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sábado, 30 de setembro de 2023

O SENHOR É A MINHA LUZ E A MINHA SALVAÇÃO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,43b-45)(30/9/23)

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Amados irmãos e amadas irmãs, paz e bem, sejam bem-vindos a nossa meditação diária. 

O dom da fé é como um oásis num deserto, sacia a nossa sede de paz, de amor e de verdade, mesmo quando as adversidades atentam contra a nossa vida. 

Ela é uma graça especial que nos faz viver em conformidade com a vontade de Deus, mesmo que o mundo inteiro se levante contra nós, como reza o salmista: "O Senhor é minha luz e minha salvação, a quem temerei? O Senhor é o protetor de minha vida, de quem terei medo?

Quando os malvados me atacam para me devorar vivo, são eles, meus adversários e inimigos, que resvalam e caem.

Se todo um exército se acampar contra mim, não temerá meu coração. Se se travar contra mim uma batalha, mesmo assim terei confiança." (Sl 26,1-3). Meditemos com amor e atenção este pequeno sermão de hoje. 

1. Caríssimos, esta liturgia de hoje nos mostra que o modo como Deus realiza as suas obras é infinitamente superior ao nosso modo de pensar e de agir, foi por isso, que a princípio os Apóstolos não compreenderam o anúncio da Paixão e morte do Senhor e tinham medo de lhe fazer perguntas a esse respeito.
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2. De fato, como entender que depois de todos os sinais e prodígios realizados por Jesus, ele lhes faz um anúncio totalmente divergente do poder extraordinário que demonstrara por suas palavras e obras? Como entender que "aquele que tem todo poder sobre o céu e sobre a terra," se deixa dominar e massacrar pelo ódio dos seus algozes sem reagir a eles?
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3. Com efeito, na segunda Carta aos Coríntios, o Senhor mostra a Paulo como se revela todo o seu poder, diz Ele: "Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força." (2Cor 12,9). Ou seja, a fraqueza da nossa natureza é a condição na qual Sua força redentora se revele como evidência para todos. 

4. Basta analisarmos isto: Cristo é o Filho de Deus, imortal e Eterno, no entanto, desceu de sua condição de imortalidade para a nossa condição de simples mortais. E por que assim o fez? Para vencer o pecado, o demônio e o inferno, por sua morte e ressurreição, porque jamais poderíamos vencer por nós mesmos. 

5. De fato, como entender que Deus, Onipotente e eterno, se fez homem sem deixar de ser Deus, sofreu tudo o que nós sofremos inocentemente, e se deixou crucificar barbaramente por seus inimigos? Não existe resposta alguma para essa pergunta fora do amor com que o Senhor Jesus nos amou.
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6. Por isso, nos exorta e ao mesmo tempo nos adverte: "Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos.
Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando." (Jo 15,12-14).
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7. Portanto, caríssimos, é verdade que a nossa fragilidade continua, mesmo que lutemos contra ela. Mas isso nos revela que a nossa humilde condição nos leva à perfeita comunhão com o Senhor, porque a fé não é uma teoria, uma filosofia de vida ou o que entendemos sobre Deus e o mundo. 
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8. Na verdade, ela é o dom de Deus por excelência que nos une a Ele por meio de Seu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo, para darmos os frutos da sua presença em nossa vida, uma vez que somente Nele existimos. E porque Ele nos ama, nos perdoa por sua divina misericórdia, e nos dá a vida eterna.
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Amados irmãos e amadas irmãs, "O silêncio é a condição do amor, e ele conduz ao amor. O amor só se expressa plenamente quando renuncia à palavra, ao barulho, à excitação e à exaltação.
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Sua expressão mais elevada se realiza na morte silenciosa e de total entrega, pois não há maior prova de amor que dar a vida por quem amamos (Jo 15,13).
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O silêncio do amor é o termo e o ponto de chegada de quem concedeu ao silêncio o primeiro lugar em sua vida." (Frei Adailton, OFMConv.)
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De fato, o silêncio sagrado de Deus, é o silêncio que fala e age prontamente em favor de seus filhos e filhas que Nele confiam e esperam. Amém! Assim seja! 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

A NOSSA CONVIVÊNCIA COM OS SANTOS ANJOS...


 

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 1,47-51)(29/9/23).

Amados irmãos e amadas irmãs, paz e bem! Sejam bem-vindos à nossa meditação diária.
A realidade angelical faz parte do grande mistério da nossa salvação, e isso nós constatamos do Gênesis ao Apocalipse.

E para vivermos esta graça precisamos interagir com os anjos que o Senhor nos envia dando-lhes a devida atenção conforme está escrito: “Vou enviar um anjo adiante de ti para te proteger no caminho e para te conduzir ao lugar que te preparei.

Está de sobreaviso em sua presença, e ouve o que ele te diz. Não lhe resistas, pois ele não te perdoaria tua falta, porque meu nome está nele." (Êx 23,20-21).

Meditemos com amor e atenção este pequeno sermão de hoje.

1. Caríssimos, todos nós que aqui vivemos dependemos do invisível que nos governa, tanto naturalmente como espiritualmente por suas leis imutáveis; no entanto, temos a liberdade de escolha e decisão, e só a perdemos quando pecamos, pois nos tornamos escravos do pecado que permitimos. 

2. Porquanto, somos um misto de naturalidade temporal, representada pelo nosso corpo mortal; e eternidade espiritual, representada pela nossa alma imortal. De fato, Deus nos criou "a sua imagem e semelhança" para vivermos na sua presença gozando da sua amizade e proteção, aqui e por toda eternidade contanto que obedeçamos aos seus santos mandamentos.

3. Sem dúvida alguma, vivemos envoltos pelo mistério de Deus, isto é, pelo Seu poder maravilhoso presente na perfeição de suas obras das quais somos as mais eminentes, porém, sempre dependentes umas das outras; mas, atenção, porque ao mesmo tempo, sentimos um poder antagônico que constantemente atenta contra a nossa vida. 

4. É uma força negativa que se dá a conhecer pelos maus pensamentos, que se consentidos, geram toda espécie de desequilíbrio psíquico, físico, moral e espiritual. De fato, é contra essa força antagônica que lutamos para permanecermos em estado de graça, isto é, em plena comunhão com o Senhor Jesus e entre nós. 

5. A Igreja hoje celebra a Festa dos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael. Ora, são eles que servem a Deus diante do seu Trono, cumprindo as suas ordens em favor dos seus filhos e filhas que ainda estão neste mundo, para assim nos ajudar nas adversidades que enfrentamos.

6. É bem como meditamos na Carta aos Hebreus: "Não são todos os anjos espíritos ao serviço de Deus, que lhes confia missões para o bem daqueles que devem herdar a salvação?" (Hb 1,14). É por isso que precisamos ser seus devotos, isto é, buscar sua ajuda, pois, são eles que apresentam as nossas orações diante do trono de Deus (cf. Ap 8,3-4).

7. Na Sagrada Escritura, São Miguel é descrito como protetor do povo de Deus e por isso seu nome significa "Quem (é) como Deus?" São Gabriel significa "Força de Deus", pois foi enviado para anunciar aquele que se dignou vir até nós para nos libertar do pecado e de todo mal que o pecado gera. 

E, por fim, São Rafael, que significa "Deus cura", porque tem a missão de nos curar e nos livrar dos demônios; de nos guiar e nos proteger nos momentos difíceis de nossa caminhada para o céu, a fim de que se cumpra somente a vontade de Deus em nossa vida.
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8. Portanto, caríssimos, não somos seres puramente espirituais como os anjos, mas trazemos em nossas almas o que nos assemelha a eles, isto é, poder servir a Deus como seus mensageiros junto àqueles a quem Ele nos envia, e tudo isso para a salvação de todos e a maior glória de Deus. Então, neste sentido, somos anjos humanos a caminho do Reino dos Céus, da felicidade eterna, aonde Deus habita com os seus filhos e filhas.
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Amados irmãos e amadas irmãs, no salmo 33,8 assim meditamos: "O anjo do Senhor acampa em redor dos que o temem, e os salva." 
Por isso, como nos ensina o Senhor, recorramos sempre a essa ajuda do céu, pois, o Senhor nos ama tanto que quis enviar seus anjos para nos proteger nos momentos difíceis que passamos neste mundo. 
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Paz e Bem! 

Frei Fernando Maria OFMConv. 

