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terça-feira, 29 de julho de 2008

FÉ E CONVERSÃO

Jesus começou sua vida pública anunciando: “Convertei-vos e crede no Evangelho porque o Reino de Deus está próximo”. Para o Filho de Deus, converter-se é fazer parte do Reino de Deus, é comungar com a Sua Vontade eterna e realizar na vida tudo o que é do seu agrado.

Em outras palavras, converter-se “é tomar posse daquilo que se é”, ou seja, “imagem e semelhança de Deus” numa entrega total a Ele que nos salva e nos leva à condição da filiação divina. Pois, nossa conversão é profundamente necessária para que possamos experimentar a graça santificante do Senhor que nos torna filhos e filhas muitos amados.

Discorrendo sobre isto S. Paulo escreve: “Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito”. (Rm 12,1-2).

Porque, quem somos agora? Na realidade sem a graça de Deus não somos nada, porque mesmo existindo naturalmente somos destinados a morrer Indubitavelmente, isto é, sem escapatória alguma. A nossa condição de mortalidade revela a nossa fragilidade e a necessidade de buscarmos aquilo que nos faz perenes e isso só é possível mediante a fé. “Porque, sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se achegar a ele é necessário que se creia primeiro que ele existe e que recompensa os que o procuram”. (Heb 11,6).

Então, qual é mesmo a vontade de Deus para nós? Deus quer que sejamos santos e santas e enquanto não atingimos essa santidade, querida por Deus, precisamos de conversão, isto é, da transformação de nossa vida para voltarmos ao eu original, ou seja, ao estado de graça perfeito, à comunhão plena com “o autor e consumador de nossa fé”.

Eis o que escreve São João àqueles que são convertidos: “Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não o conheceu. Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é. E todo aquele que nele tem esta esperança torna-se puro, como ele é puro”. (1Jo 3,1-3).

Portanto, “A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê”. (Heb 11,1). E a conversão é a tomada de posse da vida eterna, que Deus dispõe a nosso favor desde toda eternidade, como herança imperecível que nos cabe, por aqui vivermos segundo sua vontade.

Paz e Bem!

Que cristianismo no mundo pós-moderno? / Carlo Maria Martini

Deu no Instituto Humanitas-Unisinos:
"Recordo um jovem que, recentemente, me dizia: 'Não me diga que o cristianismo é verdade. Isso me provoca um mal-estar. É diferente do que dizer que o cristianismo é belo...' A beleza é preferível à verdade", escreve Carlo Maria Martini, jesuíta, cardeal, arcebispo emérito de Milão, em artigo publicado no jornal italiano Avvenire, 27-07-2008.

O que posso dizer sobre a realidade da Igreja católica, hoje? Deixo-me inspirar pelas palavras de um grande pensador e homem de ciência russo, Pavel Florenskij, que morreu em 1937, mártir da sua fé cristã: “Somente com a experiência imediata é possível perceber e valorizar a riqueza da Igreja”. Para perceber e avaliar as riquezas da Igreja, é necessário passar pela experiência da fé.

Seria fácil redigir uma coletânea de lamentações de coisas que não vão bem na nossa Igreja, mas isso significaria adotar uma visão artificial e deprimente, e não olhar com os olhos da fé, que são os olhos do amor. Naturalmente não devemos fechar os olhos aos problemas. Devemos, contudo, buscar antes de tudo, compreender o quadro geral no qual esses se situam.

Um período extraordinário na história da Igreja

Se, portanto, considero a situação presente da Igreja com os olhos da fé, vejo, sobretudo, duas coisas.

Primeiro, nunca houve, na história da Igreja, um período tão feliz como o nosso. A nossa Igreja conhece a sua maior difusão geográfica e cultural e se encontra substancialmente unida na fé, com exceção dos tradicionalistas de Lefebvre.

Segundo, na história da teologia nunca houve um período tão rico como o atual. Nem no século IV, período dos grandes Padres da Capadócia da Igreja Oriental e dos grandes Padres da Igreja ocidental, como São Jerônimo, Santo Ambrósio e Santo Agostinho, não havia uma tão grande floração teológica.

