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quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Sem dúvida estamos numa grande guerra espiritual, quem sabe até na sua batalha final...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 13,31-35)(31/10/24).

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1. Caríssimos, não resta dúvida de que a nossa luta neste mundo é contra o maligno e seus sequazes, portanto, é uma luta esclusivamente espiritual e que só termina quando fizermos a nossa Páscoa com Cristo Jesus. 
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2. O bom em tudo isto é ter a certeza que o Senhor Jesus está conosco até o fim e que por Ele sairemos vitoriosos deste confronto, para isso precisamos ficar atentos aos seus ensinamentos para que possamos nos defender com precisão.
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3. Com efeito, somos filhos e filhas de Deus nascidos da água e do Espírito Santo, por isso, somos incapazes de pensar o mal, de falar mal e de fazer o mal; todavia, se sedermos às tentações que chegam à nossa mente, perderemos esta batalha, visto que as armas espirituais do maligno são os maus pensamentos contra Deus, contra a Igreja, contra as outras pessoas e contra nós mesmos. 
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4. Ora, eles chegam em forma acusações ou instigacões, seduções, maus desejos, perversões, maledicência e todo tipo de maldade, tentando nos atingir e enfraquecer a nossa fé para nos tirar da comunhão com o Senhor. 
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5. Todavia, como nos ensina são Pedro: "Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar. Resisti-lhe fortes na fé. 
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6. O Deus de toda graça que vos chamou em Cristo à sua eterna glória, depois que tiverdes padecido um pouco, vos aperfeiçoará, vos tornará inabaláveis, vos fortificará. A ele o poder na eternidade! Amém." (1Pd 5,8-11).
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7. E também São Paulo na primeira leitura de hoje nos exorta: "Tomai, portanto, a armadura de Deus, para que possais resistir nos dias maus e manter-vos inabaláveis no cumprimento do vosso dever. 
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8. Ficai alerta, à cintura cingidos com a verdade, o corpo vestido com a couraça da justiça, e os pés calçados de prontidão para anunciar o Evangelho da paz. Sobretudo, embraçai o escudo da fé, com que possais apagar todos os dardos inflamados do Maligno.
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9. Tomai, enfim, o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a palavra de Deus. Intensificai as vossas invocações e súplicas. Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos." (Ef 6,13-18).
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Paz e Bem! 
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Cabe a nós segui-lo fielmente...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 13,22-30)(30/10/24)

1. Caríssimos, Deus não cabe nos julgamentos humanos, porque é infinitamente superior a tudo o que pensamos ou entendemos à seu respeito; ora, e porque nos ama sempre, jamais permite algo que seja contrário à nossa salvação. E mesmo que algo aconteça contra a sua vontade Ele nos salva mesmo assim. 
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2. Por isso, aceitar a sua vontade mesmo quando não entendemos o porquê das situações que nos cercam, é saber que para além do que entendemos, Ele sempre estará conosco nos protegendo e nos conduzindo pela porta estreita dos seus santos mandamentos.
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3. O livro de Provérbios traz um profundo ensinamento a respeito da pedagogia que o Senhor usa para nos corrigir quando Dele nos afastamos: “Meu filho, não desprezes a correção do Senhor, nem te espantes de que ele te repreenda, porque o Senhor castiga aquele a quem ama, e pune o filho a quem muito estima." (Pr 3,11-12).
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4. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos ensina que a porta da vida eterna é estreita e que nela entramos por meio da obediência e da perseverança: “Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão." (Lc 13,24).
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5. Mas, por que muitos tentarão e não conseguirão entrar? O Senhor mesmo responde: Porque, "Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus." (Mt 7,21). E a vontade do Pai é que o amemos sobre todas as coisas e nos amemos uns aos outros. 
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6. Portanto, caríssimos, o exemplo de obediência que o Senhor Jesus nos pede, foi Ele quem nos deu primeiro, bem como nos ensinou São Paulo: "Dedicai-vos mutuamente a estima que se deve em Cristo Jesus. 
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7. Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. 
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8. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz." (Fl 2,5-8). Cabe a nós, segui-lo fielmente.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 29 de outubro de 2024

Homilia do 30°Dom do Tempo Comum...

