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domingo, 31 de maio de 2009

Beato Mariano de Roccacasale : 31 maio

Religioso da Primeira Ordem (1778-1866).
Beatificado por João Paulo II a 03 de outubro de 1999.

Nasce no 14 de julho de 1778 em Roccacasale, Áquila, Itália. Batizado com o nome de Domingos, filho de Gabriel De Nicolantonio e Santa De Arcângelo, agricultores e pastores profundamente de fé. Depois de se casaram seus irmãos, permaneceu com seus pais, cuidando do rebanho. A solidão dos campos e montanhas formaram o temperamento do jovem Domingos para a reflexão e o silêncio, fazendo ressonar nele a voz do Senhor: compreendeu que o mundo não era para ele. Tinha então 23 anos. Não podia resistir a esta força interior e decidiu dedicar-se com mais radicalidade ao seguimento de Cristo.

Tomou o hábito franciscano a 02 de setembro de 1802 no convento de Arisquia, com o nome de Frei Mariano de Roccacasale. Feita a profissão religiosa permaneceu aí doze anos. Sua vida se pode resumir em duas palavras: oração e trabalho; eram como duas cordas que vibravam sua existência. Cumpria escrupulosamente os múltiplos encargos que se lhe cofiavam: carpinteiro hábil e valioso, hortelão, cozinheiro, porteiro. Mas sua aspiração à santidade não encontrava em Arisquia o ambiente favorável, não por culpa dos companheiros, ou dos superiores, mas porque aquela época não era propícia para a vida religiosa e os conventos. Com o regresso do Papa a Roma em 1814, a vida conventual pôde renovar-se lentamente em meio de dificuldades sem número. Foram precisos vários anos para que todos os religiosos regressassem aos conventos e a vida de oração e de apostolado voltasse a florescer com regularidade nos claustros.

Nesse momento chegou aos ouvidos de Frei Mariano o nome do Retiro de São Francisco em Bellegra, onde santos religiosos pretendiam instaurar uma vida regular e austera. Pediu aos superiores para ser enviado para lá. Tinha a idade de 37 anos. Pouco depois foi encarregado da portaria, que desempenhou por mais de quarenta anos e que se converteu em seu meio de santidade.

Abre a porta a muitos pobres, peregrinos e viandantes, e converte muitos corações, fechados até então à graça divina. Para todos tinha um sorriso, que acompanhava sempre com a saudação franciscana: "Paz e Bem"; beijava-lhes os pés, os instruía nas verdades da fé e rezava com eles três ave-marias. Depois se ocupava dos corpos: lhes lavava os pés; se fazia frio acendia o fogo e lhes distribuía a sopa, enquanto lhes dava conselhos. Nunca se lamentava do trabalho nem dava sinais de cansaço; sempre afável, sorridente. A fonte de tanta virtude era, sem dúvida, a oração. Todo o tempo livre que lhe sobrava de suas ocupações o dedicava a adoração eucarística e a participação na missa. Era também muito devoto da paixão do Senhor. Falece a 31 de maio de 1866, festa de Corpus Christi.

sábado, 30 de maio de 2009

Espírito Santo

Obra de Maximino Cerezo Barredo para o baldaquino da Catedral de São Felix do Araguaia, Mato Grosso, Brasil



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OS MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS - PRIMEIRO MANDAMENTO



















OS MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS - PRIMEIRO MANDAMENTO.

“O primeiro de todos os mandamentos é este: “Ouve, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças.” (Deut. 6,4-5).

A criatura humana é uma expressão do amor de Deus; Deus criou o homem e a mulher por amor e para o amor. Não amar é o pior castigo no qual a pessoa humana pode incorrer e assim perder todo o sentido de sua existência; e o amar tem que começar pelo próprio amor que é Deus: ou amamos o Amor acima de tudo ou não temos amor para amar. E em que consiste esse amor a Deus? A essa pergunta São João responde: “Eis o amor a Deus: que guardemos seus mandamentos. E seus mandamentos não são penosos, porque todo o que nasce de Deus (pelo batismo) vence o mundo. E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.” (1Jo 5,3-5).

Ora, o amor requer fidelidade que está ligada à fé, isto é, acreditar no outro e nunca trair sua confiança. Há a fé-dom: aquela que libera o poder de Deus. E há a fé-doação, confiança, entrega. Ser fiel a Deus é depositar a confiança somente em seu amor, pois Deus é também fiel acima de qualquer suspeita. E é neste intercâmbio que acontece o regozijo da alma, isto é, a fidelidade do humano que ama o Eterno e se deixa amar por Ele.

Cumprir o primeiro mandamento quer dizer: nunca se afastar de Deus, nunca se deixar seduzir pelas falsas crenças do tipo reencarnacionistas, milagreiras com fins lucrativos; baseadas em dias da semana, por exemplo, sabatistas, adventista do 7º dia e outros; baseadas em linhagens genealógicas e outras tantas filosofias orientais que poluem o nosso mundo dividido.

Também deixam de cumprir este mandamento aqueles que se dão à superstição, que é o desvio do sentimento religioso; à idolatria, que é divinização daquilo que não é Deus. “Existe idolatria quando o homem presta honra e veneração a uma criatura em lugar de Deus, quer se trate de deuses ou demônios (por exemplo, o satanismo), do poder, do prazer, da raça, dos antepassados, do Estado, do dinheiro, etc.”

Nós católicos, somos freqüentemente acusados de idólatras por causa dos santos e de Nossa Senhora; para nós, porém, os santos não são Deus, mas são de Deus, pertencem a Deus e nos conduzem, por seus exemplos de vida e por sua intercessão, à comunhão com Deus, ao senhorio do único Deus e Pai de nossa existência.
Deixam de cumprir o primeiro mandamento também aqueles que se dão á adivinhação e magia; à irreligião, que são aqueles que tentam a Deus pondo-O à prova, ou profanam os lugares santos e as coisas santas (como a Palavra de Deus, as igrejas, os vasos sagrados, a Eucaristia, etc.): compram ou vendem as realidades espirituais; aqueles que se dão ao ateísmo, ao agnosticismo, etc.

Outra fonte importante na vivência do primeiro mandamento é o mandamento do amor ao próximo. A este respeito assim escreveu São João:
“Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo o que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: em nos ter enviado ao mundo o seu Filho único, para que vivamos por ele. Nisto consiste o amor: não em termos nós amado a Deus, mas em ter-nos ele amado, e enviado o seu Filho para expiar os nossos pecados.

Caríssimos, se Deus assim nos amou, também nós nos devemos amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amarmos mutuamente, Deus permanece em nós e o seu amor em nós é perfeito. Nisto é que conhecemos que estamos nele e ele em nós por ele nos ter dado o seu Espírito.Nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem para conosco; Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele.” ( 1 Jo 4,7-13.16).

Caríssimos irmãos e irmãs, o fundamento da vida é o amor, e só temos segurança, de fato, em nossa existência quando nos fundamentamos no Amor de Deus, pois aquele que ama não é atingido por mal algum, pelo contrário, vive o bem eterno de amar a Deus e ser amado por Ele.

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

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sexta-feira, 29 de maio de 2009

Fraticelli

Por Pedro Ravazzano

Na Idade Média, a Idade da Luz, várias heresias se desenvolveram influenciadas por heterodoxias gnósticas resgatadas do tempo patrístico e aprofundadas por heresiarcas medievais. Os fraticelli surgiram da corrupção do carisma franciscano, abraçando teses condenadas pela Igreja para ratificar seus devaneios teológicos. Separados da OFM tornaram-se massa de manobra nas crises entre o Papado e o poder do Imperador germânico. Atualmente, muitas das atitudes e irresponsabilidades dos frades fraticelli estão sendo resgatadas com uma nova roupagem por heresias modernas.

