Arquivo do blog

terça-feira, 31 de janeiro de 2023

NÃO TENHAS MEDO. BASTA TER FÉ...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 5,21-43)(31/01/23)


Caríssimos, o seguimento de nosso Senhor Jesus tem como fundamento a fé pela qual acreditamos Nele como o Messias enviado por Deus Pai para nos libertar do pecado, da morte e do inferno; ora, a ninguém foi dada essa missão a não ser ao Senhor e aos que Ele envia para anunciar a boa nova da salvação à todos os povos por meio da sua Santa Igreja.

No Evangelho de hoje são Marcos narra dois episódios que revelam o poder que tem a fé, bem como o Senhor nos ensinou: "Tudo é possível ao que crê." (Mc 9,23b). No primeiro episódio vemos a mulher que sofria com uma hemorragia crônica, porém, acreditou que apenas tocando na orla do manto do Senhor Jesus ficaria curada, e assim aconteceu.

No outro episódio a filha de Jairo, chefe da Sinagoga, estava nas últimas e seu pai recorreu ao Senhor Jesus que logo atendeu o seu pedido de socorro, e ao receber a notícia da morte da criança, se dirigiu ao seu pai dizendo: “Não tenhas medo. Basta ter fé!” Ou seja, a fé é um dom do Espírito Santo, e por isso, pode tudo até mesmo ressuscitar os mortos pela intervenção do Senhor Jesus, como aconteceu com a filha de Jairo.

Portanto, caríssimos, não sabemos quanto tempo ainda temos pela frente até a segunda vinda de Cristo, todavia, tudo o que precisamos para viver em comunhão com Ele, nós temos, a começar pelo batismo e os outros Sacramentos, em especial a penitência e a Eucaristia; a vida de oração e a prática da sua Palavra de vida eterna.

Destarte, tomemos consciência que estamos numa luta espiritual, por isso, prestemos atenção às atitudes fundamentais do discipulado de Cristo para vencermos essa luta: "Irmãos, rodeados como estamos por tamanha multidão de testemunhas, deixemos de lado o que nos pesa e o pecado que nos envolve.

Empenhemo-nos com perseverança no combate que nos é proposto, com os olhos fixos em Jesus, que em nós começa e completa a obra da fé." Ou seja, perseveremos até o fim em estado de graça, pois como disse o Senhor: "Aquele que perseverar até o fim será salvo." 

Decerto, creio que estamos entrando no tempo da grande tribulação em que muitas catástrofes ocorrão e muitos morrerão por conta dos muitos pecados aqui praticados, como anunciou o Senhor (cf. Mt 24,1-8). 

Por isso, intensifiquemos as nossas orações e súplicas, nos entregando totalmente ao Senhor Jesus pela intercessão de sua Mãe, Maria Santíssima e de São José, com todos os anjos e santos para que nos livre de tudo o que estar por vir.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

MAL É MAL E NUNCA FAZ O BEM...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 5,1-20)(30/01/23)


Caríssimos, mal é mal e só faz o mal mesmo quando se transveste de algum bem; enquanto que o verdadeiro bem vem unicamente de Deus, por isso, permanece para sempre. O certo é que estamos em meio a uma grande luta espiritual entre o bem e o mal, na qual o mal existente parece que está vencendo, porém, só parece, porque o bem vence sempre, enquanto que o mal se destrói por si mesmo, e isso por toda a eternidade.

Santo Agostinho nos ensina que "o mal é a ausência do bem", por isso, não existe em si e por se mesmo, ou seja, tende a um fim trágico. De fato, somente Deus é o Supremo Bem e sem Ele tudo perece no para sempre do inferno que nada mais é do que a ausência da Sua presença por toda a eternidade. 

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus expulsa uma legião de demônios da alma de um homem e os envia à uma manada de porcos que se precipitou nas profundezas do mar morrendo afogados. Com efeito, esse episódio nos ensina que aonde Deus entra expulsa todo o mal que ousa ocupar o espaço que a Ele pertence unicamente. 

Portanto, caríssimos, o mistério da iniquidade presente neste mundo só pode ser entendido pela ação da graça de Deus que nos faz experimentar o seu amor e o sua misericórdia em meio às tribulações e adversidades que sofremos por parte do maligno e os seus seguidores.

Destarte, peçamos humildemente ao Senhor Jesus para ocupar todos os espaços de nossas almas, para não sermos perturbados pelas ações do maligno que tenta a todo custo nos dominar, bem como nos ensina são Pedro: "Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar. Resisti-lhe fortes na fé. 

Vós sabeis que os vossos irmãos, que estão espalhados pelo mundo, sofrem os mesmos padecimentos que vós. O Deus de toda graça, que vos chamou em Cristo à sua eterna glória, depois que tiverdes padecido um pouco, vos aperfeiçoará, vos tornará inabaláveis, vos fortificará. A ele o poder na eternidade! Amém." (1Pd 5,8-11).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 29 de janeiro de 2023

SERMÃO DAS BEM-AVENTURANÇAS...


 Homilia do 4°Dom do Tempo Comum(Mt 5,1-12a)(29/01/23)


Caríssimos, certa feita disse o Senhor Jesus: "Pobres vós tereis sempre convosco. A mim, porém, nem sempre me tereis." (Mt 26,11). Com efeito, Ele disse isso num dos momentos mais difíceis de sua presença neste mundo em que estava prestes a ser traído por Judas. De fato, ao mencionar os pobres Ele o faz como um deles, pois tudo o que ensinou tem como fundamento o seu modo de ser e estar no mundo.

Com efeito, nas leituras desta liturgia se evidencia a revolução que o Senhor Jesus veio trazer a este mundo; não uma revolução armada cujo objetivo é a tomada de poder; mas sim uma revolução salvífica cujo objetivo é a inversão de valores, em que o amor aos pobres os liberta da miséria, e os preenche de dignidade dando-lhes o ampara necessário para se sentirem filhos e filhas de Deus.

O Evangelho de hoje é o início do Sermão da Montanha com as Bem-aventuranças, que é a espinha dorsal do ensinamento do Senhor Jesus, é também a regra da vida eterna, caminho de perfeição, pois quem por ele segue nunca tropeça porque tem no auxílio da graça de Deus a força para percorrer-lo sem sofrer dano algum.

Todavia, perguntemos: como viver as bem-aventuranças? A resposta está em cada uma delas, uma vez que como filhos e filhas de Deus nada queremos fora da sua vontade, desse modo, ser pobre é não se apegar a nada, é dar e receber providencialmente o que somente a Deus pertence. Desse modo, ser puros de coração é ter em Deus o prazer que nos santifica, e nos liberta do prazer egoísta que nunca nos satisfaz.

Ser mansos, sentir fome e sede de justiça, ser misericordiosos, promotores da paz mesmo em meio às perseguições, calúnias, mentiras e todo tipo de maldade, significa sermos conduzidos pelo Espírito Santo para realizarmos em tudo a vontade de Deus, nosso Pai, convictos de que Ele nos livra de todo o mal.

Portanto, caríssimos, "o sentimento profundo de desapego e pobreza, justiça e sinceridade, são as dimensões do coração novo que acolhe a Palavra de Deus que nos salva. Pois, só podemos descobrir a riqueza dos dons de Deus à medida que vivemos a experiência das bem-aventuranças." (MR).

Destarte: "A meta que o Senhor Jesus nos indica com o sermão da montanha, antes de ser atingida por nossos esforços, é um dom que se obtém pela oração." (MR).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 28 de janeiro de 2023

ACALMANDO AS TEMPESTADES...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 4,36-41)(28/01/23)


Caríssimos, viver somente para Deus, creio que esse é o maior desejo de nossas almas, ou seja, viver a vida toda dedicada ao nosso Pai celestial que nos ama, nos ampara e nos concede todas as graças necessárias para vivermos em comunhão com Ele e entre nós seus filhos e filhas num amor sem igual. 

No entanto, para que isso aconteça se faz necessário renunciarmos a nós mesmos e aos nossos apegos que na verdade são pedras de tropeço querendo nos impedir esse amor incondicional. De fato, tudo o que pomos entre nós e Deus ocupa o espaço de nossas almas que somente a Ele pertence. 

Com efeito, o que seria de nós sem a promessa da vida eterna? Decerto, a primeira leitura nos lembra a fé dos nossos antepassados que peregrinando neste mundo aguardaram o cumprimento das promessas de Deus em seus descendentes, como vimos com a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, como Salvador da humanidade Ele que derramou o seu sangue para expiação dos nossos pecados.

No Evangelho de hoje enquanto o Senhor Jesus e os discípulos atravessavam o mar da Galileia houve uma grande tempestade, e o Senhor estava dormindo na proa da barca. "Os discípulos o acordaram e disseram: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio! Cala-te!”

O vento cessou e houve uma grande calmaria. Então Jesus perguntou aos discípulos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros: “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?” (Mc 4,38-41). É realmente de se admirar o jeito manso e humilde como Deus nos trata no exercício do seu poder para nos salvar.

