Arquivo do blog

quarta-feira, 30 de maio de 2012

DISCERNIMENTO, DOM DO ESPÍRITO SANTO



DISCERNIMENTO, DOM DO ESPÍRITO SANTO


A ciência do discernimento dos espíritos vem da percepção da inteligência. A luz da verdadeira ciência está em discernir sem errar o bem e o mal. Feito isto, a via da justiça que leva a mente a Deus, sol da justiça, introduz então a inteligência naquele infinito fulgor do conhecimento, que lhe faz procurar daí em diante, com segurança, a caridade.

Os que combatem precisam manter sempre o espírito fora das agitações perturbadoras para discernir os pensamentos que surgem: guardar os bons, vindos de Deus, no tesouro da memória; expulsar os maus e demoníacos dos antros da natureza. O mar, quando tranquilo, deixa os pescadores verem até o fundo, de sorte que quase nenhum peixe lhes escape; mas, agitado pelos ventos, ele esconde na turva tempestade aquilo que se via tão facilmente no tempo sereno. Assim, toda a perícia dos pescadores se vê frustrada.

Somente, porém, o Espírito Santo tem o poder de purificar a mente. Se o forte não entrar para espoliar o ladrão, nunca se libertará a presa. É necessário, portanto, alegrar em tudo o Espírito Santo pela paz da alma, mantendo em nós sempre acesa a lâmpada da ciência. Quando ela não cessa de brilhar no íntimo da mente, conhecem-se os ataques cruéis e tenebrosos dos demônios, o que mais ainda os enfraquece sendo eles manifestados por aquela santa e gloriosa luz.

Por esta razão diz o Apóstolo: Não apagueis o Espírito, isto é, não causeis tristeza ao Espírito Santo por maldades e maus pensamentos, para que não aconteça que ele deixe de proteger-vos com seu esplendor. Não que o eterno e vivificante Espírito Santo possa extinguir-se, mas é a sua tristeza, quer dizer, seu afastamento que deixa a mente escura sem a luz do conhecimento e envolta em trevas.

O sentido da mente é o paladar perfeito que distingue as realidades. Pois como pelo paladar, sentido corporal, sabemos discernir sem erro o bom do ruim quando estamos com saúde e desejamos as coisas delicadas, assim nossa mente, começando a adquirir a saúde perfeita e a mover-se sem preocupações, poderá sentir abundantemente a consolação divina e conservar, pela ação da caridade, a lembrança do gosto bom para aprovar o que for ainda melhor, conforme ensina o Apóstolo: Isto peço: que vossa caridade cresça sempre mais na ciência e na compreensão, para discernirdes o que é ainda melhor.
Paz e Bem!

Fonte: Dos Capítulos sobre a Perfeição Espiritual, de Diádoco de Foticéia, bispo (Cap.6,26.27.30: PG65,1160.1175-1176). (Séc.V).

***
Bendize em todo o tempo ao Senhor Deus e pede que oriente os teus caminhos. E teus planos permaneçam sempre nele. Empenha-te em fazer o que lhe agrada fielmente e com toda a tua força. (Tb 4,19a; 14,8b.).
***


Franciscanos Espiritualidade: O Cristo de São Francisco

Reflexão com Frei José Carlos Corrêa Pedroso, OFMcap
Material Cedido pelo Centro Franciscano de Espiritualidade - Piracicaba -SP
Compartilhe este vídeo! Obrigado, Paz e Bem!
Site: http://www.franciscanos.org.br/pvf
tvFranciscanos: http://www.youtube.com/tvFranciscanos

sábado, 26 de maio de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: VIVENDO A VERDADE QUE SOMOS



CRÔNICAS DE MINHA ALMA: VIVENDO A VERDADE QUE SOMOS

A vida que Deus nos deu não teria sentido algum se fosse vivida apenas para este mundo, e depois perdermos ela e tudo o que vivemos, com a morte temporal. Creio que este seria o pior fim para a criatura mais eminente que Deus criou na face da terra. Ora, nós que temos consciência de todos os atos e decisões que tomamos, precisamos toma-las, de fato, para que o bem prevaleça e a vida permaneça num para sempre feliz.

Creio firmemente que o que fazemos de bom gera um bem infinito, porque todo bem que vem de Deus é eterno, seja para quem o pratica aqui, seja para o devir permanente que desponta logo após nossa morte natural. É como reza o ditado popular: “Quem planta, colhe” o que foi plantado para muito além do que foi semeado. Assim, precisamos viver a verdade que somos, para que ela se perpetue em Deus, e tenhamos como Ele prometeu, a vida eterna em seu Filho, Jesus Cristo, nosso Senhor.

Logo, consagrados a Deus pelo batismo que recebemos, já não somos mais os mesmos, porque Deus nos fez renascer da água e do Espírito Santo, na ordem da graça, para uma vida nova. Vida nova esta que consiste na permanência em Cristo Jesus pela vivência do nosso batismo, isto é, em total obediência aos santos mandamentos e plena fidelidade ao Pai de nossas almas, como Cristo mesmo viveu. (cf. 1Jo2,6).

Deste modo, compreendemos que Deus nos deu o seu Espírito para que nós convivêssemos com Ele em plena harmonia como quando criou o primeiro homem; pois, pelo estado de graça que sua unção divina e salutar nos dá, transpomos nossa naturalidade e experimentamos o significado de sermos filhos de Deus, comungando com o Senhor sensivelmente por meio dos Santos Sacramentos, da vida de oração e da prática das virtudes do Espírito Santo que habita em nós.

Portanto, viver a verdade que somos é assumirmos nossa filiação divina e convivermos com Deus, nosso Pai, tal como Cristo nos ensinou; assim como Ele conviveu com o Pai, mesmo estando neste mundo, e isso era perceptível aos nossos olhos, do mesmo modo, ele quer que convivamos com ele e o Pai e o Espírito Santo naturalmente sem hesitação alguma.

