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terça-feira, 21 de agosto de 2007

Oração pela paz

Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio que eu leve o amor.
Onde houver ofensa que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia que eu leve a união.
Onde houver dúvida que eu leve a fé.
Onde houver erro que eu leve a verdade.
Onde houver desespero que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza que eu leve a alegria.
Onde houver trevas que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu busque mais:
Consolar que ser consolado;
Compreender que ser compreendido;
Amar que ser amado.
Pois, é dando que se recebe;
Perdoando que se é perdoado;
E é morrendo que se vive para a vida eterna.

Esta oração atribuída a São Francisco é simples, bela, de espírito ecumênico e, por isso, rezada por muitas pessoas de outras religiões. Ela resume os ideais franciscanos e humanos e, ao mesmo tempo, representa uma resposta aos principais problemas da vida.

Nasceu na França no contexto da grande tensão mundial que precedeu a primeira grande guerra. Surgiu, na Normandia, num boletim paroquial com o título de oração da paz, embora depois tenha recebido outros nomes, como Oração Simples, Oração de São Francisco, etc.

Três aspectos são interessantes de observar:

1)A oração reconhece que Deus é a fonte da paz. Por isso pede para ser instrumento e não seu autor. Deus é a fonte da paz, porque quando alguém se encontra realmente com Ele passa certamente a viver segundo suas orientações e seus valores, abandonando os valores de outros ídolos. E Deus sempre pensa o bem para todos, pois todos são seus filhos e filhas, independente da religião, cultura, condição social, sexo etc. E uma vez que todos se sentem protegidos e contemplados nas suas necessidades e reconhecem que Deus quer vida digna para todos, então cessa automaticamente a discórdia, o ódio e a ofensa.

Essa convicção vai fazer com que todos despertem para fazer acontecer a transformação da realidade que nega essa condição para todos. Todos se sentirão instrumentos de paz, jogadores do time de Deus, operários de sua obra.

2)Em segundo lugar, essa oração é um grande convite a olhar a realidade para dar-se conta da existência do ódio, da ofensa, da discórdia, da dúvida, do erro, do desespero, da tristeza e da treva que existe nas relações humanas. Numa palavra, é um convite a sair de si, deixando de se preocupar quase exclusivamente com seus problemas, uma tendência que parece natural em nós. Ser humano é justamente preocupar-se com os outros. O egoísmo, em qualquer das suas expressões, diminui a grandeza de coração das pessoas.

Não se trata apenas de um ver estático. É um ver afetivo, envolvente. A oração, por isso, sempre repete em cada frase “que eu leve...”. É a súplica para superar a indiferença, para comprometer-se com a transformação.

3)Por fim, a oração, na sua última parte, conclui confirmando a lógica do viver: “é dando que se recebe, perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive eternamente”.

Muitas pessoas demoram em dar-se conta deste princípio básico da vida, pois à primeira vista parece que ao dar se perde, ao perdoar se sofre um rebaixamento e ao morrer por uma grande causa (a paz) se desaparece para sempre. A oração tira o véu que encobre esta verdade e permite que sua luz ilumine os caminho de nossos pés.

Rezá-la com calma e deixar-se tomar pelo conteúdo de suas palavras é uma forma de educar o próprio coração para viver do jeito que Deus espera. Será desse modo de ser simples, altruísta, com foco no outro e não em si mesmo, assumido pela grande maioria do povo que a plantinha da paz terá condições de nascer, crescer e produzir frutos de alegria, regozijo, esperança e fraternidade.

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