Portanto, caríssimos, diante das intempéries do mar revolto deste mundo, o que seria de nós sem a presença do Senhor Jesus no barco da nossa vida? Por isso, prestemos atenção nas perguntas que Ele fez aos seus discípulos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” 

Destarte, tomemos cuidado para não caírmos na tentação do medo e da incredulidade que nos mergulha nas tempestades deste mundo tenebroso; ao invés de nos voltarmos para o Senhor e ouvirmos a sua voz ordenando à essas tormentas: “Silêncio! Cala-te!” 

Oremos: Senhor Jesus é sempre bom ouvir a tua voz e sentir que acalmas as tempestades e tormentas do mar revolto da nossa vida. De fato, no coração de quem escuta a tua voz tudo se faz calmaria, tudo se faz bonança.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv. 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

O REINO DE DEUS É COMO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 4,26-34)(27/01/23)


Caríssimos, nós que buscamos fazer a vontade de Deus, quando passamos por alguma provação ou desafio de fé, sofremos a tentação de pensar que Ele nos abandonou ou não entendemos o porquê desses acontecimentos adversos. No entanto, basta olharmos para o sofrimento de Cristo e logo percebemos que nosso Pai celestial nunca nos abandona, contanto que nos mantenhamos fiéis ao querer e agir da sua Divina Providência.

Na primeira leitura tirada da Carta aos Hebreus meditamos: "Irmãos, lembrai-vos dos primeiros dias, quando, apenas iluminados, suportastes longas e dolorosas lutas. Às vezes, éreis apresentados como espetáculo, debaixo de injúrias e tribulações; outras vezes, vos tornáveis solidários dos que assim eram tratados." (Hb 10,32-33). Ou seja, não é fácil sofrer tribulações, perseguições e outros impropérios, mas Deus que tem todo poder nos defende sempre. 

Dito isso, perguntemos: mas, por que Ele permite que soframos? São Tiago explica: "Considerai que é suma alegria, meus irmãos, quando passais por diversas provações, sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência. Mas é preciso que a paciência efetue a sua obra, a fim de serdes perfeitos e íntegros, sem fraqueza alguma." (Tg 1,2-4).

Ou seja, quer queira quer não o sofrimento faz parte da finitude da nossa humilde condição, por isso, mais cedo ou mais tarde ele chega e logo tenta nos desanimar, mas Deus que nos ama sofre conosco e nos arranca do sofrimento nos dando o alento necessário para sermos felizes em meio às tribulações, todavia, se faz necessário buscar a Sua ajuda pelas nossas súplicas e orações, e logo ela vem e não tarda.

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus falando sobre o Reino de Deus, para o qual está nos conduzindo, disse: “O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece." (Mc 4,26-34). Ou seja, para nós que acreditamos, o Reino de Deus acontece a todo instante, e é por ele que enfrentamos os sofrimentos carregando, com o Senhor Jesus, a nossa cruz de cada dia.

Portanto, caríssimos, nem sempre vamos compreender os porquês do que está acontecendo, mas acreditamos firmemente que o Senhor Jesus está sempre conosco como nos prometeu (cf. Mt 28,20), certos de que suas palavras se cumprem na íntegra, pois Ele é Deus conosco e nunca falha basta que lhe sejamos fiéis até o fim.

Destarte: "Olhai, olhai o amor inefável que Deus tem por nós e a doçura do fruto delicioso do Cordeiro sem mancha, este trigo eterno que foi semeado no campo de Maria. Que o nosso jardineiro ("a razão e o livre arbítrio") desperte da sua negligência, pois chegou o momento: o fruto está maduro, fortificado pela união de Deus com o homem." (Santa Catarina de Sena) 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

A MESSE É GRANDE, MAS OS POUCOS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 10,1-9)(26/01/23).


Caríssimos, olhando este mundo desmoronando pela maldade nele praticada, pelas mentiras inventadas tentando-se tirar proveitos pessoais e vencer na vida materialmente, porém, sem nenhuma sensação de paz. É esse o estado de alma dessa nossa sociedade mergulhanda no fosso da perdição muito distante de Deus.

Quantos realmente seguem nosso Senhor Jesus Cristo levando o Evangelho da salvação para todas as nações como Ele nos ensinou? Decerto, sentir-se chamado é sentir-se amado e enviado por Deus com um único objetivo, a salvação de todos que ainda não conhecem e por isso, não amam a Cristo nem se deixam conduzir por Ele.

Comentando o Evangelho de hoje, disse o Papa Emérito recém-falecido, Bento XVI: "Embora possa parecer que a maior parte do mundo moderno, das pessoas de hoje, viram as costas para Deus e consideram a fé uma coisa do passado - há no entanto o anseio de que a justiça, o amor e a paz seja finalmente estabelecida, que a pobreza e o sofrimento sejam superados, que as pessoas encontrem a verdadeira alegria. 

Todo este anseio está presente no mundo de hoje, o anseio pelo que é grande, pelo que é bom. É o anseio do Redentor, do próprio Deus, mesmo onde Ele é negado. É precisamente nesta hora que o trabalho no campo de Deus é particularmente urgente, e é precisamente nesta hora que sentimos de uma forma particularmente dolorosa a verdade das palavras de Jesus: "Há poucos trabalhadores". 

Ao mesmo tempo, o Senhor faz-nos compreender que não podemos ser apenas nós a enviar trabalhadores para a sua colheita; que não se trata de uma questão de gestão, da nossa própria capacidade organizativa. Os trabalhadores para o campo da sua colheita só podem ser enviados pelo próprio Deus. Mas Ele quer enviá-los através da porta da nossa oração. 

Podemos cooperar para a vinda dos operários, mas só o podemos fazer cooperando com Deus. Assim, esta hora de ação de graças pelo cumprimento de um envio missionário é, de uma forma especial, também a hora da oração: Senhor, envia operários para a tua colheita! Abra os corações à sua chamada! Não deixe que a nossa súplica seja em vão!"

Portanto, caríssimos, mais do que nunca este mundo precisa da presença do Senhor Jesus nele, e não existe nenhuma solução fora da que Deus nos deu: "Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele.

Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado; por que não crê no nome do Filho único de Deus. Ora, este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, pois as suas obras eram más.

Porquanto todo aquele que faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas aquele que pratica a verdade, vem para a luz. Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em Deus." (Jo 3,16-21).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

FESTA DA CONVERSÃO DE SÃO PAULO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 16,15-18)(25/01/23)


Caríssimos, a conversão de uma pessoa é semente de eternidade que começa a germinar neste mundo dando frutos para a vida eterna. Assim é a conversão de São Paulo que de perseguidor de Cristo no início, depois de convertido deu a sua vida por Ele, revelando a sua presença em seu modo de ser por meio de palavras, gestos e as virtudes próprias de quem segue o Senhor de todo coração.

São Gregório Magno, Papa e doutor da Igreja, assim comenta a conversão de São Paulo: "Paulo se converte e eis que se oferece, por Cristo, aos golpes que vinha trazer aos cristãos. Aquele que ontem, vivendo segundo a carne, se empenhava em levar a morte aos santos do Senhor tem hoje prazer em imolar a vida da sua própria carne para salvar a vida desses mesmos santos. 

As frias maquinações da sua crueza transformam-se em caridade ardente e aquele que blasfemava e perseguia descobriu uma humildade e uma piedade de pregador; aquele que tinha por ganho sem igual matar a Cristo nos seus discípulos considera agora que a sua vida é Cristo e o seu lucro, morrer por Ele.

Assim, a água foi libertada e a terra foi refeita (cf Jó 12,15), porque, assim que acolheu a graça do Espírito Santo, a alma de Paulo transformou-se, abandonando a sua condição de ser imóvel e cruel. Em sentido contrário, o Senhor exprime as suas queixas contra Efraim pela boca do profeta: «Efraim tornou-se um pão cozido sobre as cinzas que não foi virado» (Os 7,8). 

O pão cozido sobre as cinzas fica com uma camada de cinzas por cima, e fica tanto mais sujo quanto maior é o peso das cinzas. E que peso tem sobre si uma alma que só pensa nas coisas deste mundo? Talvez uma massa de cinzas. Mas, se essa alma quiser ser virada, a face pura que tinha voltada para baixo fica voltada para cima, uma vez sacudidas as cinzas que a cobriam."

Portanto, caríssimos, assim é a vida de quem se converte e encontra em Cristo a leveza de sua caridade, a iluminação do Espírito Santo, a plenitude do amor do Pai, o refúgio da Santíssima Trindade e o abrigo do Paraíso, fazendo deste mundo um lugar melhor para se viver enquanto espera a segunda vinda de Cristo como Ele prometeu.

Destarte, peçamos humildemente neste dia a intercessão deste grande Apóstolo das gentes, são Paulo, que anunciando Cristo e o Reino de Deus encaminhou milhões de almas para o céu.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

CORRAMOS AO ENCONTRO DO SENHOR...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 3,31-35)(24/01/23)


Caríssimos, muitas vezes caímos na tentação dos falsos elogios ou informações fora de contexto pelo simples fato de querer sobresaírmos aos demais ou mesmos sermos ben-vistos por eles, quando na verdade não percebemos o quanto estamos sendo invasivos ou no mínimo "pagando mico". 