Os gnósticos, já no séc. II, se empenhavam em fazer uma dicotomia entre a Igreja visível e invisível. Para estes a predestinação era presente aos grupos que se colocavam em oposição ao crescimento estrutural da Esposa de Cristo. Essa heresia influenciou diversos grupos, como os catáros, valdenses, bogomilos, hussitas, diversos reformadores protestantes, e os fraticelli.

Todo frade fraticello acreditava na existência de duas Igrejas, uma profana, ligada ao mundo e sua decadência, liderada pelo clero e tendo a frente o Romano Pontífice, e outra desprovida de todo e qualquer bem, movida pelo desprendimento total de posses, que dentro da concepção fraticelli geraria a mais tenra virtude, vivenciada unicamente entre eles. A pobreza de Cristo e dos Apóstolos passou a ser interpretada pelos franciscanos hereges como um silogismo prático que alimentava a revolta, tornando-os além de um problema religioso uma crise social, como ocorrera com os catáros, valdenses, entre outros gnósticos medievais.

O Papa João XXII condenou a heresia dos fraticelli, afirmando entre outras que coisas que “O primeiro erro forjado na tenebrosa oficina desses homens foi, portanto, imaginar duas Igrejas.” A questão acabou se desenvolvendo porque envolvia o poder imperial. O Sacro Império via com bons olhos os hereges. Além de serem um problema para o Papa, a heterodoxia dos fraticelli defendia um combate aos bens da Igreja, o que sinalizou a aliança entre os frades e o Imperador.

Os fraticelli foram bastante influenciados por Joaquim de Fiore, um abade da Ordem Cisterciense. Suas heresias trinitárias foram condenadas no IV Concílio de Latrão, mas foi a sua concepção histórica que teve mais notoriedade, pelo grau de influência que conquistou entre as diversas heterodoxias. O heresiarca afirmava que o tempo era regido pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo, cada um em determinada época. A era do Espírito Santo, que ainda estaria por surgir, seria o reino do amor, visto de forma relativista, onde o Evangelho triunfaria, interpretado hereticamente, defendendo a condenação aos bens e posses. Essa heterodoxia deu mais embasamento para que os fraticelli afirmassem que a Igreja era carnal e corrupta, e que a verdadeira Esposa de Cristo, invisível, subsistiria com eles e os seus.

O interessante é que essas diversas heresias se interrelacionavam. Valdenses, catáros, beguinos, joaquimitas, paterinos, arnaldistas, sequazes do livro espírito, luciferinos, mesmo sendo heterodoxias distintas, acabavam criando ligações devido a rotatividade que os hereges tinham em aprofundar o erro.

Muitas das heresias continuaram a existir mesmo depois da condenação da Igreja, mas em proporções bem pequenas ou em grupos cismáticos. A reforma protestante também serviu como válvula de escape para os heterodoxos, que usaram os preceitos calvinistas e luteranos para que suas seitas se estruturassem.

Atualmente, se percebemos com atenção, a heresia dos fraticelli se desenvolve ao nosso redor. Hoje muitos religiosos condenam veementemente os bens materiais, e exaltam a pobreza na sua forma crua, sem a compreensão e vivência da fé cristã. Para piorar, assim como no passado houvera a união entre os hereges e o império, nos tempos modernos esses novos fraticelli criam vínculos sólidos e estreitos com políticos que comungam da mesma metodologia. O marxismo ainda forneceu uma nova base de sustentação, conseguindo com sucesso uma (falsa) comunhão entre a doutrina católica e a luta de classes.

Essa visão além de anticristã, traz consigo a semente da gnose e do milenarismo. Primeiramente existe uma interpretação obtusa sobre a pobreza, enaltecem a pobreza pela pobreza, não o amadurecimento espiritual que vem em conjunto. Esse aprofundamento na fé é justamente o que faz da mendicância, miséria, uma piedade digna e sublime. O mileranismo surge de uma visão errada a respeito da redenção. Os ‘novos fraticelli’ interpretam e reduzem o Reino de Deus a transitoriedade na terra, a um igualitarismo utópico, ou seja, fazem da Revelação uma mera felicidade material. A redenção passa a ser o sucesso obtido no final da luta de classes.

Lavoisier em 1789 disse que “Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”, é bem oportuna essa afirmação analisada no âmbito teológico. Hoje, o esoterismo nova era, o espiritismo e similares, as próprias seitas protestantes, e essas heresias dentro do catolicismo, não dizem e revelam nada de novo, apenas reafirmam com novas roupagens heterodoxias que já foram condenadas pela Igreja.
Realmente, nem há mais criatividade para desenvolver heresias...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Porto Alegre : Grupo de Estudos das Fontes Franciscanas

Em Porto Alegre (RS) há um
Grupo de Estudos das Fontes Franciscanas,
sob a assessoria do Frei Dorvalino Fassini, OFM,
que reune-se uma vez por mês
das 09h às 11h30min
na Igreja São Francisco de Assis
-- Rua São Luís, esquina com
Rua Domingos Crescêncio --.

Os próximos encontros serão:

  • 07 jun., domingo
  • 02 ago., domingo
  • 30 ago., domingo
  • 04 out., domingo
  • 08 nov., domingo

Os encontros são abertos para todos os interessados,
apareçam!

Beato Herculano de Piegaro : 28 maio

Sacerdote da Primeira Ordem (1390-1451).
Pio IX aprovou seu culto a 29 de março de 1860.

Herculano nasceu em Piegaro, Província de Perusa, em 1390. Aos vinte anos vestiu o hábito franciscano, propondo-se a imitar Pobrezinho de Assis no ardor da caridade e no zelo apostólico. Teve como mestre o Beato Alberto de Sarteano, que com S. Bernardino de Sena, São Tiago das Marcas e São João Capistrano foram as colunas da Observância, aquele providencial movimento para reconduzir a Ordem dos Frades Menores à genuína pureza da Regra. Sagrado sacerdote, exerceu o ministério da pregação percorrendo povoados e cidades com grande proveito das almas, que voltavam para Deus com a prática da vida cristã. um dos argumentos que desenvolvia com preferência era a Paixão de Cristo. Numa sexta-feira santa pregou em Áquila com tanta veemência a Cristo sofredor morto sobre a cruz, que os fiéis prorromperam em pranto.

Depois de anunciar ardorosamento o Evangelho, chegava aos conventos destinados ao retiro e à solidão onde, em perfeito silêncio, em oração assídua, em penitência austera, refazia novamente o espírito de intenso fervor. Com freqüência alimentava-se somente da Eucaristia, de pão e de água.

Em 1429, seu ilustre mestre, o Beato Alberto de Sarteano o quis como companheiro em uma missão especial na Palestina. Ali, por ordem de Eugênio IV ia para tomar posse dos Lugares Santos em nome da Ordem dos Frades Menores. A visita aos lugares santificados pela vida de Jesus, da Virgem e dos Apóstolos, deixou no coração de Herculano uma marca indelével. Depois de alguns meses retornou para sua pátria completamente transformado, pronto a retomar seu caminho apostólico.

Em 1430, enquanto pregava a quaresma na Catedral de Lucca, os florentinos assediaram a cidade. Herculano se ofereceu como mediador de paz, interessou-se em socorrer os sitiados e, faltando víveres, ocultamente fez introduzir no cerco da cidade o que era necessário para sustentar a povoação. Predisse a retirada das forças inimigas e a vitória dos Lucenses. Os cidadãos em sinal de agradecimento, cederam ao Beato o convento de Pozzuolo. Construiu outros dois conventos na Toscana: em Barca e em Castelnuovo, na Carfagna, onde foi sábio e zeloso superior.

A 28 de maio de 1451, aos 61 anos de idade adormeceu santamente na paz do Senhor. Os milagres glorificaram sua vida apostólica e também sua tumba.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Santa Mariana de Jesús Paredes y Flores : 26 maio

Virgem da Terceira Ordem (1618-1645).
Canonizada por Pio XII a 09 de julho de 1950.