Basta recordar os nomes de Henri de Lubac e Jean Daniélou, de Yves Congar, Hugo e Karl Rahner, de Hans Urs von Balthasar e do seu mestre Erich Przywara, de Oscar Cullmann, Martin Dibelius, Rudolf Bultmann, Karl Barth e dos grandes teólogos americanos com Reinhold Niebuhr – sem esquecer os teólogos da libertação (seja qual for o juízo que façamos deles, agora que lhes vêm prestada uma nova atenção pela Congregação da Doutrina da Fé) e muitos outros que ainda vivem. Recordemos também os grandes teólogos da Igreja oriental que conhecemos pouco, como Pavel Florenskij e Sergei Bulgakov.

As opiniões sobre estes teólogos podem ser muito diferentes e variadas, mas eles certamente representam um grupo incrível, como nunca existiu na Igreja dos tempos passados. Tudo isso se dá num mundo cheio de problemas e de desafios, como a injusta distribuição das riquezas e dos recursos, a pobreza e a fome, os problemas da violência difusa e da manutenção da paz. Particularmente vivo é o problema da dificuldade de compreender com clareza os limites da lei civil em relação à lei moral. Estes são problemas muito reais, sobretudo em alguns países, e são, muitas vezes, objeto de leituras diferentes que geram uma discussão também muito acesa.

Às vezes parece possível imaginar que não todos estamos vivendo no mesmo período histórico. Parece que alguns vivem ainda no tempo do Concílio de Trento, outros no tempo do Concílio Vaticano I. Alguns assimilaram bem o Concílio Vaticano II, outros menos; ainda outros já se projetaram decididamente no terceiro milênio. Não somos verdadeiros contemporâneos, e isso sempre representou um grande fardo para a Igreja e requer muita paciência e discernimento. Mas, no momento, prefiro isolar este tipo de problemas e considerar a nossa situação pedagógica e cultural com as conseqüentes questões relacionadas com a educação e o ensino.

Uma mentalidade pós-moderna

Para buscar um diálogo profícuo entre as pessoas deste mundo e o Evangelho e para renovar a nossa pedagogia à luz do exemplo de Jesus, é importante observar atentamente o assim chamado mundo pós-moderno, que constitui o contexto de fundo de muitos destes problemas e que condiciona as soluções.

Uma mentalidade pós-moderna pode ser definida em temos de oposições: uma atmosfera e um movimento de pensamento que se opõe ao mundo assim como o conhecemos até agora. É uma mentalidade que se separa espontaneamente da metafísica, do aristotelismo, da tradição agostiniana e de Roma, considerada como sede da Igreja, e de muitas outras coisas. O pensar pós-moderno está longe do precedente mundo cristão platônico onde se dava como certa a supremacia da verdade e dos valores sobre os sentimentos, da inteligência sobre a vontade, do espírito sobre a carne, da unidade sobre o pluralismo, do ascetismo sobre a vitalidade, da eternidade sobre a temporalidade. No nosso mundo de hoje há uma instintiva preferência pelos sentimentos sobre a vontade, pelas impressões sobre a inteligência, por uma lógica arbitrária e a busca do prazer sobre uma moralidade ascética e coercitiva. Este é um mundo no qual são prioritários a sensibilidade, a emoção e o átimo presente.

A existência humana se torna, desta maneira, um lugar onde há a liberdade sem freios, onde a pessoa exercita, ou acredita pode exercer, o seu arbítrio pessoal e a própria criatividade.

Este tempo é também de reação contra uma mentalidade excessivamente racional. A literatura, a arte, a música e as novas ciências humanas (particularmente, a psicanálise), revelam como muitas pessoas não crêem mais que vivem num mundo guiado por leis racionais, onde a civilização ocidental é um modelo a ser imitado no mundo. Ao contrário, aceita-se que todas as civilizações são iguais, enquanto que antes se insistia na assim chamada tradição clássica. Este tempo também é uma reação contra uma mentalidade excessivamente clássica. Hoje tudo é colocado no mesmo plano porque não existem mais critérios para verificar que coisa é uma civilização verdadeira e autêntica.

Há uma oposição à racionalidade que é vista como fonte de violência proque as pessoas acham que a racionalidade pode ser imposta enquanto verdadeira. Prefere-se a forma de diálogo e de troca com o desejo de sempre ser aberto aos outros e ao que é diferente, se duvida inclusive de si mesmo e não se confia em quem quer afirmar a própria identidade com a força.

Este é o motivo pelo qual o cristianismo não é acolhido facilmente quando ele se apresenta como a “verdadeira” religião.

