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terça-feira, 19 de agosto de 2025

Dificilmente um rico entra no Reino de Deus...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 19,23-30)(19/08/25)

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1. Caríssimos, meditando o que o Senhor nos ensina na liturgia de hoje, vemos que somente com o seu poder, resistimos ao mal e o vencemos; com efeito, no Evangelho de São João, Ele já o havia dito: "Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer." (Jo 15,5).
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2. Ora, isso significa que não devemos pôr nossa segurança nas coisas que passam, pois, como tudo na vida, as coisas só têm sentido quando nos levam a cumprir a vontade de Deus, e isso quando delas usufruímos com o propósito do bem comum; caso contrário, é vão todo esforço que aqui se faz com a intenção de acumular para si os bens que passam.
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3. Infelizmente, a riqueza material tem sido a fonte da perdição eterna para muitos que se apegam a ela se esquecendo que deste mundo nada levamos a não ser as virtudes eternas que aqui cultivamos como tesouros que ajuntamos no céu para deles usufruírmos quando lá chegarmos. 
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4. De fato, esquife não tem gavetas, nem mortalha tem bolsos, ou seja, tudo o que é matéria não passa de cinza que se esvai com o fim de todas as coisas. Por isso, escutemos atentamente o Senhor: "Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!" (Mt 5,3).

5. "Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua vida? Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam. Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração." (Mt 16,28;6,19-21).
6. Comentando esse Evangelho disse são Charles de Foucauld: "Deus não vinculou a salvação à ciência, à inteligência, à riqueza, a uma longa experiência, a dons raros que nem todos receberam; vinculou-a a algo que está ao alcance de todos, absolutamente todos," vinculou-a à virtude da pobreza dando Ele mesmo o exemplo. 

7. "Tenhamos esperança, pois que, pela misericórdia de Deus, a salvação está muito perto de nós, está nas nossas mãos, e basta-nos um pouco de boa vontade para a alcançar." 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

Se queres ser perfeito...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA Dia (Mt 19,16-22)(18/08/25)


1. Caríssimos, a vida sem ídolos é também sem impecilhos, sem impedimentos e sem enganos, porque é a vida vivida em Deus e para Deus, a exemplo de Maria Santíssima e de todos os santos e santas que seguiram nosso Senhor Jesus Cristo, o seu Filho amado, que veio a este mundo para nos libertar do pecado e nos dar a vida eterna.

2. No Evangelho de hoje um jovem encontrou Jesus e lhe fez uma pergunta fundamental que todos nós precisamos responder com a própria vida: "Mestre, que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?” Antes de escutar a resposta de Jesus, analisemos essa pergunda: primeiro o jovem reconhece que Jesus é o Mestre; depois, tem consciência de que precisa fazer algo de bom, porque, acredita na vida eterna, mas sente que não a tem ainda.

3. Jesus então respondeu: “Por que me perguntas sobre o que é bom? Um só é o Bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos”. A partir dessa resposta o jovem começa agir como um insensato, pois, conhece os mandamentos, mas finge não conhecer, uma vez que pergunta ao Senhor: "Quais mandamentos?" 

4. Jesus então lhe dá uma aula de catequese: "Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe, e ama o teu próximo como a ti mesmo”. O jovem disse a Jesus: “Tenho observado todas essas coisas. Que ainda me falta?” 

5. Jesus respondeu: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”. Quando ouviu isso, o jovem foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico."

6. Comentando esse Evangelho disse o saudoso Papa Francisco: "O jovem não se deixou conquistar pelo olhar de amor de Jesus, e deste modo não conseguiu mudar. Somente acolhendo o amor do Senhor com gratidão humilde poderemos libertar-nos da sedução dos ídolos e da cegueira das nossas ilusões.

7. O dinheiro, o prazer e o sucesso deslumbram, mas depois decepcionam: prometem a vida, mas causam a morte. O Senhor pede-nos que nos desapeguemos destas falsas riquezas para entrar na vida verdadeira, na vida plena, autêntica, luminosa. Que a Virgem Maria nos ajude a abrir o coração ao amor de Jesus, ao olhar de Jesus, o Único que pode saciar a nossa sede de felicidade." (Papa Francisco, Angelus, 11/10/15).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 17 de agosto de 2025

ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA...


 Homilia da Solenidade da Assunção de N.Senhora (Lc 1,39-56)(17/08/25). 


1. Caríssimos, a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora não é apenas uma homenagem que a Igreja dedica à Mãe de Deus, mas uma solene proclamação dos seus louvores por tudo o que Deus realizou em sua vida e por meio de sua vida no cumprimento de Sua vontade, como a Virgem mesmo cantou no magníficat: "O Senhor fez em mim maravilhas e Santo é o Seu Nome."

2. Com efeito, a grandeza de Maria advém de sua escolha para ser a Mãe de Deus, pois somente Deus pode fazer acontecer por seu desígnio esse grande mistério de amor, torna-se humano sem deixar de ser Deus, no seio daquela que o gerou. 