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


Creative Commons License
FREI FERNANDO, VIDA, FÉ E POESIA by Frei Fernando,OFMConv. is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil License.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Vem Espírito Santo e ensina-nos a viver


A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo João 20, 19-23 que corresponde ao Domingo de Pentecostes, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
 Eis o texto

Recebam o Espírito

Pouco a pouco aprendemos a viver sem interioridade. Já não precisamos estar em contato com aquilo que há de melhor em nosso coração. É suficiente para vivermos distraídos nas nossas ocupações. Contentamo-nos com funcionar sem alma e nos alimentarmos somente de pão. Não gostamos de nos expor na busca da verdade. Vem Espírito e liberta-nos do vazio interior.

Já não sabemos viver sem raízes e sem metas. É suficiente nos deixarmos programar externamente. Movemo-nos e agitamo-nos sem cessar, mas não sabemos o que desejamos e para onde vamos. Estamos cada vez melhor informados, mas sentimo-nos mais perdidos que nunca. Vem Espírito e liberta-nos da desorientação.

Quase não nos interessam as grandes questões da existência. Não nos preocupa ficarmos sem luz para enfrentarmos à vida. Transformamos-nos em pessoas céticas e ao mesmo tempo mais frágeis e inseguras. Queremos ser inteligentes e lúcidos. Por que não encontramos sossego e paz? Por que a tristeza nos visita tão seguidamente? Vem Espírito Santo e liberta-nos da escuridão interior.

Queremos viver mais, viver melhor, viver sem tempo. Mas viver o quê? Queremos nos sentir bem; buscamos nos sentir melhor. Mas para que? Procuramos desfrutar intensamente da vida, tirar proveito ao máximo, mas nos contentamos somente com passar bem. Realizamos aquilo que gostamos. Apenas há algumas proibições ou terrenos vetados. Por que desejamos alguma coisa diferente? Vem Espírito Santo e ensina-nos a viver.

Queremos ser livres e independentes e nos encontramos cada vez mais a sós. Necessitamos viver em grupo, mas às vezes nos fechamos no nosso pequeno mundo. Necessitamos nos sentir queridos e não sabemos criar contatos vivos e amistosos. O sexo é nomeado “amor” e o prazer “felicidade”. Mas quem saciará nossa sede? Vem Espírito Santo e ensina-nos a amar.

Na nossa vida já não há espaço para Deus. Sua presença ficou reprimida ou atrofiada dentro de nós mesmos. Cheios de ruídos interiores, já não conseguimos escutar sua voz. Dedicados a milhares de desejos e sensações, não conseguimos perceber sua proximidade. Sabemos dialogar com todo o mundo, menos com ele. Temos aprendido a viver de costas ao Mistério. Vem Espírito Santo e ensina-nos a acreditar.

Sejamos crentes ou não crentes, pouco a pouco vamos virando poucos crentes e maus crentes e assim peregrinamos muitas vezes pela vida. Na festa cristã do Espírito Santo Jesus disse para todos nós aquilo que um dia falou para seus discípulos exalando seu espírito sobre eles: “Recebam o Espírito Santo”. Esse Espírito que sustenta nossas pobres vidas e anima nossa débil fé pode entrar em nós por caminhos que somente ele conhece.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: QUEM É O ESPÍRITO SANTO?



CRÔNICAS DE MINHA ALMA: QUEM É O ESPÍRITO SANTO?

Nome próprio, Espírito Santo, Deus com o Pai e o Filho; Senhor que dá a vida e procede do Pai e do Filho e com o Pai e o Filho é Adorado e glorificado, Ele que falou pelos profetas. Aprendemos também no Catecismo que o Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, formando com o Pai e o Filho a unidade perfeita da Natureza Divina; assim, Deus é Uno e Trino, isto é, um só Deus em pessoas Três.

“O termo "Espírito" traduz o termo hebraico "Ruah", o qual em seu sentido primeiro, significa sopro, ar, vento. Jesus utiliza justamente a imagem sensível do vento para sugerir a Nicodemos a novidade transcendente daquele que é pessoalmente o Sopro de Deus, o Espírito divino. Por outro lado, Espírito e Santo são atributos divinos comuns às três Pessoas Divinas. Mas ao juntar os dois termos, a Escritura, a Liturgia e a linguagem teológica designam a Pessoa inefável do Espírito Santo, sem equívoco possível com os outros empregos dos termos "espírito" e "santo". (CIC).

Bem, “ao anunciar e prometer a vinda do Espírito Santo, Jesus o denomina o "Paráclito", literalmente: aquele que é chamado para perto de, "advocatus" (cf. Jo 14,16.26; 15,26; 16,7). "Paráclito" é habitualmente traduzido por "Consolador", sendo Jesus o primeiro consolador. O próprio Senhor chama o Espírito Santo de Espírito da Verdade". (CIC).

Existem ainda outras denominações pelas quais é designado o Espírito Santo. São Paulo em suas cartas usa as seguintes: o Espírito da promessa (cf. Gl 3,14; Ef 1,13), o Espírito de adoção (cf. Rm 8,15; Gl 4,6), o Espírito de Cristo (cf. Rm 8,11), o Espírito do Senhor (cf. 2Cor 3,17), o Espírito de Deus (cf. Rm 8,9.14;15,19; 1Cor 6,11;7,40); e, São Pedro, usa a denominação, o Espírito de glória (cf. 1Pd 4,14). E ainda, a fé da Igreja afirma, outrossim, a ação criadora do Espírito Santo: Ele é o "doador de vida", "o Espírito Criador" ("Veni, Creator Spiritus"), a "Fonte de todo bem".