Recordo um jovem que, recentemente, me dizia: “Não me diga que o cristianismo é verdade. Isso me provoca um mal-estar. É diferente do que dizer que o cristianismo é belo...” A beleza é preferível à verdade. Neste clima, a tecnologia não é mais considerada como um instrumento a serviço da humanidade, mas um ambiente no qual se dão as novas regras para interpretar o mundo: não existe mais a essência das coisas, mas somente o uso dessas para um certo fim determinado pela vontade e pelo desejo de cada um. Neste clima, é conseqüente a rejeição do pecado e da redenção. Diz-se: “Todos são iguais, mas cada pessoa é única”. Existe o direito absoluto de ser único e de afirmar a si mesmo. Toda e qualquer regra moral é obsoleta. Não existe mais o pecado, nem o perdão, nem a redenção e, muito menos, o “renunciar a si mesmo”. A vida não pode ser vivida como um sacrifício ou um sofrimento.

Uma última característica da pós-modernidade é a rejeição da aceitação de qualquer coisa diz respeito ao centralismo ou à vontade de dirigir as coisas de cima. Neste modo de pensar há um “complexo anti-romano”. Estamos agora além do contexto onde o universal, o que era escrito, geral e sem tempo, contava mais; onde o que era durável e imutável era preferido ao que era particular, local e datado.

Hoje a preferência é, pelo contrário, por um conhecimento mais local, pluralista, adaptável às circunstâncias e a tempos diferentes.

Não quero expressar juízos. Seria necessário muito discernimento para distinguir o verdadeiro do falso, do que é dito como aproximação do que é dito com precisão, que coisa é simplesmente uma tendência ou uma moda daquilo que é uma declaração importante e significativa.

O que quero acentuar é que esta mentalidade está, hoje, por tudo, sobretudo nos jovens, e é necessário ter isso em conta.

Mas quero acrescentar uma coisa. Talvez esta situação é melhor da que existia antes. Porque o cristianismo tem a possibilidade de mostrar melhor o seu caráter de desafio, de objetividade, de realismo, de exercício da verdadeira liberdade, da religião ligada com a vida do corpo e não somente da mente.

Num mundo como o que vivemos hoje, o mistério de um Deus não disponível e sempre surpreendente adquire maior beleza; a fé compreendida como um risco torna-se mais atraente. O cristianismo aparece mais belo, mais próximo das pessoas, mais verdadeiro. O mistério da Trindade aparece como fonte de significado para a vida e uma ajuda para compreender o mistério da existência humana.

“Examina tudo com discernimento”

Ensinar a fé neste mundo representa nada mais, nada menos que um desafio. Para sermos capazes disso é preciso ter estas atitudes:

Não sermos surpreendidos pela diversidade.

Não ter medo do que é diferente ou novo, mas considerá-lo como um dom de Deus. Provar que somos capazes de ouvir coisas muito diferentes daquelas que normalmente pensamos, mas sem julgar imediatamente quem fala. Buscar compreender que coisa nos é dito e os argumentos fundamentais apresentados. Os jovens são muito sensíveis para um atitude de escuta sem julgamentos. Esta atitude dá-lhes coragem de falar que realmente sentem e de começar a distinguir o que realmente é verdadeiro do que o é somente nas aparências. Como diz São Paulo: “Examina tudo com discernimento; conserva o que é verdadeiro; evita toda espécie de mal” (1Ts 5, 21-22).

Sermos capazes de correr riscos. A fé é o grande risco da vida. “Quem quiser salvar a sua vida, a perderá; mas quem perde a sua vida por minha causa, a encontrará” (Mateus 16, 25).

Sermos amigo dos pobres. Coloca os pobres no centro da tua vida porque esses são os amigos de Jesus que se fez um deles.

Alimentar-nos com o Evangelho. Como Jesus nos diz no seu discurso sobre o pão da vida: “Porque o pão de Deus é o que desce do céu é dá vida ao mundo” (João 6, 33).

Oração, humildade e silêncio

Para ajudar a desenvolver estas atitudes, proponho quatro exercícios:

1.- Lectio Divina. É uma recomendação de João Paulo II. “Particularmente é necessário que a escuta da Palavra se torne um encontro vital, na antiga e sempre válida tradição da lectio divina que propicia que se acolha a palavra viva que interpela, orienta e plasma a existência” (Novo Millennio Ineunte, N. 39). A Palavra de Deus nutre a vida, a oração e a viagem cotidiana, é o princípio da unidade da comunidade numa unidade de pensamento, a inspiração para a contínua renovação e para a criatividade apostólica” (Ripartendo da Cristo, N. 24).