 Homilia do 30° Dom (T.C) (Mc 10,46-52)(27/10/24)

1. Caríssimos, esta liturgia de hoje nos apresenta um episódio profundamente edificante, trata-se do encontro do cego Bartimeu com o Senhor Jesus, que acompanhado por uma grande multidão, seguia de Jericó em direção à Jerusalém. 

2. Ora, durante esse trajeto, Bartimeu que estava ali pedindo esmola, escutou que o Senhor passava diante de si, por isso, se pôs a gritar o seu nome em alto e bom som, devido o barulho da multidão: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” Com efeito, alguns detalhes deste encontro nos ajuda a tirar alguns lições para crescermos em nossa relação com Deus, conosco e com a opinião dos outros. 

3. A princípio Bartimeu sofreu uma forte oposição contra a sua postura de fé, pois ao chamar o nome do Senhor: "Muitos o repreendiam para que se calasse. Mas ele gritava mais ainda: “Filho de Davi, tem piedade de mim!”

4. E esta é a primeira lição: jamais escutarmos as vozes contrárias à vontade de Deus presente em nossa oração, porque somente Deus conhece a intenção do nosso coração, e por isso, escuta a nossa prece e nos responde não obstante aqueles que dizem que a nossa oração é inútil ou no mínimo incômoda, como vimos nesse episódio.

5. De certo, como nem tudo é oposição à nossa fé, alguns dos que seguiam com o Senhor Jesus, ao sentirem que Ele chamava Bartimeu, logo o encorajaram: “Coragem, levanta-te, Jesus te chama!” Ora, isso significa que quando vivemos em sintonia com o Senhor Jesus e entre nós, tudo fazemos para que a vontade de Deus se realize na vida de quem mais necessita das suas graças.

6. Decerto, tem um outro detalhe muito importante em nosso encontro com o Senhor por meio da oração, como o fez Bartimeu quando Jesus lhe perguntou: “O que queres que eu te faça?” Ele respondeu de imediato: “Mestre, que eu veja!” 

7. De fato, parece óbvio que Jesus sabia o que o cego queria, no entanto, a sua pergunta é de suma importância para entendermos que a fé tudo alcança para muito além daquilo que ao nosso entendimento é óbvio.

8. Destarte, existe ainda outros dois detalhes que nos chama à mesma pratica: "O cego jogou o manto, deu um pulo e foi até Jesus." E Jesus disse: “Vai, a tua fé te curou”. No mesmo instante, ele recuperou a vista e seguia Jesus pelo caminho." 

9. Ora, isso significa que ao encontrar Jesus, Bartimeu deixou o homem velho para trás, e iluminado com a Luz do Senhor, o seguiu firmemente rumo à Jerusalém, ou seja, rumo à terra prometida da salvação, porém, totalmente curado da sua cegueira física e espiritual.

10. De fato, tudo mudou totalmente em sua vida. E se nós seguimos o Senhor, mas pouco ou nada mudamos, é porque não nos deixamos ainda iluminar pela luz da fé, isto é, continuamos cegos apesar de enxergarmos naturalmente.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

Só entendemos o sofrimento mediante a vivência da fé...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 13,18-21)(29/10/24)

