senhor, e os mais pobres dos homens se rejubilarão no Santo de Israel." Ou seja, se cumprirão todas as promessas do Senhor, porque é Ele mesmo quem as realiza.

Por outro lado, anuncia também que "fracassou o prepotente, desapareceu o trapaceiro, e sucumbiram todos os malfeitores precoces, os que faziam os outros pecar por palavras, e armavam ciladas ao juiz à porta da cidade e atacavam o justo com palavras falsas." Ou seja, é um tempo de decisão em que os que escolherem o bem permanecerão na presença de Deus; porém, os que persistirem no mal nada terão além do mal que praticaram.

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus é seguido por dois cegos que insistentemente gritavam: "Tem piedade de nós, filho de Davi!” Quando Jesus entrou em casa, os cegos se aproximaram dele. Então Jesus perguntou-lhes: “Vós acreditais que eu posso fazer isso?” Eles responderam: “Sim, Senhor”. Então Jesus tocou nos olhos deles, dizendo: “Faça-se conforme a vossa fé”.

Todavia, Jesus os advertiu severamente: “Tomai cuidado para que ninguém fique sabendo”. Mas eles saíram, e espalharam sua fama por toda aquela região." Ora, prestemos bem atenção à esse episódio, pois tem muito a nos ensinar. Com efeito, o Senhor Jesus pergunta se eles creem, ao responderem que sim são curados, porém, continuaram cegos espiritualmente, porque não obedeceram as suas recomendações.

Portanto, caríssimos, não basta acreditar no Senhor Jesus, é preciso obedece-lo, pois, somente Ele conhece o que precisamos viver para sermos seus verdadeiros discípulos. Em suma, os verdadeiros anunciadores do Reino de Deus são ungidos e enviados por Ele para cumprir a missão que lhes confia; enquanto que os falsos apenas usam o seu nome, mas, não lhe obedecem, por isso, ouvirão do Senhor: "Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!"

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

A MESSE É GRANDE, MAS OS TRABALHADORES SÃO POUCOS...


 
PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 9,35–10,1.6-8)(04/12/21)

Caríssimos, se olharmos para os males do mundo e para aqueles que os causam, certamente desanimamos, porque nos sentimos impotentes diante deles; todavia, como tudo neste mundo tem limite, principalmente o mal, logo, chegamos a seguinte conclusão: Deus é fiel e justo, por isso mesmo, jamais permitirá que o mal prevaleça sobre o bem, aconteça o que acontecer até mesmo ao vermos o seu Filho ser morto barbaramente numa cruz.

De fato, este mundo está cheio de enganos e maldades, e muitos até dizem: "O mundo é dos mais espertos, porque eles buscam sempre levar vantagem em tudo." E no entanto, quem pensa assim se esquece que somente a verdade prevalece e ai daqueles que a negam, porque sabem que o seu dia vai chegar, e então verão que escolheram o lado errado desta guerra espiritual, na qual estamos lutando.

Na primeira leitura vimos que mesmo em meio à angústia e aflição, o Senhor jamais deixou o seu povo desamparado, pelo contrário, quanto mais precisou Dele, mais foi assistido e amparado. Ora, Deus é Pai e jamais abandona os seus filhos e filhas, ainda que os puna quando falham na obediência aos Seus Santos Mandamentos, todavia, quando se arrependem e buscam humildemente a Sua Divina Misericórdia, são perdoados e libertados do mal que os atingiu.

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus "percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando o evangelho do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade. E vendo as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: “A Messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!”

Portanto, caríssimos, hoje somos nós os seus discípulos reunidos na Sua Santa Igreja tendo à frente o Santo Padre, o Papa Francisco, com os bispos, sacerdotes, diáconos, leigos e leigas em comunhão com ele, com a missão de seguir as mesmas recomendações que o Senhor Jesus fez aos Seus Apóstolos. Destarte, a graça é de Deus, cabe a nós pô-la em prática, não com o nosso poder, mas sim, com o poder de nosso Senhor Jesus Cristo, que age em nossas almas pela graça do Espírito Santo.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 30 de novembro de 2021

COMO É O CHAMADO DO SENHOR...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Mt 4,18-22)(30/11/21)

Caríssimos, a Igreja hoje celebra a Festa de Santo André, irmão de Simão Pedro, que encontrados por Jesus à beira mar foram chamados por Ele para serem pescadores de homens. Ora, a sensação de encontrar o Senhor Jesus e ser chamado por Ele é sem igual, porque é envolvente, é marcante, é tão divina que não temos outra vontade senão a de o seguir fielmente; é isso o que significa a nossa vocação.