2.- Autocontrole. Devemos aprender, novamente, que saber se opor à vontade própria é algo mais gozoso que as concessões continuas que parecem desejáveis mas que acabam por gerar mal-estar e saciedade.

3.- Silêncio. Devemos nos afastar da insana escravidão do barulho e das conversas sem fim e encontrar cada dia, pelo menos meia hora de silêncio e meio dia cada semana para pensar em nós mesmos, para refletir e rezar. Isto pode parecer difícil, mas quando se consegue dar um exemplo de paz interior e tranqüilidade que nasce de tal exercício, também os jovens tomam coragem e encontram aí uma fonte de vida e de alegria que não experimentaram antes.

4.- Humildade. Não acreditemos que cabe a nós resolver os grandes problemas dos nossos tempos. Deixemos espaço ao Espírito Santo que trabalha melhor do que nós e mais profundamente. Não sufoquemos o Espírito nos outros. É o Espírito que sopra. Portanto, estejamos prontos para acolher as suas manifestações mais sutis. Para isso é necessário o silêncio.

Extraído de http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=15578 acesso em 29 jul. 2008.

domingo, 27 de julho de 2008

A NOSSA CONSOLAÇÃO VEM DO SENHOR

A NOSSA CONSOLAÇÃO VEM DO SENHOR

A nossa vida é um vôo para Deus e a cada instante desse nosso desejo do Senhor, mais e mais nosso coração palpita por àquela hora de nossa união perfeita com Ele. E mesmo aqui, nos momentos de luta que travamos contra o mal, não adianta buscarmos a consolação das criaturas, pois elas não nos podem consolar.

Eis o que escreve S. Paulo: “Aliás, sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são os eleitos, segundo os seus desígnios. (Rm 8,28). E Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Pois Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela”. (1Cor 10,13).

Portanto, de tudo que nos acontece, devemos tirar uma lição de vida para mantermos nossa intimidade com o Senhor e sermos consolados por seu Divino Espírito. Pois, “Se reconhecemos os nossos pecados, (Deus aí está) fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniqüidade”. (1Jo 1,9). “E todo aquele que nele tem esta esperança torna-se puro, como ele é puro”. (1Jo 3,3).

Paz e Bem!

segunda-feira, 21 de julho de 2008

OS SINAIS DE DEUS

OS SINAIS DE DEUS

Os sinais do Senhor em nossa existência são profundamente visíveis, a começar pela nossa criação natural; para onde olhamos tudo nos fala daquele que deu visibilidade a todas as coisas, ou seja, daquele que tudo criou e sustenta com o seu poder. Mas, ao que parece, a criatura humana não está reconhecendo essa realidade divina que nos sustenta e por isso, age perversamente com instintos destruidores atingindo si mesmo e a toda criação.

Ora, não é possível que o mal se estabeleça sobre a face da terra sem que haja uma punição para aqueles que praticam o mal. Discorrendo sobre isto S. Paulo escreve: “A ira de Deus se manifesta do alto do céu contra toda a impiedade e perversidade dos homens, que pela injustiça aprisionam a verdade. Porquanto o que se pode conhecer de Deus eles o lêem em si mesmos, pois Deus lho revelou com evidência”.

Pois, “Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, o seu sempiterno poder e divindade, se tornam visíveis à inteligência, por suas obras; de modo que não se podem escusar. Porque, conhecendo a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças (mesmo dependendo de Deus). Pelo contrário, extraviaram-se em seus vãos pensamentos, e se lhes obscureceu o coração insensato. Pretendendo-se sábios, tornaram-se estultos”. (Rom 1,18-22).

E mesmo quando o Senhor enviou o seu Filho para dá plenitude à sua obra e revelar seu plano salvífico, mesmo assim, os homens não o compreenderam, vejamos isso no seguinte texto bíblico: “Intervieram, então, alguns doutores da Lei e fariseus, que lhe disseram: «Mestre, queremos ver um sinal feito por ti.» Ele respondeu-lhes: «Geração má e adúltera! Reclama um sinal, mas não lhe será dado outro sinal, a não ser o do profeta Jonas”.