No entanto, em se tratando da fé, o Senhor Jesus nos faz ver que para além do que dizemos existe algo mais profundo e que ainda não compreendemos; é o que ocorre no Evangelho de hoje em que alguém da multidão traz uma informação fora de contexto, mas Jesus logo o corrige mostrando qual é o verdadeiro sentido da sua presença neste mundo, ou seja, levar todos os homens ao encontro com Deus Pai. 

Comentando esse Evangelho disse o Beato Colúmbia Marmion (séc. XIX): "Se procurarmos a Deus apesar de todas as provas, se Lhe oferecermos todos os dias e a todas as horas esta homenagem extremamente agradável que consiste em pôr nele, e só nele, a nossa felicidade; se nunca procurarmos fazer senão a sua vontade; se agirmos de tal maneira que dar-Lhe gosto seja o verdadeiro motivo de toda a nossa atividade, tenhamos a certeza de que Deus não nos faltará nunca. «Deus é fiel» (1Tim 5,24), e «não pode faltar a quantos O procuram» (Sl 9,11).

Quanto mais nos aproximarmos Dele pela fé, a confiança e o amor, mais nos aproximaremos da nossa perfeição. Digamos muitas vezes, como o salmista: «A vossa face eu procuro, ó meu Deus. Com efeito, que há para mim no céu e na Terra, que quero eu além de Vós? Vós sois o Deus do meu coração e a herança que escolhi para toda a eternidade» (Sl 26,8; 72,25-26). 

Se assim fizermos, encontraremos a Deus e, com Ele, todos os bens. «Procura-Me», recomenda Ele próprio à alma, «procura-Me com a simplicidade de coração que nasce da sinceridade; porque Eu deixo-Me encontrar por aqueles que não Me tentam e manifesto-Me àqueles que confiam em Mim» (Sab 1,1-2).

Quando encontrarmos a Deus, também possuiremos a alegria. Fomos feitos para a felicidade, para sermos felizes; o nosso coração tem uma capacidade de infinito, mas só Deus pode saciar-nos por completo. «Criaste-nos, Senhor, para Vós, e o nosso coração está inquieto enquanto não descansa em Vós» ("Confissões" - Santo Agostinho). É por isso que, quando procuramos alguma coisa fora de Deus ou da sua vontade, não somos completamente felizes."

Portanto, caríssimos, vivemos num mundo de muitas informações, porém, poucas delas são verdadeiras, e digamos ainda a maioria delas são equivocadas ou mesmo eivadas de interesses mesquinhos, por isso, desliguemos nossos celulares e abramos os ouvidos do nosso coração para ouvirmos a Palavra de Deus e a pô-la em prática, porque sem isso corremos o risco de nos perdemos no labirinto das falsas informações.

Destarte, entremos na Internet somente para evangelizar e sermos evagelizarmos e isso nos basta para vivermos em estado de graça, isto é, segundo a vontade de Deus.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

O PECADO CONTRA O ESPÍRITO SANTO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 3,22-30)(23/01/23)


Caríssimos, quem fecha os olhos de sua alma para a Luz do Espírito Santo e o nega motivado pela incredulidade, se fecha em si mesmo e se perde nas trevas do orgulho e da falta de fé. A pior cegueira que existe é a espiritual porque tal cego não percebe as evidências com que Deus se mostra ao nosso entendimento por meio da fé em Cristo Jesus.

Com efeito, nenhuma criatura existe em si e por si mesmo, muito menos fora do Senhor que nos criou por amor. Ora, porque Deus é Eterno, tudo criou para a eternidade, mesmo o tempo e tudo o que nele se encontra; é esse o grande mistério que nos desafia à todo instante. 

O fato é que, frequentemente o ser humano sofre a tentação de querer limitar o que não tem limite, principalmente em se tratando da fé; e quando não consegue o que quer, geralmente condena os que não são de acordo com o que pensa.

A liturgia de hoje trata do pecado contra o Espírito Santo, para o qual não existe perdão nem neste mundo nem no vindouro. Decerto, quem comete este pecado, tem plena consciência do mal praticado contra Deus, contra o próximo e contra si mesmo, por isso, fecha-se em si mesmo e nunca se arrepende.

Então, o que é esse pecado e como se comete ele? Trata-se da blasfêmia contra o Espírito Santo. É uma espécie de rejeição à terceira Pessoa da Santíssima Trindade; e isso acontece quando a alma perde toda noção do Sagrado por se encontrar imersa nas insídias do maligno passando a viver como ele. 

Ou seja, a alma desligada de Deus, por esse pecado, perde todas as suas graças, entre elas o santo temor, a contrição do coração e a esperança da salvação eterna. Desse modo, começa a atribuir a Deus o que em Deus não existe, ou seja, o mal.

Portanto, caríssimos, esse pecado além de ser uma grande ofensa a Deus, é também uma terrível tragédia para as almas que o cometem, pois, nele não existe esperança alguma de salvação. Destarte, que nenhuma criatura se arvore em querer julgar o Senhor, pois Ele nos ama, e por isso nos dá a vida, nosso bem mais precioso; aí daqueles que o rejeitam e o acusam como se fosse culpado pelos males advindos dos nossos pecados.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 22 de janeiro de 2023

Homilia do 3°Dom do Tempo Comum...


 Homilia do 3°Dom do Tempo Comum (Mt 4,12-23)(22/01/23)


Caríssimos, sem a luz de Deus nos iluminando, a vida natural e a vida divina é impossível. De fato, as trevas são insuportáveis, basta um simples apagão e logo desejamos mais que depressa que volte a luz, pois sem ela ficamos praticamente paralisados. Agora imaginem nossa vida sem a luz de Cristo nos iluminando e pela graça do Espírito Santo nos conduzindo para o céu.

São João ao expressar essa verdade escreveu: "A nova que dele temos ouvido e vos anunciamos é esta: Deus é luz e nele não há treva alguma. Se dizemos ter comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não seguimos a verdade. Se, porém, andamos na luz como ele mesmo está na luz, temos comunhão recíproca uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado." (1Jo 1,5-7).

Com efeito, esta liturgia de hoje nos mostra que a vinda de Cristo Jesus a este mundo é a última Palavra de Deus à humanidade e o último chamado para participarmos do seu Reino de amor e paz na Luz Eterna da sua Glória. E tudo o que Ele nos pede é arrependimento e conversão para sermos purificados pelo Sangue do Seu Filho derramado em expiação dos nossos pecados.

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus anuncia a vinda do Reino de Deus e como fazermos parte dele por meio da conversão e da vivência do Evangelho cujo conteúdo é o modo de ser eterno dos filhos e filhas de Deus, diz Ele: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”. Ou seja, com essas palavras o Senhor Jesus inaugura o Reino de Deus no meio de nós.

Decerto, só o fato de existirmos já é uma graça especial, porque é um dom inefável de Deus que nos criou à sua imagem e semelhança para participarmos da sua Natureza Divina, como nos ensina são Pedro: "O poder divino deu-nos tudo o que contribui para a vida e a piedade, fazendo-nos conhecer aquele que nos chamou por sua glória e sua virtude.

Por elas, temos entrado na posse das maiores e mais preciosas promessas, a fim de tornar-vos por este meio participantes da Natureza Divina, subtraindo-vos à corrupção que a concupiscência gerou no mundo." (2Pd 1,4-5).

Então, como participamos de todas essas graças? Em resposta São Pedro assim nos exorta: "Por estes motivos, esforçai-vos quanto possível por unir à vossa fé a virtude, à virtude a ciência, à ciência a temperança, à temperança a paciência, à paciência a piedade, à piedade o amor fraterno, e ao amor fraterno a caridade.

Se estas virtudes se acharem em vós abundantemente, elas não vos deixarão inativos nem infrutuosos no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Porque quem não tiver estas coisas é míope, cego: esqueceu-se da purificação dos seus antigos pecados.

Portanto, irmãos, cuidai cada vez mais em assegurar a vossa vocação e eleição. Procedendo deste modo, não tropeçareis jamais. Assim vos será aberta largamente a entrada no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo." (2Pd 1,6-10).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 21 de janeiro de 2023

SEGUIMENTO AUTÊNTICO SIGNIFICA OBEDIÊNCIA PERFEITA, COERÊNCIA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 3,20-21)(21/01/23)


Caríssimos, imaginem este mundo sem a presença do maligno, sem tentações, sem pecados, sem maldade alguma. Decerto, é esse o paraíso no qual desejamos viver, em que o amor e a paz durem para sempre e a vida não tenha fim. Com efeito, é essa a herança eterna que Deus tem preparado para aqueles que o amam e que seguem fielmente o seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, até o fim.

No entanto, perguntemos: Por que Deus ofereceu em sacrifício o seu próprio Filho para a nossa salvação? De fato, só existe uma resposta que satisfaz o nosso entendimento, Deus fez isso porque nos ama infinitamente e é misericordioso para conosco. Pois, se fosse nos punir pelo mal que temos praticado nenhuma criatura existiria mais na face da terra. 

Desse modo, sendo misericordioso para conosco nos dá tempo para que haja arrependimento e conversão; por outro lado, Ele não deixará de punir os culpados que não se arrependeram do mal que fizeram, pois todos o encontraremos na eternidade para sermos julgados no dia do juízo final (cf. Mt 25,31-46).

