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domingo, 5 de maio de 2024

O PERFEITO AMOR LANÇA FORA O TEMOR...


 Homilia do 6°Dom da Páscoa (Jo 15,9-17)(05/5/24)

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1. Caríssimos, a Palavra de Deus proclamada comunica os mistérios de suas graças, como vimos na primeira leitura: "Pedro estava ainda falando, quando o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a palavra." (At 10,44). Desse modo, Pedro compreendeu que a graça da salvação se estende à todos aqueles que creem no Santíssimo Nome de Jesus, e por isso, são alcançados por Sua Divina Misericórdia, para que por ela recebam o perdão dos pecados e o dom do Espírito Santo.
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2. Ora, a ação do Espírito Santo em nossas almas nos proporciona a graça de amar a Deus sobre todas as coisas e aos nossos irmãos mais próximos e também a todos os outros irmãos e irmãs que estão no mundo inteiro. 
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3. De fato, o amor é a essência que move as ações dos que nascem de Deus, por isso, disse o discípulo amado: "Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor." (1Jo 4,7-8).
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4. No Evangelho de hoje, disse o Senhor Jesus: “Como meu Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. Eu vos disse isso, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena." (Jo 15,9-11).
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5. Com efeito, os justos vivem por sua fidelidade que significa amor incondicional, obediência total, porque são livres de todas as amarras do pecado. Nenhum ser criado tem alguma necessidade de pecar; a única necessidade que existe em nós é a necessidade de ver a Deus, porque ver a Deus, é se tornar um só com Ele. 
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6. Bem como afirma São João: "Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é. E todo aquele que nele tem esta esperança torna-se puro, como ele é puro." (1Jo 3,1-3).

7. Portanto, caríssimos, a nossa alma já traz em si a eternidade porque somos obras das mãos de Deus; pois, Deus tudo criou para a eternidade e é por Seu amor e bondade que existimos. É como está escrito: "Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna." (Jo 3,16). 
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8. De fato, ao enviar Seu Filho a este mundo, Deus o enviou com a missão de fazer novas todas as coisas, perdoar os nossos pecados e nos conceder a felicidade eterna no Seu Reino. E todo aquele que Nele crê e com Ele caminha, tem a vida eterna.
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9. Destarte, meditemos com estas palavras de São João Cassiano: "Fundados na perfeição da caridade, elevar-nos-emos a um grau ainda mais excelente e sublime, que é o temor de amor. Este não nasce do medo do castigo ou do desejo de recompensa, mas da própria grandeza do amor. É a mistura de respeito e afeição atenciosa que um filho tem por um pai indulgente, um irmão por seu irmão, um amigo por seu amigo, uma esposa por seu marido. 
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10. Não teme golpes nem censuras; o que teme é ferir o amor com a mais pequena injúria. Assim, há uma distância considerável entre o temor ao qual nada falta, tesouro da sabedoria e da ciência, e o temor imperfeito. Este último é apenas «o princípio da sabedoria» (Sl 110,10), pois implica um castigo, é expulso do coração dos perfeitos quando chega a plenitude da caridade; porque «no amor não há temor, pois o amor perfeito expulsa o temor» (1Jo 4,18). 
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11. De fato, se o princípio da sabedoria é o temor, onde estará a sua perfeição, senão na caridade de Cristo, que inclui em si o temor de amor perfeito, e por isso merece ser chamada, já não o princípio, mas o tesouro da sabedoria e da ciência? Este é o temor do perfeito de que se diz estar cheio o Homem-Deus, que não vaio só para nos redimir, mas para nos dar, na sua Pessoa, o tipo da perfeição e o exemplo das virtudes."
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São João Cassiano (c. 360-435), fundador de mosteiro em Marselha
 «Sobre a perfeição», cap. XIII; SC 54).
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Paz e Bem! 
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

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