“Assim como Jonas esteve no ventre do monstro marinho, três dias e três noites, assim o Filho do Homem estará no seio da terra, três dias e três noites”. (Mt 12,38-40). Ao passo que, depois deste sinal, ressuscitou como glória e triunfo da Vontade Divina, para o deleite e salvação daqueles que aderindo à sua imolação de cruz, pela fé, ressuscitam com ele para a vida eterna.

Então, o que estamos esperando, o que mais precisamos para viver essa adesão ao Filho de Deus, que assumindo a nossa condição mortal, imolou com o seu sacrifício, a morte e todo o mal que nos afetava? Eis o que diz o Senhor: “Já te foi dito, ó homem, o que convém, o que o Senhor reclama de ti: que pratiques a justiça, que ames a bondade, e que andes com humildade diante do teu Deus”. (Miq 6,8).

Destarte, o maior sinal que Deus nos deu é a vida natural que temos, em vista da felicidade que herdaremos, caso a vivamos segundo a sua santa vontade, expressa em seus preceitos eternos; pois, os filhos e filhas de Deus não vivem para este mundo, mas vivem neste mundo semeado as sementes do Reino de Deus que um dia colherão na eternidade; porém, desde já, experimentamos os frutos que semeamos, porque é impossível alguém viver segundo a vontade de Deus e não ser santo; como é impossível alguém praticar o mal e não experimentar o resultado do mal praticado na própria existência imediatamente e depois, caso não se converta, eternamente.

Paz e Bem!

domingo, 20 de julho de 2008

Conhecimento




São vivificados pelo espírito da divina escritura
aqueles que não atribuem a seu eu
toda a letra que conhecem e desejam conhecer,
mas,
pela palavra e pelo exemplo,
as atribuem ao altíssimo Senhor Deus.


Francisco de Assis, Santo, 1182-1226
Ad 7, 4

quarta-feira, 16 de julho de 2008

DO ENCONTRO COM O SENHOR

A cada dia de nossa existência damos um novo passo na escada da eternidade. Ou seja, na caminhada para o céu ou o encontro definitivo com o Senhor, cada dia vivido, é um novo passo para realização do reino em nossa vida; por isso, precisamos fazer, a cada instante, a experiência desse encontro. E como se faz essa experiência?

Eis o que escreve S. Paulo sobre isto: “Vós, irmãos, vos aproximastes da montanha de Sião, da cidade do Deus vivo, da Jerusalém celestial, das miríades de anjos, da assembléia festiva dos primeiros inscritos no livro dos céus, e de Deus, juiz universal, e das almas dos justos que chegaram à perfeição...”

Por isso, “Irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar vossos pensamentos. E a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus”.

Ora, S. Paulo nos ensina que cultivando esses valores eternos, mantemos a nossa comunhão com o Senhor, atingimos a perfeição de nossas almas e seguimos firmemente os seus passos rumo ao infinito do seu amor e de sua glória, que está reservada para todos os que perseveram até o fim na luta contra o pecado e contra mal. Para isso, o Senhor nos concede todas as graças a fim de que obtenhamos a vitória final.

Logo, podemos afirmar que a experiência desse encontro diário com o Senhor se dá na oração, na vivência dos sacramentos, no cultivo da piedade; e também por meio das boas ações, que Deus de antemão preparou para que nós as pratiquemos.

Paz e Bem!

domingo, 13 de julho de 2008

Capítulo Geral 2008 da OFS : Logomarca



LOGO DEL CAPITULO y DESCRIPCIóN:

El logo contiene una serie de símbolos muy importantes:
al centro se encuentran dos manos unidas con la rosa en posición de oración, simbolizzando la unidad, la humildad y la "fragancia" de nuestra profesión y pertenencia a la OFS, y al mismo tiempo recordamos a Sta. Isabel, nuestra Santa Patrona.;

alrededor hay tres círculos concéntricos que simbolizan la Familia franciscana, o sea, las tres Ordenes fundadas por San Francisco de Asís.;

arriba de las manos se encuentra seis líneas paralelas horizontalmente que forman una escala y son símbolo de las seis prioridades de la OFS (formación, presencia en el mundo, Juventud Franciscana, finanzas, Asistencia espiritual, comunión en la Familia Franciscana).;

todo esto, que se junta en la Tau, se encuentra en el corazón de la Iglesia que está representada por las doce columnas que están colocadas como un arco alrededor de los otros símbolos recordando su presencia en el mundo.

Extraído de http://www.ciofs.org/doc/kia8/kia8eslogo.htm acesso em 13 jul. 2008.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Site da FFB: o que não se deve fazer !!!

