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segunda-feira, 18 de agosto de 2008

1. Leitura da Bíblia em grupo

Assim como não nos referimos aqui aos métodos científicos tão pouco iremos referir-nos muito à leitura individual da Bíblia. Referiremos sobretudo a leitura em grupo. O grupo, a comunidade é o lugar não somente sociológico mas sobretudo teológico da leitura da Bíblia como Palavra de Deus. Segundo as perspectivas pastorais de hoje, a Igreja deixou de ser uma Igreja de massas para se tornar uma Igreja feita de pequenos grupos. Deste modo, os grupos deverão ser o fermento da evangelização da "massa", das pessoas que vivem no território da paróquia e no seu meio ambiente. Poderíamos interrogar-nos - e os pastoralistas certamente se interrogam - sobre o porquê desta situação, isto é, duma sociedade que deixou de ser cristã. Estamos certos de que uma das causas da descristianização das massas - apesar de baptizadas - se encontra na prolongada ausência da Palavra de Deus na vida dos crentes.

As pessoas individualmente consideradas e todo o povo de Deus - a quem pertence este maravilhoso livro - sentir-se-ão, não apenas um objecto da pregação do clero, mas sujeito, destinatário directo da Palavra de Deus e, por isso, pessoas na Igreja. Por isso mesmo, cada cristão, evangelizado pela Palavra, irá sentir-se sujeito da evangelização na sua paróquia, na comunidade onde vive a sua fé e no seu meio ambiente. De simples evangelizado, o cristão tornar-se-á evangelizador. Esta experiência realiza-se hoje com êxito nas comunidades cristãs um pouco por toda a parte.

Depois do conhecimento aprofundado da Palavra, poderão os cristãos ter outra vivência, muito mais profunda, da Eucaristia dominical. Só depois de ter estudado a fé é que esta poderá ser dignamente celebrada. Ninguém pode celebrar o que não conhece.

Temos que afirmar, previamente, que nenhum método tem valor absoluto, isto é, cada comunidade, cada grupo pode utilizar o método que melhor se adaptar à sua cultura e à mentalidade das pessoas que compõem o grupo. Mas exige-se, como condição absolutamente necessária, para além da fé na Palavra, alguns critérios "científicos" de leitura da Bíblia, de modo a não manipular o texto, fazendo-o dizer o que ele nunca quis dizer. Não poderemos nunca confundir a Palavra com a nossa própria palavra. Na Bíblia, Deus não nos fala nem actua magicamente, mas quando Ele quer. Por isso, é sempre indispensável um discernimento espiritual e uma autocrítica apurada, sobretudo por parte dos animadores de grupos e de comunidades cristãs.
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Extraído de http://www.capuchinhos.org/porciuncula/ler_biblia/1_leitura_biblia_grupo.htm acesso em 18 ago. 2008.

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