Mariana de Jesus de Paredes e Flores é a primeira santa da república do Equador e foi proclamada heroína nacional. Nasceu em Quito a 31 de outubro de 1618, oitava e última dos filhos do capitão espanhol Jerônimo Flores de Paredes, nascida em Toledo e de Mariana Granobles Jaramillo, nascida em Quito. Cedo órfã de pai aos quatro anos e de mãe aos seis, foi educada por sua irmã maior, Jerônima, casada com o capitão Cosme de Casa Miranda.

Inclinada desde sua infância aos exercícios de piedade e de mortificação, fez a primeira comunhão aos sete anos, e fez o voto de virgindade tomando o nome de Mariana de Jesus. Fez os exercícios espirituais, e como Santa Teresa, quis fugir de sua casa com uma prima para ir a evangelizar os Índios Mainas.

Esta iniciativa não teve êxito como tampouco a de retirar-se a uma capela aos pés do vulcão Pichincha, para implorar a Virgem a proteção contra os perigos do vulcão. Sua família não a autorizou para entrar entre as irmãs Franciscanas; então ela decidiu ingressar na Terceira Ordem de São Francisco e se retirou para uma alcova de sua própria casa, se vestiu com um Saial marrom e começou uma vida de completo recolhimento, de largas orações e de duras penitências. Estas austeridades não mudaram seu caráter alegre: tocava o violão, consolava aos tristes, reconciliava a negros e índios e fazia até milagres.

Mas sua saúde se ressentiu com as penitências as quais se ajuntaram dolorosas sangrias da parte dos médicos. Com os terremotos e as epidemias que tiveram lugar em Quito em 1645, Marianita, como a chamavam seus contemporâneos, ofereceu sua vida por seus concidadãos. Em seu reclusório foi atacada por febre altíssima e fortes dores. Ao mesmo tempo que progredia a enfermidade da Santa, ia diminuindo a peste na cidade e o terremoto havia cessado no momento de seu heróico oferecimento. Nos últimos três dias perdeu a voz e só no último dia aceitou que a colocassem num leito. Fazia tempo que havia expressado a seus familiares o desejo de que depois de morta a vestissem com o hábito franciscano que sempre teve em sua cela, emquanto por muitos anos levava o escapulário e o cordão da Terceira Ordem Franciscana, recebidos dos Frades Menores, por conselho de seu confessor. Predisse o dia e hora de sua morte, que teve lugar às 22 horas do dia 26 de maio de 1645. Tinha 26 anos, 6 meses e 26 dias de idade. Sua morte foi chorada por toda a cidade. Nos lábios de todos estavam esta expressão: "Morreu a Santa". Seus funerais foram um triunfo, uma explosão de agradecimento e de profunda veneração pela admirável concidadã, pela generosa vítima e sua salvadora.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

CAPÍTULO GERAL DA ORDEM DOS FRADES MENORES - ASSIS / ITÁLIA

Começa nesta segunda-feira (25/04), o Capítulo Geral da Ordem dos Frades Menores, em Santa Maria dos Anjos, Assis, Itália. Este Capítulo é especial porque encerra com chave de ouro as comemorações do Jubileu dos 800 anos de fundação da Ordem Franciscana, que tiveram início, em 2006, com o projeto A Graça das Origens.

Este Capítulo Geral também vai eleger o novo governo da Ordem dos Frades Mnores. Segundo a agenda divulgada pela Cúria Geral, o novo Ministro Geral será eleito no dia 4 de junho. No dia seguinte (5/06), o Vigário Geral da Ordem e no dia 6 de junho serão eleitos os definidores gerais, com isso, completando o novo governo da OFM.

O Capítulo Geral termina no dia 20 de junho. Durante 4 semanas, frades de todo o mundo estarão em Assis para este grande compromisso franciscano. O dia capitular começa às 7 horas (horário italiano) e termina às 20 horas, com o jantar. Os trabalhos, contudo, foram divididos em 4 turnos: das 9 às 10h30, das 11h00 às 12h30, das 15h30 às 17h00 e das 17h30 às 19h00.

Logo no dia 26, o Ministro Geral, Frei José Rodríguez Carballo, dará início à apresentação do seu relatório sobre a OFM no mundo. Nesta primeira parte, ele vai abordar “A missão evangelizadora, propostas e mandatos da CG 2003; animação e governo”. No dia 27, faz a 2ª parte, com o tema “Nossa vida e missão à luz das prioridades do sexênio de oração e devoção e da vida fraterna em comunidade”. No dia 28, Frei José apresenta a 3ª parte do relatório, “Missionários no mundo à luz das prioridades da minoridade, pobreza e solidariedade; da evangelização e missão e formação e estudos”. Na 4ª parte, conclusiva, o Ministro Geral fala sobre “Caminhos e propostas para o futuro”.

A segunda semana, de 31 de maio a 6 de junho, foi reservada para as eleições do governo geral. O ex-Ministro Geral, Frei Giacomo Bini, abre esta semana falando sobre o tema “Lectio segundo a metodologia de Emaús”.

Na terceira semana do Capítulo Geral se discutirão as propostas referentes ao Secretariado para a Evangelização e se alternarão os trabalhos das Comissões temáticas, encarregadas de elaborar as proposições e os trabalhos da assembléia.

No dia 9 de junho, às 18h30 (hora local), será feita a celebração em memória dos 800 anos da Ordem Franciscana e renovação da Profissão na Basílica Inferior de São Francisco. O novo Ministro Geral preside a celebração. A celebração clariana será feita no dia 16 de junho, no Encontro com as Irmãs Clarissas no Protomonastério. Preside o Vigário Geral da Ordem.

No dia 20, o Capítulo é encerrado às 11 horas com a Celebração Eucarística em Santa Maria dos Anjos.


A ORDEM FRANCISCANA NO MUNDO


Oito séculos depois de obter a aprovação do Papa Inocêncio III, a Ordem dos Frades Menores continua forte sob a proteção de seu fundador São Francisco de Assis. A Cúria Geral da Ordem dos Frades Menores divulgou no último Boletim "Fraternitas", informativo da Cúria Geral, os números estatísticos referentes à Fraternidade dos Frades menores até 31 de dezembro de 2008.

Hoje, a Ordem Franciscana tem 14.724 (306 menos do que em 2007): Postulantes, 597 (não entram na contagem); Noviços, 395; Professos temporários, 1513; Professos solenes, 12816 ( sacerdotes: 10017 ; diáconos permanentes: 87; Frades com opção clerical: 465; Frades leigos: 2140). Confrades cardeais (7) e Arcebispos/Bispos (100) são 107. No decorrer desse ano, faleceram 319 frades.

Os Frades menores estão presentes em 110 paises, distribuídos assim: África e Oriente Médio: 1081 (- 7); América Latina: 3530 (- 79); América setentrional 1554 (- 62); Ásia-Oceania: 1305 (+ 4); Europa ocidental: 4769 (- 148); Europa oriental: 2485 (- 14).

A Fraternidade universal está estruturada em 103 Províncias, 8 Custódias autônomas, 14 Custódias dependentes, 1 Federação, 20 Fundações, 14 Conferências de Ministros provinciais e 3 Uniões de Conferências (Ásia/Oceania: FCAO; América Latina: UCLAF; Europa: UFME)

“Os números não dizem tudo. Confessamos que nossa força não está nos carros e cavalos, mas no Senhor. Afirmamos que o futuro é entregue, antes de tudo, à qualidade evangélica de nossa vida. Ao mesmo tempo, contudo, é necessário fazer as contas também com os números. É o convite que nos vem do mesmo Evangelho. É impostação realista de cada um que deseja projetar-se num futuro próximo”


(Relatório do Ministro Geral ao Capítulo - 2009, p. 291)


Fonte: http://www.franciscanossp.org.br/800anos.php

Clarissas celebram o início do grande Jubileu



2009 - Vocação
Conteúdo: Identidade e relação com a 1ª Ordem
Instrumentos: A redescoberta das Fontes
2010 - Contemplação
Conteúdo: Vida espiritual, vida em Cristo
Instrumentos: Escuta, silêncio e conversão
2011 - Em Altíssima Pobreza
Conteúdo: Revalorizar a escolha da pobreza, minoridade, despojamento, restituição.
Instrumentos: escolhas concretas de solidariedade
2012 - A Santa Unidade
Ano da Celebração

As Damas Pobres de São Damião vivem um momento especial e histórico com o início das celebrações pelos 800 anos de fundação da Ordem de Santa Clara. De 2009 até 2011, as Clarissas terão três anos de preparação para o Grande Jubileu de 2012 (veja ao lado o quadro do tríduo preparatório), quando se completa 8 séculos em que Clara de Assis e as primeiras irmãs entraram na Ordem e receberam de Francisco de Assis uma Forma Vivendi, que em poucas e simples linhas evangélicas, continha a inspiração fundamental que definiu a Ordem das Irmãs Pobres.