Porém, para conhecer e conviver mais intimamente com o Espírito Santo que habita em nossas almas, vejamos o que diz o Livro da Sabedoria: “Com efeito, o Espírito do Senhor enche o universo, e ele, que tem unidas todas as coisas, ouve toda voz”. E ainda a carta aos Romanos: “Outrossim, o Espírito vem em auxílio à nossa fraqueza; porque não sabemos o que devemos pedir, nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis. E aquele que perscruta os corações sabe o que deseja o Espírito, o qual intercede pelos santos, segundo Deus”. (Rom 8,26-27).

Portanto, precisamos assumir que somos templos do Espírito Santo para identifica-lo em nós e identificarmos suas ações em nossa vida. Porque quem assume que é templo do Espírito Santo, também ver os outros como um templo sagrado de Deus e assim procede em todos os sentidos da vida. Desse modo, é o Espírito quem nos ensina tudo a respeito de Deus Pai, de Jesus, de Maria, da Igreja, dos santos e de tudo o que diz respeito à fé que professamos. “Por ele, os corações são elevados ao alto, os fracos são conduzidos pela mão, os que progridem nas virtudes chegam à perfeição. Ele ilumina os que foram purificados de toda mancha e torna-os espirituais pela comunhão consigo. E como os corpos límpidos e transparentes, sob a ação da luz, se tornam também extraordinariamente brilhantes e irradiam um novo fulgor, da mesma forma também as almas que recebem o Espírito Santo e são por ele iluminadas tornam-se espirituais e irradiam sobre os outros a graça que lhes foi dada”. (São Basílio Magno).

“Além disso, por meio dos sacramentos e ministérios, o Espírito Santo não apenas santifica e conduz o povo de Deus e o adorna com virtudes, mas ainda distribui a cada um seus dons conforme quer (1Cor 12,11), e concede também graças especiais aos fiéis de todas as condições. Torna-os assim aptos e disponíveis para assumir deveras obras ou funções, em vista de uma séria renovação e mais ampla edificação da Igreja, conforme foi dito: A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum (ICor 12,5). Estes carismas devem ser recebidos com ação de graças e consolação. Pois todos, desde os mais extraordinários aos mais simples e comuns, são perfeitamente apropriados e úteis às necessidades da Igreja”. (LG).

Enfim, é do Espírito Santo que “procede a previsão do futuro, a inteligência dos mistérios, a compreensão das coisas ocultas, a distribuição dos carismas [como foi dito acima], a participação na vida do céu, a companhia dos coros dos anjos. Dele nos vem a alegria sem fim, a união constante e a semelhança com Deus; dele procede, enfim, o bem mais sublime que se pode desejar: o homem é divinizado”. (São Basílio Magno).

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


Creative Commons License
FREI FERNANDO, VIDA, FÉ E POESIA by Frei Fernando,OFMConv. is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil License.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Só a experiência direta e imediata do Evangelho pode revitalizar a Igreja


A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 16, 15-20 que corresponde ao Domingo da Ascenção do Senhor, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto

Novo começo

Os evangelistas descrevem com diferentes linguagens a missão que Jesus confia aos seus seguidores. De acordo com Mateus, hão de “fazer discípulos” que aprendam a viver como Ele os ensinou. De acordo com Lucas, hão de ser “testemunhas” do que viveram junto Dele. Marcos resume tudo dizendo que hão de “proclamar o Evangelho a toda a criação”.

Quem se aproxima hoje de uma comunidade cristã não se encontra diretamente com o Evangelho. O que se percebe é o funcionamento de uma religião envelhecida, com graves sinais de crise. Não podem identificar com clareza no interior dessa religião a Boa Nova proveniente do impacto provocado por Jesus há vinte séculos.

Por outro lado, muitos cristãos não conhecem diretamente o Evangelho. Tudo o que sabem de Jesus e da sua mensagem é o que podem reconstruir de forma parcial e fragmentária escutando catequistas e pregadores. Vivem a sua religião privados do contato pessoal com o Evangelho.

Como poderão proclamá-lo se não o conhecem nas suas próprias comunidades? O Concílio Vaticano II recordou algo demasiado esquecido nestes momentos: “O Evangelho é, em todos os tempos, o princípio de toda a sua vida para a Igreja”. Chegou o momento de entender e configurar a comunidade cristã como um lugar onde o principal é acolher o Evangelho de Jesus.

Nada pode regenerar o tecido em crise das nossas comunidades como a força do Evangelho. Só a experiência direta e imediata do Evangelho pode revitalizar a Igreja. Dentro de alguns anos, quando a crise nos obrigue a centrar-nos apenas no essencial, veremos com clareza que nada é mais importante hoje para os cristãos do que nos reunir para ler, escutar e partilhar juntos os relatos evangélicos.

O principal é acreditar na força regeneradora do Evangelho. Os relatos evangélicos ensinam a viver a fé, não por obrigação mas por atração. Fazem viver a vida cristã, não como dever mas como irradiação e contágio. É possível introduzir já nas paróquias uma dinâmica nova. Reunidos em pequenos grupos, em contato com o Evangelho, iremos recuperar a nossa verdadeira identidade de seguidores de Jesus.

Temos de voltar ao Evangelho como novo começo. Já não serve qualquer programa ou estratégia pastoral. Dentro de uns anos, escutar juntos o Evangelho de Jesus não será uma atividade a mais entre outras, mas a matriz desde a qual começará a regeneração da fé cristã nas pequenas comunidades dispersas no meio de uma sociedade secularizada.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: QUEM É DEUS?



CRÔNICAS DE MINHA ALMA: QUEM É DEUS?