3. Assim, celebrar a Assunção de Nossa Senhora ao céu é glorificar à Deus que trouxe o céu ao seu seio divinal, pela gestação de seu Filho Jesus Cristo por obra e graça do Espírito Santo.

4. Ora, isso demonstra que Deus tudo pode e nenhuma criatura jamais poderá se interpor ou agir contra os seus desígnios de amor para conosco sem ter Dele a resposta conforme o Seu Poder. São Paulo, na Carta aos Romanos, escreveu: "Ó abismo de riqueza, de sabedoria e de ciência em Deus! Quão impenetráveis são os seus juízos e inexploráveis os seus caminhos. 

5. Quem pode compreender o pensamento do Senhor? Quem jamais foi o seu conselheiro? Quem lhe deu primeiro, para que lhe seja retribuído? Dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele a glória por toda a eternidade! Amém." (Rm 11,33-35).

6. Ó Santíssima Mãe de Deus, assunta ao céu em corpo e alma, rogai por nós que recorremos à vós, e por todos quantos a vós não recorrem de modo especial pelos inimigos da Santa Igreja e por aqueles que a vós estão recomendados. 

7. Acampa Mãe querida em nossas almas, em nossa vida, com são José, vosso castíssimo esposo e com os nossos santos intercessores para que somente a vontade de Deus aconteça, por seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo na graça do Espírito Santo. Amém! 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv. 

sábado, 16 de agosto de 2025

Deixai vir a mim as crianças...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 19,13-15)(16/08/25)


1. Caríssimos irmãos e irmãs, a inocência é a virtude própria das almas consagradas a Deus mediante o batismo, elas são como crianças cuja pureza atrai a atenção e as bênçãos do Senhor Jesus, como vimos no Evangelho de hoje. 

2. Ora, enquanto os discípulos as repreendiam, como se elas fossem importunar o Senhor, ao contrário, Ele as acolheu com um profundo afeto, impondo-lhes as mãos e as abençoou, dizendo: “Deixai as crianças e não as proibais de vir a mim, porque delas é o Reino dos Céus”.

3. Com efeito, as atitudes e palavras do Senhor nos leva a compreender que viver na sua presença e em comunhão com Ele, é ser como uma criança inocente sem maldade alguma, é viver candidamente como seus discípulos, livres dos maus juízos, dos pensamentos vãos, desordenados e estranhos; em suma, é nos deixar conduzir pelo Santo Espírito.

4. Decerto, todas as coisas que vemos são obras das mãos de Deus, por isso, são sempre boas e fazem o bem a todos. No entanto, em se tratando dos afetos e dos relacionamentos humanos quando não advindos da comunhão com Deus, eles se tornam pedras de tropeço que só causam mal estar em quem os reproduz. 

5. É por isso, que vivemos em meio à tantas discórdias, brigas e desentendimentos, exatamente por não vivermos a inocência recebida do Senhor quando nos criou à sua imagem e semelhança.

6. De fato, à medida que reconhecemos as obras de Deus e delas cuidamos com afeto sincero, mantemos a nossa comunhão com Ele e entre nós, de modo que, realizamos a Sua vontade nas simples tarefas que cumprimos como sendo do seu agrado. 

7. Em outras palavras, isto significa vivermos como crianças, cujo único objetivo é participarmos desde já do Reino dos céus, pois, haveremos de colher na eternidade o que plantamos no tempo que nos foi dado.

8. Portanto, caríssimos, viver em Cristo Jesus sob os seus cuidados, é viver como filhos e filhas amados que encontram Nelo o afeto descrito na página do Evangelho de hoje, na qual Ele recebe as crianças com carinho e atenção, impõe-lhes as mãos as abençoando. 

9. Destarte, peçamos ao Senhor Jesus a graça de sermos como crianças que o encontram em meio às tribulações desta vida, recebem o Seu afeto, a sua oração e a sua benção, para o seguirmos fielmente como seus verdadeiros discípulos.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

O que Deus uniu, o homem não separe ...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 19,3-12)(15/08/25)


1. Caríssimos irmãos e irmãs, o fato de existirmos é uma vocação e demonstra o quanto somos importantes aos olhos de Deus; e foi por isso que Ele começou a criação por aquilo que serviria de abrigo e proteção para os seus filhos e filhas, fazendo dela a casa comum de todos. 

2. De fato, sem a presença humana em meio à criação nada teria sentido neste mundo, pois como meditamos no livro do Gênesis: Deus tudo criou por amor, e deu ao homem e a mulher o cuidado de todas as coisas criadas, os uniu em matrimônio, como vemos a seguir: "Deus os abençoou: Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a." (Gn 1,28).

3. Desse modo, pela união matrimonial entre o homem e a mulher, Deus realiza o seu plano de amor e felicidade para ambos, de modo que fora de sua vontade não existe felicidade. Por esse motivo jamais podemos ser coniventes com o pecado das pretensas uniões contra a natureza, tão em voga no mundo de hoje, pois elas são totalmente contrárias a vontade de Deus estabelecida desde o início da criação.