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1. Caríssimos, a nossa humanidade frequentemente se interpela sobre o sentido do sofrimento e das dores que padecemos, principalmente quando se trata do padecimento de inocentes. 
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2. Decerto, mesmo em meio a beleza e a grandeza da criação e das alegrias e felicidade que podemos experimentar neste mundo, nada disso nos isenta dos sofrimentos e das dores que padecemos em certas situações de nosso viver. São provações e desafios que somente a prática da fé pode supera-los.
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3. De fato, o sofrimento humano é um grande mistério que só pode ser compreendido quando o associamos aos sofrimentos de nosso Senhor Jesus Cristo. Fora disso, a única explicação plausível é a de que ele é consequência dos pecados aqui praticados, e neste sentido não podemos duvidar. 
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4. Decerto, na sua carta aos Romanos, são Paulo nos aponta um futuro glorioso que supera infinitamente todos os sofrimentos que aqui padecemos, diz ele: "Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada." (Rm 8,18).
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5. Também São Pedro na sua primeira carta nos chama atenção a esse respeito: Irmãos, "Se fordes zelosos do bem, quem vos poderá fazer mal? E até sereis felizes, se padecerdes alguma coisa por causa da justiça! 
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6. Aliás, é melhor padecer, se Deus assim o quiser, por fazer o bem do que por fazer o mal. Pois também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados - o Justo pelos injustos - para nos conduzir a Deus." (1Pd 3,16-18).
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7. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos ensina que o Reino de Deus acontece veladamente, ou seja, mesmo quando não o percebemos claramente. Certa feita, "Os fariseus perguntaram a Jesus quando viria o Reino de Deus. Ao que Ele respondeu: O Reino de Deus não virá de um modo ostensivo. Nem se dirá: Ei-lo aqui; ou: Ei-lo ali. Pois o Reino de Deus já está no meio de vós." (Lc 17,20-21).
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8. Portanto, caríssimos, o fato de existirmos já é um dos sinais do Reino de Deus, porém, precisamos vive-lo tal qual o Senhor nos ensinou, pois, como escreveu são Paulo: "O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e gozo no Espírito Santo. Quem deste modo serve a Cristo, agrada a Deus e goza da estima dos homens. Portanto, apliquemo-nos ao que contribui para a paz e para a mútua edificação." (Rm 14,17-19).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 27 de outubro de 2024

Na vivência da fé nada acontece por acaso...


 Homilia do 30° Dom (T.C) (Mc 10,46-52)(27/10/24)

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1. Caríssimos, esta liturgia de hoje nos apresenta um episódio profundamente edificante, trata-se do encontro do cego Bartimeu com o Senhor Jesus, que acompanhado por uma grande multidão, seguia de Jericó em direção à Jerusalém. 
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2. Ora, durante esse trajeto, Bartimeu que estava ali pedindo esmola, escutou que o Senhor passava diante de si, por isso, se pôs a gritar o seu nome em alto e bom som, devido o barulho da multidão: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” Com efeito, alguns detalhes deste encontro nos ajuda a tirar alguns lições para crescermos em nossa relação com Deus, conosco e com a opinião dos outros. 
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3. A princípio Bartimeu sofreu uma forte oposição contra a sua postura de fé, pois ao chamar o nome do Senhor: "Muitos o repreendiam para que se calasse. Mas ele gritava mais ainda: “Filho de Davi, tem piedade de mim!”
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4. E esta é a primeira lição: jamais escutarmos as vozes contrárias à vontade de Deus presente em nossa oração, porque somente Deus conhece a intenção do nosso coração, e por isso, escuta a nossa prece e nos responde não obstante aqueles que dizem que a nossa oração é inútil ou no mínimo incômoda, como vimos nesse episódio.
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5. De certo, como nem tudo é oposição à nossa fé, alguns dos que seguiam com o Senhor Jesus, ao sentirem que Ele chamava Bartimeu, logo o encorajaram: “Coragem, levanta-te, Jesus te chama!” Ora, isso significa que quando vivemos em sintonia com o Senhor Jesus e entre nós, tudo fazemos para que a vontade de Deus se realize na vida de quem mais necessita das suas graças.
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6. Decerto, tem um outro detalhe muito importante em nosso encontro com o Senhor por meio da oração, como o fez Bartimeu quando Jesus lhe perguntou: “O que queres que eu te faça?” Ele respondeu de imediato: “Mestre, que eu veja!” 
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7. De fato, parece óbvio que Jesus sabia o que o cego queria, no entanto, a sua pergunta é de suma importância para entendermos que a fé tudo alcança para muito além daquilo que ao nosso entendimento é óbvio.
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8. Destarte, existe ainda outros dois detalhes que nos chama à mesma pratica: "O cego jogou o manto, deu um pulo e foi até Jesus." E Jesus disse: “Vai, a tua fé te curou”. No mesmo instante, ele recuperou a vista e seguia Jesus pelo caminho." 
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9. Ora, isso significa que ao encontrar Jesus, Bartimeu deixou o homem velho para trás, e iluminado com a Luz do Senhor, o seguiu firmemente rumo à Jerusalém, ou seja, rumo à terra prometida da salvação, porém, totalmente curado da sua cegueira física e espiritual.
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10. De fato, tudo mudou totalmente em sua vida. E se nós seguimos o Senhor, mas pouco ou nada mudamos, é porque não nos deixamos ainda iluminar pela luz da fé, isto é, continuamos cegos apesar de enxergarmos naturalmente.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 26 de outubro de 2024