Quem pode responder essa pergunta? Jesus e o Espírito Santo, somente, ninguém mais. Qualquer outro que responda, não é, nunca foi e nunca será. Nós podemos, sim, por graça de Deus, viver, interagir e dizer Dele, mas todas as nossas ações ou respostas, não são suficientes e nunca haverão de ser, porque Deus não se prende à conceitos humanos ou à qualquer conceito; Deus É infinitamente Além de tudo que há, e tudo o que existe, só existe porque Deus É. Então, conhecer e amar a Deus como Deus É, constitui nosso maior desejo ou tarefa.

Entretanto, a partir da convivência com o Senhor, por meio do Seu Filho Jesus Cristo, e do Espírito Santo que habita em nós, podemos ensaiar algumas respostas à pergunta posta. Vamos primeiro aos exemplos de relacionamentos com Deus ao longo da história da salvação, para assim, podermos atualizar nossa convivência com o Senhor e obtermos as respostas que mais se aproxima satisfatoriamente de nossos anseios do conhecimento de Deus.

Sem dúvida todos os nossos antepassados na fé, conviveram com Deus; a única coisa que os separava do Senhor era o pecado, porque em Deus não há pecado. Logo, entendemos que conviver com Deus é viver em Deus e Deus viver em quem com Ele convive, em uma união humano-divina e que chamamos união mística, isto é, união espiritual de nossa alma com Deus; é por isso que nossa alma é imortal e infinita. Pois bem, tudo isso faz parte do conhecimento do Mistério de Deus e é insondável à razão humana em si e por si mesma, porque conhecer a Deus neste sentido significa experimentar quem Deus é, mas não em toda a sua Plenitude, porque isto é impossível nesta nossa condição existencial, ou seja, sujeitos à morte temporal.

A primeira experiência real de Deus, o primeiro contato direto, teve o homem quando de sua criação; passou a ser e a conviver com Deus num paraíso cheio das delícias do amor do Senhor, mas em sua condição de criatura dependente, isto para nunca ficar ausente da presença divina; e quando essa ausência aconteceu, aconteceu porque o homem se escondeu no pecado deixando de experimentar as delícias da presença e da convivência divina. Ora, esta foi e é a maior tragédia humana e consistiu e consiste em o homem, por causa do pecado, não mais se alimentar diretamente da Fonte Inesgotável de Vida que alimenta toda criatura que existe. 

Deus, porém, em sua Bondade Infinita, em Seu designío de Pai Criador, traçou seu Plano de salvação, dando ao homem as condições de arrependimento e perdão, enviando para isto o Seu Unigênito Filho, Jesus Cristo, Árvore da Vida, Fonte Infinita de Amor; que por Seu Sacrifício de Cruz, nos concedeu o perdão dos pecados, a remissão pelo seu Sangue, a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir e que desde aqui permanece naqueles que Ele redimiu e que Nele vivem por meio da Eucaristia, que é Seu Corpo e Sangue, Sua Alma e Divindade, memorial permanente de nossa redenção.

Paz e Bem!

QUEM É DEUS? CONTINUAÇÃO...

Vejamos alguns exemplos bíblicos de conhecimento e convivência de Deus, pois, são dessas experiências acumuladas e transmitidas por nossos antepassados, que se fez a história da salvação humana. Porque tudo o que conhecemos de Deus vem de sua revelação divina, vivida e transmitida por aqueles que Deus escolheu para que por eles chegasse até nós a mesma graça que tinham recebido. Então, nos detenhamos nesses exemplos e os sigamos como fonte de inspiração da revelação divina.

O exemplo de Abraão

Um exemplo vivo que fez Deus conhecido no meio dos homens é Abraão. Abraão acreditou, isto é, se uniu ao Senhor e nele permaneceu até o fim dos seus dias neste mundo; e nunca, por nada, quis outra vida fora da vida de fé que Deus lhe concedeu. E foi assim que Abraão conviveu com o Senhor e a partir dessa sua convivência, conviveu também com os homens testemunhando que é possível viver em conformidade com a vontade de Deus neste mundo, por isso, ficou conhecido na história humana até o fim dos tempos como o pai da fé. 

O exemplo de Moisés

Moisés é aquele que falava com Deus “face a face” como relata a Sagrada Escritura. Tudo em sua vida e em sua missão de conduzir os filhos de Abraão, da terra da escravidão até a terra prometida, nasceu sempre do seu convívio permanente com Deus. Homem de oração, penitência, humildade, profunda obediência e temor do Senhor, procurou ouvi-lo sempre para depois agir, impulsionado pelo Espírito Santo e assim poder cumprir os desígnios do Senhor para com seu povo.

Moisés é aquele homem que ficou na história como alguém que nunca quis fazer sua vontade própria, porque sabia que a obra da redenção humana não era sua, mas de Deus. Por isso, pôs a vida integralmente a serviço do Senhor, para que tudo o que vivesse ou ordenasse fosse de fato plena vontade de Deus e nada mais fora dela. Com isso, nos deu o belo exemplo do que é ser um homem conduzido pelo Espírito Santo em todos os sentidos da vida.

O exemplo de Maria de Nazaré, a mãe de Jesus

Creio que ninguém mais aqui neste mundo conheceu Deus como a Virgem Maria; esposa do Espírito Santo, Mãe carnal de Jesus Cristo; Sacrário vivo da Santíssima Trindade. Maria viveu em tudo a Vontade do Senhor, disse sim ao Seu querer e agir e se tornou desse modo, a serva humilde do Altíssimo Pai Criador; a primeira e única humana a conceber Deus e tornar-se uma só com Ele em sua humanidade, ou seja, a primeira e única que foi divinizada ainda em nossa naturalidade pelo Filho que concebeu pela ação do Espírito.