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

VIVEMOS EM MEIO A UMA TERRÍVEL GUERRA ESPIRITUAL...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA (Lc 9,7-9)(28/9/23)

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1. Caríssimos, enquanto estivermos neste mundo viveremos em meio à uma guerra espiritual, travada no campo de batalha de nossas almas; ora, a nossa quietude interior depende das decisões que tomamos de acordo com a fidelidade à Palavra de Deus, vivida e comunidicada como missão que nos foi confiada por seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo.
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2. Nessa guerra por um lado, somos bombardeados por milhares de vãos pensamentos e tentações que chegam à nossa mente querendo nos induzir ao pecado; por outro lado, somos socorridos e fortificados pelos pensamentos advindos da sabedoria do Espírito Santo que nos ajuda a superar tais tentações; porém, cabe ao nosso livre arbítrio acolher o amparo que Deus nos dá por meio da prática da nossa fé.
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3. De fato, precisamos ficar atentos para um detalhe decisivo nesta guerra, somente nós podemos nos derrotar a nós mesmos, facilitando a ação do inimigo, porém, para evitar isso, são Paulo nos ensina: "Mortificai, pois, os vossos membros no que têm de terreno: a devassidão, a impureza, as paixões, os maus desejos, a cobiça, que é uma idolatria." (Cl 3,5).
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4. No Evangelho de hoje o rei Heródes desejava ver Jesus, mas algo o impedia, isto é, a maldade que o levou a degolar o inocente, João Batista, precursor de Messias. Ora, quando uma alma vive imersa nas trevas da maldade nada mais encherga além das trevas que a envolve; nada de bom realiza, pois as trevas que lhe envolve não o permite.
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5. Portanto, caríssimos, todo coração dominado pelo pecado experimenta um terrível vazio existencial e uma agonia torturante que gera ansiedade, depressão e outros males; de modo que, só é possível mudar esse estado mórbido de alma mediante o arrependimento sincero, a confissão e a absolvição sacramental; caso contrário, continuará imerso no inferno gerado pelos pecados praticados.

6. Destarte, escutemos atentamente este conselho de são Maximiliano Maria Kolbe: "Meus queridos filhos, quando a escuridão nos envolve, quando as fraquezas e os desânimos nos oprimem, pensemos no Céu... O Céu está se aproximando. Todos os dias estamos mais perto do Céu. Coragem, então! 

7. Não escute o diabo que quer fazer você acreditar que o Céu existe, é certo, mas que não é para você. Mesmo se você tivesse cometido todos os pecados possíveis, um ato de amor perfeito os apaga todos tão perfeitamente para que nenhum traço deles exista". 
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8. Lembre-se sempre: "De fato, quem vive segundo a fé vive segundo a razão de Deus, que é ilimitada. Na medida em que a alma vive segundo a fé, eleva-se a um nível infinitamente superior à ordem da natureza". (São Maximiliano Maria Kolbe)
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

SENHOR JESUS, NÓS SOMOS OS TEUS DISCÍPULOS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 9,1-6)(27/9/23).


1. Caríssimos, formar um discípulo do Reino de Deus é dar a ele a ciência e o conteúdo eterno dos valores desse Reino, ou seja, é dar a ele uma visão antecipada de como são vividos tais valores pelos filhos e filhas de Deus em Sua presença no Reino dos Céus, para que anunciem a herança eterna que Deus tem reservada para aqueles que o amam. 

2. Com efeito, depois de instruir os seus discípulos no Evangelho de hoje , o Senhor Jesus os enviou com o Seu poder sobre toda criatura, todavia, os recomendou para não perderem tempo com o apego aos valores deste mundo, porque eles só existem em função dos valores eternos, fora disso são pedras de tropeço no caminho da evangelização. 

3. "Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino de Deus está próximo’." (Mt 10,7). “Não leveis nada para o caminho: nem cajado nem sacola nem pão nem dinheiro nem mesmo duas túnicas. Em qualquer casa onde entrardes, ficai aí; e daí é que partireis de novo." (Lc 9,3-4).

4. E como vimos na sua instrução, "a pobreza é necessária para amar. Porque quem tem coisas é tentado a dar apenas coisas; quem não tem nada dá-se a si mesmo, isto é, ama. A pobreza é a vitória sobre o deus dinheiro que muitos buscam; ela é a fé em Deus; é a libertação de si mesmo e das coisas; é a condição indispensável para acolher a ação de Deus e encher-se da sua graça."

5. E desse modo, o Senhor os "enviou a proclamar o Reino de Deus e a curar os doentes". Anunciar e curar são os dois verbos de ação que Jesus confia aos seus discípulos. Não lhes dá o poder de subjugar os homens, mas de os servir e os libertar dos males espirituais, morais e físicos. Envia-os a anunciar o Reino de Deus, isto é, a sua presença entre nós, o seu amor, a sua bondade." (D. Angelo Spina).

6. De fato, "o êxito de qualquer anúncio cristão não está nos meios de que dispomos. Não está nas coisas materiais. Não está nas circunstâncias favoráveis. Está, antes, na confiança. Ir sem garantias humanas significa uma profunda confiança n'Aquele que nos chamou e enviou para levarmos palavras de vida e sinais de caridade concreta." (D. Angelo Spina).
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7. São Paulo, na sua Carta aos Romanos, assim nos exorta a respeito da missão: "O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e gozo no Espírito Santo. Quem deste modo serve a Cristo, agrada a Deus e goza da estima dos homens. Portanto, apliquemo-nos ao que contribui para a paz e para a mútua edificação." (Rm 14,17-19).
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8. Destarte, como discípulos de Cristo, estamos a caminho do Seu Reino de amor, e aonde quer que sejamos enviados, anunciamos o que já vivemos da grandeza de seus valores eternos que nos faz comungar em tudo com a sua vontade e n'Ele permanecer até que nos leve em definitivo à felicidade do Paraíso.
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Amados irmãos e amadas irmãs, peçamos humildemente 
ao Senhor Jesus que nos conceda a graça da plenitude do Espírito Santo para sermos fiéis até o fim no cumprimento da nossa missão neste mundo. Amém! Assim seja!
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Paz e Bem! 
Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 26 de setembro de 2023

NÓS SOMOS DA FAMÍLIA DE DEUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 8,19-21)(26/9/23).

1. Caríssimos, seguir a Cristo implica ter um coração semelhante ao de Cristo, pois Ele mesmo disse: "Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas." (Mt 11,29-30)

2. Ora, nenhum coração se assemelha mais ao Coração de Jesus do que o coração Imaculado de sua Mãe, Maria Santíssima, que por vontade de Deus Pai, gerou o Seu Divino Coração que ora bate eternamente em Seu peito.

3. Com efeito, no Evangelho de hoje ouvimos a revelação de que a família do Senhor nasce do poder da fé mediante o batismo, como bem observa são João: "Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus." (Jo 1,11-12).

4. Desse modo, entendemos que para pertencer à santa família do Senhor, é preciso viver a mesma obediência que Ele viveu, como nos ensina são João na sua primeira carta: "Aquele que afirma permanecer em Cristo, deve também viver como ele viveu." (1Jo 2,6).

5. E o próprio Senhor nos atesta isto pessoalmente: "De mim mesmo não posso fazer coisa alguma. Julgo como ouço; e o meu julgamento é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou." (Jo 5,30). Ou seja, a vontade do Pai é tudo para Cristo, Seu Filho Unigênito, e é tudo para nós, seus filhos adotivos.

6. Portanto, caríssimos, na história do Novo Testamento, quem primeiro conheceu os desígnios de Deus para a nossa salvação, foi a Santíssima Virgem Maria, que pela anunciação do anjo Gabriel, gerou o Filho de Deus em seu santo ventre, por obra e graça do Espírito Santo.

7. E foi ela também quem nomeou e pronunciou pela primeira vez o Santíssimo Nome de Jesus, conforme o anúncio do Anjo: "Entrando, o anjo disse-lhe: Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo. Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus." (Lc 1,28,31).

8. Destarte, por ser a Mãe de Cristo, cabeça da Igreja (cf. Cl 1,18), ela é também a Mãe da Igreja, seu corpo místico, da qual nascemos da água e do Espírito Santo no batismo. Bem como ouvimos no Evangelho de hoje: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática”. (Lc 8,18). E Maria Santíssima foi a primeira que ouviu a Palavra e a pôs em prática, gerando na Arca Santa do seu seio, o Verbo de Deus que se fez carne e habitou entre nós.

Paz e Bem! 

Frei Fernando Maria OFMConv. 

segunda-feira, 25 de setembro de 2023

VÓS SOIS A LUZ DO MUNDO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 8,16-18)(25/9/23). 


1. Caríssimos, felizes são aqueles que têm o coração em Deus e cumprem fielmente os seus santos mandamentos, por isso, não se deixam levar pelos maus pensamentos, porque são contrários à prática da fé; mas, cultivam a unidade do Espírito pelo vínculo da paz, formando o Corpo Místico de Cristo, isto é, a sua Santa Igreja (cf. Cl 1,18). 

2. Ora, isso significa que por meio do batismo Deus nos deu a graça de sermos seus filhos e filhas adotivos no Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo; bem como nos ensina são Paulo: "O Espírito mesmo dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus. E, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, contanto que soframos com ele, para que também com ele sejamos glorificados." (Rm 8,17).

3. No Evangelho de hoje disse o Senhor: "Ninguém acende uma lâmpada para a cobrir com uma vasilha": com estas palavras, Jesus incentiva os seus discípulos a levarem uma vida irrepreensível, aconselhando-os a que velem constantemente sobre si mesmos, dado que estão postos sob o olhar de todos os homens, quais atletas num estádio, vistos por todo o universo (cf 1Cor 4,9).

