Caríssimos,
de fato, estamos em meio a uma guerra espiritual terrível e o inimigo de nossas
almas luta dia e noite com suas armas e táticas sujas a fim de nos destruir,
nos afastando completamente de Deus. É como nos escreveu São Pedro: “Sede
sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão
que ruge, buscando a quem devorar. Resisti-lhe fortes na fé. Vós sabeis que os
vossos irmãos, que estão espalhados pelo mundo, sofrem os mesmos padecimentos
que vós.” Ora, São Pedro escreveu isso a fim de não esmorecermos e nos mantemos
alertas contra as ciladas do mal. E acrescentou ainda, para nos atermos seguros
nessa luta: “O Deus de toda graça, que vos chamou em Cristo à sua eterna
glória, depois que tiverdes padecido um pouco, vos aperfeiçoará, vos tornará
inabaláveis, vos fortificará.” (1Pd 5,8-10).
Certo
dia em uma pregação, em reação a um comportamento inadequado apresentado na assembleia,
falei uma palavra fora de contexto, chamando a atenção sobre aquele comportamento;
pronto, foi o suficiente para o demônio distorcer o que falei e a partir disso destruir
tudo o que estava presente naquela profunda pregação e lançar muitas pessoas
daquela comunidade contra mim; foi então que percebi o que o Senhor havia
falado em uma de suas parábolas:” Ouvi, pois, o sentido da parábola do semeador: quando
um homem ouve a palavra do Reino e não a entende, o Maligno vem e arranca o que
foi semeado no seu coração. Este é aquele que recebeu a semente à beira do
caminho.” (Mt 13,18-19).
Na
verdade, o demônio lançou muitas daquelas pessoas contra a Palavra de Deus e contra
o seu sacerdote, para afastá-las da comunhão com o Senhor e jogá-las na
perdição, por meio de críticas ácidas e até de calúnias; pois ele sabe o que está
escrito: “Eu vos digo: no dia do juízo os homens prestarão contas de toda palavra
vã que tiverem proferido. É por tuas palavras que serás justificado ou
condenado.” (Mt 12,36-37). Por isso, nós pregadores e ouvintes, temos que ter
um discernimento apurado, precisamos permanecer atentos para não nos deixar influenciar
pelo contexto e desse modo, sabermos como o mal age contra nós e podermos
anular imediatamente suas ações.
Aprendamos
com São Paulo como termos um discernimento apurado, pois sobre isso ele
escreveu: “Finalmente, irmãos, fortalecei-vos no Senhor, pelo seu soberano
poder. Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do
demônio. Pois não é contra homens de
carne e sangue que temos de lutar,
mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo
tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares. Tomai,
por tanto, a armadura de Deus, para que possais resistir nos dias maus e
manter-vos inabaláveis no cumprimento do vosso dever.
Ficai
alerta, à cintura cingidos com a verdade, o corpo vestido com a couraça da
justiça, e os pés calçados de prontidão para anunciar o Evangelho da paz. Sobretudo,
embraçai o escudo da fé, com que possais apagar todos os dardos inflamados do Maligno.
Tomai, enfim, o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a palavra
de Deus. Intensificai as vossas invocações e súplicas. Orai em toda
circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de súplica
por todos os cristãos. (Ef 6,10-18).
E
escreveu também:” Não
são carnais as armas com que lutamos. São poderosas, em Deus, capazes de
arrasar fortificações. Nós aniquilamos todo raciocínio e todo orgulho que se
levanta contra o conhecimento de Deus, e cativamos todo pensamento e o
reduzimos à obediência a Cristo. Estamos prontos também para castigar todos os
desobedientes, assim que for perfeita a vossa obediência.” (2Cor 10,4-6).
Por
isso: “Fazei todas as coisas sem murmurações nem críticas, a fim de serdes
irrepreensíveis e inocentes, filhos de Deus íntegros no meio de uma sociedade depravada
e maliciosa, onde brilhais como luzeiros no mundo, a ostentar a palavra da
vida. Dessa forma, no dia de Cristo, sentirei alegria em não ter corrido em
vão, em não ter trabalhado em vão. Ainda que tenha de derramar o meu sangue
sobre o sacrifício em homenagem à vossa fé, eu me alegro e vos felicito. Vós
outros, também, alegrai-vos e regozijai-vos comigo.” (Fil 2,14-18).
Paz
e Bem!
Frei
Fernando,OFMConv.
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