No Evangelho de hoje "Jesus voltou para casa com os discípulos. E de novo se reuniu tanta gente que eles nem sequer podiam comer. Quando souberam disso, os parentes de Jesus saíram para agarrá-lo, porque diziam que estava fora de si." De fato, tal comportamento dos parentes do Senhor Jesus, também se repete em nossos dias, trata-se do famigerado juízo de valor que não leva em conta os valores do Evangelho, mas sim, a mentalidade deste mundo, por isso, "diziam que ele estava fora de si."

Portanto, caríssimos, muitos são os que andam com uma Bíblia debaixo do braço, conhecem de cor e salteado os visiculos que lêem todos os dias, mas no fundo por conta da má interpretação, negam as Palavras do Senhor Jesus ensinando erradamente o que Ele ensinou, por isso, se condenam por cair em contradição.

Destarte, tudo o que estamos vendo nada mais é do que o cumprimento da Palavra do Senhor: "Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas, que farão milagres a ponto de seduzir, se isto fosse possível, até mesmo os escolhidos. Eis que estais prevenidos." (Mt 24,24-25). 

E são João corrobora essa profecia do Senhor: "Filhinhos, esta é a última hora. Vós ouvistes dizer que o Anticristo vem. Eis que já há muitos anticristos, por isto conhecemos que é a última hora. Eles saíram dentre nós, mas não eram dos nossos. Se tivessem sido dos nossos, ficariam certamente conosco. Mas isto se dá para que se conheça que nem todos são dos nossos." (1Jo 2,18-19). 

Amados irmãos e amadas irmãs, não basta pôr uma Bíblia debaixo do braço e dizer-se cristão, é preciso viver a unidade do Espírito pelo vínculo da paz (cf. Ef 4,3). Pois, o Corpo de Cristo, a Igreja (cf. Col 1,18), nunca foi dividido e jamais o será (cf. Mt 16,17-19).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

SENTIR-SE CHAMADO É SENTIR-SE AMADO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 3,13-19)(20/01/23)


Caríssimos, sem a graça da unidade do Espírito Santo nenhuma pessoa ou comunidade vive em paz, por isso, disse são Paulo: "Se me é possível, pois, alguma consolação em Cristo, algum caridoso estímulo, alguma comunhão no Espírito, alguma ternura e compaixão, completai a minha alegria, permanecendo unidos.

Tende um mesmo amor, uma só alma e os mesmos pensamentos.
Nada façais por espírito de partido ou vanglória, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos. Cada qual tenha em vista não os seus próprios interesses, mas sim, os dos outros." (Fl 2,1-4). 

De fato, a primeira comunidade formada pelos Apóstolos vivia esse conselho de são Paulo na íntegra: "A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém dizia que eram suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era comum." (At 4,32). Ou seja, a vida em Cristo conduzida pelo Espírito Santo neste mundo é um reflexo do viver celestial onde todos seremos um. 

Por isso, é de suma importância a prática da Palavra de Deus, bem como diz o salmista: "Vossa palavra é um facho que ilumina meus passos, uma luz em meu caminho. (Sl 118,105). Desse modo, quem trilha a via da Santa Palavra de Deus, segue na vida realizando tudo o que é do se agrado, conforme o plano da nossa salvação.

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus se recolheu em oração para depois escolher dentre todos os seus discípulos os doze Apóstolos representando as doze tribos de Israel. Com isso, percebemos que a escolha pessoal do Senhor nasce da sua comunhão com o Pai em oração, nos ensinado que em todas as nossas decisões devemos buscar a Deus para que somente a sua vontade se realize em nossa vida.

Comentando esse Evangelho disse o Papa Francisco: "Os Apóstolos escolhem viver sob o Senhorio do Ressuscitado em unidade com seus irmãos, o que se torna autêntico testemunho da doação de si mesmos. Também nós precisamos redescobrir a beleza de dar testemunho do Senhor Ressuscitado, deixando para trás atitudes auto-referenciais, renunciando a reter os dons de Deus, e não ceder à mediocridade. 

O Colégio Apostólico mostra como no DNA da comunidade cristã há unidade e liberdade de si mesmo, o que torna possível não temer a diversidade, não se apegar a coisas e dons, e tornar-se mártires, ou seja, testemunhas luminosas do Deus vivo, trabalhando na história."  

Portanto, caríssimos, não vivemos neste mundo sem rumo certo, pois o Senhor Jesus veio até nós para nos comunicar a graça da vida eterna, que consiste em permanecermos unidos a Ele no seio da Sua Santa Igreja realizando em tudo a vontade de Deus, nosso Pai.

Destarte, a nossa vida é uma missão cujo fundamento é viver a Palavra de Cristo que anunciamos dando testemunho da sua ressurreição e da sua presença no meio de nós, como Ele mesmo nos ordenou: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura!" (Mc 16,15). 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

NOSSA ALMA É O PARAÍSO ONDE ENCONTRAMOS DEUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 3,7-12)(19/01/23)


Amados irmãos e amadas irmãs. Paz e Bem! Sejam bem-vindos a nossa meditação diária.

A vivência da fé é um aprendizado constante, isso significa aprendermos a conviver com o Senhor Jesus na sua invisibilidade, assim como convivemos com os nossos semelhantes naturalmente.

Desse modo, o dom da fé nos faz interagir com o Senhor como se o víssemos fisicamente, e isso acontece a partir da escuta da Sua Palavra, da vivência dos Sacramentos, da prática das virtudes eternas, da oração pessoal e do testemunho que damos da sua presença em cada um de nós.

Meditemos com amor e atenção este Pequeno Sermão de hoje.

Caríssimos, o espaço sagrado de Deus em nossa vida precisa ser preservado para não ser invadido pelo mal que está no mundo. Mesmo em meio às mais diversas atividades cotidianas, a nossa comunhão com o Senhor é fundamental para nos atermos seguros quanto a realização dos seus desígnios de amor para conosco.

Não basta dizer: Senhor, eu creio em ti, e depois contradizer isso por uma prática de vida não condizente com a sua Palavra. Decerto, para além de tal afirmação é preciso viver em permanente comunhão com Ele para que o Espírito Santo nos conduza em todos os sentidos de nossa vida.

De fato, constantemente somos interpelados pelos prementes desafios que nos circundam, por isso, precisamos manter a unidade e assim nos atermos seguros da vivência dos valores eternos que o Senhor nos concede para sermos um. Com isso, compreendemos que tudo em nossa vida está relacionado à vivência da fé, porque sem fé é impossível agradar a Deus (cf. Hb 11,6). Pois, a convivência com o Senhor e entre nós é o que nos faz testemunhar o novo modo de ser que Ele veio trazer, mostrando com isso que tudo é possível ao que crê.

No Evangelho de hoje a multidão se aproxima de Jesus para ouví-lo e ser curada por Ele no corpo e na alma; também muitos são os demônios que se manifestam querendo chamar a atenção sobre si mesmos; mas o Senhor os repele e os expulsa das almas que os carregam, para que não causem danos com os enganos que semeiam, por isso, os impede de falar.

Portanto, caríssimos, a nossa alma é o espaço sagrado de Deus (cf. 1Cor 3,16;6,18;Jo 14,23), ela é o Paraíso onde o encontramos. Por isso, não pode ser ocupada por nada fora de Sua vontade. Toda pessoa que nega a Deus o espaço sagrado de sua vida, o qual pertence somente a Ele, tende a querer preenche-lo com os ídolos deste mundo, dinheiro, poder, fama e prazer; e o resultado nefasto desse desvario é a perca da liberdade, bem como nos ensinou o Senhor: "Em verdade, em verdade vos digo: todo homem que se entrega ao pecado é seu escravo." (Jo 8,34).

Amados irmãos e amadas irmãs, o Senhor Jesus nos ama e quer que o amemos acima de todas as coisas, porque somente assim é possível amar-nos uns aos outros como Ele nos ensinou. 

Cabe a nós convivermos com Ele por meio da fé que recebemos no batismo, pois não basta buscar o Senhor somente para usufruirmos de curas e outros benefícios, mas sim, para segui-lo como seus verdadeiros discípulos.
.
Paz e Bem!
.
Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

É PERMITIDO NO SÁBADO FAZER O BEM OU O MAL?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 3,1-6)(18/01/23)


Amados irmãos e amadas irmãs. Paz e Bem! Sejam bem-vindos a nossa meditação diária.

Estudando os exemplos bíblicos aprendemos lições que nos ajudam a crescer na vivência da fé e na prática das virtudes eternas que nos levam à santidade. Por isso, é importante criar disposições interiores para discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada, e o que é perfeito.

Na liturgia de hoje vemos o péssimo exemplo dos fariseus e herodianos que cegos pelo ódio tramaram um modo de como matar o Senhor Jesus por Ele ter realizado a cura de um enfermo em dia de sábado. 

De fato, quem encontra o Senhor Jesus para ama-lo e segui-lo se liberta totalmente de todo mal; mas quem o encontra para julga-lo e condena-lo, termina condenando a si mesmo.

Meditemos, então, com amor e atenção este Pequeno Sermão de hoje.