4. E diz-lhes: «Não penseis: “Podemos ficar calmamente sentados, aqui escondidos neste cantinho do mundo”, porque sois visíveis para todos os homens, qual cidade situada no alto de um monte (cf Mt 5,14), qual luz que, no interior de uma casa, foi colocada no candelabro.
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5. Eu acendi a luz da vossa lâmpada; compete-vos mante-la, não apenas para vossa vantagem pessoal, mas no interesse de todos os que a virem e forem por ela conduzidos à verdade. Se viverdes vigilantes, como quem é chamado a conduzir o mundo inteiro ao bem, nem as piores maldades poderão ensombrar a vossa luz. 
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7. Assim pois, que a vossa vida corresponda à santidade do vosso ministério, para que a graça de Deus seja anunciada a todos». (são João Crisostomo). Portanto, fazer a vontade de Deus e ser santos, é o único objetivo de nossa vida neste mundo, como nos ensinou o Senhor: "Sede santos, assim como vosso Pai celeste é Santo." (Mt 5,48). Ou seja, a santidade não é um privilégio de poucos, mas um dom de Deus para todos. 
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8. Destarte, para chegarmos a ela, precisamos percorrer o caminho que Jesus nos chama à percorrer com Ele; de fato, sabemos que o caminho é estreito e apertada é a porta, mas também sabemos que todos os que o seguiram, hoje vivem com Ele na felicidade eterna, na glória do Seu Reino.
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Paz e Bem! 
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

A VIDA NOS FOI DADA, NÃO PARA SER TIRADA, MAS SIM, PARA SER CUIDADA...


 1. Em seu voto a favor do aborto até a 12° semana de gestação, a Ministra Rosa Weber usou 103 páginas para tentar justificar o assassinato cruel de milhares e milhões de inocentes... 


2. Tudo isso com o ímpeto de querer anular o 5° mandamento da Lei de Deus: "Não Matarás." 

3. Ora, quem defende o direito que todo inocente tem de nascer? Ou quem poderá acusa-lo por algum crime que incorra na sua execução sumária? 

4. Infelizmente a Ministra Rosa Weber assinou, com o seu voto, a sua culpa eterna por milhares e milhões de vidas que serão tiradas com anuência do estado caso esta ADPF n. 442 seja aprovada... 

5. De fato, será que pode viver em paz quem se acha no direito de se pôr a cima de Deus, decidindo pelo extermínio de milhões de inocentes contrariando a sua Lei?

6. A decisão de dar a vida ou não a um ser humano é uma escolha feita somente antes dele ser gerado; mas, nunca, em hipótese alguma, depois que foi gerado... 

7. Ora, não existe o justo direito sem o correspondente dever, porque os nossos atos não são atos irresponsáveis, uma vez que temos consciência de que eles geram consequências; decerto, quem gera a vida tem o dever de protegê-la, e jamais o direito de descarta-la como se fosse um intruso abominável. 

8. O embrião não é um emaranhado de células, mas sim, uma vida nascente, e por isso, precisa de cuidado e não de ser arrancado do seu habitat natural... 

9. Que Deus tenha compaixão e liberte todos os inocentes da pena de morte que os políticos e juízes do nosso país querem lhes impor...

10. Senhor Jesus tende misericórdia dos nossos inocentes. Não permita que os Herodes do nosso tempo repita a matança de inocentes como fez Herodes naquele tempo... 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv. 

domingo, 24 de setembro de 2023

HOMILIA DO 25°DOM DO TEMPO COMUM...


 Homilia do 25°Dom TC (Mt 20,1-16a)(24/9/23)

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1. Caríssimos, a lógica humana parte sempre dos valores limitados, temporais, por isso, seus critérios são tão mesquinhos e com eles tentam limitar tudo até mesmo as graças de Deus; pelo contrário, a lógica divina nasce do infinito amor do Senhor que nunca limita as suas graças. 

2. Por isso mesmo, nunca se cansa de nos perdoar e nos doar sua infinita bondade e a felicidade que tanto precisamos, e que fora dos seus desígnios não encontramos. Bem como nos ensinou o Senhor: "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo." (Mt 6,33).
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3. Decerto, tudo em Deus não tem limite, e é por isso que Ele tem tanta paciência para conosco, apesar dos muitos pecados que cometemos. Com efeito, quantos não foram os apelos da Sua Divina Misericórdia por meio das aparições de Nossa Senhora, pedindo-nos oração, penitência e conversão? Mas, quantos no seio da humanidade escutaram realmente os seus apelos?
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4. De fato, pela multiplicidade dos pecados cometidos neste mundo, não resta dúvida de que pouco tempo lhe falta para que a justiça divina nele se cumpra, passando a limpo tudo o que se encontra manchado pela escória do pecado.

5. Todavia, com profunda reverência e devoção escutemos está exortação de são Paulo: "Irmãos, desempenhamos o encargo de embaixadores em nome de Cristo, e é Deus mesmo que exorta por nosso intermédio. Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-vos com Deus!

6. Aquele que não conheceu o pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nós nos tornássemos justiça de Deus. (2Cor 5,20-21). De fato, e em vista da nossa salvação, não foram poucos os apelos de nossa Senhora; nem do Misericordioso Coração de Jesus, para que a humanidade se convertesse.
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7. Por isso, não existe desculpas para que a humanidade permaneça mergulhada nesse mar de lama das atrocidades cometidas. "Pois Deus não enviou o Seu Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele." (cf. Jo 3,16-21).
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8. Portanto, caríssimos, cabe à nós ouvirmos a sua voz e nos convertermos para darmos os frutos de sua presença em nossos corações e em nossas ações. Para que assim, sejamos considerados os últimos, pois, conforme a lógica divina, como vimos no Evangelho de hoje, "os últimos serão os primeiros." (Mt 20,16a).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 23 de setembro de 2023

PALAVRAS SÃO SEMENTES SEMEADAS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 8,4-15)(23/9/23). 


1. Amados filhos e filhas de Deus, as Parábolas contadas pelo Senhor Jesus são ensinamentos advindos do Pai pelos quais Ele semeia a Sua Palavra de vida eterna; ouví-lo atentamente é deixar cair essas sementes no solo fecundo de nossas almas, para que germinando pela ação do Espírito Santo, produza frutos, cem por um. 

2. Com efeito, sempre queremos entender o que nos é dito e para isto temos a razão; porém, quando esta é desprovida da graça de Deus, não nos basta, pois o único entendimento capaz de adubar o terreno infértil das nossas almas, é o profundo entendimento da fé, dom do Espírito Santo, que transpõe a nossa natureza com a clareza da Sua Divina Sabedoria. 

3. As sementes da Palavra de Deus é a própria vontade de Deus, por isso, precisamos aguçar os ouvidos de nossa fé, para recebê-la na terra fertilizada do nosso coração e assim fazer brotar os frutos da salvação para permanecermos no celeiro do Senhor, o Reino dos Céus. 

4. Com efeito, é bem como nos ensina São Paulo: "Assim, meus caríssimos, vós que sempre fostes obedientes, trabalhai na vossa salvação com temor e tremor. Porque é Deus quem, segundo o seu beneplácito, realiza em vós o querer e o executar." (Fl 2,12-13).

5. De fato, para vivermos essa Parábola contada hoje por Jesus, temos que nos libertar da interioridade aparente, do entusiasmo superficial e das preocupações sufocantes, atitudes representadas pelos três primeiros terrenos, para assim nos revestir da sabedoria da fé que confirma o nosso viver em Deus. 

6. Portanto, caríssimos, essa Parábola é como o espelho de nossas almas, porque reflete o nosso estado interior, isto é, aquilo que vivemos ou não vivemos da Palavra de Deus. Pois, assim nos ensinou o Senhor: "Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada. Aquele que não me ama não guarda as minhas palavras. A palavra que tendes ouvido não é minha, mas sim do Pai que me enviou." (Jo 14,23-24). 

8. Destarte, e como fazer para ouvir o Senhor e praticar o que Ele nos diz? Rezar sempre com a mente, afastando os pensamentos vãos, desordenados e estranhos; porque são eles que nos impede de encontrar Deus no mais profundo de nossas almas, no silêncio sagrado da nossa oração. É isto que nos faz vencer as tentações e as distrações, ou seja, jamais dialogar com elas, e a chave para isto é o nosso livre arbítrio.
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Paz e Bem! 
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

CUIDADO COM OS FALSOS PROFETAS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 8,1-3)(22/9/23)

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1. Caríssimos, na Sagrada Escritura e ao longo da história da Igreja, foram constantes a presença dos falsos profetas e suas heresias; mesmo sem serem chamados ou enviados, eles usaram o nome do Senhor Jesus ou o próprio nome para espalharem suas falsas doutrinas, desviando, com isso, a muitos que neles acreditaram e os seguiram.
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2. Com efeito, também nesse tempo em que vivemos, como o joio no meio do trigo, eles veem se multiplicando assustadoramente tal qual nos ensinou o Senhor: “Levantar-se-ão muitos falsos profetas e seduzirão a muitos. 

