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quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Preparemo-nos para o dia eterno...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,47-53)(01/8/24)


1. Caríssimos, certa feita disse o Senhor: "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!" (Mt 5,6). Creio que uma das graças mais esperadas pelos filhos e filhas de Deus é o cumprimento da justiça divina; e de uma coisa fiquemos certos, ela se cumprirá na íntegra.
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2. Com efeito, é nesse dia eterno que veremos diretamente o que foi anunciado antecipadamente por Jesus na parábola da rede que recolhe peixes bons e ruins, ou seja, representados pelos justos e injustos que vivem neste mundo. 
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3. Bem como disse o Senhor: "Assim acontecerá no fim dos tempos: os anjos virão para separar os homens maus dos que são justos, e lançarão os maus na fornalha de fogo. E aí, haverá choro e ranger de dentes." (Mt 13,49-50).
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4. Comentando o Evangelho de hoje disse o Papa Bento XVI: "Com a morte, a opção de vida feita pelo homem torna-se definitiva; esta sua vida está diante do Juiz. A sua opção, que tomou forma ao longo de toda a vida, pode ter caracteres diversos. Pode haver pessoas que destruíram totalmente em si próprias o desejo da verdade e a disponibilidade para o amor; pessoas nas quais tudo se tornou mentira; pessoas que viveram para o ódio e espezinharam o amor em si mesmas. 
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5. Trata-se de uma perspectiva terrível, mas algumas figuras da nossa mesma história deixam entrever, de forma assustadora, perfis deste género. Em tais indivíduos, não haveria nada de remediável e a destruição do bem seria irrevogável: é já isto que se indica com a palavra «inferno».
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6. Por outro lado, podem existir pessoas puríssimas, que se deixaram penetrar inteiramente por Deus e, consequentemente, estão totalmente abertas ao próximo – pessoas em quem a comunhão com Deus orienta desde já todo o seu ser e cuja chegada a Deus apenas leva a cumprimento aquilo que já são.
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7. Mas, segundo a nossa experiência, nem um nem outro são o caso normal da existência humana. Na maioria dos homens – como podemos supor – perdura no mais profundo da sua essência uma derradeira abertura interior para a verdade, para o amor, para Deus. Nas opções concretas da vida, porém, aquela é sepultada sob repetidos compromissos com o mal. 
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8. O que acontece a tais indivíduos quando comparecem diante do Juiz? Será que todas as coisas imundas que acumularam na sua vida se tornarão de repente irrelevantes? Ou acontecerá algo de diverso? São Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios, dá-nos uma ideia da distinta repercussão do juízo de Deus sobre o homem, conforme as suas condições.
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 9. "Se alguém edifica sobre este fundamento com ouro, prata, pedras preciosas, madeiras, feno ou palha, a obra de cada um ficará patente, pois o dia do Senhor a fará conhecer. Pelo fogo será revelada, e o fogo provará o que vale a obra de cada um. Se a obra construída subsistir, o construtor receberá a paga. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá a perda. Ele, porém, será salvo, como que através do fogo". (3,12-15). 
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(Bento XVI, papa de 2005 a 2013 - Encíclica «Spe Salvi», §§ 45-46 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana)
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

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