Parábola da figueira estéril...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 13,1-9)(26/10/24).

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, somos seres contingentes, vivemos no mundo dos limites e por consequência também num mundo de tragédias causadas por nós mesmos, seja pela agressão à natureza, seja pela agressão uns aos outros. E com isso, vivemos a mesma condição de mortalidade dos demais seres, visto que a morte é uma realidade que se abate sobre todos. 
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2. No entanto, dada à essa nossa limitada condição, no Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos indica a graça que nos liberta dela, à qual chamamos de conversão. Ora, essa graça dada por Deus, muda totalmente nossa mentalidade, bem como nos ensina são Paulo: 
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3. "Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito." (Rm 12,2).
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4. De fato, a conversão é um ato de mudança radical em nosso comportamento que nos leva à um viver fecundo, pleno dos frutos do Espírito Santo. É como meditamos na Carta aos Filipensses: "Assim, meus caríssimos, vós que sempre fostes obedientes, trabalhai na vossa salvação com temor e tremor. 
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5. Fazei todas as coisas sem murmurações nem críticas, a fim de serdes irrepreensíveis e inocentes, filhos de Deus íntegros no meio de uma sociedade depravada e maliciosa, onde brilhais como luzeiros no mundo, a ostentar a palavra da vida." (Fl 2,12.16a).
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6. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus conta a parábola de uma figueira que mesmo sendo robusta e frondosa não dava fruto algum, e por isso deveria ser arrancada. Ora, a pergunta a ser feita é esta: na vivência da fé que tipo de planta nós somos? Em outras palavras, que sentido estamos dando ao nosso viver? 
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7. De fato, uma vida sem sentido é como a figueira estéril da parábola que só ocupa espaço, e não dá fruto algum; pelo contrário, quando vivemos em Cristo, somos galhos fecundos de sua videira produzindo frutos de vida eterna advindos de sua seiva.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

ESTAMOS REALMENTE PREPARADOS PARA A PARUSIA DO SENHOR?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 12,39-48)(23/10/24)