3. Então se alguém vos disser: Eis, aqui está o Cristo! Ou: Ei-lo acolá!, não creiais. Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas, que farão milagres a ponto de seduzir, se isto fosse possível, até mesmo os escolhidos. Eis que estais prevenidos." (Mt 24,11.23-25).
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4. Na primeira leitura de hoje, São Paulo nos mostra o discernimento preciso para que não nos percamos, acreditando nas artimanhas e maquinações desses inimigos da verdadeira fé. Diz ele: "Quem ensina doutrinas estranhas e discorda das palavras salutares de nosso Senhor Jesus Cristo e da doutrina conforme à piedade, é um obcecado pelo orgulho, um ignorante que morbidamente se compraz em questões e discussões de palavras." (1Tm 6,3).
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5. De fato, atualmente não são poucos os que põem uma Bíblia debaixo do braço ou se apegam à vãs filosofias, e vão para os meios de comunicação em massa ou saem de casa em casa espalhando suas falsas doutrinas. A estes escreveu são Paulo: "De fato, não há dois (evangelhos): há apenas pessoas que semeiam a confusão entre vós e querem perturbar o Evangelho de Cristo." (Gl 1,7).

6. Também São João escreveu a esse respeito: "Filhinhos, esta é a última hora. Vós ouvistes dizer que o Anticristo vem. Eis que já há muitos anticristos, por isto conhecemos que é a última hora. Eles saíram dentre nós, mas não eram dos nossos. Se tivessem sido dos nossos, ficariam certamente conosco. Mas isto se dá para que se conheça que nem todos são dos nossos." (1Jo 2,18).
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7. Portanto, caríssimos, a ação evangelizadora é uma missão confiada pelo Senhor Jesus aos seus discípulos no seio da sua Santa Igreja, por isso, todos os batizados são chamados a viver o Evangelho e enviados à anunciá-lo com palavras e as boas obras.
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8. Destarte, precisamos viver autenticamente a nossa fé católica tal qual a recebemos dos Apóstolos e dos seus sucessores tendo à frente o Santo Padre, os bispos em comunhão com ele, os sacerdotes e diáconos, e todo o povo de Deus.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

O FILHO DO HOMEM VEIO SALVAR O QUE ESTAVA PERDIDO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 9,9-13)(21/9/23) 

1. Caríssimos, para nós o Sagrado é sempre um Mistério como que intocável, isto porque nos acostumamos com nossa naturalidade de tal forma, que qualquer coisa que destoe dela, mesmo que seja natural, é motivo de protesto ou julgamentos de valor. 

2. No entanto, a fé nos revela que Deus quis se tornar um de nós, exceto no pecado, sem deixar de ser Deus. Na verdade, muitos agem como se o único critério para aprovar ou não a existência e a ação de Deus em nosso meio seja deles e não de Deus.

3. Sem dúvida, em nossos dias a falta de discernimento é tamanha que a verdade é tida como mentira e a mentira é tida como se fosse verdade. Tal é o grau de cegueira espiritual da humanidade. De fato, os homens se tornaram escravos dos próprios pecados, por isso agem tão cinicamente e à luz do dia, que acreditam até que não são notados ou que isso faz parte da decadência que ora vive a humanidade. 

5. Decerto, quando o ser humano não percebe mais o bem e a misericórdia como presença de Deus em nosso meio, é porque tornou-se um mal para si mesmo e para os outros. De modo que, ou se converte e encontra na Misericórdia Divina, o perdão dos pecados e a vida eterna; ou permanece no indiferença e na incredulidade que lhe invade a alma. 

6. No entanto, Deus é fiel ao seu amor por nós, e nunca vai deixar de agir em nosso favor, não obstante o alto grau de pecaminosidade dos seres humanos; porque, de fato, Ele veio exatamente para salvar os pecadores, como vimos no Evangelho de hoje, em que o Senhor Jesus foi julgado porque usou de misericórdia para com Mateus e os demais publicanos presentes. 
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7. Sem dúvida, os algozes do Senhor, são lembrados até hoje só como algozes, cuja ferocidade levou Jesus, Mateus e quem sabe muitos dos que ali estavam à morte; enquanto que Jesus e os martíres da fé, estão vivos em meio ao Mestério da vida eterna.
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8. Portanto, caríssimos, não são os homens maus que têm a última palavra, mas somente Deus, que tudo criou por meio da Sua Palavra e a tudo sustenta e governa pela Palavra do Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo. 

Destarte, eis o que diz o Senhor: "Aprendei, pois, o que significa: `Quero misericórdia e não sacrifício'. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores'." (Mt 9,13). E nós, de que lado estamos, dos que julgam uns aos outros ou dos que se convertem e dão a vida para a salvação de todos?
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.DestaDestarte, eis o que diz o Senhor: "Aprendei, pois, o que significa: `Quero misericórdia e não sacrifício'. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores'." (Mt 9,13). E nós, de que lado estamos, dos que julgam uns aos outros ou dos que se convertem e dão a vida para a salvação de todos?
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 19 de setembro de 2023

MISERICÓRDIA E COMPAIXÃO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 7,11-17)(19/9/23). 


1. Caríssimos, nenhuma pessoa batizada pode pronunciar o nome Igreja sem que ela mesma seja Igreja; mas, que tipo de Igreja? Aquela que é santa por ser o Corpo Místico de Cristo, ou aquela que os incrédulos abandonaram e agora a criticam porque não estavam vivendo a santidade de Cristo pela devida obediência?

2. Por outro lado, também não podem ser chamados de Igreja aqueles que vivem dentro da Igreja, mas não obedecem ao que a Igreja ensina, não fazem a vontade de Deus como a Igreja faz, e não testemunham Cristo como a Igreja o testemunha.

3. E isto porque no pecado e no escândalo não existe a vontade de Deus, e onde a vontade de Deus não se faz presente, a Igreja também não se faz presente, porque a Igreja é a vontade de Deus para a salvação da humanidade.

4. Com efeito, tudo na vida do Senhor Jesus é revelação da vontade do Pai; assim, suas palavras, seus gestos, seus milagres, seu modo de ser, tudo nos leva a crer, porque é expressão de quem Deus é, o que Ele nos diz e o que faz para sermos felizes, porque nos ama incondicionalmente. 

5. Decerto, nos ama tão incondicionalmente que nos deu o Seu único Filho para sermos salvos por seu sacrifício de cruz. "É assim que Deus nos ama, diz a Escritura. E qual é o fruto deste amor, desta misericórdia? É a vida! Pensemos nisto, é belo: a misericórdia de Deus dá vida ao homem, ressuscita-o dos mortos." (Papa Francisco).

6. No Evangelho de hoje, o Senhor Jesus expressa sua compaixão por uma viúva que havia perdido o único filho; e diante de seus discípulos e da grande multidão que prestava solidariedade àquela mãe desolada, ele ressuscitou seu filho dos mortos, revelando a misericórdia do Pai presente nos valores eternos exercitados em meio as dores desta vida.
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7. Portanto, caríssimos: "O Senhor olha-nos sempre com misericórdia; não nos esqueçamos, olha-nos sempre com misericórdia, espera-nos com misericórdia. Não tenhamos medo de nos aproximar d'Ele! Ele tem um coração misericordioso! Se Lhe mostramos as nossas feridas interiores, os nossos pecados, Ele perdoa-nos sempre. É pura misericórdia! Então, confiantes aproximemo-nos do Senhor!" 
(Papa Francisco).
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8. Destarte, para todos nós que ainda estamos neste mundo, o seu gesto de compaixão e de misericórdia, é o que precisamos para entender que o nosso viver só tem sentido quando somos expressões nítidas da presença de Deus na vida uns dos outros. "Que Maria Santíssima nos ajude a ser mansos, humildes e misericordiosos para com os nossos irmãos e irmãs." (Papa Francisco).
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Paz e Bem! 

Frei Fernando Maria OFMConv. 

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

UM EXEMPLO DE FÉ INABALÁVEL...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 7,1-10)(18/9/23).


1. Caríssimos, "tudo é possível ao que crê," disse o Senhor Jesus, desse modo, compreendemos que não existem barreiras que impeçam a ação poderosa da fé, porque a fé remove montanhas existenciais e todos os outros obstáculos que se apresentam como impedimento contra as suas ações. 

2. Com efeito, crer é muito mais que fazer qualquer afirmação credente ou manifestação exterior de piedade; crer é experimentar o poder da fé, mediante a ação direta do Espírito Santo, confirmando todas as graças necessárias para sanar as nossas enfermidades psíquicas, físicas, morais e espirituais.

3. No Evangelho de hoje, encontramos um oficial romano que demonstra a fé no Senhor Jesus por sua atitude de humildade e suas obras de caridade, como reza o texto: “O oficial merece que lhe faças este favor, porque ele estima o nosso povo. Ele até nos construiu uma sinagoga”. 

4. Diferentemente de muitos que querem receber as graças do Senhor, mas sem nenhuma atitude de humildade e de fé que as alcance. Por isso, meditemos, com este versículo da Carta aos Hebreus: "Ora, sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se achegar a ele é necessário que se creia primeiro que ele existe e que recompensa os que o procuram." (Hb 11,6).
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5. Sem dúvida, a nossa fé em Cristo é uma iluminação do Espírito Santo, que nos faz experimentar as graças de Deus derramadas sobre nós para darmos um verdadeiro testemunho de como o Senhor age em nosso favor à medida que nele acreditamos.
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6. Decerto, é bem como ouvimos na prece do oficial romano: “Senhor, não te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa. Nem mesmo me achei digno de ir pessoalmente a teu encontro. Mas ordena com a tua palavra, e o meu empregado ficará curado."
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7. Portanto, caríssimos, as palavras desse centurião romano foram de uma magnitude tão extraordinária que ecoam por toda a eternidade, de modo que a Santa Igreja as introduziu na sua ação litúrgica e em cada Santa Missa as repetimos antes da comunhão: "Senhor eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e eu serei salvo." (MR). 
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8. Destarte, convém lembrar que a profissão de fé do centurião em Cristo surge da sua compaixão pelo seu servo, da estima que tinha ao povo de Deus e das obras de misericórdia que realizava em seu favor. Desse modo, também nós que acreditamos em Cristo Jesus precisamos testemunha-lo seguindo o mesmo exemplo de fé desse oficial romano, porque Deus sempre fala pelos nossos bons exemplos.
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Paz e Bem! Lc 7,1-10
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

PERDOAR É AMAR, É FAZER A VONTADE DE DEUS...