No Brasil, a Federação da Sagrada Família das Clarissas do Brasil realizou um Encontro de Formação em meados de maio no Mosteiro de Santa Clara, em Nova Iguaçu (RJ), que reuniu 60 clarissas, sendo que seis estavam no apoio e organização do evento. Este Encontro marcou a abertura do primeiro ano Clariano, que vai refletir sobre o tema da "Vocação" e a identidade e relação com a Primeira Ordem.

O bispo de Nova Iguaçu, D.Luciano Bergamin, CRL, celebrou na acolhida das clarissas no dia 11 de maio. Sempre muito simpático e acolhedor, D. Luciano confessou-se encantado com a presença de tantas irmãs, jovens na sua grande maioria, e repetiu as palavras do Papa João Paulo II, quando disse em Belo Horizonte para jovens: "Mas que belo horizonte!". D. Luciano recordou às irmãs que a verdadeira glória consiste em amar os seus e guardar sua Palavra. Somente assim Deus virá a nós e fará sua morada.

Madre Luzinete Ana, presidente da Federação, deu as boas vindas, enfatizando as exortações do Ministro Geral da OFM, Frei José Rodríguez Carballo, que convidou a clarissa a espalhar o "bom odor de Cristo"com o testemunho franciscano de fraternidade e perfeita alegria. Estavam presentes o assistente nacional das Irmãs Clarissas, Frei Raimundo J. Oliveira de Castro, o assistente das Irmãs Clarissas de Nova Iguaçu, Frei José Pereira, e o conferencista do encontro, Frei Dorvalino Fassini, especialista nas Fontes Franciscanas.

Neste encontro foi apresentado logotipo do Jubileu, criado por Ir. Maria das Vitórias, do Mosteiro de Cascavel (PR). O fulgor da chama central do ano 800 transpassado pela letra T do Tau, ornado em sua base por um ramo de oliveira, que recorda simultaneamente a fuga de Clara e sua autodefinição como "Plantinha de São Francisco".

No dia seguinte (12/05), num clima de bastante simplicidade, as irmãs se reuniram na capela do Mosteiro para a celebração do 8º Centenário de fundação da Ordem de Santa Clara, evocando os símbolos: 1. Sagrada Escritura; 2. Crucifixo de São Damião; 3. Vela; 4. Relíquia de Santa Clara; 5. Ramo de Oliveira; 6. Cordel franciscano; 7. A Coroa das 7 Alegrias; e 8. As sandálias franciscanas.

Toda celebração centrou-se na Palavra de Deus e na leitura das Fontes Franciscanas relativas à vocação de Santa Clara.

Assim motivadas, as irmãs recordaram o grande dom de sua vocação, sendo convocadas (Audite Poverelle) primeiramente pelo chamado interior e, depois, pela Madre Presidente Ir. Luzinete Ana, a fazerem memória de seu chamado pessoal, respondendo simplesmente: "Eis-me aqui", e dirigindo-se em seguida até o Evangelho aberto para osculá-lo e receber uma pequena lembrança do encontro.

Nesta celebração, foram lembradas as irmãs ausentes e todos os que ajudaram a escrever a história da Federação da Sagrada Família, como a Madre Maria Coleta, a primeira presidente e seu Conselho; Maria Marlene Inácia (2ª presidente) e seu Conselho; o ex-assistente Frei Vitório Mazzuco Filho e os assistentes religiosos falecidos: Frei Bernardo Hoelscher (1º assistente e fundador da Federação) e Frei Urbano Plentz (2º assistente).

Destacou-se também os 80 anos do Mosteiro Nossa Senhora dos Anjos da Porciúncula, na Gávea (RJ), que em 1928 refundou a Ordem de Santa Clara no Brasil e muito contribuiu para a união dos mosteiros em terras brasileiras.

O assistente Frei Raimundo J. Oliveira, após breve exortação, concedeu a todas a bênção final.

A ORDEM DE SANTA CLARA NO BRASIL
Mosteiro

Postulantes

Noviças

Junioristas

Prof. Solenes

Total

N. Sra. dos Anjos (RJ)

3

2

2

21

28

Santa Clara - Belo Horizonte (MG)

12

12

S. Clara - Campina Grande (PB)

4

6

5

12

27

São Damião - Porto Alegre (RS)

1

4

11

16

Santa Clara - Anápolis (GO)

1

1

1

15

18

Nazaré - Lages (SC)

1

4

5

Sagrada Face e Reparação - Araruama (RJ)

1

1

6

8

N. Sra. Guadalupe - Caicó (RN)

6

3

6

11

26

Monte Alverne - Uberlândia (MG)

1

8

9

Santa Clara- Nova Iguaçu (RJ)

1

1

11

13

Santíssima Trindade - Colatina (ES)

2

1

1

11

15

Santíssimo Sacramento - Canindé (CE)

2

3

3

11

19

Mater Christi - Guaratinguetá (SP)

3

1

9

13

S.Francisco de Assis Mossoró (RN)

4

4

1

5

14

Maria Imaculada - Marília (SP)

7

1

6

8

22

Santa Clara do Deus Trino - Brasília (DF)

1

8

9

Imac. Com. Mãe de Deus - Feir de Santana (BA)

2

1

1

3

7

N. Sra. das Alegrias - Araputinga (MT)

2

2

3

7

Sta. Maria dos Anjos - Ourinhos (SP)

1

2

4

7

Mãe da Prov. Cascavel (PR)

1

1

5

7

Sta. Maria dos Anjos - Dourados (MS)

0

Total

38

28

38

178

282



Extraído de http://www.franciscanos.org.br/v3/carisma/especiais/2009/clarissas200509/index.php acesso em 25 maio 2009.

sábado, 23 de maio de 2009

Franciscanos seculares... afinal de contas o que queremos?

Frei Almir Ribeiro Guimarães,OFM (*)

1. A Fraternidade Franciscana Secular reúne homens e mulheres desejosos de seguir de perto Jesus Cristo. São leigos e vivem no mundo. Querem ser discípulos do Mestre à maneira de Francisco, de Clara e de tantos outros, leigos e religiosos, que viveram e vivem à luz da espiritualidade franciscana através de séculos. Antes de mais nada são pessoas fascinadas pela pessoa de Cristo, vivo e ressuscitado. Foram tocados pelo Mestre. Não podem mais viver sem ele. Em sua biografia pessoal podem contar com muitos encontros pessoais com o Mestre.

2. Buscam um amadurecimento humano, cristão, franciscano e missionário vivendo em fraternidades. Os formadores se preocupam de lhes propiciar elementos na linha de um renovado encontro com o Mistério de Cristo na Igreja. A maturação. No campo espiritual esse amadurecimento. A reunião geral é o sacramento de sua vida fraterna.

3. Não constituem os franciscanos seculares um grupo devocional ou “piedoso”. Na realidade, não são “inofensivos” , mas querem ser testemunhas de um mundo novo que descobriram a partir do encontro com Cristo. Com isto incomodam e questionam um certo status quo. Nunca se esquecem que, como Francisco, desejam restaurar a Igreja que pode apresentar rachaduras e fissuras... Fazem-no através do retorno ao Evangelho. De alguma forma adotam em suas vidas, a metodologia do ver, julgar e agir.