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1. Caríssimos, quando Deus nos criou, deu-nos a liberdade que consiste em vivermos em plena comunhão de amor com Ele e entre nós. Ora, nenhum rio existe sem a comunhão com a sua nascente; qualquer afluente que o contamina tira dele a pureza recebida de sua fonte primitiva. 
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2. Desse modo, entendemos que todo conteúdo existencial que não nasce da Sabedoria do Espírito Santo, é afluente contaminado, e não faz bem às nossas almas. Por isso, disse são Paulo: "Deixa-vos conduzir pelo Espírito e não satisfareis os apetites da carne." (Gl 5,16). 
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3. Com efeito, essa máxima nos revela em que estado se encontra as almas contaminadas pela "fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdias, partidos, invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes.
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4. Dessas coisas vos previno, como já vos preveni: os que as praticarem não herdarão o Reino de Deus! (Gl 5,21). E por incrível que pareça, infelizmente, é isto o que está acontecendo nesta sociedade hedonista.
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5. Com efeito, a fé é um dom do Espírito Santo, que recebemos no batismo e que gera frutos de santidade como nos ensinou são Paulo: "O fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança." (Gl 5,22-23).
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6. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos exorta sobre a importância da vigilância que nos prepara para a sua Parusia, isto é, a sua segunda vinda; de fato, a cada momento que passa estamos indo em definito ao seu encontro, por isso, precisamos nos manter em estado de graça, para não sermos surpreendidos pela falta de vigilância.
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7. Portanto, caríssimos, escutemos atentamente o Senhor: "Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca." (Mt 26,41). Ora, a "carne fraca" de que nos fala o Senhor é a nossa inclinação para o pecado. 
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8. Por isso, disse são João: "Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. Porque tudo o que há no mundo - a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida - não procede do Pai, mas do mundo. O mundo passa com as suas concupiscências, mas quem cumpre a vontade de Deus permanece eternamente." (1Jo 2,15-17).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 22 de outubro de 2024

SEDE ATENTOS, ESTEJAIS PREPARADOS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 12,35-38)(22/10/24)

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1. Caríssimos, o nosso viver neste mundo é uma projeção do que viveremos na eternidade, pois, é aqui que o Senhor em Seu infinito amor nos concede todas as graças necessárias para a nossa salvação. Todavia, precisamos viver segundo a Sua vontade para obtermos essas graças, pois, é a nossa obediência aos seus santos mandamentos que nos leva a dar os frutos de vida eterna. 
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2. Como vimos, as leituras de hoje tratam do tema da vigilância; ora, ser vigilante é não se descuidar da vivência da fé; é não se deixar enganar pelas tentações e artimanhas do maligno, mas expulsa-las assim que chegue à nossa mente; para assim persevermos até o fim no cumprimento dos desígnios do Senhor para conosco. 
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3. Comentando sobre a vigilância e o encontro com o Senhor Jesus quando da sua segunda vinda, disse o Santo Padre, o Papa Francisco: "O Evangelho recomenda que sejamos como servos que nunca dormem, até que o patrão volte. 
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4. Este mundo exige a nossa responsabilidade, e nós devemos assumi-la totalmente com amor. Jesus quer que a nossa existência seja laboriosa, que nunca abaixemos a guarda, para acolher com gratidão e admiração cada novo dia que Deus nos concede.
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5. Cada manhã é uma página branca que o cristão começa a escrever com obras de bem. Já fomos salvos pela redenção de Jesus, mas agora estamos à espera da manifestação plena do seu senhorio: quando finalmente Deus será tudo em todos (cf. 1 Cor 15, 28).
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6. Nada é mais certo, na fé dos cristãos, do que este “encontro”, este encontro com o Senhor, quando Ele voltar. E quando este dia chegar, nós cristãos queremos ser como aqueles servos que passaram a noite com os rins cingidos e as lâmpadas acesas: é preciso estar prontos para a salvação que chega, prontos para este encontro. 
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7. Pensastes como será aquele encontro com Jesus quando Ele vier? Decerto, será um grande abraço, uma alegria enorme, uma grande alegria! Devemos viver na expectativa deste encontro!" De fato, nada neste mundo se compara ao abraço eterno que o Criador e Redentor de nossas almas nos dará naquele dia. 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 19 de outubro de 2024