 Homilia do 24°Dom do TC (Mt 18,21-35)(17/9/23)


1. Caríssimos, a liturgia de hoje nos mostra um dos dons de Deus que mais precisamos para nos manter seguros no caminho da salvação; trata-se do perdão que brota da inesgotável misericórdia do Senhor, cujo exercício é fundamental "para vivermos em santidade e justiça diante Dele todos os dias de nossa vida."

2. De fato, para alcançarmos a graça santificante do seu amor precisamos perdoar sempre como Jesus nos ensinou no Evangelho de hoje. Isto porque o ato de julgar sem sermos justos ou chamados para isto, nos leva a portar em nossas almas os pecados de quem julgamos. E se assim procedemos, tais pecados ocupam o espaço que antes em nós pertencia à divina misericórdia.

3. No Evangelho de hoje são Pedro interpela o Senhor Jesus a respeito do perdão que devemos dar à quem nos ofende: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete." Ou seja, assim como o Reino de Deus não tem limite, de igual modo as virtudes da misericórdia e do perdão que nele vivemos também não tem limite. 

4. Desse modo, compreendemos que para sermos perdoados, precisamos perdoar sempre, pois o perdão é a maior fonte de cura e libertação que Deus nos deu por seu Filho, nosso Senhor Jesus, que do alto da cruz intercedeu por seus algozes: "Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem." (Lc 23,34a).

5. Com efeito, após o diálogo com Pedro, Jesus conta a parábola sobre um homem que mesmo perdoado de sua dívida impagável; não teve compaixão de um de seus companheiros que lhe devia uma quantia insignificante. Ora, e por que não dizer que entre nós isso também acontece frequentemente?
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6. De fato, quando nos deixamos tomar pela mágoa, o rancor e o ressentimento, já não existe espaço em nossas almas para as graças de Deus serem derramadas nelas; desse modo, só nos resta os sofrimentos causados pelo veneno mortífero do ódio e do desejo de vingança. 
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7. Portanto, caríssimos, quando o Senhor Jesus nos ensinou a oração do Pai nosso, nela está contido o pedido de perdão, porém, do mesmo modo com que perdoamos, por isso, o Senhor acrescentou: "Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará." (Mt 6,14-15).
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8. Destarte, a todo momento sofremos a tentação de limitar o perdão ou até de elimina-lo da nossa prática de vida. Todavia, não podemos esquecer que o perdão está diretamente ligado ao amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Por isso, perdoar é amar, é fazer a vontade de Deus, como o Senhor Jesus nos ensinou.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

FUNDAMENTADOS EM CRISTO, A ROCHA ETERNA DA NOSSA SALVAÇÃO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 19,25-27)(15/9/23).


1. Caríssimos, hoje a Igreja celebra a memória da Virgem Maria, a Mãe de Deus dolorosa, que se encontra aos pés da cruz do seu Filho, Jesus, para oferecê-lo ao Pai em expiação dos nossos pecados. A Virgem Mãe sofreu com seu Filho as dores de seu martírio para que assim se consumasse o desígnio do Pai, "reunir em Cristo todas as coisas, as que estão nos céus e as que estão na terra." (Ef 1,10b).

2. De fato, fomos redimidos pelo único sacrifício capaz de expiar os nossos pecados e de vencer o maligno para sempre. Desse modo, compreendemos que o Sangue Redentor de Cristo derramado no Calvário, é também o segue de sua Mãe, Maria Santíssima, que o gerou no seu ventre por obra e graça do Espírito Santo. 

3. Com efeito, a Virgem Mãe se encontra dentro do grande mistério do seu Filho, por isso, não tem como pensar a redenção sem essa união entre mãe e Filho, e entre Filho e mãe. As dores de Cristo são também as dores de sua mãe; o amor doação de Cristo é o amor de sua mãe; pois quem o Espírito Santo uniu com Sua Divina Perfeição não pode ser dividido. 

4. Vejamos, então, a aceitação do sofrimento humano do Senhor: "Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, àquele que era capaz de salvá-lo da morte. E foi atendido por causa de sua entrega a Deus. 

5. Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência a Deus por aquilo que sofreu. Mas, na consumação de sua vida, tornou-se a causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem." (Hb 5,7-8). Pois, "Sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz." (Fl 2,8).

6. Portanto, caríssimos, celebrar a memória das dores de Nossa Senhora na hora do martírio do seu Filho, Jesus Cristo, é celebrar também a sua aceitação da vontade do Pai mesmo sem entender à princípio o porquê do tamanho sacrifício do seu amado Filho, mas apenas sofrer com Ele as dores do nosso resgate. 

7. Destarte, a via dolorosa de Cristo e de Sua mãe é o preço pago pela nossa redenção, por isso, o Sangue de Cristo tem todo poder sobre o céu e sobre a terra, pois o derramou para apagar os nossos pecados, como afirma são Paulo: "Porque fostes comprados por um grande preço. Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo." (1Cor 6,20).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

VIRGEM DOLOROSA, ROGAI POR NÓS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 19,25-27)(15/9/23).


1. Caríssimos, hoje a Igreja celebra a memória da Virgem Maria, a Mãe de Deus dolorosa, que se encontra aos pés da cruz do seu Filho, Jesus, para oferecê-lo ao Pai em expiação dos nossos pecados. A Virgem Mãe sofreu com seu Filho as dores de seu martírio para que assim se consumasse o desígnio do Pai, "reunir em Cristo todas as coisas, as que estão nos céus e as que estão na terra." (Ef 1,10b).

2. De fato, fomos redimidos pelo único sacrifício capaz de expiar os nossos pecados e de vencer o maligno para sempre. Desse modo, compreendemos que o Sangue Redentor de Cristo derramado no Calvário, é também o segue de sua Mãe, Maria Santíssima, que o gerou no seu ventre por obra e graça do Espírito Santo. 

3. Com efeito, a Virgem Mãe se encontra dentro do grande mistério do seu Filho, por isso, não tem como pensar a redenção sem essa união entre mãe e Filho, e entre Filho e mãe. As dores de Cristo são também as dores de sua mãe; o amor doação de Cristo é o amor de sua mãe; pois quem o Espírito Santo uniu com Sua Divina Perfeição não pode ser dividido. 

4. Vejamos, então, a aceitação do sofrimento humano do Senhor: "Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, àquele que era capaz de salvá-lo da morte. E foi atendido por causa de sua entrega a Deus. 

5. Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência a Deus por aquilo que sofreu. Mas, na consumação de sua vida, tornou-se a causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem." (Hb 5,7-8). Pois, "Sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz." (Fl 2,8).

6. Portanto, caríssimos, celebrar a memória das dores de Nossa Senhora na hora do martírio do seu Filho, Jesus Cristo, é celebrar também a sua aceitação da vontade do Pai mesmo sem entender à princípio o porquê do tamanho sacrifício do seu amado Filho, mas apenas sofrer com Ele as dores do nosso resgate. 

7. Destarte, a via dolorosa de Cristo e de Sua mãe é o preço pago pela nossa redenção, por isso, o Sangue de Cristo tem todo poder sobre o céu e sobre a terra, pois o derramou para apagar os nossos pecados, como afirma são Paulo: "Porque fostes comprados por um grande preço. Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo." (1Cor 6,20).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

A CRUZ DE CRISTO É O ÚNICO SINAL DA NOSSA SALVAÇÃO...


 FESTA DA EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ (Jo 3,13-17)(14/9/23)


1. Caríssimos, a Igreja hoje celebra a Festa da Exaltação da Santa Cruz. Movidos pela piedade, perguntemos: por que um instrumento que era usado para torturar e matar os culpados, usaram-no para torturar e matar o inocente Filho de Deus? Como entender que Deus, infinitamente Santo, veio até nós e se deixou crucificar por seus algozes? 

2. Sem dúvida, nenhuma explicação humana responde a estas perguntas, mas, somente o amor com Deus nos amou como o Senhor Jesus mesmo nos ensinou: "Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna." (Jo 3,16).

3. De fato, diante da cruz todo o universo estremesse até mesmo o Filho amado de Deus que ao sentir a sua proximidade suou sangue e prostrado suplicou por três vezes: "Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice! Todavia não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres." (Mt 26,39). 

4. Com efeito, o preço da nossa salvação foi extremamente doloroso; então, como faremos para saldar essa dívida incomensurável? Ora, isso só é possível mediante uma vida digna que corresponda ao amor sacrifical do nosso Salvador que se manteve obediente à vontade do Pai a fim de que fossêmos resgatados das cadeias do pecado nas quais caímos por conta da nossa desobediência. 