4. No coração dessas pessoas, efetivamente, está presente o desejo de viver a aventura do Evangelho. Buscam a perfeição na caridade, ou seja, a santidade, com as cores francisclarianas. Desejam fazer uma profunda experiência do Deus Altíssimo, do Bem, do Sumo Bem. Na realidade querem conformar-se com Cristo. Sentem-se chamados a entrar num processo de conversão evangélica que não conhece termo. Em suas vidas, com efeito, o doce se torna amargo e o amargo , doce. A contemplação dos mistérios de Cristo ocupa lugar importante em suas vidas. Mais do que isto, como Paulo, querem viver em sua carne os mistérios do Filho de Deus.

5. Permanecendo no mundo, em suas famílias e locais de trabalho, os franciscanos seculares se comprometem através da profissão (promessa/compromisso) a impregnar o mundo secular do Evangelho de Jesus: trabalho, respeito pela natureza, construção da paz, busca da justiça, dimensão política, âmbito familair. Sobretudo sentem-se responsáveis pela criação de ambientes fraternos e são “teimosos” em trabalhar pela paz.

6. Seguem carinhosa e persistentemente os preceitos da Regra da OFS aprovada pelo Papa Paulo VI a 24 de junho de 1978. Para os franciscanos seculares, a Regra é roteiro de vida. Estudam-na, meditam suas orientações na oração, no retiro, em dias de estudo, na reunião geral. O conteúdo da formação dos irmãos é um desdobramento dos preceitos da Regra.

7. Os irmãos se reúnem em fraternidades: fazem a experiência do irmão vivendo com o irmão, na oração em comum, no crescimento espiritual em comum, interessando-se uns pelos outros e pelos de fora. Suas fraternidades não constituem ninhos quentes ao abrigo das intempéries, mas plataformas para a missão.

8. Em suas vidas, como na vida de Francisco, há sempre uma tensão entre o eremitério e as estradas, a contemplação silenciosa e o arroubo da missão, a oração e a ação. Acompanham atentamente os mistérios de Cristo ao longo do ano litúrgico e na oração da liturgia das horas. Gostam dos textos franciscanos que falam do amor seráfico e querem experimentar uma oração contemplativa e mística.

9. Em suas reuniões, sempre bem preparadas, os irmãos estudam, rezam, se formam em todos os sentidos. Ninguém falta à reunião geral, ponto forte da vida de uma fraternidade: momentos de oração, tempo de estudo e ocasião de confraternização.

10. Importante para os franciscanos seculares, a celebração da Eucaristia aos domingos. Muitos franciscanos seculares, dentro de suas possibilidades, experimentam desejo de participar todos os dias da missa. Cultivam uma amizade especial por Cristo, presente em todas as igrejas do mundo, e o adoram porque pela sua santa cruz ele remiu o mundo.

11. Num mundo de pressa, de tempo sempre ocupado os franciscanos seculares cultivam relacionamentos entre os de dentro e os de fora. Têm um cuidado todo particular para com os doentes. Tentam compreender a todos os irmãos, mormente os mais difíceis. Querem “gastar” o tempo com os irmãos, com gente. Gostam de gente...

12.
Num mundo de consumismo e de vaidade, marcado pela aparência e desejoso do poder, mundo de competição e de indiferença, os franciscanos seculares ( e todos os outros) vivem a simplicidade do Evangelho, num estilo de vida não rebuscado e sem sofisticação. Os irmãos servem os irmãos, simplesmente, servem, sem chamar atenção para sua pessoa. Não querem ser protagonistas... São, no dizer do Evangelho, servos inúteis...

13.
Muitos de nossos Conselhos locais animam de verdade as fraternidades e realizam bem sua missão: não deixam que nenhum dos irmãos venha a se perder, preparam a reunião, cuidam de motivar os irmãos, zelam para que a fraternidade seja santa e missionária. Esses conselhos são constituídos de pessoas muito fiéis e responsáveis. Quando são eleitos para seus cargos de serviço sabem que serão como pessoas que lavam os pés dos outros.

14. Por onde andam são pessoas corteses e fraternas. Os franciscanos seculares são ativos sem serem deixar que sua ação se torne estéril ativismo. Sabem o que fazem na pastoral. Não são meros tocadores de obras nem gente que faz por fazer. Não são frios empregados de uma estrutura apenas organizacional. Fazem-se presentes nas atividades da Igreja diocesana e paroquial sempre com critério e discernimento. Colocam-se à disposição dos responsáveis pela pastoral e pela evangelização. Chegam mesmo a coordenar, não poucas vezes, com muita competência, os trabalhos pastorais. Cuidam sempre, no entanto, de não perder sua identidade evangélico-franciscana. Os que não firmaram sua vocação correm o risco de abandonar a Ordem e preferir ações e atividades na Igreja.

15. Vale a pena insistir no caráter missionário do franciscano secular. Sempre ressoa aos seus ouvidos o lamento e a queixa de Francisco: O Amor não é amado... Por isso, os franciscanos se sentem coagidos a anunciar o Evangelho de Jesus pelo testemunho e pela palavra. Anunciam o Senhor Jesus todos os dias e se engajam nas tarefas mais urgentes. Não são omissos. Pensam nos mais necessitados (os leprosos de hoje) e se adestram na costura do tecido da paz.

A todos levam uma mensagem de esperança e de paz.

(*) Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM é Assistente Nacional para a OFS e Assistente Regional da OFS do Sudeste II

Extraído de http://www.franciscanos.org.br/v3/vidacrista/artigos/almir_070808/artigos_30.php acesso em 23 maio 2009.

Ilustração: The Charity of St. Elizabeth of Hungary / Edmund Blair Leighton. 1895.


quinta-feira, 21 de maio de 2009

OS MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS - INTRODUÇÃO



















OS MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS.

Introdução.

“Eu sou o Senhor teu Deus, que te fiz sair da terra do Egito, da casa da escravidão. Não terás outros deuses além de mim.” ( Dt 5,6s)

A ordem existe para que não haja a desordem. Ora, Deus , Criador de todas as coisas, em sua infinita sabedoria, nos comunicou o desejo de perfeição para que tivéssemos em nós as leis naturais capazes de nos conduzir ao seu infinito amor, para que as criaturas humanas, criadas à sua imagem e semelhança, buscassem assim de todo o coração, as riquezas de sua santidade para viver em harmonia umas com as outras até a plenitude da comunhão de toda a vida.

Com o advento do pecado, a criação toda entrou em desarmonia e, por conseqüência, na desordem de toda natureza. Daí, porque precisou Deus ordenar tudo novamente com sua lei para que “onde abundou o pecado”, superabundasse a graça e os homens, com seu perdão, voltassem à paz e à comunhão com seu Criador e com as demais criaturas.

No evangelho de São Mateus aparece a figura de um jovem rico que faz a seguinte pergunta a Jesus: “Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida eterna?”. Ao que Jesus responde: “Se queres entrar pra a Vida guarda os mandamentos.” E cita para seu interlocutor os preceitos que se referem ao amor ao próximo: “Não matarás, não adulterarás, não roubarás, não levantarás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe”. E depois acrescenta, como que resumindo estes mandamentos: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Mt 19,16-19), ou seja, é preciso voltarmos ao primeiro amor se quisermos viver a harmonia do início da criação, e isto só se dá mediante a obediência às leis de Deus.