O PECADO QUE NÃO TEM PERDÃO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 12,8-12)(19/10/24)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, se pudéssemos consignar a mensagem da salvação nem todas as palavras dos anjos e dos homens seriam suficientes para isto; no entanto, a encarnação do Verbo de Deus no seio da Virgem Maria; sua Paixão, morte e ressurreição resume tudo e nos diz: a vida eterna, o Reino de Deus já está no meio de nós.
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2. De fato, o Senhor Jesus veio para revelar o Reino de Deus e a sua justiça, e para nos fazer participantes da natureza divina cujo fundamento é a imortalidade, e da plenitude de sua glória por meio da fé que herdamos de nosso pai Abraão e dos Apóstolos. 
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3. Contudo, nessa adesão à Ele precisamos satisfazer alguns requisitos indispensáveis dentre os quais está o amor a Deus sobre todas as coisas e aos nossos irmãos e irmãs como a nós mesmos. Também precisamos carregar a nossa cruz de cada dia como o Senhor nos ensinou, passando pela porta estreita dos Santos Mandamentos. 
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4. Por isso, é importante compreender que não existe verdadeiro anúncio da mensagem salvífica onde Cristo não é o centro e a razão de ser desse anúncio; qualquer outro tipo de anúncio mesmo que use o seu nome, é mera especulação, é negação da sua mensagem.
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5. É usar o seu Santo Nome em vão. Pois ele mesmo nos ensinou isto: "Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus." (Mt 7,21). 

6. No Evangelho de hoje meditamos que a blasfêmia contra o Espírito Santo é único pecado que não tem perdão. Porque aqueles que o cometem conscientemente não se arrependem nem acolhem a salvação que o Senhor Jesus nos trouxe. 

7. Portanto, caríssimos, busquemos em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, acolhendo a Palavra do Senhor Jesus e pondo-a em prática, bem como Ele disse: "Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha." (Mt 7,24).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Amar a Deus é ouvi-lo e obedece-lo...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 11,47-54)(17/10/24)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, a verdade liberta sempre, mas somente a quem a reconhece, se arrepende e pede a sua libertação, caso contrário, todos os que a rejeitam permanecem no pecado, tratando logo de persegui-la. 
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2. De fato, tentam calar a sua voz por meio de falsas acusações, calúnias, difamação e todo tipo de falcatruas e insídias, como os mestres da Lei e fariseus fizeram perseguindo o Senhor Jesus, à ponto de tramarem a sua morte e a executarem tão brutalmente.
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3. Ora, a Lei de Deus é caminho de perfeição, pois obedece-la é obedecer ao próprio Deus que nos fala diretamente por meio dela; todavia, quando os homens se apossam dela para interpreta-la conforme as suas inclinações pecaminosas, a deformam e passam a agir contra Deus, tornando-se impossível qualquer abertura para se converterem e seguirem na estrada que os leva à vida eterna.
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4. De fato, a Lei de Deus foi posta no coração dos homens como um pedagogo para os conduzir a Cristo, como bem observa são Paulo: "todos pecaram e estão privados da glória de Deus, e a justificação se dá gratuitamente, por sua graça, em virtude da redenção realizada em Jesus Cristo." (Rm 3,23-24). 
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5. Decerto, não viver em conformidade com essa Pedagogia Divina, é perder-se no labirinto infindo das próprias contradições. Pois, é bem como disse o Senhor: "Todo aquele que o Pai me dá virá a mim, e o que vem a mim não o lançarei fora.
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6. Pois desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. Ora, esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não deixe perecer nenhum daqueles que me deu, mas que os ressuscite no último dia." (Jo 6,37-39). 
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7. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus mais uma vez chama a atenção dos seus algozes a fim de que se convertam e vivam, mas os mesmos se apossaram do poder que lhes fora confiado por Deus para receberem o Seu Filho como o Messias. 
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8. No entanto, se aproveitaram desse poder não para o receber, mas, para tramar contra a sua vida, e com isso, caíram nos laços do próprio pecado e no precipício da perdição infinita.
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9. Portanto, caríssimos, ouçamos então com atenção redobrada esta Palavra do Senhor Jesus: "Ora, este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, pois as suas obras eram más.
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10. Porquanto todo aquele que faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas aquele que pratica a verdade, vem para a luz. Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em Deus." (Jo 3,19-21).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

A fidelidade ao amor de Deus é o único fundamento da vida eterna...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 11,42-46)(16/10/24).