Em Maria, a primeira redimida, Deus por seu Filho, realizou a redenção de toda humana criatura, nascida da água e do Espírito Santo, na ordem da graça. Assim como Eva é a mãe de todos os viventes, Maria é a mãe de todos os redimidos por Cristo seu Filho amado. Por isso, ela é a nova Eva, sem a mancha do pecado, ou seja, imaculada, porque, de fato, convinha que a mãe do Filho de Deus tivesse essa dignidade, em vista do Seu Filho, segunda Pessoa da Trindade Santa, e da redenção dos homens como primeira redimida.

Por isso, Maria se encontra agora em corpo e alma na glória da Santíssima Trindade, e por essa graça que de Deus recebeu, todas as gerações a proclamam, Bem-aventurada, porque o Senhor fez grandes coisas por sua serva, que jamais a mente humana poderá compreender, a não ser por uma revelação direta do Senhor.

Paz e Bem!

***

“Virgem Imaculada, minha mãe Maria Santíssima, eu renovo hoje e sempre a consagração a ti de todo o meu ser para que disponhas de mim para o bem de todos, somente te peço que eu poça, minha Rainha e Mãe da Igreja, cooperar fielmente com a missão de construir o Reino do teu Filho Jesus no mundo, para isso eu te ofereço minhas orações, meus sacrifícios e minhas ações”.

“Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós e por todos quantos a vós não recorrem, de modo especial pelos inimigos da Santa igreja e por aqueles que a vós estão recomendados. Amém”!

***

Creative Commons License
FREI FERNANDO, VIDA, FÉ E POESIA by Frei Fernando,OFMConv. is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil License.

terça-feira, 15 de maio de 2012

UNIDOS EM CRISTO NUM MESMO ESPÍRITO




UNIDOS EM CRISTO NUM MESMO ESPÍRITO

Cada vez que participamos do corpo sagrado de Cristo, unimo-nos a ele corporalmente, como afirma São Paulo ao falar do mistério do amor misericordioso de Deus: “Este mistério, Deus não o fez conhecer aos homens das gerações passadas, mas acaba de o revelar agora, pelo Espírito, aos seus santos apóstolos e profetas: os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo”. (Ef 3,5-6).

Ora, se todos nós formamos um só corpo em Cristo, não apenas uns com os outros, mas também com aquele que habita em nós pela sua carne, por que não vivemos plenamente esta união existente entre nós e com Cristo? Com efeito, Cristo é o vínculo da unidade, por ser ao mesmo tempo Deus e homem.

Seguindo o mesmo caminho, podemos falar da nossa união espiritual, afirmando que todos nós, ao recebermos o único e mesmo Espírito Santo, nos unimos uns com os outros e com Deus. Embora estejamos separados, somos muitos e, em cada um de nós, Cristo faz habitar o Espírito do Pai que é também o seu. Todavia, o Espírito é um só e indivisível e, com a sua presença e ação, reúne os que individualmente são distintos uns dos outros, fazendo com que em si mesmo todos sejam um só. Assim como a virtude do corpo sagrado de Cristo transforma num só corpo os que dele participam, parece-me que o único e indivisível Espírito de Deus, habitando em cada um, vincula a todos numa unidade espiritual.

Por isso, novamente São Paulo se dirige a nós: “Suportai-vos uns aos outros com paciência, no amor. Aplicai-vos em guardar a unidade do espírito pelo vínculo da paz. Há um só Corpo e um só Espírito, como também é uma só a esperança à qual fostes chamados. Há uma só fé, um só Senhor, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por meio de
todos e permanece em todos”. (Ef 4,2-6). Se efetivamente é um só Espírito que habita em nós, também o único Deus e Pai de todos estará em nós por seu Filho, unindo entre si e consigo todos os que participam do mesmo Espírito.

Desde agora, torna-se evidente que, de alguma maneira, estamos unidos ao Espírito Santo por participação. De fato, se de uma vez por todas abandonamos a vida puramente natural e obedecemos às leis do espírito, é claro que, deixando de lado a nossa vida anterior e unindo-nos ao Espírito Santo, adquirimos uma configuração espiritual e, até certo ponto, transformamos em outra a nossa natureza. Assim já não somos simplesmente homens, mas filhos de Deus e habitantes do céu, pelo fato de nos termos tornado participantes da natureza divina.

Todos, portanto, somos um só no Pai, no Filho e no Espírito Santo. Um só, repito, pela identidade de condição, um só pela união da caridade, pela comunhão do corpo sagrado de Cristo e pela participação do único Espírito Santo.

Paz e Bem!

Fonte: Do Comentário sobre o Evangelho de João, de São Cirilo de Alexandria, bispo - (Lib. 11,11: PG 74,559-562) (Séc.V)


segunda-feira, 14 de maio de 2012

EU ACREDITO...





Eu acredito é o grito bendito de todos os que são batizados...
Eu acredito em Deus, Pai todo poderoso, Criador do céu e da terra...
De todas as coisas visíveis e invisíveis...
Porque acreditar em Deus é amá-lo, é respeitá-lo...
É ser fiel aos seus mandamentos...
Que nos livra dos tormentos que o pecado traz...

Eu acredito em Jesus Cristo...
Filho Único de Deus, enviado para nossa salvação...
Nascido da Virgem Maria pela ação do Espírito Santo...
Ele, o Princípio e o Fim de todas as coisas...
Ele, a Cabeça da Igreja que é o seu Corpo,
A parte visível do Reino de Deus, presente no tempo,
à caminho da eternidade...

Eu acredito no Espírito Santo, Senhor que dá a vida...
E procede do Pai e do Filho...
E com o Pai e o Filho é adorado e glorificado...
Ele que falou pelos profetas...
Ele, o doador dos sete dons e de todos os outros dons de Deus...
Santificador de nossas almas, e alento dos nossos corações...
Aquele que habita em nossos corpos mortais,
para fazer-nos imortais pela ressurreição de Jesus Cristo...