Paz e bem!

A Família Franciscana do Brasil (FFB)
está com seu site no endereço
http://www.familiafranciscana.com.br

Pois o site da FBB fez duas coisas
que não se deve fazer:

1 Alterou o endereço do site
e não avisou.

1.1 Ano passado o endreço era
http://www.ffb.org.br
e simplesmente tiraram a página do ar.

1.2 Quanto será que custaria
para manter uma única pagina dizendo:
"mudamos, nosso novo endereço é ..."?

2 O site foi contruido
de modo que só quem usa
o navegador micro$oft-internet-explorer
lê tudo o que há no site.

2.1 Em minha casa uso o GNU/Linux
(não uso o virus que é o M$Window$),
por isto meu navegador padrão é
o Mozilla-Firefox
e mesmo no trabalho
(onde que sou obrigado a usar o Ruindou$)
meu navegador padrão é o Mozilla-Firefox,
mas tenho tb o lixo do M$InternetExplorer.
E foi tentando com os diferentes navegadores
que descobri que só com o M$InternetExplorer
poderia ler tudo que esta disponibilizado.

Peço que se alguém tem contato
com a direção da FBB
transmita minhas reclamações.
Já tentei enviar e-mail à secretaria,
mas as masgs voltam
pq a caixa postal eletrônica está lotada.

PS: Conforme me informou o Frei Aldir Crocoli os franciscanos e franciscanas de Petrópolis, tentando impedir a mudança da sede da FFB de lá para Brasília, não repassaram os dados do site antigo em retalhação contra a mudança.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Bíblia, Juventude e Ecologia => Parte VII

Em Pé-de-Guerra

Novamente demorei a postar! São os compromissos de fim-de-semana... Mas agora está mais fácil acessar a Net! Portanto, vamos ver que outra desculpa arrumarei para atrasar minhas postagens, hehehehe...

E então... Descobriram quando Gn 2-3 foi escrito? E o que estava tirando a vida do povo? Vamos ver isso agora?

Se bem me lembro, havíamos dito que o Éden era uma espécie de projeção da “Terra dos Sonhos” de roceiros e roceiras.

Pois bem... Logo, não se trata de conflitos gerados na Babilônia, onde só a corte foi exilada. Certamente é em Judá, onde estão os camponeses. Mas seria na mesma época? Vejamos...

O primeiro relato da criação começa dizendo que, no princípio, não havia terra; só água, água por todos os lados. Tal era a situação da Babilônia, cercada pelos rios Tigre e Eufrates.

Já, o segundo relato começa ao contrário: terra há com fartura, mas sem água (= chuva) e sem um jardineiro (= homem) para cuidar dela. Judá é uma região árida, com pouca chuva... Parece que estamos dentro do contexto.

Outra coisa, que se pode deduzir... Para o camponês, vida digna é poder cumprir a missão dada por Deus, a saber: cultivar o solo.

Mais que isso: Dignidade é poder, também, comer do fruto do seu trabalho. Das árvores do Jardim, pode-se comer de tudo, inclusive da Árvore da Vida. Só não se pode comer da árvore do conhecimento do Bem e do Mal...

Mas que sacanagem, não é!?! Se não se pode comer dela, por que está lá, no meio do jardim, toda sedutora?

E outra... Hoje enxergamos um Deus que é sumamente Bom! Então por que Ele criou uma árvore que é fonte do Mal? E mais... Ele não sabia que dizer “não” é a melhor maneira de incentivar uma pessoa a trangredir?

Bom... É muito provável que estejamos, então, numa época anterior ao Exílio. Antes da Babilônia, os judeus acreditavam que Javé era autor tanto do Bem quanto do Mal.

Basta lembrar o relato do Êxodo! Ao mesmo tempo em que empurrava Moisés e o povo para a liberdade, Javé “endurecia” o coração do Faraó (Ex 4,21; 7,3; 10,1.27; 11,10; 14,4.8.17...); o que era uma maneira de tornar a fuga do Egito ainda mais gloriosa.

Só depois do Exílio, em contato com as crenças babilônicas, persas e, principalmente, gregas, é que se formulou uma visão dualista de Céu e Inferno, Deus e o Diabo, anjos guardiões e anjos caídos...