De fato, o chamado do Senhor causa um enorme bem estar, uma sensação de liberdade tão maravilhosa que nada e ninguém atrapalha ou muda o que estamos vivendo! É uma espécie de paixão pura que logo se trasforma num amor maduro cheio de bons frutos, e a certeza de que com Ele nos sentimos totalmente seguros. De fato, é tão sublime que os Apóstolos não duvidaram nenhum segundo, e por isso, deixaram tudo para o seguir.

Com efeito, ainda falando sobre o experiência do chamado, a iniciativa é do Senhor Jesus que nos ama e nos chama pelo nome para ama-lo e sermos ensinados por Ele pessoalmente; por isso, se faz necessário a nossa disponibilidade para correspondermos ao seu amor, como fizeram os Apóstolos André, Pedro, Tiago e João que ao ouvi-lo se puseram à sua disposição.

Portanto, caríssimos, o Senhor Jesus continua chamando seus novos discípulos do mesmo modo como outrora chamou os Apóstolos e todos os santos e santas que o seguiram ao logo da história da salvação, bem como meditamos na Carta aos Hebreus: "Jesus Cristo é sempre o mesmo: ontem, hoje e por toda a eternidade.". Todavia, o escritor sagrado nos exorta: "Não vos deixeis desviar pela diversidade de doutrinas estranhas." (Hb 13,8-9a).

Ou seja, quem ouve a voz do Senhor Jesus permanece fiel a Ele seguindo a doutrina dos Apóstolos na Sua Santa Igreja Católica Apostólica Romana, pois, é nela que a autoridade concedida por Ele a Pedro continua intacta até o fim do mundo (cf. Mt 16,16-19). 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

OS DOIS ENCONTROS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Mt 8,5-11)(29/11/21)

Caríssimos, é próprio do tempo do Advento os exemplos de fé dos que buscam a Deus pela oração e a humildade de coração. O Evangelho de hoje conta o episódio de um oficial romano que se aproximou de Jesus, suplicando: “Senhor, o meu empregado está de cama, lá em casa, sofrendo terrivelmente com uma paralisia”.

Jesus respondeu: “Vou curá-lo”. O oficial disse: “Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado”. Com efeito, prestando bem atenção na atitude de fé desse Centurião percebemos que ela vem acompanhada da virtude da humildade e da certeza de que basta uma Palavra do Senhor para que receba a graça que havia suplicado.

De fato, por esse seu exemplo, aprendemos que pela fé, a oração e a humildade de coração somos prontamente atendidos por Deus em nossas súplicas. Todavia, perguntemos: mas, por que é assim? Porque a fé é o poder de Deus em ação realizando o que não podemos por nós mesmos; por isso, a oração e a humildade de coração nos torna canais de suas graças para nós e para todos por quem intercedemos.

Comentando este Evangelho de hoje, disse o Papa Francisco: "O Senhor ficou maravilhado com o centurião. Ele ficou maravilhado com sua fé. O centurião fez uma jornada para encontrar o Senhor, mas ele fez isso com fé. Ele não apenas encontrou o Senhor, mas conheceu a alegria de ser encontrado por Ele. E este é precisamente o tipo de encontro que desejamos, o encontro de fé. Encontrar o Senhor, mas também permitir-nos ser encontrados por Ele. Isso é muito importante.

Quando saímos para encontrar o Senhor, em certo sentido somos “donos deste encontro”. No entanto, quando nos permitimos ser encontrados por Ele, Ele entra em nós e nos renova a partir de dentro." (Papa Francisco, trechos da meditação matutina, 02/12/13).

Portanto, caríssimos, façamos também nós essa experiência de fé e nos deixemos encontrar pelo Senhor Jesus, como o fez o Centurião que por conta desse seu maravilhoso encontro permaneceu na história da salvação por meio das palavras que pronunciamos na Santa Missa antes da comunhão eucarística: "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e minha alma será salva."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

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