Caríssimos, quem interpreta a lei de Deus com o intuito de destruir a boa reputação e a vida do próximo, torna-se inimigo de Deus, porque Deus é o autor da vida. A dureza de coração nunca gera o bem, porque não tem o bem nela. Na verdade, os duros de coração são como cadáveres insepultos em decomposição, por isso, suas ações causam tantos danos.

No Evangelho de hoje os fariseus e herodianos completamente cegos pelo ódio, viram no bem que Jesus fez ao homem da mão seca apenas um motivo para tramarem a sua morte: "Ao saírem, os fariseus com os partidários de Herodes, imediatamente tramaram, contra Jesus, a maneira como haveriam de matá-lo." De fato, as almas atingidas pela cegueira espiritual, vivem tramando o mal e no mal que tramam, por isso, nunca têm Paz.

Decerto, nenhuma atitude perversa pode impedir que Deus realize suas obras por meio de seus filhos e filhas, mesmo que estes sofram a mais terrível oposição. De fato, o bem que vem de Deus é infinitamente superior a todo falso raciocínio que se levanta contra a sua vontade. Por isso, de uma coisa fiquemos certos, o mal que ora existe no mundo, não mais existirá, porque o Senhor, que renova todas as coisas, o destruirá com o sopro de seus lábios (cf.1Tes 2,8).

Portanto, caríssimos, o autor e consumador de nossa fé, nosso Senhor Jesus Cristo, nos conduz ao pleno cumprimento de nossa missão à medida que seguimos o seu perfeito exemplo de como devemos agradar e nos submeter a vontade de Deus, e não aos desvarios dos homens. Pois, o bem que o Senhor nos dá à fazer neste mundo, é um bem eterno que Ele mesmo preparou para que nós o praticássemos.

Amados irmãos e amadas irmãs, se vivermos olhando para o mal que está no mundo, facilmente perdemos o entusiasmo e a capacidade de fazermos o bem que nos liberta de todos os males. 

Por isso, fiquemos atentos ao que nos diz a Carta aos Hebreus: "Considerai, pois, atentamente aquele que sofreu tantas contrariedades dos pecadores, e não vos deixeis abater pelo desânimo. Ainda não tendes resistido até o sangue, na luta contra o pecado." (Hb 12,1b-4).
.
Paz e Bem!
.
Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

PORTANTO, O FILHO DO HOMEM É SENHOR TAMBÉM DO SÁBADO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Mc 2,23-28)(17/01/23)

Amados irmãos e amadas irmãs, paz e bem, sejam bem-vindos a nossa meditação diária; o nosso modo de ser no mundo deve seguir em tudo o exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo, como nos ensinou são João: "Aquele que afirma permanecer em Cristo deve também viver como ele viveu. (1Jo 2,6). 

De fato, o Senhor Jesus fez em tudo a vontade do Pai e nos ensinou a fazer o mesmo. Por isso, não vemos no seu comportamento nenhuma imposição ou rigidez, mas sim um jeito simples e misericordioso de lidar com as nossas fraquezas nos libertando delas.

Meditemos com amor e atenção este Pequeno Sermão de hoje.

Caríssimos, sabemos que para melhor organizar o nosso viver de cada dia existem as leis, as regras e os mandamentos que nos disciplina evitando de perdermos o rumo certo por conta da própria vontade mal governada. Ora, mas tal disciplina não pode ser algo tão rigoroso que não dê espaço para a espontaneidade e a concórdia que traz o equilíbrio evitando exageros.

Desse modo, quando a vida é vivida como expressão da presença de Deus, ela se torna mais leve, pois, quando as nossas relações estão impregnadas das virtudes da humildade, do amor, da bondade, da solidariedade e de todas as outras virtudes eternas, isso é sinal da presença do Espírito Santo em nossas almas, que torna o nosso convívio fraterno repleto de compreensão e bem estar para todos.

Com efeito, no Evangelho de hoje, os Fariseus que eram tidos como puros, e por isso, se achavam no direito de julgar, criticar e condenar os que não seguissem o seu jeito rígido de interpretar as leis de Deus, se voltaram contra Jesus e os seus discípulos como se fossem transgressores da lei. "Então os fariseus disseram a Jesus: “Olha! Por que eles fazem em dia de sábado o que não é permitido?”

Portanto, caríssimos, muito cuidado com "o fermento dos Fariseus" que incha o ego, o tornando cego a ponto de não enxergar a beleza da liberdade humana repleta de misericórdia e caridade que potencializa o nosso viver em Deus. 

Por isso, o Senhor Jesus os alertou: “O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. Portanto, o Filho do Homem é senhor também do sábado”. Ou seja, sem amor e misericórdia a lei se torna letra que mata quem a interpreta sem o seu verdadeiro sentido que é a salvação de todos.

Amados irmãos e amadas irmãs, decerto, o sentido da nossa vida neste mundo é vivermos em comunhão com Deus fazendo a Sua Vontade expressa por Seu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo, conduzidos pelos Espírito Santo no seio da Sua Santa Igreja; fora disso a vida perde todo sentido de ser.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

NÃO JULGAR PARA NÃO SER JULGADO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 2,18-22)(16/01/23)


Amados irmãos e amadas irmãs, paz e bem! Sejam bem-vindos à esta nossa meditação diária, pois é alimento e refrigério para as nossas almas. Com efeito, nesta liturgia de hoje veremos o quanto é nocivo julgar as atitudes alheias, criticar e condenar os outros, e com isso deixar de seguir os bons exemplos para dar bons exemplos.

Meditemos com amor e atenção este Pequeno Sermão de hoje.

Caríssimos, frequentemente somos tentados a olhar o modo de viver do próximo esquecendo do nosso. No entanto, essa atitude nos desliga da vontade do Senhor Jesus, pois querer o seu querer é sermos misericordiosos com os outros como Ele é misericordioso conosco, e nunca ceder à tentação do julgamento de valor, pois o Senhor nos ensinou o mandamento do amor, como vemos no Evangelho de São João: "Amai-vos uns aos outros como eu vos tenho amado."

Decerto, em se tratando da vivência da fé, a prática dos exercícios espirituais só têm sentido quando vividos como meio de conversão de si mesmo, caso contrário, torna-se motivo de julgamento e condenação dos que não se exercitam do mesmo modo, bem como vimos no Evangelho de hoje. 

Ora, ao rejeitar tal atitude o Senhor Jesus mostrou aos que estão preocupados com a não prática de jejum dos outros, que isto os impedia de colherem os frutos do próprio jejum. De fato, exigir que os outros sejam santos sem sermos santos, é o mesmo que nada.

Com efeito, os exemplos de vida de Jesus e de Maria, e por consequência os daqueles que os seguiram fielmente e que a Igreja proclamou santos e santas, são os únicos à serem seguidos sem medo de cometermos erros. De fato, o caminho que nos leva ao céu é Cristo que por sua obediência à vontade do Pai nos libertou do pecado e de toda maldade que o pecado gera.

Portanto, caríssimos, meditemos, então, o que nos diz a primeira leitura desta liturgia: "Mesmo sendo Filho, [Jesus] aprendeu o que significa a obediência a Deus por aquilo que ele sofreu. Mas, na consumação de sua vida, tornou-se causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem." (Hb 5,7).

Destarte, "se conhece a árvore pelos frutos que ela dar." Desse modo, examinemos os frutos da nossa prática religiosa e vejamos se são compatíveis com a misericórdia e o perdão que recebemos de Deus, caso contrário, precisamos nos converter para não nos condenarmos a nós mesmos. 

Amados irmãos e amadas irmãs, quem busca a santidade não vive julgando ou criticando quem quer que seja, pelo contrário, se exercita na humildade, compreensão e perdão, porque tem consciência que todos precisamos dessas virtudes eternas para sermos salvos.

Que o Senhor Jesus tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza a vida eterna. Amém! Assim seja!

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 14 de janeiro de 2023

"NÃO VIM CHAMAR JUSTOS, MAS SIM PECADORES"


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 2,13-17)(14/01/23)


Caríssimos, naturalmente somos mantidos vivos por elementos visíveis e invisíveis, e muitas vezes não damos conta disso, talvez por nosso viver espontâneo ou quem sabe por não pensarmos sobre isso; o fato é que a nossa vida é um milagre vivido a cada instante de modo que precisamos reconhecer e agradecer a Deus, porque é Ele quem nos mantém na existência mesmo sem merecemos por conta dos nossos pecados.

Decerto, Deus cuida de cada uma das suas criaturas, por isso mesmo precisamos cooperar com Ele para a salva guarda da criação por uma vida reta e digna da sua presença em meio a nós, bem como nos ensina o Livro de Sabedoria: "Não procureis a morte por uma vida desregrada, não sejais o próprio artífice de vossa perda.

Deus não é o autor da morte, a perdição dos vivos não lhe dá alegria alguma. Ele criou tudo para a existência, e as criaturas do mundo devem cooperar para a salvação. Nelas nenhum princípio é funesto, e a morte não é a rainha da terra, porque a justiça é imortal." (Sb 1,12-15).

