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domingo, 9 de março de 2025

Como encontramos o Senhor Jesus?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 25,31-46)(10/03/25)

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1. Caríssimos, o Evangelho de hoje narra a parábola do juízo final na qual o Senhor Jesus, justo juiz, se identifica com os necessitados de alguma ajuda, dizendo: "Pois, eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar’."
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2. Com efeito, diante destes critérios, o Senhor considera justos aqueles que sem pretensões ou interesses pessoais praticam essas obras de misericórdia, encontrando-o naqueles que delas necessitam. Por outro lado, são reprovados os que mesmo podendo, se fecharam em si mesmos e nada fizeram para ajudar aqueles que deles precisaram.
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3. Comentando este Evangelho, disse o Papa Bento XVI: "Jesus, o Filho do Homem, juiz supremo das nossas vidas, quis assumir o rosto dos que têm fome e sede, dos estrangeiros, dos que estão nus, doentes ou prisioneiros, em suma, de todos os que sofrem ou são postos de lado; o comportamento que tivermos para com eles será, portanto, considerado como o comportamento que teremos para com o próprio Jesus. 

4. Não se trata aqui de uma simples fórmula literária, de uma simples imagem! Toda a existência de Jesus é uma demonstração disso mesmo. Ele, o Filho de Deus, se fez homem, partilhou a nossa existência, até nos pormenores mais concretos, fazendo-se servo do mais pequeno dos seus irmãos. 
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5. Ele, que não tinha onde reclinar a cabeça, foi condenado a morrer numa cruz. Sem dúvida que isto nos pode parecer estranho! Ainda hoje, como a mais de 2000 anos, somos habituados a ver os sinais da realeza no sucesso, no poder, no dinheiro; temos dificuldade em aceitar um rei assim, um rei que se faz servo dos mais pequenos, dos mais humildes, um rei cujo trono é uma cruz. 
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6. No entanto, dizem-nos as Escrituras, é assim que se manifesta a glória de Cristo: é na humildade da sua existência terrena que Ele encontra o poder de julgar o mundo. Para Ele, reinar é servir! E o que Ele nos pede é que o sigamos neste caminho, que sirvamos, que estejamos atentos ao grito dos pobres, dos fracos, dos marginalizados. 
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7. O batizado sabe que a sua decisão de seguir Cristo pode levá-lo a grandes sacrifícios, por vezes até o da própria vida. Mas, como nos recorda São Paulo, Cristo venceu a morte e arrasta-nos atrás de si na sua ressurreição. Ele conduz-nos a um mundo novo, um mundo de liberdade e de felicidade. Ainda hoje, temos tantos laços com o velho mundo, tantos medos nos prendem e nos impedem de viver livres e felizes. 
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8. Deixemos que Cristo nos liberte deste mundo velho! A nossa fé n'Ele, que vence todos os nossos medos, todas as nossas misérias, conduz-nos a um mundo novo, um mundo em que a justiça e a verdade não são utopia; um mundo de liberdade interior e de paz conosco mesmo, com os outros e com Deus."

9. Portanto, caríssimos, supliquemos ao Senhor Jesus que nos conduza durante o tempo que ainda temos neste mundo nos dando o discernimento e a graça de poder ajudar aqueles nos quais ele se faz presente de uma forma totalmente diferente daquela que aos olhos dos incrédulos, dos indiferentes e dos que buscam as vantagens deste mundo, jamais ele poderia estar.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

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