5. No entanto, eis o que disse o Senhor: "De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele." (Jo 3,17). Todavia, nos deu este alerta: "Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado; por que não crê no nome do Filho único de Deus." (Jo 3,18). Desse modo, a fé em Cristo é fundamental, para vivermos como Ele viveu fazendo em tudo a vontade do Pai (cf. 1Jo 2,6).

6. Na primeira leitura vimos que a serpente de bronze erguida por Moisés no deserto curava os rebeldes que olhavam para ela depois de picados pelas serpentes venenosas; na verdade, ela é o símbolo da cruz de Cristo, que salva os pecadores que se voltam para Ele arrependidos e se livram do castigo da perdição eterna. 

7. Portanto, caríssimos, não existe dor semelhante à dor do Filho amado de Deus; não existe morte mais cruel que a sua, pois, como um cordeiro totalmente inocente tudo padeceu sem nada reclamar, mas sim para nos amar e nos dar o que há de mais precioso no céu, contemplar a Deus face a face por toda a eternidade.

8. Destarte, rezemos com são Francisco de Assis esta belíssima oração da exaltação da Santa Cruz composta por ele: "Nós vos adoramos Santíssimo Senhor Jesus Cristo, aqui e em todas as vossas igrejas que estão do mundo inteiro e vos bendizemos, porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo." (T.2; Dir.38).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

AS BEM-AVENTURANÇAS, CAMINHO DE SANTIDADE...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,20-26)(13/9/23).

1. Caríssimos, as bem-aventuranças são o itinerário de perfeição traçado por Deus em Seu desígnio de amor para todos os seus filhos e filhas humanos; e olha que o Filho de Deus para nos salvar padeceu as mais terríveis torturas que lhe impuseram os seus perseguidores. 

2. De fato, as bem-aventuranças que nos levam à santidade é via de perfeição, mas em meio às provações que passamos. Talvez nem compreendamos o porquê sofremos uma vez que Deus nos criou somente para sermos felizes. 

3. Tadavia se não existisse o pecado e seu resultado imediato, certamente não teríamos nenhum sofrimento. Mas, e quando vivemos em em estado de graça e mesmo assim sofremos injúrias, calúnias, maus tratos, etc. Por que isso acontece? 

4. Porque seguir a Cristo é carregar com Ele a nossa cruz de cada dia, como Ele mesmo disse que seríamos perseguidos por causa do seu nome (cf. Mt 10,22). No entanto, nenhum inocente sofre neste mundo sem ser consolado por Deus que nos deu o Espírito Santo para permanecer conosco e assim vencermos a luta contra o pecado.

5. De fato, ninguém em sã consciência quer sofrer, o sofrimento é algo que sempre procuramos evitar, mas ninguém o consegue, pois é inevitável, uma vez que ele se encontra em todas as fases do viver, em todas as criaturas; aliás, nem o Filho de Deus escapou dele. 

6. No entanto, quando damos ao sofrimento o mesmo sentido que Cristo deu, então, o padecemos como mérito salvífico e desse modo nos unimos a Cristo em obediência a Deus Pai, para amá-lo de todo coração na certeza de que Ele sofre conosco para nos livrar definitivamente de todo sofrimento e de todo mal.

7. Mas, muita atenção, porque existem os sofrimentos advindos dos próprios pecados, esses são terríveis, porque somos nós mesmos que os causamos deixando que o mal entre em nossa vida, isto porque o pecado é a porta por onde o mal entra nas almas. Não existe nada pior do que ser escravo do pecado (cf. Jo 8,34). 

8. Portanto, caríssimos, quando Jesus diz no Evangelho de hoje: "Ai de vós..." Ele nos dá a conhecer qual é o resultado do pecado cometido e qual é o fim daqueles que permanecem no pecado. Ora, a única saída do sofrimento causado pelo próprio pecado é o arrependimento sincero, a confissão e a absolvição sacramental, a reparação e o firme propósito de nunca mais pecar.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv. 

terça-feira, 12 de setembro de 2023

A ORAÇÃO É O LUGAR SAGRADO DO NOSSO ENCONTRO COM DEUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,12-19)(12/9/23)

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1. Caríssimos, a liturgia de hoje nos conduz à montanha, isto é, ao espaço sagrado da oração aonde encontramos o Senhor e com Ele interagimos a fim de que as nossas decisões sejam tomadas conforme a sua vontade; para isso Ele nos concede a sabedoria e o discernimento de que precisamos para que o testemunho de nossa fé seja perfeito em seu amor.
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2. Na primeira leitura, São Paulo nos ensina que o nosso relacionamento com Cristo ressuscitado é divinamente real, como nos relacionamos entre nós; diz ele: "Irmãos, assim como acolhestes a Cristo Jesus como Senhor, assim continuai a guiar-vos por ele: enraizados nele e edificados sobre ele, apoiados na fé que vos foi ensinada, dando-lhe muitas ações de graças." (Cl 2,6-7).
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3. Pois isso nos fortalece no Senhor para não sermos enganados pelos pretensos fazedores de opiniões deste mundo que por meio de sofirmas (falsos argumentos) tentam fazer discípulos para si; bem como são Paulo nos alerta: "Estai de sobreaviso, para que ninguém vos engane com filosofias e vãos sofismas baseados nas tradições humanas, nos rudimentos do mundo, em vez de se apoiar em Cristo." (Cl 2,8)
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4. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos dá um belíssimo exemplo de sua intimidade com o Pai por meio da oração, para em seguida fazer a escolha dos Apóstolos, como narra são Lucas: "Naqueles dias, Jesus foi à montanha para rezar. E passou a noite toda em oração a Deus. Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de Apóstolos." (Lc 6,12-14)
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5. Decerto, como vimos nessa passagem do Evangelho, em tudo o que o Senhor Jesus realiza, a oração está sempre presente; por ela Ele encontra com o Pai, que nos concede todas as graças necessárias para a nossa salvação por sua perfeita intercessão.
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6. Portanto, caríssimos, rezar é fazer a vontade de Deus, é permanecer em perfeita comunhão filial com Ele para que se realize o seu plano de salvação para toda a humanidade. Por isso mesmo devemos rezar como o Senhor Jesus nos ensina, dando todo o nosso tempo ao nosso Pai celestial com o único objetivo de obedece-lo em tudo.
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7. Destarte, meditemos com Chiara Lubich, fundadora do movimento focolares: "A oração é a respiração da alma, o oxigénio de toda a nossa vida espiritual, a expressão do nosso amor a Deus, o combustível de todas as nossas atividades. 
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8. Devemos rezar sempre, orientando todas as nossas ações para Jesus, fazendo tudo para Ele. Todas as nossas ações se tornarão uma ação sagrada; assim poderemos pôr em prática o mandamento de Jesus de rezar sempre sem jamais deixar de faze-lo (cf Lc 18,1). (Chiara Lubich).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 10 de setembro de 2023

RECONCILIAÇÃO...


 Homilia do XXIII DOM do TC (Mt 18,15-20)(10/9/23)


Amados irmãos e amadas irmãs, paz e bem sejam bem-vindos a nossa meditação diária... 

E nesta Homilia do XXIII Dom do Tempo Comum trataremos do tema da reconciliação como o meio mais eficaz para se voltar à caridade fraterna, e sanar todas as desavenças e divisões em nossas comunidades.

Meditemos com amor e atenção esta homilia de hoje.
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1. Caríssimos, nenhum de nós é santo o bastante para dizer que nunca pecou ou nunca sofreu por causa do pecado dos outros. Por isso, precisamos da graça santificante do Senhor para nos mantermos em comunhão com Ele e entre nós; e assim vencermos as tentações e sermos livres de todo pecado, pois, só existe pecado onde falta a comunhão com o Senhor.
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2. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos ensina um método de reconciliação com aqueles que nos ofendem com seus pecados. Tal método se dá em três etapas: diálogo interpessoal, em que as partes se perdoam mutuamente; e se esse não funciona, chama-se ao diálogo fraterno duas ou três testemunhas.

3. E se esse esforço também não deu resultado; deve-se procurar a comunidade eclesial, na pessoa do bispo ou dos sacerdotes; se ainda assim, uma das partes se mantém irredutível, confia-se tal parte ao arrependimento pessoal e à misericórdia do Senhor.
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4. De fato, o princípio cristão da unidade tem como base o amor e a misericórdia de Cristo, vividos até as últimas consequências, isto é, até a total ausência de qualquer discórdia ou divisão, mesmo se para isto for preciso dar a própria vida, mesmo se para isto for preciso dar a própria vida, como fez o Senhor Jesus, a fim de nos reconciliar com o Pai.
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5. Por isso, não creiam naqueles que se dizem cristãos e pregam a divisão da Igreja, pois, ela é o Corpo de Cristo, do qual Ele é a Cabeça e nós somos seus membros (cf. Col 1,18). Ou seja, quem realmente é Igreja evita todo tipo de julgamento, crítica ou condenação do próximo; para isso perdoa sempre e se torna exemplo de unidade e de paz. 