O Evangelho de hoje narra o encontro do Senhor Jesus com Levi (Mateus) que era tido como pecador público dado a sua profissão, pois era cobrador de impostos e colaborador dos invasores romanos, no entanto, o Senhor o chamou e ele o seguiu de imediato. Ou seja, Deus nos chama e não importa a nossa condição, mas sim a nossa disposição em segui-lo.

No entanto, nos perguntemos, por que isso acontece? Porque nos sentimos perdoados, amados e acolhidos por sua Divina Misericórdia. Isso significa que não queremos mais o pecado em hipótese alguma; significa que doravante devemos buscar a santidade com o máximo empenho e determinação obedecendo em tudo a sua Santa Vontade.

De fato, muitos podem até pensar que é muito difícil viver neste mundo sem cometer pecados, no entanto, ao ouvirmos o Senhor Jesus no Evangelho de hoje acreditamos firmemente que é Ele quem nos salva e nos mantém em estado de graça, como Ele mesmo disse: “Não são as pessoas sadias que precisam de médico, mas as doentes. Eu não vim para chamar justos, mas sim pecadores”. (Mc 2,17).

Portanto, caríssimos, "Na figura de Mateus, os Evangelhos oferecem-nos um verdadeiro paradoxo: quem aparentemente está mais afastado da santidade pode até tornar-se modelo de acolhimento da misericórdia de Deus e deixar entrever os seus efeitos maravilhosos na própria existência." (Bento XVI).

Destarte, o Reino de Deus, como disse o Senhor Jesus, já está no meio de nós (cf. Lc 17,21), apenas precisamos atender o seu chamado e segui-lo, como o fez Mateus e todos os santos e santas que o seguiram fielmente em justiça e santidade; a graça nos dada por Ele; mas, pô-la em prática, cabe tão somente a nós.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

"FILHO, TEUS PECADOS ESTÃO PERDOADOS"


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 2,1-12)(13/01/23)


Caríssimos, conhecemos os nossos limites, o quanto podemos ou não podemos realizar com o que dispomos; no entanto, em se tratando do Senhor Jesus, vemos que Ele pode tudo, porque é Deus conosco, basta que o busquemos com fé solidária e caritativa. É isso o que nos mostra a liturgia de hoje. 
Quatro amigos depois de superar o obstáculo de uma grande multidão, depositam aos pés de Jesus um paralítico da alma e do corpo. 

Com efeito, também conhecemos quais são os obstáculos que nos impedem de crescer na fé e até nos paralisam, nos impedindo que nos aproximemos do Senhor; são os nossos pecados como vimos no Evangelho de hoje. Por outro lado, basta um simples esforço pleno de fé para encontrar o Senhor em favor daqueles que estão paralisados pelos pecados, para a graça acontecer imediatamente.

Comentando este Evangelho disse o Papa Emérito, recém-falecido, Bento VI: "O paralítico não poderia ter se aproximado de Jesus a não ser com a ajuda destas quatro pessoas de fé, que superaram o obstáculo físico da multidão demonstrando solidariedade e confiança absoluta em Jesus. Cristo 'viu a fé deles'. 

Então, remove o obstáculo espiritual dizendo ao paralítico: 'Os teus pecados te são perdoados'. Ele remove o que impede o homem de se levantar e caminhar novamente. Este exemplo motiva-nos a crescer na fé e a mostrar, por nossa vez, solidariedade e criatividade para levantar aqueles que carregam fardos pesados, abrindo-os assim à plenitude da vida em Cristo (cf. Mt 11,28).

Face aos obstáculos físicos e espirituais que se levantam diante de nós, mobilizemos as energias espirituais e os recursos materiais de todo o corpo que é a Igreja, certos de que Cristo trabalhará por meio do Espírito Santo em cada um dos seus membros." (Bento XVI - Exortação Apostólica Africae munus, nº 98).

Portanto, caríssimos, "As ações de Jesus aparecem como um sinal visível da presença salvadora de Deus. Ele não é apenas aquele que faz um diagnóstico do mal: ele tem o poder pessoal de libertar o homem do mal. O homem doente torna-se saudável, o pecador, torna-se justo. O paralítico ainda não tem fé, mas os seus amigos teem, e isso faz toda diferença.

Aquele que ainda não acredita é levado a Cristo pela fé dos que crêem, e Ele, vendo esta fé, o salva. Que responsabilidade cada um de nós tem de trazer a Cristo tantos dos nossos amigos que ainda estão longe e paralisados, para que possam receber o perdão e a salvação." (Mons. Angelo Spina)

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

"SE QUERES PODES CURAR-ME SENHOR"


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 1,40-45)(12/01/23)


Amados irmãos e amadas irmãs, o pecado quando cometido precipita a alma num abismo profundo que tirando-lhe a liberdade de decisão levado-a aos vícios e ao domínio do mal que a mantém escravizada; de modo que, somente o arrependimento sincero, a confissão e a conversão à traz volta ao seio da divina misericórdia. 

Meditemos com amor e atenção este Pequeno Sermão.

Caríssimos, os homens feridos na alma pelos pecados praticados, são como leprosos atingidos fisicamente pelo lepra que os contaminou, ou seja, por si mesmos se põem fora do convívio com Deus e com os semelhantes. 

No Antigo Testamento a lepra era tida como impureza, maldição, símbolo de punição pelo mal praticado, por isso, eram postos à margem da sociedade os que eram atingidos por ela, até que fossem curados para assim retornarem ao convívio fraterno.

Com efeito, todos nós somos pecadores, uns mais outros menos, e de certa forma, somos todos leprosos precisando de cura, por isso, como o leproso do Evangelho de hoje, digamos: Senhor Jesus, “Se queres, tens o poder de curar-me”. E por conta desse nosso desejo, certamente ouviremos do Senhor: "Eu quero: fica curado!”.

Com efeito, nesse episódio algumas atitudes nos chama a atenção: o leproso, mesmo atingido pela lepra e rejeitado pela sociedade, manteve a fé, e por isso, procurou Jesus para ser curado. E como vimos, o Senhor cheio de compaixão, o curou tocando em suas feridas, porém, não somente com a mão, mas especipalmente com o poder da Sua Palavra, mostrando-nos, com isso, dois tipos de curas, a espiritual e a física.

Decerto, nesse nosso tempo os meios mais fáceis de encontrarmos o Senhor Jesus para sermos curados de nossas lepras espirituais, são os Sacramentos da Penitência e da Eucaristia, pelos quais somos perdoados e purificados por Ele para assim retornarmos ao estado de graça e ao convívio fraterno que havíamos perdido com a lepra do pecado.

Portanto, caríssimos, como aquele homem curado da lepra espiritual e física, mantenhamos nossa fé e por nossa oração nos aproximemos do Senhor Jesus para sermos também tocados e curados por Ele. E que depois da cura, evitemos todo tipo de propagação mal sucedida, para que realmente o nosso testemunho não sejam palavras que impeçam a ação do Senhor em outras almas, mas sim da vida nova cheia das virtudes que falam por si mesmas.

Amados irmãos e amadas irmãs, quando fazemos a experiência do pecado e da escravidão que ele causa, e nos convertemos, passamos a abomina-lo, porque temos consciência que ele é a causa de todos os males que nos atingem.

Oremos: Senhor Jesus conheces o nosso coração e a necessidade que temos de ti, livra-nos de todas as tentações e da queda no abismo do pecado que tem levado muitas almas a se afastarem de ti. 

Tende misericórdia Senhor de nós e ajuda-nos a mantermos o estado de graça que nos livra da lepra do pecado e de todos os males psíquicos, físicos, morais e espirituais. Amém, assim seja!

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv. 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

O TOQUE DE CRISTO LIBERTA-NOS DO MAL...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 1,29-39)(11/01 /23)


Caríssimos, em meio ao mistério da vida que vivemos, o Senhor nos dá a conhecer que bem é bem, e mal é mal, e tudo o que diz respeito ao mal se destina à perdição eterna, ou seja, não terá comunhão com Deus eternamente. De fato, a punição que existe neste mundo é temporária para que haja arrependimento e conversão, caso contrário, ela se estende para sempre.

A primeira leitura de hoje nos mostra que Jesus veio a este mundo para nos libertar de todo o mal que está presente no pecado e do seu resultado, a morte; diz o texto: "Visto que os filhos têm em comum a carne e o sangue, também Jesus participou da mesma condição, para assim destruir, com a sua morte, aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo, e libertar os que, por medo da morte, estavam a vida toda sujeitos à escravidão."

Com efeito, esse modo de agir de Deus nos revela que tudo em Jesus é justo, é Santo, pois Ele nunca busca a própria vontade, mas a vontade do Pai que o enviou (cf. Jo 5,30); por isso, ao se fazer um de nós, o Senhor nos faz passar da morte para a vida por sua morte e ressurreição, quebrando assim a hegemonia do pecado e do poder do inferno, para nos fazer participantes de Sua Santidade.

No Evangelho de hoje Jesus cura a sogra de Pedro por intercessão dele e dos outros Apóstolos, nos ensinando com isso o imenso poder da oração cada vez que o invocamos a favor daqueles que amamos: "A sogra de Simão estava de cama, com febre, e eles logo contaram a Jesus. E ele se aproximou, segurou sua mão e ajudou-a a levantar-se.