Mas quem faz a humanidade pecar é uma serpente. Há quem veja nela um demônio. Como já vimos, o autor do texto conhecia apenas Javé. Em tempo: no primeiro relato, não se chama Deus de Javé; só no segundo.

Ora, a serpente era uma das criaturas de Javé. Mas uma criatura muito simbólica. Há quem veja nela o deus egípcio da sabedoria. Outros vêem o deus cananeu da fertilidade.

Isso nos coloca em duas épocas distintas. Ou estamos no séc. X a.C., na corte salomônica, fortemente influenciada pelos costumes egípcios, ou estamos no séc. VIII a.C., onde Elias, Oséias e Isaías combatem de maneira mais incisiva a idolatria e a influência dos deuses, principalmente os dos povos vizinhos.

Sinceramente, não há consenso quanto à data, mas todos concordam que foi na época da monarquia.

Este que vos fala está convencido de que trata-se de uma época posterior à de Salomão. A avaliação posterior de seu reinado diz que ele se perdeu e, na velhice, não mais andava nos caminhos de seu pai, Davi (1Rs 11,4.6).

E mais... Atribuía a culpa às mulheres estrangeiras do harém do rei, pois essas o “enfeitiçaram”, com seus falsos deuses (1Rs11,1-8).

E quem vemos interceptando a “droga”... ops... colhendo o fruto proibido por causa da serpente? Eva, é claro!!! Conseqüência??? Ainda hoje, tem muita liturgia por aí incriminando as mulheres por causa disso...

Mas o que mais nos chama a atenção??? Ora, estamos falando em Ecologia, não é mesmo!?! E o que vemos aqui??? Um conflito entre as criaturas!!!

A serpente induz Eva, que acaba induzindo também Adão, que depois culpa a mulher por isso, enquanto ela se defende jogando a culpa na serpente... E Javé, pra acabar com a discussão, põe todo mundo de castigo e ninguém mais vê televisão... digo... vive feliz para sempre.

A punição de Javé não parece exagerada? Ele, inclusive, coloca obstáculos na porta de acesso à Árvore da Vida (Gn 3,24).

E por que as criaturas entram em pé de guerra???

Que tal refletirmos um pouco sobre isso??? Paro por aqui, um pouco! Retomamos o assunto, no próximo post.

Até lá!!!

José Luiz Posssato Junior.
São Leopoldo - RS

A LUTA CONTRA O PECADO

Na luta contra o pecado precisamos do estado de graça permanente, isto é, da comunhão constante com o Senhor Jesus, pois o tentador não dá trégua mesmo sabendo que o produto da tentação oferecido não serve para nada; mas como os homens podem cair em suas armadilhas, insiste no imediatismo para que não usufruamos da graça permanente do amor do Senhor.

São Paulo nos alertando sobre isto escreve: “Ainda não tendes resistido até o sangue, na luta contra o pecado”. (Heb 12,4). Ou seja, ele nos incentiva a permanecermos atentos, contra tudo aquilo que nos seduz tentando usurpar a salvação que Jesus nos oferece em seu amor misericordioso. Pois, nesse amor, o Senhor perdoa nossos pecados para que vivamos em sua intimidade e vençamos todas as tentações e entremos com Ele na vida eterna.

São Paulo ainda insiste conosco apontando aqueles que antes de nós empreenderam essa luta até o sacrifício da própria vida: “Desse modo, cercados como estamos de uma tal nuvem de testemunhas, desvencilhemo-nos das cadeias do pecado. Corramos com perseverança ao combate proposto, com o olhar fixo no autor e consumador de nossa fé, Jesus.
Em vez de gozo que se lhe oferecera, ele suportou a cruz e está sentado à direita do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente aquele que sofreu tantas contrariedades dos pecadores, e não vos deixeis abater pelo desânimo”. (Heb 12,1-3).

Por fim, Paulo ainda exorta: “Levantai, pois, vossas mãos fatigadas e vossos joelhos trêmulos (Is 35,3). Dirigi os vossos passos pelo caminho certo. Os que claudicam tornem ao bom caminho e não se desviem. Procurai a paz com todos e ao mesmo tempo a santidade, sem a qual ninguém pode ver o Senhor. Estai alerta para que ninguém deixe passar a graça de Deus, e para que não desponte nenhuma planta amarga, capaz de estragar e contaminar a massa inteira”. (Heb 12,12-15)

“Que não haja entre vós ninguém sensual nem profanador como Esaú, que, por um prato de comida, vendeu o seu direito de primogenitura. E sabeis que, desejando ele em seguida receber a bênção do herdeiro, lhe foi recusada. E não bastaram todas as súplicas e lágrimas para que seu pai mudasse de sentimento...” Heb 12,16-17).