Com relação ainda aos mandamentos da Lei de Deus, vejamos o que Moisés nos fala no Livro do Deuteronômio: “Eis que vos ensinei leis e decretos que o Senhor meu Deus me ordenou para que os pratiqueis ... Vós os guardareis, pois, e os poreis em prática, porque neles está vossa sabedoria e inteligência perante os povos, para que, ouvindo todas estas leis, digam: “Na verdade, é sábia e inteligente esta grande nação!” Pois, qual é a grande nação cujos deuses lhe são tão próximos como o Senhor nosso Deus, sempre que o invocamos? E que nação haverá tão grande que tenha leis e decretos tão justos, como esta lei que hoje vos ponho diante dos olhos?” (Dt 4, 5-7).
Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

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terça-feira, 19 de maio de 2009

Beatos João de Cetina (1340-1397) e Pedro de Dueñas (m. 1347) : 19 maio

Religiosos, mártires da Primeira Ordem (1380-1397). Clemente XII aprovou o seu culto a 26 de agosto de 1731. João de Lourenço, nascido em Cetina (Aragão - Espanha), depois de haver estado a serviço de um nobre senhor, levou vida eremítica nas cercanias de Murcia. Voltando para Aragão tomou o hábito franciscano entre os Frades Menores de Monção. Terminados os estudos no convento de S. Francisco em Barcelona, ordenou-se sacerdote, dedicando-se com êxito à pregação. Ao chegar a notícia do martírio de S. Nicolau Tavelic e companheiros em Jerusalém (1391), foi a Roma para solicitar de Bonifácio IX licença para ir à Terra Santa. O Pontífice lhe negou essa graça, porém, concedeu-lhe a faculdade de pregar o Evangelho entre os infiéis.

Voltando para a Espanha em 1395, Frei João se dirigiu para Córdova, destinado ao novo convento de S. Francisco do Monte e levou uma vida de contemplação. Ali se reuniu com Frei Pedro de Duenãs (Palência).

Pedro nasceu em Duenãs (Espanha) e muito jovem ingressou na Ordem dos Frades Menores na qualidade de religioso leigo. Tinha uns dezoito anos e há pouco havia se consagrado ao Senhor com a profissão religiosa quando aceitou com muito entusiasmo a proposta de Frei João de Cetina para ser seu companheiro na árdua missão de evangelizar os mouros. Foi muito contente, também pelo fato de Frei João de Cetina ter sido seu mestre durante o noviciado.

Obtida a licença de seus superiores para ir pregar o Evangelho aos mouros de Granada, os dois entraram na cidade no dia 08 de janeiro de 1397, domingo. Alegraram-se sobremaneira por poder pregar a fé em Cristo a tantos pobres infelizes irmãos. O objetivo de sua missão era sublime: anunciar a fé em Cristo aos sarracenos. Mas logo foram aprisionados e conduzidos à presença de Cadi. Este os interrogou a respeito de sua missão. Os religiosos responderam firmemente que tinham ido a Granada com o fim de anunciar a fé em Cristo e exortá-los a abandonar a religião de Maomé. O Cadi riu-se de suas pretensões e penseou que fossem loucos. Aconselhou-os que, se quisessem salvar a própria vida, abandonassem imediatamente a cidade. Os intrépidos defensores da fé insistiram na necessidade de abraçar a fé cristã porque é a única verdadeira. João, movido por divina inspiração, propôs-lhes a prova de fogo, porém o Cádi não aceitou; deu ordens para que fossem conduzidos à casa de algum cristão, a fim de que fossem logo afastados da cidade. Depois de algum tempo de silêncio, apareceram novamente nas praças públicas anunciando a fé cristã. Os sarracenos não tardaram em levantar-se contra eles, acusando-os novamente ao tribunal de Cadi, como perturbadores do povo e blasfemos contra o seu grande profeta.

Os ardorosos apóstolos da fé, que pressentiam morte próxima, quiseram preparar-se pela confissão e benção do co-irmão português Pe. Eustáquio, capelão dos mercadores cristãos, e logo serenamente se apresentaram ao Cadi. Foram condenados à prisão junto com os escravos cristãos para o cultivo dos vinhedos. A vida dos religiosos foi um verdadeiro e prolongado suplício. Mas estavam bem felizes em estar sofrendo por Deus, que morreu pela salvação da humanidade. Nos dias festivos Frei João instruía na fé seus companheiros de prisão, alguns dos quais haviam deserdado da fé ou estavam vacilantes. Celebrava a missa numa pobre e estreita habitação com grande satisfação, que se fortaleciam na confiança em Deus, que proclama felizes os que sofrem por causa da justiça.

A prisão dos dois co-irmãos durou mais de dois meses. De dia eram obrigados ao trabalho extenuante, e de noite, no cárcere, depois de um breve sono, dedicavam-se à oração. Pelos muitos padecimentos Frei Pedro enfermou gravemente por três semanas, entre a vida e a morte, com febre altíssima. Finalmente sarou e com isso alegrou-se, pois esperava dar a Deus o testemunho supremo de seu incondicional amor com o martírio, conforme sempre havia desejado. No segundo domingo de Páscoa o beato João pronunciou um vibrante discurso aos cristãos e aos muçulmanos, explicando o Evangelho do Bom Pastor. Delineou a figura do Bom Pastor comparando-a com Maomé, o falso Pastor. O Cadi chamou os missionários e os interrogou longamente. Nem com promessas, nem com ameaças conseguiu demovê-los de sua fé. Então se lançou furioso contra o Beato João e o golpeou terrivelmente na cabeça e ordenou imediatamente que fosse decapitado.

O Cadi espera que o jovem Frei Pedro de dezoito anos, ante o corpo exânime de seu mestre, mudasse de parecer, abjurando a fé cristã para abraçar a de Maomé. Com promessas de dinheiro e de prazeres ele procurou demovê-lo, mas por fim irritado, cortou a cabeça do jovem mártir com um golpe de cimitarra. Era o dia 14 de maio de 1397.

Depois de alguns anos suas relíquias foram resgatadas por uns mercadores catalanenses e enviadas aos conventos franciscanos de Sevilha e de Córdova, e à Catedral de Vich. Em 1583, a província franciscana de Granada os escolheu como seus patronos.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2009 : Porto Alegre

Paz e bem!

Esta é a programação da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2009 para Porto Alegre:

24/05 - Domingo - 10h
Cat.da Santíssima Trindade - IEAB
Rua dos Andradas, 880 (Centro)
Coord.: Rev. Marines Bassoto
F.: 3228 1169

25/05 - Segunda Feira - 19h
Paróquia da Ressurreição - IEAB
R. Fer. Abott, 168 (Cristo Redentor)
Coord.: Rev. Jessé Castro Ramos
F.: 3361 5875 / 3279 4179

26/05 - Terça Feira - 16h
Igreja Metodista Central
Rua Duque de Caxias,1676 -Centro
Coord.: Revda. Mara Aparecida de Freitas
F.: 3312 8029 / 3224 5754

26/05 - Terça Feira - 19h 30min
Cat. Metr. Mãe de Deus - ICAR
R. Duque de Caxias, 1047 (Centro)
Coord.: Dom Remidio Bohn / Pe Carlos Steffen
F.: 3228 6199

27/05 - Quarta Feira - 19h
Paróquia Nsa Sra da Paz - ICAR
R.Cristiano Fischer 149 (Alto Petrópolis)
Coord.: Pe Pedro Kunrath
F.: 3334 5809

28/05 - Quinta Feira - 19h30min
Igr. Nsa Sra do Monte Claro ICAR
Av.Pres. Roosevelt, 920 (São Geraldo)
Coord.: Pe Natal Bóssio Clístenes
F.: 3342 2944 / 8118 5247

29/05 - Sexta Feira - 20h
Paróquia São Lucas - IECLB
R.Luis Voelker,285 (Três Figueiras)
Coord.: Pastor Carlos F Dreher
F.: 3334 9009

30/05 - Sábado - 15h
Igreja Metodista da Glória
Av Niterói, 383 (Medianeira)
Coord.: Pr. Lair Villagran
F.: 3219 9549 / 3336 8412

30/05 - Sábado - 15h
Tarde de Espirit. Ecumênica
Mov. dos Focolares
Local:Centro Mariápolis Arnold (São Leopoldo)
Av Theodomiro P. da Fonseca, 3555
(lado portão F da Unisinos)
Coord.: Iolanda
F.: 8162 0246
Humberto
F.: 3334 2579 / 9193 2763

31/05 - Domingo - 19h
Igreja Metodista Central
R. Duque de Caxias, 1676 (Centro)
Coord.: Rev. Mara Aparecida de Freitas
F.: 3224 5754 / 3312 8029

domingo, 17 de maio de 2009

RJ : Fórum Franciscano : Fraternidade e Meio Ambiente

Objetivo: Promover uma reflexão e conscientização sobre as questões ambientais que constituem o carisma franciscano.

