Diante dessa constatação, é lógico que também nós lhe perguntemos: “Por que a ti? Por que a ti?”. Pessoalmente, fiz-me essa pergunta muitas vezes e a resposta que encontro é sempre a mesma: o segredo do fascínio que Francisco continua a despertar após 800 anos está em sua “inatualidade”. Francisco, como todo o profeta, é “inatual”, vai sempre além, antecipa o futuro, não se deixa aprisionar pelo presente.
É a sorte das sentinelas (cf. Is 21,11-12) e de quem se sente realmente “peregrino e forasteiro neste mundo” (1Pd 2,11; cf. RB 6,2); é a condição do homo viator ou in statu viae, do crente em busca constante, do seguidor de Jesus e de quem, como Francisco, faz do Evangelho sua regra e vida (cf. RB 1,1); é o destino do todo o peregrino que faz sua esta lei: “hospedar-se sob teto alheio, ansiar pela pátria, andar pacificamente”.
O que é presente, passa; mas o Evangelho, como forma de vida, não passa: “Jesus Cristo [evangelho do Pai à humanidade] é o mesmo ontem, hoje e sempre” (Hb 13,8). Como não sai de moda quem, como o Poverello, assume o Evangelho como regra e vida, como exigência de totalidade.
1. João Paulo II, Mensagem ao Capítulo geral, n. 5.
2. LM, VII,2,5.
Trecho do Relatório do Ministro Geral Frei José Rodríguez Carballo, OFM, “Com Lucidez e Audácia, em tempos de refundação”
- Extraído de http://www.franciscanos.org.br/v3/carisma/especiais/2011/sf/11.php acesso em 04 out. 2011.
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