Portanto, eis o que diz o Senhor: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca”. (Mt 26.41). Por isso, “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve”. (Mt 11,28-30).

“Referi-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo”. (Jo 16,33).

Paz e Bem!

Igreja São Francisco de Assis (Porto Alegre) : fotografias

Paz e bem!

Sou um fotógrafo amador
e postei em meu fotoblog
dezenas de fotos
da Igreja São Francisco de Assis de Porto Alegre.
Ao lado temos um exemplo.

Vendo as fotos
fica claro que mais do que amador
sou amadoríssimo,
porém por meio dessas fotos
é possível conhecer razoavelmente bem
este templo que está localizado
no Bairro Santana.

Talvez seja bom
se outros também fizerem
levantamentos fotográficos
de outras igrejas
e depois postarmos aqui os links
para estes conjuntos de fotos.

Chamo a atenção de que
todas as fotos do fotoblog
estão sob a licença
Creative Commons
Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil

o que significa que legalmente
pode-se fazer uma série de coisas com elas
sem maiores burocracias
pois abri mão
de várias restrições que como autor
poderia exigir ao uso de minhas obras
e deixo isto claramante registrado.

As fotos da Igreja São Francisco de Assis
estão em http://eugeniohansenfotos.blogspot.com/2008/07/igreja-so-francisco-de-assis-porto_08.html



Bom proveito!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

O JUSTO DIANTE DO SOFRIMENTO


Nós que aqui estamos, recebemos do Senhor a missão de passarmos por entre as trevas deste mundo iluminados pela Luz do Espírito Santo. A caminho do Reino dos Céus, testemunhamos a Sua presença em nosso viver, uma vez que, por permanecermos Nele, somos os reveladores de sua vontade em meio às criaturas todas.

Ser testemunha do Senhor é acompanhá-lo nesta trajetória de vida eterna, revestidos da santidade e justiça que Ele nos oferece para podermos suportar as cruzes diárias que advêm daqueles que não o conhecem ainda, como nós o conhecemos. Ora, como no Reino dos Céus nenhum copo d’água, isto é, nada, fica sem recompensa, é óbvio que o Senhor mesmo nos consola em todas as tribulações que suportamos.

Existem, porém, duas espécies de sofrimentos pelos quais passam os seres humanos na face da terra. O primeiro e mais terrível deles é o sofrimento advindo do próprio pecado; nessa espécie de sofrimento não há consolação, mas somente condenação, pois, quem o comente o faz contrariando a própria natureza que Deus criou.

Porque tudo o que Deus faz é bom e todas as suas criaturas foram destinadas a praticarem o bem e nunca o mal; não viver essa dimensão da existência é incorrer em erro grave e perder-se a si mesmo por não seguir o caminho traçado pelo Senhor, pois, todos serão julgados um dia pela lei da liberdade e ai daqueles que forem julgados pelo mal que praticou, pois o Senhor abomina aqueles que se dão ao mal.

Eis o que está escrito no Salmo 5,5-7: “Não sois um Deus a quem agrade a iniqüidade, não pode o mal morar convosco; nem os ímpios permanecer perante os vossos olhos. Detestais o que pratica a iniqüidade e destruís o mentiroso. Ó Senhor, abominais o sanguinário, o perverso e enganador”.

Já o segundo tipo de sofrimento é o sofrimento do justo. Este é sofrimento salutar que o santifica e o leva a experimentar as consolações do Senhor em meio às batalhas travadas contra o Mal e seus sequazes. Isto porque o Senhor jamais desampara uma filha ou filho seu em suas dores. Quem sofre porque é justo, inocente e puro, sabe que é grande a recompensa que o aguarda e sabe também que o Senhor lhe é solidário em seu sofrimento. “Aquilo que fizeres ao menor dos meus, é a mim que estás fazendo”.

“Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós”. (Mt 5,11-12).

Portanto, somos missionários passando por este mundo, testemunhando a glória dos justos, daqueles que servem a Deus incansavelmente, daqueles que fazem de sua vida um hino de louvor ao Senhor Todo Poderoso e Todo Misericordioso que nos ama e nos conduz para a realidade da Nova Criação.

Paz e Bem!


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