Público: Todos os interessados no cuidado com a vida em todas as suas formas.

É com grande carinho que o Regional Sudeste II (Rio de Janeiro e Espírito Santo) da Ordem Franciscana Secular do Brasil, vem convidar a todos os irmãos a participarem do nosso primeiro Fórum Franciscano de Meio Ambiente.

· Tema: Fraternidade Universal e Meio Ambiente
· Encontro: 06 de junho de 2009 das 8h30 às 14h
· Local: Auditório Del Castillo – RDC (PUC-RIO)
Rua Marquês de São Vicente, 225, Gávea

As inscrições deverão ser efetuadas pelo email forumfranciscano@gmail.com ou pelo telefone (21)2240-4565 e o custo da inscrição será R$ 4,00 (quatro reais) que solicitamos sejam depositados no Banco Bradesco - Agência 3176-3 - C/C: 409.468-9 (Por gentileza identificar o depósito). O auditório onde realizaremos nosso Fórum tem a capacidade para 150 pessoas, por isso a necessidade de fazer inscrições.

O Fórum é aberto a todos as pessoas interessadas no cuidado com a vida em todas as suas formas, podendo ser utilizado pela fraternidade como meio vocacional.

Solicitamos que antecipem a chegada para que possam aproveitar de todos os momentos preparados.


Helio da Costa Gouvêa
Ministro Regional

PROGRAMAÇÃO

MESA REDONDA

Palestrantes:
Eloísa da Silva Ribeiro - Meteorologista
Tema: Mudanças Climáticas.

Frei Ludovico Garmus - Teólogo:
Tema: Aspectos Bíblicos da Ecologia.

Sueli Caldas Magalhães - Bióloga
Tema: Uso Racional da água.

08h00 – Chegada
09h00 - ABERTURA: Ministro da Ordem Franciscana Secular - Regional Sudete 2 (RJ/ES)
09h15 – 10h00 – Palestra – Professora Eloisa da Silva Ribeiro
10h00 – 10h45 – Palestra – Frei Ludovico Garmus
10h45 – 11h30 – Palestra – Bióloga Sueli Caldas Magalhães
11h30 – 12h15 – Debate
12h15 – Almoço (Fora do Campus)
13h15 – Reflexão
14h00 – Encerramento: Coral UNIRIO

Extraído de http://ofssudeste2.blogspot.com/2009/05/forum-franciscano-fraternidade-e-meio.html acesso em 17 maio 2009.

Expressão da fé viva

"A oração traduz
a suprema e
xpressão da fé viva.
Pela oração,
a pessoa deixa,
como atrás de si,
o universo de todas as coisas
e busca uma relação com o Supremo.
Eis a manifestação
da verdadeira transcendência humana.
Só o ser humano pode colocar-se
numa posição 'extática',
vale dizer,
contemplar cara a cara a Deus,
gritar-lhe 'meu Pai!'
e assim ultrapassar todos os limites
impostos pela criação
e pela história.
Nesta atitude se encontra
sua suprema dignidade.
Orar é um ato de coragem;
supõe grandeza
e dilatação do espírito e do coração
para além dos tempos indefinidos
e dos espaços abertos do macrocosmo.
Tudo isto é demasiadamente pequeno
diante de Deus
e diante do impluso do coração
que não diz 'sum!' (eu sou)
mas 'sursum!' (para cima)."


sexta-feira, 15 de maio de 2009

A oração nos engrandece

"A oração,
nesse sentido,
nos engrandece,
porque continuamente nos tira
do centro de nós mesmos
e nos centra num absoluto
fora de nós,
acima de nós
e dentro de nós,
que se apresenta como
uma Alteridade absoluta benfazeja,
que não podemos domesticar
mas que experimentamos,
se entrega com gratuidade
e sempre está aí,
também quando estamos crucificados
em nossos problemas.
Esta atitude é mais que um ato.
Ela cria em nós o ocular
mediante o qual
conseguimos identificar Deus
misturado com todas as coisas."


quinta-feira, 14 de maio de 2009

Meditação Cristã : meu roteiro franciscano

Este é o roteiro que tenho seguido para a prática da Meditação Cristã em minha casa:

Sinal da Cruz
Sentar

Invocação do Espírito Santo
Vinde Espírito Santo,
encheis os corações dos vossos fiéis
e acendei neles o fogo do vosso Amor.
Enviai o vosso Espírito e tudo será criado
e renovareis a face da Terra.

Óh Deus que instruistes os corações dos vossos fiéis
com a luz do Espírito Santo,
fazei que apreciemos retamente todas as coisas
segundo o mesmo Espírito
e gozemos sempre de Sua consolação,
por Cristo Senhor nosso.
Amém.
Recitação do mantra
Jesus, tem piedade de mim,que sou pecador.
Oração final
Nós vos adoramos,
Santíssimo Senhor Jesus Cristo,
aqui e em todas as vossas Igrejas
que estão no mundo inteiro,
e vos bendizemos,
porque pela pela vossa Santa Cruz
remistes o mundo.
Amém!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Se orar é frequentar o Senhor Jesus

"Se,
como dizia Arturo Paoli em um retiro,
orar é frequentar o Senhor Jesus,
eu acho que em todos estes sofrimentos,
preocupações, angústias, nesta luta
e inclusive nestas contradições,
frequento insistentemente o Senhor Jesus.
Apelando a ele,
vivendo sua Páscoa,
sentindo sua cruz,
reclamando a força de sua Ressurreição.
Buscando sua Palavra
e seus gestos
como chaves de interpretação.
Cantando também. Uma grande oração minha é o canto; o canto
com o povo ou sozinho, em diversos momentos, inclusive nas longas viagens de
ônibus, contemplo e canto. As vezes alguém pensará que sou doido, embora não
cante a pleno pulmão, é claro, mas com voz discreta. Fiz-me algo
teilhardiano e comungo com a natureza e com a presença universal de Deus em
tudo e em todos os seres. Diante da festa belíssima e ultrajada natureza,
sinto a unidade e a presença de Deus. Antes eu achava que a contemplação não
era para mim, mas agora eu estou cada vez mais dentro".


Dom Pedro Casaldáliga. Na procura do Reino.

IX Marcha Franciscana



19 a 25 de julho de 2009

Motivação e histórico da Marcha: Desde o ano de 2001, acontece a Marcha Franciscana. Caminhamos rumo à nascente do Rio São Francisco, esplendoroso santuário da vida, levando nossos sonhos, projetos, angústias, sofrimentos, alegrias e esperanças de criar uma nova história. Cremos que um mundo novo é possível e que caminhar é enfrentar os desafios próprios da caminhada, é romper as resistências, preconceitos e discriminações. A nossa bandeira de luta é ser peregrinos e itinerantes, protagonistas e agentes de transformação da realidade. Defendemos um mundo de relações mais solidárias e fraternas.

Objetivo da marcha: Conscientizar a respeito da situação ecológica e o cuidado com nosso Planeta, partilhar a espiritualidade franciscana, despertar e refletir sobre uma melhor qualidade de vida, valorizar as relações interpessoais, solidarizar-se com os que estão à margem do caminho, somar com os que ousam marchar em busca de libertação. A Marcha Franciscana é um espaço de evangelização na dimensão da justiça, paz e integridade ecológica, experiência da simplicidade, pobreza e irmandade. É momento de unir nossa espiritualidade com a militância em defesa da vida, em suas diversas expressões.