Então, a febre desapareceu; e ela começou a servi-los." Depois disso, curou à muitos e expulsou os demônios de outros; e se dedicou ele mesmo à oração, seu meio mais precioso de comunhão com o Pai.

Portanto, caríssimos, quanta graça, quanta alegria e felicidade de termos o Senhor Jesus conosco presente na Eucaristia bem ao nosso alcance. Destarte, peçamos a Ele em favor daqueles que nos pedem oração.

Oremos: Senhor Jesus Cristo, que quisestes ficar bem perto de nós no Santíssimo Sacramento, vos pedimos, daí Senhor vosso auxílio e proteção e a cura de todos os males do corpo e da alma àqueles por quem rogamos nesse momento, vós que sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo! Amém!

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

"CALA-TE E SAI DELE"


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 1,21b-28)(10/01/23)


Caríssimos, nós que estamos neste vale de lágrimas, vivemos num tempo muito difícil, passamos pelas mais diversas provações e desafios da fé que praticamos; no entanto, Deus que conhece a nossa situação, nunca nos abandona, por isso, nos socorre sempre que à Ele recorremos.

De fato, como constatamos este mundo se encontra em constante tensões, guerras, mortes e todo tipo de maldade aqui praticadas; decerto, se o Senhor Jesus não estivesse ao nosso lado, nenhuma criatura existiria mais na face da terra; pois, todos os males que acontecem são causados pelos pecados que os homens não param de cometer.

São Basílio em sua regra monástica escreveu: "Ora, o pecado se define como o mau uso, o uso contrário à vontade de Deus daquilo que ele nos deu para o bem. Pelo contrário, a virtude, como Deus a quer, é o desenvolvimento destas faculdades que brotam da consciência reta, segundo o preceito do Senhor." Desse modo, a coerência ou perfeita obediência é uma das virtudes que faz a alma transparecer as graças recebidas de Deus, mantendo-se imersa Nele.

A liturgia de hoje trata do início da missão salvífica de Cristo, de como ensinava com autoridade a Boa Nova da salvação, e de como expulsava os demônios, não os permitindo anunciar nada à seu respeito. Decerto, à medida que acolhemos o senhorio de Jesus em nosso viver, acolhemos a Sua Vontade e por ela testemunhamos que Ele reina em nosso meio.

Portanto, caríssimos, todo o poder sobre o céu e sobre a terra pertence somente a Deus, e por isso, ninguém pode usurpa-lo do Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo; e aí daqueles que usam os seus dons para a prática do mal, esses jamais verão a sua face.

Destarte, Meditemos com o Salmista: "Levanta-se Deus: eis que se dispersam seus inimigos, e fogem diante dele os que o odeiam. Eles se dissipam como a fumaça, como a cera que se derrete ao fogo. Assim perecem os maus diante de Deus. Os justos, porém, exultam e se rejubilam em sua presença, e transbordam de alegria." (Sl 68,1b-3).
.
Paz e Bem!
.
Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

HOMILIA DA FESTA DO BATISMO DO SENHOR...


 Homilia da Festa do Batismo do Senhor (Lc 3,15-16.21-22)(09/1/23)


Caríssimos, qual é mesmo o sentido do Sacramento do Batismo? A resposta é simples e direta, nascer da água e do Espírito Santo, isto é, nascer na ordem da graça para a vida eterna, pois, não basta nascermos naturalmente, mas, como disse são João Batista: "É Cristo quem batiza no Espírito Santo e no fogo". Desse modo, compreendemos que o batismo é a Força Redentora de Cristo agindo em nossas almas.

De certo, no Evangelho de hoje escutamos: "Quando todo o povo estava sendo batizado,
Jesus também recebeu o batismo.
E, enquanto rezava, o céu se abriu
e o Espírito Santo desceu sobre Jesus em forma visível, como pomba. E do céu veio uma voz:
'Tu és o meu Filho amado,
em ti ponho o meu bem-querer.'"
Ou seja, essa manifestação da Santíssima Trindade autentica a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo como o Messias prometido e agora presente no meio de nós.

De fato, antes da vinda do Filho de Deus, o Espírito Santo ainda não tinha sido derramado sobre nós, todavia, depois do seu batismo que autentica a sua vinda, se cumpriu plenamente a promessa feita por Deus aos seus servos os Patriarcas e Profetas, desse modo, fomos gerados para uma vida nova, para nos mantermos em estado de graça até que façamos a nossa páscoa definitiva para o Reino dos céus.

Comentando esse Evangelho assim escreveu são Gregório de Nanzianzo: "Veneremos hoje o batismo de Cristo e celebremos dignamente esta festa. Permanecei inteiramente puros e purificai-vos sempre mais. Nada agrada tanto a Deus quanto o arrependimento e a salvação do homem, para quem se destinam todas as suas palavras e mistérios.

Sede como luzes no mundo, isto é, como uma força vivificante para os outros homens. Permanecendo como luzes perfeitas diante da Grande Luz, sereis inundados pelo esplendor dessa Luz que brilha no céu e iluminados com maior pureza e fulgor pela Trindade. Dela acabastes de receber, embora não em plenitude, o único raio que procede da única Divindade, em Jesus Cristo, nosso Senhor, a quem pertencem a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amém."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 8 de janeiro de 2023

SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR...


 SOL. DA EPIFANIA DO SENHOR (Mt 2,1-11)(08/01/23)


Caríssimos, se examinarmos os nossos desejos percebemos que o maior de todos é ver a Deus face a face, é encontar-lo tal como Ele é na sua infinita glória. Decerto, esse também foi o grande desejo de Moisés: “Mostrai-me vossa glória.
Mas, ajuntou o Senhor, não poderás ver a minha face, pois o homem não me poderia ver e continuar a viver. Quanto à minha face, ela não pode ser vista”. (Êx 33,18.20.23).

Com efeito, a Epifania é a manifestação de Deus à humanidade representada pelos três reis magos que guiados por uma estrela vieram do oriente para encontrar e adorar o Filho de Deus em nossa carne, como narra são Mateus: "E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino. 

Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande. Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra." (Mt 2,9-11). 

Ou seja, eles reconheceram o menino Deus na simplicidade do presépio e ofereceram três presentes proféticos: o ouro ao rei; o insenso a Deus, e a mirra anunciando a sua paixão, morte e ressurreição. Mas, realizaram tudo isso quando se puseram a caminho para encontrar Aquele que lhes falava ao coração e também pelo sinal da estrela. 

Comentando esse Evangelho disse o Papa Francisco: “Habitados por uma profunda saudade do infinito, os magos perscrutam o céu e deixam-se maravilhar pelo fulgor duma estrela, representando assim a tensão para o transcendente que anima o caminho das civilizações e a busca incessante do nosso coração. 

Decerto, aquela estrela deixa no coração deles precisamente uma pergunta: Onde está aquele que acaba de nascer? Na realidade, os Magos não se detêm a olhar o céu e contemplar a luz da estrela, mas aventuram-se numa viagem arriscada que não prevê, à partida, estradas seguras nem mapas definidos. Pretendem descobrir quem é o Rei dos Judeus, onde nasceu, onde podem encontrá-Lo.

De fato, sem um contínuo caminhar e um diálogo constante com o Senhor, sem a escuta da Sua Palavra e sem perseverança, a fé não pode crescer. Não basta qualquer ideia sobre Deus nem qualquer oração que acalma a consciência, é preciso fazer-se discípulo seguindo Jesus e o seu Evangelho, falar de tudo com Ele na oração, procurá-Lo nas situações do dia a dia e no rosto dos irmãos”. (Papa Francisco - Solenidade da Epifania do Senhor (06/01/23).

Oremos: "Hoje, Senhor, revelaste o Teu Filho único às nações» (oração coleta)

Por isso Te damos graças, «Luz verdadeira que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina" (Jo 1,9); e foi precisamente para isso que vieste ao mundo, tomando forma humana. 

Ela resplandece sobre Jerusalém, a nossa mãe (cf Gl 4,26), mãe de todos os que mereceram ser iluminados; e ilumina desde agora quantos estão no mundo. 

Nós Te damos graças, Luz verdadeira, que Te fizeste Luz para iluminar Jerusalém e para que o Verbo, a Palavra de Deus, Se tornasse "farol para os meus passos" (Sl 119,105).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

FAZEI TUDO O QUE ELE VOS DISSER...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 2,1-11)(07/01/23)


Caríssimos, a fé autêntica não precisa de milagres para crer, porque é ela que faz acontecer o milagre; no entanto, dado os nossos critérios racionais, desejamos ver coisas extraordinárias para confirmar os nossos critérios. Todavia, em se tratando de um dos dons do Espírito Santo, a fé nos arranca da nossa zona de conforto para irmos além na busca da santidade.

De fato, é isso o que nos revela a liturgia de hoje a começar pela primeira leitura em que são João nos mostra qual é o critério da fé: "Caríssimos, esta é a confiança que temos em Deus: se lhe pedimos alguma coisa de acordo com a sua vontade, ele nos ouve. E se sabemos que ele nos ouve em tudo o que lhe pedimos, sabemos que possuímos o que havíamos pedido." (1Jo 5,14-15). 

