Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFMAs Edizioni Poziuncola, de Assis, publicaram um alentado estudo sobre Clara de Assis da autoria de Chiara Giovanna Cremaschi, conhecida autora de textos sobre a vida das Irmãs Pobres de São Damião (Chiara di Assisi. Um silenzio che grida, 2009). Desta obra colhemos as informações que agora apresentamos a respeito das origens de Clara.

2. Não temos condições de saber o sobrenome familiar e nobre. Tudo leva a crer que Offreduccio já estaria morto no momento do nascimento de Clara. No palácio viviam seus filhos e respectivas famílias. Monaldo é o chefe, porque o mais idoso. Entre os outros se pode contar Simão, pai de Rufino, que ingressaria no grupo dos irmãos de Francisco de Assis e por fim Favarone. No Processo de Canonizaçao Pedro de Damião da Cidade de Assis, diz ter conhecido o pai de Clara, messer Favarone, nobre e grande poderoso na cidade. Clara pertence às vintes famílias nobres de Assis
3. “Segundo certos estudiosos o nome Favarone indica a nobreza de quem o tem, segundo outros é um sobrenome que se dava a quem queria aparecer mais do que era”. Na verdade, é o filho mais novo, e por costume é um miles, um cavaleiro armado, muitas vezes ausente de casa. É pouco conhecido de seus concidadãos. Casou-se com uma nobre da cidade a respeito da qual, segundo alguns, não se conhece o verdadeiro nome. Há os que afirmam que o nome de Ortolana é índice de alta nobreza, para outros trata-se de um nome que lhe foi dado por ter colocado no mundo criaturas como flores.(Ortulana-Hortelã). Estamos diante uma mulher dotada de grande capacidade e de profunda fé cristã que é sem mais a domina, a senhora do palácio, colocada à frente das outras mulheres e da criadagem. É cercada do afeto e da amizade de muitas senhoras aristocratas que freqüentam sua casa. Havia uma convivência entre essas mulheres; os trabalhos que realizavam juntas nos mesmos cômodos, favorecia a partilha de pensamentos e de desejos. As freqüentes ausências do marido davam a Ortolana ampla liberdade de movimento. Ela se dirigia em peregrinação a vários lugares que eram metas habituais da Idade Média, até meso à Terra Santa.
4. Enquanto espera seu filho . reza diante do Crucifixo pedindo ajuda para o momento do parto. Num determinado momento ouve uma voz que lhe diz: tu darás à luz uma criança que iluminará o mundo. Não é aqui o lugar de discutir sobre o modo como se deu tal fato. A voz explica as razões pelas quais a filha recebeu o nome de Clara. Em latim Clara significa ilustre, famosa e segundo alguns esse nome só era dado a mulheres da aristocracia. Recebendo esse nome de Clara, na língua popular da Umbria, atribui-se ao termo a característica da luminosidade.
5. Celano pinta Ortolana como protótipo da mulher assisiense, com o escopo de apresentar um modelo de mulher para aquelas que não podiam seguir Clara em tudo. “Sua mãe, Ortolona que devia dar à luz a planta frutífera no jardim da Igreja, também era rica em não poucos bons frutos. Embora fosse presa aos laços do matrimônio e aos cuidados familiares, entregava-se como podia ao serviço de Deus e a intensas práticas de piedade. Tanto que, por devoção foi com os peregrinos ao ultramar e voltou toda feliz, depois de visitar os lugares que o Deus homem consagrou com suas pegadas. Também foi ao santuário de São Miguel Arcanjo para rezar e visitou piedosamente a as basílicas dos apóstolos.
Extraído de http://www.franciscanos.org.br/v3/almir/artigos/clara/01.php
Ilustração: Die heilige Klara verteilt Almosen. Badische Landesbibliothek, Karlsruhe, Codex Tennenbach 4, fol. 17r. Antes de 1492. Disponível em http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Codex_Tennenbach_4_017r.jpg acesso em 20 jan. 2010. acesso em 20 jan. 2010.
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