Eu acredito na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica...
Professo um só batismo para a remissão dos pecados...
E espero a ressurreição dos mortos
e a vida do mundo que há de vir...
E que está presente aqui onde estamos agora...
Para a maior glória de Deus...
Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

Creio, porque a fé é um dos dons do Espírito Santo...
Ela é o fundamento da esperança,
É certeza a respeito daquilo que não se vê ainda...
Ou seja, a herança eterna que Deus preparou para aqueles que o amam...

Crer é também viver na intimidade divina,
contemplando a Beleza Infinda de Deus...
Por quem e para quem fomos criados...
E amados até a última gota do Sangue de Jesus,
que pendente do madeiro da cruz, perdoou os nossos pecados...
Para que perdoados, tivéssemos a vida eterna...
Fruto de sua misericórdia infinita...

Eis é o Grande Mistério da invisibilidade divina que nos envolve...
Esta é a fé que da Igreja recebemos...
E sinceramente professamos...
Razão de nossa alegria em Cristo Jesus, nosso Senhor. Amém!

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


Creative Commons License
FREI FERNANDO, VIDA, FÉ E POESIA by Frei Fernando,OFMConv. is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil License.

sábado, 12 de maio de 2012

O Papa Bento VI Visita Santuário Franciscano do Monte Alverne


Neste domingo, 13, o Papa Bento XVI  visita o Santuário Franciscano della verna, ou Monte Alverne que fica em meio às montanhas da província de Arezzo, na Itália.Este lugar era um dos preferidos do pai  São Francisco para retiro e oração e foi ali que, no verão de 1224, ele recebeu os estigmas, dom doloroso, sinal da Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo.
Bento XVI já esteve neste santuário quando ainda era cardeal, no dia 17 de setembro de 1988, durante a festa dos estigmas. “A história de São Francisco é a história de um grande amor que o levou até a identificação corporal com Jesus”, disse o então Cardeal Joseph Ratzinger.
Desta vez, ele irá à Igreja de Santa Maria dos Anjos e falará aos frades e monjas clarissas da Toscana. Um dos que receberão o Papa é o frei  Massimo Grassi, guardião do Santuário franciscano do Monte Alverne. O frade vê esta visita do Papa como uma peregrinação de fé e esperança para animar o espírito de caridade e vida fraterna!
“Subirá justamente como um peregrino, como tantos peregrinos que sobem aqui em Alverne, para encontrar, sobretudo, o Cristo através da experiência de Francisco. O peregrino que sobe aqui em cima é sedento, sedento de Deus, consciente ou inconscientemente”, salienta  frei Massimo Grassi. O Pontífice recordará também a visita do Beato João Paulo II, feita no dia 17 de setembro de 1993, quando guiará a procissão até a Capela dos Estigmas. E olhando para a rocha sobre a qual Francisco recebeu os estigmas, recordará as palavras da oração de seu predecessor.
“Aos ofendidos por todos os tipos de maldade comunica, Francisco, sua alegria de perdoar. Para todos os crucifixos de fome, sofrimento e guerra reabrir as portas da esperança”, disse João Paulo II. Para frei Massimo, ele subiu sobre o monte Alverne, onde Francisco pede ao Senhor o poder de provar um pouco daquele amor e daquela dor que o Senhor viveu sob a Cruz por nós, foi para João Paulo II, de algum modo, uma experiência marcante. “Aquilo que me lembro e que me impressionou em todos esses anos é que para João Paulo II, depois daquela peregrinação, iniciou seu calvário. Acredito que de qualquer maneira, a vida de João Paulo II foi ligada a esta experiência que ele teve em Alverne”, destaca o franciscano.
Poucos passos separam a Capela dos Estigmas do penhasco onde, em 1993, João Paulo II recitou o Angelus e falou aos jovens. Ele desejava que todos os jovens da Itália e do mundo pudesse ter a paz de Cristo “porque a paz com Deus, a paz entre Deus e a humanidade, é a fonte de toda paz a ser construída nesse mundo”. E a paz com Deus é um dos dons que os peregrinos e frades buscam nesta antiga floresta. Foi este lugar que São Francisco buscou para retirar-se e para reafirmar que, em sua vida, em primeiro lugar, estava Deus. “Esta é a experiência fundamental de Alverme. Por isso, vir a Alverme, também para nós frades, é um reafirmar a primazia de Deus em nossa vida e isso, sobretudo, através do diálogo, da oração, estando com Ele”, ressalta frei Massimo Grassi.
Sê Bem vindo Santidade! Sua visita alegra nossa Fraternidade Franciscana e sentimos a mesma alegria e  ternura com que nosso pai são Francisco acolhia os Pastores da Igreja, em especial o Papa a quem ele sempre amou e dedicou especial atenção, como foi com o papa Inocêncio III.
Paz e bem!
Frei Lenivaldo Carvalho,OFM

sexta-feira, 11 de maio de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: PERMANECEI EM MIM





Aqui neste mundo tudo passa, nossa realidade é transformada a todo instante, e esse dinamismo se dá para o bem ou para o mal, dependendo das decisões que tomamos, porque em se tratando do comportamento humano, tudo é possível dentro de nossas possibilidades. Quanto à realidade natural que nos cerca, esta sofre as consequências de nossas decisões. Assim sendo, trazemos no mais íntimo do ser, aquilo que cultivamos com o nosso viver de cada dia, como resposta ao dom da vida que recebemos de Deus.