6. Pois, todo aquele que prega a divisão, o faz contrariando esta palavra do Senhor: "Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem. Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos." (Mt 5,44-45).
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7. Portanto, caríssimos, qualquer palavra fora da Palavra de Cristo, não passa de falso ensinamento advindo do inimigo de nossas almas. E o perfeito discernimento para compreendermos isso, é a falta de paz e harmonia entre nós.
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8. Destarte, escutemos atentamente esta oração do Senhor: "Não rogo somente por eles, mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em mim. Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste." (Jo 17,20-21).

Amados irmãos e amadas irmãs, a nossa convivência fraterna depende cem por cento da nossa convivência com Deus, e esta se dá pela oração e a prática da Sua Palavra, sem essas graças nos tornamos presas fáceis do espírito de divisão.

Portanto, como vimos no Evangelho de hoje, a essência do amor fraterno consiste em viver reconciliados com Deus e entre nós.

Tudo o que não satisfaz esse requisito não nos convém; então, que a nossa vida seja sempre uma expressão do perdão que damos e recebemos. Amém! Assim seja! 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 9 de setembro de 2023

"EU QUERO MISERICÓRDIA E NÃO SACRIFÍCIO"


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 6,1-5)(09/9/23)


1. Caríssimos, a liberdade humana é verdadeira somente se ela é vivida em Cristo; fora Dele não existe, pois somente Cristo nos conduz à liberdade eterna que nos liberta das amarras da finitude deste mundo.

2. Com efeito, o nosso livre arbítrio não significa fazer o que se quer, onde, como e quando quiser, porque no mais das vezes as consequências advindas da imperfeição do pecado são desastrosas e levam à perda da liberdade e à morte.

3. Decerto, analisando o que foi dito naturalmente surge a pergunta: e como fazer para vencer essas imperfeições? Como também foi dito acima: seguindo a Cristo, caminho, verdade e vida, o único que nos conduz ao Pai. Nele realmente nos sentimos seguros mesmo padecendo toda espécie de perseguição e constrangimento como Ele mesmo padeceu.

4. O graça de crer em Cristo e segui-lo no seio da Sua Santa Igreja, é ter a certeza de que Ele está sempre conosco, e se sofremos Ele também sofre conosco, porém, nos consola para não desanimarmos na luta contra o pecado, que na verdade, é o nosso maior inimigo, porque tem sua origem no maligno.

5. No Evangelho de hoje, "Num dia de sábado, Jesus estava passando através de plantações de trigo. Seus discípulos arrancavam e comiam as espigas, debulhando-as com as mãos. Então alguns fariseus disseram: “Por que fazeis o que não é permitido em dia de sábado?” Ao que o Senhor respondeu com o exemplo do rei Davi, que por conta da fome violou a lei comendo os pães consagrados, o que somente aos sacerdotes era lícito fazer.

6. Portanto, caríssimos, no final desse Evangelho Jesus afirmou: “O Filho do Homem é senhor também do sábado”. (Lc 6,5). Ora, essa afirmação nos revela qual seja o verdadeiro sentido da Lei, ser o pedagogo que conduz todos a Cristo, que recebeu do Pai a missão de nos salvar.
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7. Destarte, interpretar a Lei com o rigorismo moralista farisaico, é torna-la letra morta; é tirar dela o amor e a misericórdia, tornando-a inútil, ou seja, apenas letra que julga, condena e mata, como fizeram com o Senhor Jesus. 
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8. Escutemos, então, com amor e atenção este chamado do Senhor: "Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve." (Mt 11,29-30).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

A NATIVIDADE DE NOSSA SENHORA...

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 1,1-16.18-23)(8/9/23)

1. Caríssimos, com grande alegria a Igreja hoje celebra a Festa da Natividade de nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa Mãe. Com efeito, num mundo em que o pecado aparentemente reina, e por isso, está repleto de tantas misérias advindas da prática pecaminosa. 

2. Deus nos apresenta a Sua Mãe Imaculada, isto é, sem mácula, sem a mancha do pecado, com a missão de nos trazer o salvador pelo sim incondicional ao seu plano salvífico para nos libertar definitivamente do pecado e de todo mal que o pecado gera.

3. Como vimos nas leituras de hoje, Deus sempre age por sua infinita bondade para nos dar os seus maiores tesouros por meio daquela que Ele escolheu como Mãe, porque quis ser como um de nós, exceto no pecado; e para isso a criou Santa, Imaculada, como Arca da Nova Aliança, que guarda a sua Divina Palavra com a qual criou todas as coisas, e pela qual renova todas as coisas. 

4. Com efeito, Maria Santíssima, é a nova Eva, porém, com um diferencial mais que sublime em relação à primeira Eva, ou seja, ela jamais dialogou com o inimigo, pelo contrário, dialogou somente com Deus por meio do Anjo Gabriel.

5. E desse modo, cumpriu a sua missão de gerar o nosso Salvador, por isso, todas as gerações a proclamarão bem-aventurada, porque o todo poderoso fez nela grandes coisas e cujo nome é Santo, como ela mesma canta no Magnificat (cf Lc 1,46-55).

6. Decerto, celebrar a Festa da Natividade de nossa Senhora, é celebrar o nascimento da nova humanidade, pois, esta é a missão do seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, que nasceu do seu ventre, por obra e graça do Espírito Santo, para renovar todas as coisas, como está escrito: "Então o que está assentado no trono disse: Eis que eu renovo todas as coisas." (Ap. 21,5). 
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7. Portanto, caríssimos, cantemos com imensa alegria o mesmo hino que Maria cantou a Deus quando foi escolhida: "Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo." (Lc 1,46-49).
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8. Destarte, cantemos ainda os parabéns para a Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, neste dia lindo do seu nascimento, pois, por ela o Senhor nos deu todos os tesouros dos céus, isto é, a nossa salvação eterna.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
 

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

A PALAVRA DE DEUS NOS LIBERTA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 5,1-11)(07/9/23) 


1. Caríssimos, a Palavra não é só um som que emitimos, mas um conteúdo humano ou divino que o acompanha; com efeito, eis o que meditamos no Salmo 32: "Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e pelo sopro de sua boca todo o seu exército. Tema ao Senhor toda a terra; reverenciem-no todos os habitantes do globo.
Porque ele disse e tudo foi feito, ele ordenou e tudo existiu."

2. De fato, a palavra é o fio condutor que leva o que somos e vivemos pelos sons que emitimos, escrevemos ou expressamos visualmente ou de outras formas, porém, tudo revela de que fonte recebemos o conteúdo existencial emitido. Decerto, a única fonte que nos mantém livres do pecado, é o Espírito Santo que nos foi dado no batismo, (cf. Jo 3,5).

3. São Tiago na sua carta nos exorta qual deve ser a nossa conduta diante de Deus e dos homens quando falamos: "Falai, pois, de tal modo e de tal modo procedei, como se estivésseis para ser julgados pela lei da liberdade. Haverá juízo sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o julgamento." (Tg 2,12-13).

4. No Evangelho de hoje a multidão se comprimia para ouvir a Palavra de Deus que o Senhor Jesus anunciava realizando o que dizia (cf. Lc 5,1-11). Ora, isso significa que a Palavra é acompanhada por suas obras, como vimos na Pesca milagrosa.

5. Depois do anúncio da Palavra o Senhor Jesus disse a Pedro para lançar as redes, e mesmo diante de sua ponderação: “Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos." Pedro não vacilou em sua fé, pois acrescentou: "Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes”. Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes quase se rompiam."
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6. Portanto, caríssimos, são estas as lições da liturgia de hoje: as palavras que pronunciamos nascem da fonte de onde as bebemos. Quem bebe da Fonte da Palavra de Deus, proclama sempre a verdade e suas obras são realizadas segundo a vontade de Deus. 
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7. Pelo contrário, quem bebe da fonte da mentira, tudo o que diz e faz, tem no pai da mentira o seu condutor. Por isso, muito atenção à estas Palavras do Senhor Jesus: "O homem de bem tira boas coisas de seu bom tesouro. O mau, porém, tira coisas más de seu mau tesouro. Eu vos digo: no dia do juízo os homens prestarão contas de toda palavra vã que tiverem proferido. É por tuas palavras que serás justificado ou condenado." (Mt 12,35-37).
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8. Destarte, a todos os seres humanos foi dado um tempo, como também aos anjos decaídos; e todos serão julgamos pelo que realizaram com a liberdade recebida em vista do bem e da salvação de todos. Porém, ai daqueles que praticaram o mal, porque tudo o que é mal e se destina para o caos definitivo, para a perdição eterna. 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

terça-feira, 5 de setembro de 2023

"CALA-TE, E SAI DELE"


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 4,31-37)(05/9/23)

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1. Caríssimos hoje teremos uma pequena aula de catequese a respeito da presença do mal e de sua influência em meio à criação. E vamos começar por algumas perguntas muito pertinentes; ora, tudo o que Deus criou é bom, é belo, é perfeito, mas como e por que o mal existe? 

