São Francisco radicalmente viveu o Evangelho, não porque era um homem santo desde seu nascimento, pelo contrário, soube abrir espaço em seu coração para escutar, amar, refletir e viver a Palavra de Deus. São Francisco foi como o mestre da lei da Parábola de Jesus, do Evangelho de Hoje (1), “que se torna discípulo do Reino dos Céus, é como um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e coisas velhas”. (2) Embora Francisco mesmo em seu testamento considerava-se “iletrado”, ele soube profundamente compreender a Palavra de Deus. Para tanto, Francisco ouvia, refletia e vivia. Ouvir no modo de São Francisco não significa apenas ouvir a algo que me é dito, mas sim auscultar, que por sua vez diz do modo simples de ouvir atentamente. Quem ouve atentamente a algo ouve com o coração. Uma vez ouvido com o coração Francisco memoriza a Palavra de Deus e reflete profundamente com amor em seu coração. Para refletir profundamente a Palavra de Deus é preciso abrir-se a luz da divina sabedoria. Quando nos ‘pré-dispomos’ a refletir algo sob a luz divina percebemos que tal reflexão brota em nosso coração, pois é próprio Deus agindo em nosso ser. São Jerônimo que rememoramos hoje, assim como a Bíblia, pôs seus talentos a serviço de Deus por intermédio do papa Dâmaso, que o encarregou de preparar a Bíblia em latim. “Jerônimo nasceu em Estridão (Dalmácia) cerca do ano 340. Estudou em Roma e aí foi batizado. Tendo abraçado a vida ascética, partiu para o Oriente e foi ordenado sacerdote. Regressou a Roma e foi secretário do Papa Dâmaso. Nesta época começou a revisão das traduções latinas da Sagrada Escritura e promoveu a vida monástica. Mais tarde estabeleceu-se em Belém, onde continuou a tomar parte muito ativa nos problemas e necessidades da Igreja. Escreveu muitas obras, principalmente comentários à Sagrada Escritura”. (3)São Jerônimo assim como São Francisco nos ensina a amar e colocar a Palavra de Deus em nosso coração. Sendo assim, ouvir, refletir, amar e viver a Palavra de Deus foi o cotidiano da vida de Francisco. Por isso, entendemos que “para o santo de Assis a Sagrada Escritura se define como uma pedagogia divina. Nela e com ele Francisco cresceu até a maioridade do amor. Através da Sagrada Escritura atingiu a união com Deus e a contemplação, que Boaventura chamava de o prêmio da felicidade eterna” (4) Com esta reflexão encerramos o mês da Bíblia, comprometendo-nos com a Palavra de Deus e deixando que a Inspiração divina nos guie nos caminhos da existência, assim como fez com São Francisco. Frei Osvaldo Maffei, OFM (1) Cf. Mt 13,47-53 (2) Mt 13, 52 (3) OFICIO DIVINO. (Breviário) Petrópolis: Vozes, 2000, p.1384. (4) DRAGO, Augusto. Palavra de Deus, Sagrada Escritura. Dicionário Franciscano. Petrópolis: Vozes, 1983, p.532.
- Extraído de http://www.franciscanos-rs.org.br/paf.asp?catego=2&exibir=617 acesso em 03 out. 2011.
- Ilustração: Chorgestühl (1635) der ehem. Klosterkirche Weißenau, Ravensburg; links (Nord), Dorsalfeld: Franziskus von Assisi. Disponível em http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Wei%C3%9Fenau_Chorgest%C3%BChl_links_Dorsalfeld_03_Franziskus.jpg acesso em 03 out. 2011.
Nenhum comentário:
Postar um comentário