Quem organiza a Marcha: Alguns frades franciscanos, leigos franciscanos da OFS, Amigos de São Francisco, SINFRAJUPE – MG (Serviço Interfranciscano de Justiça, Paz e Ecologia) e simpatizantes do carisma franciscano.

Quem pode participar da Marcha: Pessoas de diversas faixas etárias, mas que dispensa cuidados médicos específicos. Entretanto, disponibilizamos de pessoas voluntárias na área da saúde. A Marcha é cristã católica, tem caráter ecumênico e acolhe pessoas de diferentes crenças religiosas.

Dinâmica da caminhada: Aquecimento antes de sair em caminhada, orientação para silêncio e contemplação da natureza, tomada de consciência do corpo e energia, cuidado com o outro, centralidade da fraternidade nas relações e grupos de vivência e partilha.

Alojamentos: Somos acolhidos em centros comunitários, fazendas e escolas. Dormimos em esteiras ou barracas, acomodações muito simples. Fazemos a experiência da pobreza e simplicidade franciscana.

Alimentação: Pelo motivo de caminharmos e necessitarmos de bastante energia e resistência física, a alimentação é orientada por um nutricionista. Recebemos uma sacola com a seguinte alimentação: banana, maçã, cenoura, suco, água, sanduíche natural e barra de cereais. Tomamos uma alimentação reforçada ao chegarmos às paradas, onde passamos a tarde e a noite.

Início/Percurso: A Marcha 2009 terá início na cidade de Capitólio, no dia 19 de julho, com a celebração de envio, na Igreja de São Sebastião. Caminharemos cerca de 103 km, aproximadamente 21 km por dia (saindo sempre às 5 h da manhã e chegando por volta das 14 h). Após cinco dias de caminhada, celebraremos os 800 anos do Carisma Franciscano na Nascente do Rio São Francisco, na cidade de São Roque de Minas (Serra da Canastra).

O que levar: Um tênis confortável (que não seja novo para não dar calos), meias grossas, roupas leves e claras, blusa de frio, calça confortável, touca, boné, cobertor, saco de dormir, colchonete, capa de chuva e uma lanterna. Importante lembrar que estaremos em época de frio na região. É necessário ter uma mochila confortável para carregar às costas, por isso não leve muitas coisas, é uma exigência da caminhada. Caso tenha uma barraca, ela será necessária para os dias em que dormiremos nas fazendas.

Inscrição: A inscrição deverá ser feita entre os dias 1º a 26 de Junho. Fornecer os seguintes dados: nome completo, endereço, telefone, número de identidade e e-mail. O valor é de R$ 60,00. Será necessário o pagamento antecipado de 50% do valor para confirmar a participação. Serão aceitas as 80 primeiras inscrições. Todos os participantes deverão assinar um termo de responsabilidade antes de iniciar a caminhada.

Como se inscrever: Para inscrição e mais informações, utilizar o e-mail e telefone a seguir:
marchafranciscanasinfrajupe@yahoo.com.br
Tel.: (31) 3531-7173
Frei Gustavo Marcel Lacerda, ofm
Rua Pastor Delício Luiz de Freitas, 75
Bairro Imbiruçu
32682-400 - Betim - MG


Pela Vida e pela Paz!

Louvado sejas meu Senhor pela irmã água,
útil, humilde, preciosa e casta!"


Do Cântico das Criaturas de Francisco de Assis

terça-feira, 12 de maio de 2009

A Missão dum Movimento Laical

De no CCFMC Boletín Abril/Maio 2008:
Em Fevereiro de 1208, Francisco ouviu o envio missionário de Jesus “Ide e anunciai: O Reino dos Céus está próximo. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. Recebestes de graça, dai também de graça! Não leveis nos cintos moedas de ouro, de prata ou de cobre” (Mt. 10, 7-9). Cheio de entusiasmo e muito emocionado exclama: “É isto que eu quero, é isto que eu procuro, é isto que eu desejo fazer do íntimo do coração!” (1Cel 22,3). É o início de um movimento novo na Igreja.

E é o começo de uma nova missão: O pobre pregador ambulante Jesus de Nazaré torna-se vivo e palpável de novo. Ele, que veio para anunciar a Boa Nova aos pobres, torna-se, para Francisco, conteúdo e forma da sua missão. Quer seguir as pegadas Dele. Os cansados de carregar o peso do seu fardo, excluídos das magníficas catedrais, dos mosteiros poderosos e das cidades ricas da Idade Média, devem experimentar, outra vez, a predileção de Deus pelos pobres. Por isso, escolhe a pobreza, pois, somente quem é pobre pode sentir como se sentem aqueles que estão sempre por baixo, vivendo das migalhas dos ricos. E só quem não está preso a determinado lugar pode chegar onde as pessoas estão presas à sua miséria. Sua missão e a de seus irmãos será anunciar-lhes a mensagem libertadora do Evangelho. Quando Francisco mal tinha sete irmãos, mandou-os dois a dois aos quatro pontos cardeais para levarem esta mensagem consoladora à humanidade. Não só com palavras mas, como fez Jesus, com palavras e ações.

Na primavera do ano de 1209, passou-se um ano desde a experiência de Porciúncula. Então, Francisco pensou que seria o tempo próprio para apresentar o seu movimento à Igreja: “Vejo, irmãos, que o Senhor quer, misericordiosamente aumentar a nossa comunidade. Indo, portanto, à nossa Mãe, a santa Igreja romana, notifiquemos ao sumo pontífice, o que o Senhor começou fazer por meio de nós, para que prossigamos o que começamos em conformidade com a vontade e preceito dele.” (LTC 46, 2). O Papa deveria ver e experimentar o que o Senhor começou através deles. Também aqui, esta certeza interior: “O Senhor deu-me”. Os irmãos que se juntaram a Francisco viviam com os pobres e excluídos. A mensagem do pobre Jesus de Nazaré fez-se sentir e foi vivida entre eles mais uma vez. Isto deveria ser anunciado à Igreja. Então, os doze irmãos encaminharam-se para Roma nos seus hábitos ásperos para se apresentarem ao Papa. Como o bispo de Assis se encontrava precisamente nesta época em Roma, louvando os irmãos com entusiasmo, o Papa não teve outro remédio senão confirmar o que Deus tinha começado mediante Francisco. “O pontífice, porém, como era dotado de especial discrição, assentiu, no devido modo, aos desejos do santo e, exortando-o e aos irmãos sobre muitas coisas, abençoou-os dizendo-lhes: “Ide com o Senhor, irmãos, e, como Ele se dignar inspirar-vos, pregai a todos a penitência” (LTC 49,2).

O paralelo é visível. Jesus congrega doze discípulos escolhidos e confia neles a continuação da sua missão. Eram pesca-dores, artesãos, pequenos funcionários, quer dizer, pessoas que não pertenciam às elites teológicas do seu povo, mas que estavam abertas ao espírito de Deus que lhes foi anunciado por Jesus. Os primeiros companheiros de Francisco também foram gente do povo. Camponeses e artesãos pessoas simples e pessoas finas, às quais Francisco pode transmitir a sua visão de um outro mundo mais pacífico. Assim surgiu um movimento livre de todos os desejos de posse e domínio, um movimento capaz de transmitir assim, de novo, o Evangelho como mensagem luminosa da libertação e da esperança. O Papa Inocêncio III, o papa mais poderoso da Idade Média, reconheceu isto e deu a este movimento laical a autorização de anunciar a Boa Nova. Entendeu os sinais do tempo.

Se quisermos entender e celebrar corretamente o carisma franciscano 800 anos depois deste evento, é necessário, sendo pessoas franciscanas, que tenhamos esta certeza interior que Deus nos deu; e temos de reivindicar na Igreja outra vez o fato de os leigos terem um direito inalienável a anunciar porque Deus os chamou e os enviou.
Andréas Müller OFM

Extraído de http://www.ccfmc.net/wPortugues/cbcmf/cbcmf-news/2009/2009_04_News.shtml acesso em 12 maio 2009.


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