Ora, sabemos que somos seres dependentes, e essa dependência é a razão pela qual sobrevivemos nesse nosso habitat natural. Todavia, existe algo em nós que nos faz conspirar contra nós mesmos, é o que chamamos de interesses pessoais. É uma espécie de egoísmo mórbido que leva o ser humano à destruição, pois, as coisas materiais, são postas acima de tudo e de todos; e esse apego exagerado tem levado muitos a cometerem terríveis maldades, capazes de dissipar vidas inocentes sem poupar ninguém.

Desse modo, se criou uma cultura de autodestruição, divulgada amplamente pelos meios de comunicação em massa, em suas programações sectárias, onde difundem comportamentos vãos, desordenados e estranhos; vícios de toda espécie e atitudes totalmente anticristãs, procurando com isso, moldar a sociedade aos mais baixos calões existenciais. O resultado é a violência desenfreada que permeia todas as camadas sociais; é o abuso de poder, pelo mau uso de suas funções; corrupções e injustiças vindas dos mandatários de plantão, que estão à postos nos mais altos escalões das esferas governamentais e não governamentais.

E assim, estamos vendo esse nosso mundo afundando num mar de lama sem fim, e o pior de tudo, não tem volta, não tem conserto, porque os homens perderam o temor de Deus e se afastaram dele, por suas obras funestas, entregando-se ao mal que passou a tomar conta de tudo ou quase tudo. Então, o que fazer em meio a esse proceder infernal que assistimos cada dia? Como nos defender de tudo isso?

“Só em Deus a minha tem repouso, porque dele é que me vem a salvação. Só ele é meu rochedo, minha salvação; minha fortaleza: jamais vacilarei. Só em Deus repousa a minha alma, é dele que me vem o que eu espero. Só em Deus encontrarei glória e salvação. Ele é meu rochedo protetor, meu refúgio está nele. Ó povo, confia nele de uma vez por todas; expandi, em sua presença, os vossos corações. Porque nosso refúgio está em Deus”. (Sl 61).

“Os homens não passam de um sopro, e de uma mentira os filhos dos homens. Eles sobem na concha da balança, pois todos juntos são mais leves que o vento. Não confieis na violência, nem espereis vãmente no roubo; crescendo vossas riquezas, não prendais nelas os vossos corações. Numa só palavra de Deus compreendi duas coisas: a Deus pertence o poder, ao Senhor pertence a bondade. Pois vós dais a cada um segundo suas obras”. (Sl 61). (cf. Sl 2).

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

***
"Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer”. (Jo 15,4-5)
***

Creative Commons License
FREI FERNANDO, VIDA, FÉ E POESIA by Frei Fernando,OFMConv. is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil License.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: A ORAÇÃO NO RITMO DA VIDA






Orar é gozar da intimidade divina, é permanecer na presença de Deus sem nunca sair dela e andar pelas estradas deste mundo acompanhado do Senhor que nos fala: “Vem e segue-me, porque eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida”.

De fato, seguir-te é gozar de tua intimidade Senhor, é viver do teu amor e conduzido por tua sabedoria todos os dias de nossa vida, passando por sobre tudo o que tenta nos apartar de Ti, ó divino mestre e redentor de nossas almas. Quem Te segue jamais erra o caminho, porque tu és o único caminho que nos leva à perfeição; quem vive em tua companhia, experimenta a verdade em toda a sua plenitude, por isso, nunca se deixa levar por mentira alguma; quem vive de ti, Senhor, tem a vida eterna, porque tu és a vida que não tem fim, vida esta que tanto almejamos.

Felizes os que ouvem e vivem segundo os teus preceitos, porque este é o modo de ser dos teus eleitos, daqueles que dão a vida por Ti. Por isso, não dão atenção ao mal nem praticam os seus desejos e seduções, porque sabem que os maus não entrarão no teu reino. Pois, assim escreveu São Paulo: “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma.” (1Cor 6,12).

Portanto, “Irmãos, pelas misericórdias de Deus, eu vos exorto, pois, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito. Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai”. Amém. (Rom 1,1-2; Col 3,17).

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

***
“Todos nós precisamos tomar uma ‘atitude de oração’, aquela que perpassa todo o nosso dia e nossas atividades. É a oração que brota espontaneamente daquilo que vivemos em cada momento. É um contínuo diálogo com Aquele com quem vivemos e para Quem trabalhamos. Esse diálogo é oração. É oração no ritmo da vida”. (Monsenhor Jonas Abib).
***

Creative Commons License
FREI FERNANDO, VIDA, FÉ E POESIA by Frei Fernando,OFMConv. is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil License.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

O drama do ser humano


O drama do ser humano


A dor é a triste herança do ser humano; em dor se passa quase toda a sua vida. Sofrimento do corpo, enfermidade da alma, pecados, fraquezas, consumição, tal é a gravosa carga que sobre nós pesa desde o berço até a sepultura; e, todavia, á força de trabalho, consegue a pessoa descobrir, no meio de suas misérias, não sei que insensata alegrias de que avidamente se embriaga.
 Fujamos destas loucas alegrias do mundo; fixemos nosso pensamento nos castigos que as devem seguir em nossa faltas tão repetidas; e peçamos a Deus, com entranhável compulsão, o arrependimento amoroso, as venturosas lágrimas que Jesus Cristo abençoou com estas consoladoras palavras: “Muitos pecados te são perdoados porque me amaste muito”. (Lc 7,47).
Concedei-me, Deus de misericórdia, o dom das lágrimas para que chorar possa meus pecados; lágrimas de saudável temor com que deplore a minha desobediência a vosso mandamentos; lágrimas de puro amor com que manifeste o abrasado desejo que me enche o coração de me desprender de tudo que é terrestre e me unir um dia a vós em vossa santa morada.
“Que me resta, pois, que apetecer no Céu? E que posso eu amar na terra senão a vós, Deus meu? – Minha carne e meu coração desfalecem: Ó Deus de minha alma, sede minha herança, por toda eternidade!” (Sl 72,25)

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Congresso Clariano do Rio Grande do Sul

Clara de Assis e de Hoje reconhece que a sua vocação é, antes de tudo, uma especial graça de Deus, pois “quanto maior e mais perfeita, mais a Ele é devida” (TestC 2s).

