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quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

AS SETE VIRTUDES, ARMAS DE COMBATE CONTRA OS PECADOS CAPITAIS...


AS SETE VIRTUDES, ARMAS DE COMBATE CONTRA OS PECADOS CAPITAIS...

Segundo a Doutrina da Igreja Católica, as Virtudes "são perfeições habituais e estáveis da inteligência e da vontade humanas, que regulam os nossos atos, ordenam as nossas paixões e guiam a nossa conduta segundo a razão e a fé. Adquiridas e reforçadas por atos moralmente bons e repetidos, são purificadas e elevadas pela graça divina". (https://goo.gl/S9fTS8).

Com efeito, essas Virtudes que se contrapõem aos pecados capitais, são graças inefáveis recebidas no nosso batismo, e que são potencializadas pelo Espírito Santo, a fim de que vençamos todo o mal que nos induz ao pecado por meio das tentações, que são tendências maléficas, que de certa forma, o ser humano se deixa levar por elas, quando não se mantêm vigilante, como nos ensina o Senhor: ”Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca.” (Mt 26,41).

Aliás, a esse respeito, São João nos ensina o seguinte: “Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. Porque tudo o que há no mundo - a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida - não procede do Pai, mas do mundo. O mundo passa com as suas concupiscências, mas quem cumpre a vontade de Deus permanece eternamente.” (1Jo 2,15-17).

Então, vamos às virtudes necessárias para combater os pecados capitais, pois elas são as qualidades divinas ou valores eternos que Deus infundiu no ser humano quando o criou “à sua imagem e semelhança”, a fim de que, por sua prática, permanecêssemos em plena comunhão com Ele, e assim, fizessêmos a sua vontade em todo o nosso modo de ser.

1. Ao pecado da soberba ou ourgulho, se contrapõe a Virtude da Humildade. Ao escrever sobre esta virtude São Paulo assim se referiu: “Se me é possível, pois, alguma consolação em Cristo, algum caridoso estímulo, alguma comunhão no Espírito, alguma ternura e compaixão, completai a minha alegria, permanecendo unidos. Tende um mesmo amor, uma só alma e os mesmos pensamentos. Nada façais por espírito de partido ou vanglória, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos. Cada qual tenha em vista não os seus próprios interesses, e sim os dos outros.

Dedicai-vos mutuamente a estima que se deve em Cristo Jesus. Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.” (Fil 2,1-8). Ao meditarmos este texto percebemos o poder dessa virtude para manter a unidade do Corpo de Cristo que é a Igreja (cf. Col 1,18); pois o orgulhoso nunca se submete, ao contrário, quer pisar sempre naqueles que, de algum modo, tem cesso; e com isso, se torna causa de discórdia e divisão aonde se encontra.

2. Ao pecado da Avareza, se contrapõe a Virtude da Generosidade, que é irmã gêmea da solidariedade; esposa e mãe de todo bem que há. Liberta dos apegos e dos medos das percas materiais. Liberta da avareza, vileza que leva muitos à idolatria do dinheiro. Uma alma generosa é rica em satisfação, porque é alento para os necessitados e porta aberta de salvação para quem a pratica...

3. Ao pecado da inveja, se contrapõe a Virtude da Caridade, que se alegra sempre com as dadivas dos semelhantes e reconhece que tudo pertence a Deus que dota os filhos seus de graças inefáveis para o próprio bem e o bem de todos. Essa virtude reconhece ainda a presença de Deus nos dons exercidos pelos seus filhos como auxílio na missão que receberam de o testemunharem por meios de tais talentos. Na sua Carta aos Éfesios, são Paulo, escreveu o seguinte: “Porque é gratuitamente que fostes salvos mediante a fé. Isto não provém de vossos méritos, mas é puro dom de Deus. Não provém das obras, para que ninguém se glorie. Somos obra sua, criados em Jesus Cristo para as boas ações, que Deus de antemão preparou para que nós as praticássemos.” (Ef. 2,8-10). Ou seja, a Caridade é humilde e por isso reconhece que, “Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai das luzes, no qual não há mudança, nem mesmo aparência de instabilidade.” (Tg. 1,17).

4. Ao pecado da Ira se contrapõe a virtude da Mansidão. Quem vive cultivando essa virtude tem seu coração em Deus, que nos ensina por seu Filho amado, a nunca nos alterarmos em meio aos desequilíbrios dos homens (cf. Mt 11,28-30). Essa virtude vem também acompanhada de uma promessa, os mansos possuirão a terra, indício da posse do céu, terra eterna prometida por Deus aos filhos seus (cf. Mt 5,5; 2Ped 3,11ss).

5. Ao pecado da luxúria ou impureza se contrapõe a virtude da Catidade também chamada de pureza de alma. A Pureza de coração ou Castidade, nos leva à visão de Deus: “Bem aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus”. Ora, todos nós cristãos sabemos disso. Mas por que nem todos a praticam? Por causa do imediatismo da impureza, que faz a carne experimentar o que a alma rejeita. E porque a alma rejeita? Porque a impureza leva ao precipício do egoísmo, mesmo assim milhares e milhões caem nas chantagens psíquicas dos egoístas de plantão e se tornam também escravos do imediatismo como eles.

São Paulo referindo-se a essa luta entre a carne e o espírito, escreveu: “Os que vivem segundo a carne gostam do que é carnal; os que vivem segundo o espírito apreciam as coisas que são do espírito. Ora, a aspiração da carne é a morte, enquanto a aspiração do espírito é a vida e a paz. Porque o desejo da carne é hostil a Deus, pois a carne não se submete à lei de Deus, e nem o pode. Os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus.

Portanto, irmãos, não somos devedores da carne, para que vivamos segundo a carne. De fato, se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras da carne, vivereis, pois todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.” (Rm 8,5-8.12-14).

6. Ao pecado da gula se contrapõe a Virtude da Temperança. “A Temperança (ou Moderação) "modera a atracção dos prazeres, assegura o domínio da vontade sobre os instintos e proporciona o equilíbrio no uso dos bens criados", por isso, é descrita como sendo a prudência aplicada aos prazeres.” (https://goo.gl/S9fTS8). Ou seja, ela é o equilíbrio perfeito entre os desejos da carne e os do Espírito, porque nunca se excede.

7. Ao pecado da Preguiça se contrapõe a Virtude da Diligência. Uma alma diligente é uma alma atenta à missão que Deus lhe confiou, é como está escrito no Livro da Sabedoria: “Amai a justiça, vós que governais a terra, tende para com o Senhor sentimentos perfeitos, e procurai-o na simplicidade do coração, porque ele é encontrado pelos que o não tentam, e se revela aos que não lhe recusam sua confiança; com efeito, os pensamentos tortuosos afastam de Deus, e o seu poder, posto à prova, triunfa dos insensatos. A Sabedoria não entrará na alma perversa, nem habitará no corpo sujeito ao pecado; o Espírito Santo educador (das almas) fugirá da perfídia, afastar-se-á dos pensamentos insensatos, e a iniquidade que sobrevém o repelirá.” (Sab 1,1-5).

De fato, Deus nos deu o governo de nossa vida, para a governarmos de acordo com a sua Vontade, caso contrário, seremos tragados pelo pecado da Preguiça, que esfacela a vida de quem o comete, fazendo com que fique estagnado, desleixado, sem ânimo, sem vida, em total vazio existencial.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria,OFMConv.

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