4. Aqui não se trata de descriminação pelas escolhas sexuais que fazem os que tomam tal decisão; mas, trata-se de discernir claramente a vontade de Deus e po-la em prática. Quanto aos que escolhem viver o contrário da vontade de Deus, que o vivam, mas não queiram impor seu modo de viver aos demais como se a escolha pela vontade de Deus fosse errada.

5. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos revela que o matrimônio é uma vocação e que nem todos são chamados a ela, ou seja, existem outras vocações às quais Deus chama seus filhos e filhas à santidade de vida no cumprimento de seus desígnios, da sua santa vontade. 

6. Portanto, caríssimos, conforme as Palavras do Senhor: "Nem todos são capazes de entender isso, a não ser aqueles a quem é concedido. Com efeito, existem homens incapazes para o casamento, porque nasceram assim; outros, porque os homens assim os fizeram; outros, ainda, se fizeram incapazes disso por causa do Reino dos Céus. Quem puder entender entenda” (Mt 19,11-12).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Senhor quantas vezes devo perdoar meu irmão?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 18,21-19,1)(14/08/25).

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, o amor com que somos amados por Deus é incomparável; e nada nem ninguém jamais poderá superá-lo. De fato, somos obras de suas mãos, criados em seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, e por Ele adotados como filhos para o louvor da sua glória.
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2. É bem como escreveu São Paulo na Carta aos Colossenses: "Nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as criaturas visíveis e as invisíveis. Tronos, dominações, principados, potestades: tudo foi criado por ele e para ele." (Cl 1,16).
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3. E continua Paulo na Carta aos Efésios: "Nesse Filho, pelo seu sangue, temos a Redenção, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça que derramou profusamente sobre nós, em torrentes de sabedoria e de prudência." (Ef 1,7).
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4. No Evangelho de hoje, vimos que a nossa redenção se dá mediante a remissão dos pecados, isto é, pelo perdão que recebemos e damos, pois, como disse o Senhor: "Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. 

5. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará." (Mt 6,14-15). Ou seja, o perdão é condição indispensável para a nossa salvação: "Perdoai, e sereis perdoados." (Lc 6,37).
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6. Sem dúvida, a prova de que Deus nos ama é a presença visível de Seu Filho no mundo nos dando conhecer quem Ele é, e como demonstra o seu amor perdoando os nossos pecados. Bem como escreveu São João: "Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna." (Jo 3,16).
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7. Portanto, caríssimos, amar é perdoar sempre sem jamais deixar de fazê-lo, porque é isso o que Deus faz conosco. "Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: em nos ter enviado ao mundo o seu Filho único, para que vivamos por ele. Nisto consiste o amor: não em termos nós amado a Deus, mas em ter-nos ele amado, e enviado o seu Filho para expiar os nossos pecados." (1Jo 4,8-10).
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Paz e Bem! 
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

A correção fraterna ...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA (Mt 18,15-20)(13/08/25)

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1. Caríssimos, nenhum de nós é santo o bastante para dizer que nunca pecou ou nunca sofreu por causa do pecado dos outros. Por isso, precisamos da graça santificante do Senhor para nos mantermos em comunhão com Ele e entre nós; e assim vencermos as tentações e sermos livres de todo pecado, pois, só existe pecado onde falta a comunhão com o Senhor.
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2. Com efeito, a nossa convivência fraterna depende cem por cento da nossa convivência com Deus, e esta se dá mediante a oração e a prática da Sua Palavra, porque sem essas graças nos tornamos presas fáceis do espírito de divisão.
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3. Decerto, como vimos no Evangelho de hoje, a essência do amor fraterno consiste em viver reconciliados com Deus e entre nós. Tudo o que não satisfaz esse requisito não nos convém; então, que a nossa vida seja sempre uma expressão do perdão que damos e recebemos.
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4. De fato, o princípio cristão da unidade tem como base o amor e a misericórdia de Cristo, vividos até as últimas consequências, isto é, até a total ausência de qualquer discórdia ou divisão, mesmo se para isto for preciso dar a própria vida, como fez o Senhor Jesus, a fim de nos reconciliar com o Pai.
5. Por isso, não creiam naqueles que se dizem cristãos e pregam a divisão da Igreja, pois, ela é o Corpo de Cristo, do qual Ele é a Cabeça e nós somos seus membros (cf. Col 1,18). Ou seja, quem realmente é Igreja evita todo tipo de julgamento, crítica ou condenação do próximo; para isso perdoa sempre e se torna exemplo de unidade e de paz. 

6. Pois, todo aquele que prega a divisão, o faz contrariando esta palavra do Senhor: "Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem. Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos." (Mt 5,44-45).
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7. Portanto, caríssimos, qualquer palavra fora da Palavra de Cristo, não passa de falso ensinamento advindo do inimigo de nossas almas. E o perfeito discernimento para compreendermos isso, é a falta de paz e harmonia entre nós.
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8. Destarte, escutemos atentamente esta oração do Senhor: "Não rogo somente por eles, mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em mim. Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste." (Jo 17,20-21).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

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