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sábado, 5 de junho de 2010

Frei Leopoldo de Alpandeire, frade esmoleiro : um modelo de santidade capuchinha.


“Estoy contento, porque estoy bien como Dios quiere.”

O venerável Frei Leopoldo é um dos modelos da santidade capuchinha marcada por santos simples e do povo, nas fileiras de nossa Ordem, vemos santos que foram testemunhos extraórdinários vivendo com dedicação e devoção as tarefas ordinárias. Contamos vários frades leigos, porteiros, cozinheiros, esmoleres.
O personagem que procuramos conhecer não alcançou a santidade, que agora vem reconhecida pela Igreja, como missionário num outro pais, nem fazendo pregações nos púlpitos, muito menos porque era douto. Mas porque foi um testemunho no seu relacionamento com as pessoas e principalmente as mais necessitadas. O veneravel se insere na escola capuchina da simplicidade. Aqueles que aparentemente não são importantes é que Deus se serve para realizar a sua obra.
O escondimento de Nazaré, no silêncio, no trabalho continuo e na oração. Nesse contexto se situa essa escola de santidade capuchinha, na nadificação, se podemos dizer assim, no aparencia frágil daquelas que não são nada perante a sociedade, Deus superabunda os frutos da santidade. Entre os capuchinhos temos os exemplos de outros como São Felix de Cantalicio, São Serafim de Montegranaro, São Crispim de Viterbo, São Conrado de Parzhan, São Francisco de Camporosso, São Bernardo de Corleone e Beato Nicolau de Gesturi, esses sabiam viver entre os últimos, ao lado das pessoas sem importancia, os últimos como nos fala o Evangelho.
A beatificação do Servo de Deus Frei Leopoldo de Alpandeire está prevista para o próximo 12 de setembro de 2010 em Granada. Procuramos conhecer um pouco mais da sua vida e testemunho de vida capuchinha exemplar. Nasceu na cidade de Alpandeire(Malaga), Espanha, com o nome de Francesco Tommaso Marquez y Sánchez (fray Leopoldo da Alpandeire), no dia 24 de junho de 1864, seus pais eram Diego Marquéz e da Jeronima Sánchez, dois humildes e piedosos camponeses.
Desde a infancia ajudou os seus pais nos afazeres agricolas e no cuidado do pequeno rebanho, quando estava um pouco mais crescido começou a trabalhar nas poucas posses de terra da familia .
Um dia ouvindo a pregacão sobre o Beato Diego Cadiz, resolveu tornar-se capuchinho. No dia 16 de novembro de 1899 vestiu o hábito capuchinho no convento de Sevilha. Passou seus primeiros anos de vida religiosa nos conventos de Sevilha, Granada, Antequera, fazendo os trabalhos mais dificeis e humildes.
No ano de 1914 foi destinado ao convento de Granada como esmoler, e ali ficou por toda a sua vida. Com a sacola para pedir esmolas sempre as costas, descalzo e sempre a pé, passou mais de cinquenta anos de porta em porta na cidade de Granada e nas cidades vizinhas pedindo humildemente esmola para os confrades e para os pobres.
Lembrando que o esmoleiro pela propria legislação dos capuchinhos deveria ser alguém provado em virtude, não muito jovem que fosse prudente, porque a figura do esmoleiro deveria ser um testemunho virtuoso, visto que com a sua presença transitanto pelo povoado deveria ser testemunho de exemplar de frade capuchinho.
Enfrentou as dificuldades da Espanha dos anos 30, algumas vezes foi perseguido, outras vezes insultado pelas ruas e algumas vezes quase lapidado.
No seu interminável caminho se alternava entre ensinar o catecismo e a chamar os pecadores a conversão, repreendia energicamente os blasfemadores. Tinha verdadeira repugnancia pela blasfemias que era uma coisa quase comum entre os camponeses e as pessoas comum que repetiam as vezes sem nem pensar que ofendiam a Deus. Sempre que ouvia repreendia com seu jeito particular mas enfrentava essa situaçao. Se conta que uma vez alguem blasfemava perto de Frei Leopoldo e ele disse: “Se queres ofender ao frade use outras palavras, a Deus não ofendas”
Era acolhido nas casas com veneração e respeito, pela devoção muitas vezes cortavam pedacinhos do hábito e do cingolo. Muitas vezes era chamado nas casas dos doentes, onde recitando “tres ave marias” , operava até curas prodigiosas.
Quando alguem dizia a Frei Leopoldo que ele era um santo, o mesmo na sua humildade repreendia a pessoa e dizia : Eu sou um pecador.
No ano de 1948 com seus 84 anos esteve por causa de uma hernia entre outras vezes, mas sempre se curava. Porém, em 1953 indo à mendicância quebrou o fêmur e teve de ser interrompido por três anos num convento, orando constantemente e suportando pacientemente as outras doenças.
Morreu em fama de santidade no convento de Granada 9 de fevereiro de 1956. Seu corpo repousa na cripta do convento de Granada, um lugar de peregrinação constante, especialmente em 9 de cada mês.
O processo de beatificação começou em 1961 e terminou em 1976. Em 1982 foi-lhe dada autorização da S. Congregação para as Causas dos Santos, para a introdução do processo. Nos anos 1983-1984 foi ensinado o processo apostólico sobre as virtudes heróicas. A Positio super virtutibus foi entregue 09 de março de 1994.

Frei Emerson Aparecido Rodrigues, Ofmcap.
freiemersoncapuchinho@hotmail.com



Bibliografia

D’ALATRI M., Fray Leopoldo de Alpandeire o “El testimonio de un pobre evangelico”

PERALBO A., “El sencillo testimonio franciscano del lismonero capuchino muerto en Granada, en 1956”, in L’Osservatore Romano, 17-18 febrero 2003.

ROS C., Vida de Fray Leopoldo de Alpandeire, Madrid, 1996.

LABORDE VALLVERDÙ A., Testigo de paz, Granada, 1990.

DE LEON A., Mendigo por Dios vida de Fray Leopoldo de Alpandeire, Granada, 1986.

50 ANIVERSARIO DE LA MUERTE DE FRAY LEOPOLDO DE ALPANDEIRE 1956-2006

Um comentário:

  1. Paz e Bem!

    Muito obrigado por esta pequena biografia. Se Deus o permitir irei estar presente em Granada na sua Beatificação. É sempre bom recordar os bons exemplos de santidade dos nossos irmãos!

    Um abraço Fraterno na Paz de Cristo,

    Frei Miguel

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