Com alegria, em nome da ESTEF e da Família Franciscana do Rio Grande do Sul, convidamos a cada irmã e cada irmão a participar do Congresso Clariano do RS, que se realizará nos dias 20 e 21 de setembro de 2012, no Salão Paroquial da Igreja Santo Antônio do Partenon, em Porto Alegre, com início às 9h do dia 20 e término às 18h do dia 21. Para quem precisar de hospedagem, haverá espaço no Convento São Lourenço de Brindisi (Capuchinhos), em frente à Paróquia. As refeições poderão ser feitas no Convento dos Capuchinhos, ou no Ginásio Geraldo Santana.

Temas que serão refletidos:
1.       Clara e seu contexto Histórico – Frei José Bernardi
2.       Clara: Biografia e Cartas – Ir. Mônica de Azevedo
3.       Contemplação e Espiritualidade em Clara – Frei José Carlos Pedroso

Solicitamos que cada Irmão e Irmã nos ajude a divulgar este evento e que a ficha de inscrição seja devolvida até o dia 31 de agosto de 2012, juntamente com o comprovante de pagamento da taxa de inscrição. 

- Via Correio: Ir. Rosemaria Jaschke
  Rua Monroe, 133. Bairro Santa Teresa
  90.810-220 – Porto Alegre - RS
- Por e-mail: rosejmaria@gmail.com
Tel.: 51-3232-4819 ou cel.51-9708.0599
Valor da Inscrição: R$ 40,00

Hospedagem (valor aproximado da diária, com todas as refeições incluídas): R$ 80,00 (quarto coletivo) e R$ 90,00 (quarto individual). Obs. – Esse valor poderá sofrer alteração para mais.
Somente almoço: R$ 12,00 (valor aproximado, podendo sofrer alteração para mais)
O pagamento da inscrição poderá ser feita via depósito bancário

Conta Poupança CEF: 0439.013 – 6179 – 1, para quem faz transferência de CEF para CEF.

Conta Poupança CEF: 0439 – 6179 – 1, para quem transfere de outro Banco para a CEF

Depósito em nome de   EDUARDO PAZINATTO –  CIC 627.861- 15
                               e   ROSEMARIA JASCHKE – CIC 186.463 -15

Desde já, sintam-se fraternalmente acolhido(a)s,
                                                
 Ir. Rosemaria Jaschke                                            Frei Aldir Crócolli, OFMcap
 Coordenadora da FFB/RS                                     Diretor da ESTEF

quinta-feira, 3 de maio de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: EXISTE UMA NECESSIDADE PERMANENTE EM MIM...





EXISTE UMA NECESSIDADE PERMANENTE EM MIM...

Como ser humano, alma vivente, como discípulo, existe em mim uma necessidade permanente de Ti, Senhor, e eu não posso me descuidar nem colocar nada em teu lugar, porque minha vida só será completa quando ocupares o lugar que te pertence nela, meu Deus. Creio firmemente, Senhor, que nos criastes com esta necessidade e ela só será saciada quando estivermos definitivamente em tua presença, ou seja, sem as barreiras de nossa naturalidade que ora nos faz seres limitados. Somente, desse modo, seremos totalmente saciados e teremos a plenitude da felicidade que é a herança eterna que nos reservastes em teu infinito amor.

Todavia, Senhor, enquanto esse santo dia não chegar, temos que lutar contra a tendência de pôr em teu lugar as coisas e as outras criaturas que nunca saciam, porque elas têm também a mesma carência da tua presença e por isso mesmo não nos bastamos. Creio que isto acontece Senhor, porque Te ignoramos e fazemos pouco caso de Ti; e assim caímos no precipício da indiferença e dos piores vícios, que nos tornam pecadores incorrigíveis e irreconhecíveis diante de Ti.

Sei que este mundo, Senhor, não é o nosso lugar definitivo, até poderia ser se não houvesse nenhum mal no meio de nós. Mas existe, e só estamos assim neste estado de miséria, por causa de nossos pecados que são tantos e insuportáveis. Infelizmente, Senhor, muitos e muitos insistem em cometê-los contra Ti, e contra tudo o que Te pertence, causando terrível alvoroço e tragédias que se sucedem uma após outra, tendo a morte como pano de fundo, neste imundo abismo infernal da desobediência humana.

Ah! Senhor! Quanta dor e sofrimento, quanto terror vem ocorrendo no meio de nós, porque não te damos o devido lugar que só a te pertence em nosso viver. E olha que nos ensinastes a nos defender contra as ciladas do mal, quando nos destes os teus mandamentos para evitarmos qualquer ligação com as forças do demônio, esse terrível inimigo de nossas almas, autor do pecado e de toda perdição que existe neste mundo.

Por isso, vem Senhor em nosso auxílio, socorre-nos sem demora, que a tua graça nos faça perseverantes até o fim. Assim, seguiremos teus passos com a segurança de ovelhas que te conhecem e escutam a tua voz, ó Bom Pastor; livra-nos por teu amor de tudo o que contraria a tua santa vontade em nossa vida; e que a Virgem Maria, tua e nossa mãe, nos conceda a graça de sua intercessão e o aconchego do seu amor materno, que nos livra do inferno e de toda perdição. Amém! Assim seja! Vem, Senhor Jesus, vem!

Paz e Bem!

Frei Fernanodo,OFMConv.


Creative Commons License
FREI FERNANDO, VIDA, FÉ E POESIA by Frei Fernando,OFMConv. is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil License.

Firefox