Ou seja, a graça sempre acontece de acordo com a vontade de Deus, e é isso o que dar segurança as nossas preces, como nos ensinou são Paulo: "Assim, meus caríssimos, vós que sempre fostes obedientes, trabalhai na vossa salvação com temor e tremor. Porque é Deus quem, segundo o seu beneplácito, realiza em vós o querer e o executar." (Fl 2,12a-13).

A narrativa do Evangelho de hoje nos revela a eficácia da intercessão da Santíssima Mãe de Deus e o êxito daqueles que a ouvem e seguem a sua instrução. "Naquele tempo, houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava presente. Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento. 

Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”. Jesus respondeu-lhe: “Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou”. No entanto, a humilde intercessão da Mãe do Senhor antecipou a sua hora, com a colaboração daqueles que lhe ouviram: "Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei o que ele vos disser”.

Portanto, caríssimos, a intercessão é um grande graça para quem a cultiva na busca da vontade de Deus, e é exatamente o dom da fé que nos proporciona todas as graças e bênçãos dos céus. De fato, "A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê." (Hb 11,1). Ou seja, por ela Deus realiza a sua vontade nos dando a salvação. 

Destarte, a verdade liberta sempre, a Palavra do Senhor Jesus, é Palavra de vida eterna e se cumpre na íntegra, basta ouvi-la e pô-la em prática como o fizeram aqueles que testemunharam o milagre da água transformada em vinho.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

E DO CÉU VEIO UMA VOZ...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA (Mc 1,7-11)(06/01/23)


Caríssimos, por que a fé é tão importante para entrarmos na vida eterna? Porque é um dom do Espírito Santo que nos foi dado para isso. São João nos confirma essa verdade ao dizer: "Aquele que afirma permanecer em Cristo deve também viver como ele viveu." (1Jo 2,6). Desse modo, a fé autêntica é comprovada pela prática das virtudes eternas presentes em nosso Senhor Jesus Cristo, e em quem o segue.

O Evangelho de hoje narra o batismo do Senhor e a manifestação da Santíssima Trindade: "Naqueles dias Jesus veio de Nazaré da Galiléia, e foi batizado por João no rio Jordão. E logo, ao sair da água, viu o céu se abrindo, e o Espírito, como pomba, descer sobre ele. E do céu veio uma voz: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem-querer”.

Ou seja, esse Testemunho que Deus pessoalmente dá do Seu Filho nos comunica a verdadeira fé. No rosto iluminado de Cristo brilha a luz do Espírito Santo, as suas palavras são palavras de vida eterna, quem as ouve e as põe em prática realiza a vontade do Pai, e quem realiza a sua vontade tem a vida eterna.

Na primeira leitura são João nos mostra o resultado da fé: "E o testemunho é este: Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho, tem a vida; quem não tem o Filho não tem a vida. Eu vos escrevo estas coisas a vós que acreditastes no nome do Filho de Deus, para que saibais que possuís a vida eterna." (1Jo 5,11-13). 

Com isso, percebemos que a fé não é uma teoria nem uma Filosofia de vida, mas sim um dom do Espírito Santo que nos comunica tudo o que o Senhor Jesus nos ensinou e continua nos ensinando, pois Ele está vivo no meio de nós, para que assim vivamos a perfeita comunhão com Ele e entre nós.

Portanto, caríssimos, a vivência da fé requer a nossa adesão total ao Senhor Jesus para vencermos as adversidades que se apresentam tentando nos impedir a prática das virtudes eternas presentes em nossas almas, fruto do Espírito Santo que nos foi dado no batismo.

Oremos: "Ó Deus, sede a luz dos vossos fiéis e abrasai seus corações com o esplendor da vossa glória, para reconhecerem sempre o Salvador e a ele aderirem totalmente. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo." Amém! Assim seja!

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

A FÉ E A CONVIVÊNCIA COM O SENHOR JESUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 5,43-51)(05/01/23)


Caríssimos, não existe outro caminho para o céu fora do amor; Deus é amor e nos criou por amor somente para amar, qualquer atitude ou comportamento fora do amor, significa a derrota da nossa essência por nós mesmos. De fato, analisando este mundo em todos os tempos, vemos que somente aqueles que amaram venceram o maligno com toda a sua fúria e ódio.

Com efeito, na primeira leitura disse são João: "Não vos admireis, irmãos, se o mundo vos odeia. Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama permanece na morte. Todo aquele que odeia o seu irmão é um homicida. E vós sabeis que nenhum homicida conserva a vida eterna dentro de si." (1Jo 3,13-15). Ou seja, precisamos urgentemente voltar ao primeiro amor, precisamos voltar a Deus.

Decerto, Deus nos conhece totalmente por dentro e por fora como reza o Salmista: "Senhor, vós me perscrutais e me conheceis, sabeis tudo de mim, quando me sento ou me levanto. De longe penetrais meus pensamentos. Quando ando e quando repouso, vós me vedes, observais todos os meus passos. A palavra ainda me não chegou à língua, e já, Senhor, a conheceis toda." (Sl 138,1-4).

No Evangelho de hoje "Jesus viu Natanael que vinha para ele e comentou: “Aí vem um israelita de verdade, um homem sem falsidade”. Natanael perguntou: “De onde me conheces?” Jesus respondeu: “Antes que Filipe te chamasse, enquanto estavas debaixo da figueira, eu te vi”. Natanael respondeu: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel”. (Jo 5,47-49). 

Ou seja, o Senhor nos conhece e nos chama à convivência com Ele; tem algo mais especial do que isso? Então, fiquemos convictos, essa graça nos é dada a todo momento, como nos ensina a Carta aos Hebreus: "Jesus Cristo é sempre o mesmo: ontem, hoje e por toda a eternidade." (Hb 13,8). 

Portanto, caríssimos, precisamos ouvir o Senhor Jesus para assim pôr em prática a sua Santa Palavra, porque Ele nos fala à medida que gozamos da sua amizade e convivência, tal como vimos acontecer com Natanael no Evangelho de hoje. 

Decerto, muitas vezes nos aproximamos do Senhor, mas somente para pedir algo, e não para gazarmos da sua intimidade e do seu convívio; e isso nos torna intolerantes e incômodos, porque só o procuramos quando estamos precisando e não para convivermos com Ele. 

Destarte, rezar é amar, é fazer a vontade de Deus, é encontra-lo para convivermos com Ele interiormente e exteriormente, pois não existe distância para quem ama, por isso, basta uma simples oração para realizarmos essa agradabílissima convivência.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

FELIZES OS QUE SEGUEM A VOCAÇÃO QUE DE DEUS RECEBERAM...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 1,35-42)(04/01/23)


Caríssimos, a liturgia de hoje trata de vocação, que é o chamado de Deus para segui-lo na estrada da vida eterna. Com efeito, essa é uma experiência única, vem diretamente de Deus e toca o nosso coração. É uma espécie de visita do céu à nossa alma, uma graça especial, uma unção sem igual.

Creio que foi essa sensação de nossa Senhora ao receber a visita do Arcanjo Gabriel e o chamado para ser a Mãe de Jesus, o Filho de Deus. Decerto, esse chamado nos arranca das incertezas, sana as nossas dúvidas, nos proporciona uma alegria inefável, nos faz segui-lo convictos do que Deus quer para a nossa vida.

No entanto, é preciso ficar atentos para não nos deixar seduzir pelos atrativos deste mundo que não passam de desvios psíquicos-emocionais querendo nos confundir, tentando ocupar o espaço que pertence somente a Deus no nosso coração. Por isso, disse o Senhor: "Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca." (Mt 26,41).

Sem dúvida todos nós estamos a caminho da eternidade, quem sabe tendo como base os nossos projetos humanos cujo futuro é sempre incerto uma vez que a qualquer momento podemos partir deste mundo; porém, quando seguimos a vocação que Deus nos deu, o nosso único objetivo é cumprir a nossa missão, que nada mais é do que servir ao Senhor com alegria e singeleza de coração. 

Rezemos esta oração de Santa Gertrudes à Santíssima Trindade agradecendo pelo nosso chamado: "Recebe-me, Pai santo, na tua clementíssima paternidade, a fim de que, no estádio deste santo propósito no qual, por teu amor, comecei a correr, eu Te receba como recompensa e herança eterna (cf 1Cor 9,24). 

Recebe-me, Jesus amantíssimo, na tua doce fraternidade: carrega comigo o peso do dia e do calor (cf Mt 20,12) e sê meu consolo em todo o meu labor, meu companheiro de viagem, meu guia e meu associado. Recebe-me, Espírito Santo, Deus-amor, na tua amantíssima misericórdia e caridade, e sê o mestre e o preceptor de toda a minha vida e o mais terno amigo do meu coração."

Portanto, caríssimos, fiquemos certos disso, nenhum ser humano deixa de ser chamado por Deus; ocorre que muitos deixam de ouvi-lo por conta de escolhas erradas baseadas nos interesses mesquinhos, no desejo de possuir fama, dinheiro e prazer esquecendo que somos mortais e nada levamos deste mundo a não ser as virtudes eternas cultivadas no cumprimento da nossa missão.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

Firefox