2. Qual a razão de ser do mal, se Deus é infinitamente perfeito e tem todo poder sobre o céu e a terra e sobre todas as suas criaturas? Ora, como explicar essa dicotomia existente em meio à criação? É possível compreendermos tudo isso à luz da razão ou somente à luz da fé?
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3. Busquemos essas respostas no Catecismo da Igreja: "Os anjos e os homens, criaturas inteligentes e livres, devem caminhar para o seu último destino por livre escolha e amor preferencial. Podem, por conseguinte, desviar-se. De fato, pecaram. Foi assim que entrou no mundo o mal moral, incomensuravelmente mais grave que o mal físico. 
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4. Deus não é, de modo algum, nem direta nem indiretamente, causa do mal moral. No entanto, permite-o por respeito pela liberdade da sua criatura e, misteriosamente, sabe tirar dele o bem. Mas nem por isso o mal se transforma em bem." Porém, como nos ensina são Paulo: "Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus» (Rom 8,28). 

5. De fato, o testemunho dos santos não cessa de confirmar essa verdade. Assim, Santa Catarina de Sena diz aos "que se escandalizam e se revoltam contra o que lhes acontece: "Tudo procede do amor, tudo está ordenado para a salvação do homem, e a nenhum outro fim." E Juliana de Norwich, disse: «Compreendi, pois, pela graça de Deus, que era necessário ater-me firmemente à fé […] e crer, com não menos firmeza, que todas as coisas serão para o bem".
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6. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus no momento em que ensinava as pessoas na Sinagoga de Cafarnaum; "um homem possuído pelo espírito de um demônio impuro, gritou em alta voz: “Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus!”. Jesus o ameaçou, dizendo: “Cala-te, e sai dele!” Então o demônio lançou o homem no chão, saiu dele, e não lhe fez mal nenhum." (Lc 4,33-35). 
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7. De fato, "Deus todo-poderoso […] sendo soberanamente bom, nunca permitiria que qualquer mal existisse nas suas obras se não fosse suficientemente poderoso e bom para do próprio mal, fazer surgir o bem» (CIC 311). Decerto, a liberdade dos anjos e dos homens não significa a independência de Deus, pelo contrário, ela nos leva à perfeita comunhão de amor com Ele; sem isso tudo é caos infinito, tudo é inferno. 
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8. Portanto, caríssimos, "Nós cremos firmemente que Deus é o Senhor do mundo e da história. Muitas vezes, porém, os caminhos da sua Providência nos são desconhecidos. Só no fim, quando acabar o nosso conhecimento parcial e virmos Deus «face a face» (1Cor 13,12), é que nos serão plenamente conhecidos os caminhos pelos quais, mesmo através do mal e do pecado, Deus conduz a criação ao repouso desse Sábado definitivo em vista do qual criou o céu e a terra." (CIC 311-314).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

AS DUAS LÓGICAS...


 Homilia do 22°Dom do tempo comum (Mt 16,21-27)(03/9/23)


1. Caríssimos, a liturgia de hoje nos mostra que existem duas lógicas, a do mundo e a de Cristo revelada no mistério da sua cruz. Na primeira leitura Jeremias vive a dimensão dessas duas lógicas; pela sedução divina é chamado a ser Profeta; e quando no exercício de sua missão é perseguido e humilhado, pensa seguir a lógica do mundo abandonando o Senhor e a missão que lhe fora confiada. 

2. Mas o Senhor que "é rico em misericórdia" o deteve aumentando em sua alma o fogo do Seu chamado: "Disse comigo: “Não quero mais lembrar-me disso nem falar mais em nome dele”. Senti, então, dentro de mim um fogo ardente a penetrar-me o corpo todo; desfaleci, sem forças para suportar (cf. Jr 1,19)
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3. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus ao revelar a seus discípulos "que devia ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos sumos sacerdotes e dos mestres da Lei, e que devia ser morto e ressuscitar no terceiro dia." Ora, essa revelação do Senhor causou grande impacto neles. 

4. Mas logo foi interpelado por Pedro que queria dissuadi-lo de tão terrível infortúnio, ao que o Senhor o repreendeu, dizendo: “Vai para longe, Satanás! Tu és para mim uma pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas sim as coisas dos homens!” (Mt 16,23).
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5. Decerto, como fazer então para discernir claramente estas duas lógicas? Discernimos a lógica divina por estas palavras do Senhor Jesus: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois, quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la." (Mt 16,24-25).

6. Por outro lado, a lógica deste mundo consiste na busca do poder, da fama e do prazer à todo custo, por isso, os que agem segundo essa lógica tornam-se inconsequentes, egocêntricos, mergulhados em todo tipo de prática pecaminosa, esquecendo-se que todos serão julgados por seus atos. 

7. Por isso, escutemos atentamente o Senhor: "De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua vida? O que poderá alguém dar em troca de sua vida? Porque o Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com sua conduta." (Mt 16,26-27).
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8. Portanto, caríssimos, eis o que ensinou são Paulo a respeito destas duas lógicas: "Pela misericórdia de Deus, eu vos exorto, irmãos, a vos oferecerdes em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus: este é o vosso culto espiritual. Não vos conformeis com o mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e de julgar, para que possais distinguir o que é da vontade de Deus, isto é, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito." (Rm 12,1-2).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 2 de setembro de 2023

PARÁBOLA DOS TALENTOS MULTIPLICADOS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 25,14-30)(02/9/23).


1. Caríssimos, o justo vive sempre da fé, expressando-a pela virtude da humildade que fala por si mesma sem precisar de palavras, isto porque a linguagem do Espírito do Senhor é uma linguagem que expressa em termos espirituais as graças que Deus nos prodigalizou por se Filho, nosso Senhor Jesus Cristo. 

2. Eis o que são Paulo nos ensina a esse respeito: "Nesse Filho, pelo seu sangue, temos a Redenção, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça, que derramou profusamente sobre nós, em torrentes de sabedoria e de prudência. Nele é que fomos escolhidos, predestinados segundo o desígnio daquele que tudo realiza por um ato deliberado de sua vontade, para servirmos à celebração de sua glória. (Ef 1, 7-8.11-12a).

3. De fato, a vivência da fé torna-se uma grande pregação, que nasce das nossas atitudes, do nosso modo de ser diante de Deus e daqueles a quem Ele nos envia; nasce também do entusiasmo com que a vivemos; da vida de oração; da vivência dos Sacramentos. 

4. Decerto, a interação com nossos irmãos da comunidade Paroquial e com todos que encontramos no nosso dia a dia, conta como encontro com o Senhor, pois quem não o encontra no que vive, não pode ser chamado seu discípulo, porque ser discípulo do Senhor Jesus é segui-lo fielmente aonde quer que Ele nos conduza.

5. Mas, atenção, porque discipulado é aprendizado e nesse sentido, até hoje os discípulos continuam à ser chamados de discípulos, isto é, aprendizes das coisas eternas. Como ainda nos ensina são Paulo: "Tornai-vos os meus imitadores, como eu o sou de Cristo. O que aprendestes, recebestes, ouvistes e observastes em mim, isto praticai, e o Deus da paz estará convosco." (1Cor 11,1; Fl 4,9).

6. Então, perguntamos: Senhor, será que estou vivendo a fé conforme à tua vontade, ou conforme os meus critérios limitados? E os talentos recebidos de ti, estão sendo multiplicados ou estão escondidos por preguiça ou ainda pelo mau uso deles? 

7. Portanto, caríssimos, não vivemos a fé isolados do mundo, mas no mundo sem sermos do mundo. Escutemos então estas palavras de são Pedro: "Comportai-vos nobremente entre os pagãos. Assim, naquilo em que vos caluniam como malfeitores, chegarão, considerando vossas boas obras, a glorificar a Deus no dia em que ele os visitar." (1Pd 2,12).

8. Destarte, multiplicar os talentos é viver os valores da fé por amor ao Senhor conduzidos pelo Seu Santo Espírito, pois, como nos ensina são Paulo: "De fato, se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras da carne, vivereis, pois todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus." (Rm 8, 13-14).
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Paz e Bem! 
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

PERDOA-ME, SENHOR... PERDOA-ME...


 Pouco sei ou quase nada sei...

Da noite enluarada que tanto me faz bem...
Contemplo admirado sua esfera iluminada lá no teu céu meu Senhor e meu Deus...

E ti digo: como és grandíssimo, de uma imensidão sem fim...
Ah! Como quero conhecer-te, para dizer-te bem de pertinho: te amo, és tudo para mim... 
Pois, se tenho a ti em mim, nada, nada me falta...

Do pouco que sei, do pouco que conheço, e mesmo se muito conhecesse, seria absolutamente nada diante do conhecimento de Ti...

De fato, se ainda sei algo, só o sei pelas tuas obras que são tantas e tão perfeitas que passaria horas e até quem sabe todos os meus dias contemplando a tua grandeza infinita em cada uma delas por menor que seja...

Ah! Meu Senhor, que farei se só sei que nada sei além do nada que sou?
Quanto amor vejo em tudo o que criaste, que para mim é impossível amar-te como amas a mim, como amas a cada uma das tuas criaturas...

Decerto, só o fato de falar-te e querer conhecer-te já me é motivo de profunda alegria, pois sei que mais dias menos dias me chamarás diante de Ti... E, então, o que será de mim?

Por isso, estou aqui e te suplico, 
perdoa-me por tudo o que em minha vida não é correspondência a tua vontade, ao teu Santíssimo Amor...
Perdoa-me Senhor...
Perdoa-me...

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

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