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quinta-feira, 26 de julho de 2012

CRÔNICAS DE MINHA ALMA: A SENSIBILIDADE DA FÉ...



CRÔNICAS DE MINHA ALMA: A SENSIBILIDADE DA FÉ...

A fé sensível é aquela com a qual o fiel tem a percepção da presença divina e se mantém nela, traduzindo-a com seu viver. E de onde nasce essa fé? Nos batizados, essa fé é dom carismático, ela nasce da efusão do Espírito Santo quando do nosso batismo, conforme nos ensinou Jesus: “Em verdade, em verdade te digo: quem não renascer da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus”. (Jo 3,5). E ainda, "Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão". (Jo 16,13).

Também podemos entender a sensibilidade da fé como uma espécie de vigilância constante (cf. Mt 26,41), onde a alma se mantém na escuta do Senhor a fim de executar os seus apelos de imediato. Podemos também defini-la como dom de oração, conforme nos indicou São Lucas a respeito do ensinamento de Jesus sobre a importância da oração: “Propôs-lhes Jesus uma parábola para mostrar que é necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo”. (Lc 18,1). Ou ainda como dom de intercessão, como nos ensinou São Paulo: “Intensificai as vossas invocações e súplicas. Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos”. (Ef 6,18).

Vejamos alguns exemplos de sensibilidade da fé. De nossa boca só pode sair a verdade, porque somos filhos da Verdade, por isso,  o que falamos, tem que ter a importância de nossa salvação, conforme nos ensinou Jesus (cf. Mt 12,33-37). Então, que os nossos pensamentos concordem com as palavras de nossa oração e com a prática das virtudes, caso contrário, falamos apenas da “boca pra fora”, mas sem proveito algum de nossa oração, porque toda oração que fizermos precisa ser conforme a vontade de Deus para a nossa vida, caso contrário, não seremos escutados. (cf. Is 29,13-15).

Outro exemplo de sensibilidade da fé: sabemos que o tempo nos foi dando como um condutor para Deus, por isso, todo tempo que temos é tempo de vivermos para Deus, porque é Deus quem nos dá todas as graças e bênçãos para sermos felizes (cf. 2Cor 6,1-2). Mas, o que estamos fazendo com o tempo que nos é dado? Muitos se esquecem de vivê-lo para Deus. Por exemplo, a nossa participação na Santa Missa todo domingo e dias de festa, conforme o mandamento do Senhor. Ora, muitos são os batizados, mas que não participam de nada referente à vivência da fé; outros até participam da Santa Missa, mas chegam frequentemente atrasados e mesmo assim vão comungar.

Outros ainda, têm tempo para os “amigos”, o futebol, a televisão, e outros entretenimentos, mas não têm tempo para a família, nem para rezar o santo Rosário ou ler a Sagrada Escritura, e muito menos para participar de sua comunidade. Ou seja, têm tempo para quase tudo, menos para Deus. O resultado é uma fé insensível, indiferente, frívola, etc., sem prática alguma das virtudes, mas com uma tremenda inclinação para os vícios; e os filhos, seguem o mesmo caminho da indiferença dos pais. Desse modo, as famílias estão se desestruturando; a droga e o desvio comportamental estão imperando entre os jovens, causando um sem número de viciados, pervertidos e mortos.

Por fim, o que mais posso falar sobre a sensibilidade da fé? Homens e mulheres sensíveis à fé são aqueles que vivem da fé, conforme nos falou o profeta Habacuc: “Eis que sucumbe o que não tem a alma íntegra, mas o justo vive por sua fidelidade”. (Hab 2,4). Assim, eis o que diz o Senhor: “Já te foi dito, ó homem, o que convém, o que o Senhor reclama de ti: que pratiques a justiça, que ames a bondade, e que andes com humildade diante do teu Deus”. (Miq 6,8).

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


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