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1. Caríssimos, o primeiro amor da vida de todo batizado é Deus, justamente por esse amor ser o mais sublime de todo o seu viver, pois amar a Deus sobre todas as coisas e ser um só com Ele é o que constitui o alicerce da vida eterna; sem essa comunhão com o amor de Deus tudo o que existe se destina ao caos, porque o Seu amor é a origem e a única razão de ser de tudo o quanto existe.
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2. Com efeito, quando os homens se desligaram de Deus pelo pecado, o Senhor não os deixou à mercê do pecado, mas os resgatou por sua divina misericórdia, enviando o seu Filho numa carne semelhante a nossa a fim de nos livrar de todo o mal que o pecado gera. 
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3. Antes disso, porém, o Senhor havia feito repetidas alianças com eles, até chegar a última e definitiva aliança escrita com o Sangue de Seu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo, no qual pôs todo o seu agrado, como Ele mesmo disse no episódio da transfiguração: "E daquela nuvem fez-se ouvir uma voz que dizia: “Eis o meu Filho muito amado, em quem pus toda a minha afeição; ouvi-o”. (Mt 17,5).
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4. São Paulo, na Carta aos Efésios escreveu: "Nesse Filho, pelo seu sangue, temos a Redenção, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça que derramou profusamente sobre nós, em torrentes de sabedoria e de prudência." (Ef 1,7-8).
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5. E também na Carta aos Hebreus: "Muitas vezes e de diversos modos outrora falou Deus aos nossos pais pelos profetas. Ultimamente nos falou por seu Filho, que constituiu herdeiro universal, pelo qual criou todas as coisas." (Hb 1,1-2).
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6. Portanto, caríssimos, todas essas graças derramadas sobre nós são inteiramente aproveitadas quando somos fiéis ao amor do Senhor observando com coerência e firmeza de caráter seus santos mandamentos; caso contrário, não passamos de fariseus e mestres da lei infiéis, vivendo de aparências e nos justificando sempre que ouvimos o Senhor em nossa consciência.
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7. Destarte, peçamos ao Senhor Jesus a graça da perseverança no seu amor para sermos fiéis até o fim de nossos dias neste mundo. Pois, eis o que Ele nos diz: "Eis que venho em breve, e a minha recompensa está comigo, para dar a cada um conforme as suas obras." (Ap 22,12). 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

terça-feira, 15 de outubro de 2024

UM DOS PECADOZ MAIS COMETIDOS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 11,37-41)(15/10/24)

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1. Caríssimos, um dos pecados mais cometidos neste mundo, é o ato de julgar uns aos outros e até mesmo a Deus; todavia, chamo a atenção para um detalhe sumamente importante, não existe pecado sem permissão e sem consentimento para comete-lo. 
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2. Em primeiro lugar aparece na mente a tentação de julgar o proximo; e depois que se dá a permissão e o consentimento, é que se comete o ato pecaminoso, isto é, depois da decisão do nosso livre arbítrio. 
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3. Daí a importância desta exortação do Senhor Jesus para resistirmos à tentação: "Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca." (Mt 26,41). Ora, o que é essa vigilância? É a oração mental, também chamada oração do coração, que nos mantém vigilantes e em estado de graça. 
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4. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus foi julgado por um fariseu pelo simples fato de não ter lavado as mãos antes da refeição. Ao que o Senhor respondeu: "Vós fariseus, limpais o copo e o prato por fora, mas o vosso interior está cheio de roubos e maldades.
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5. Insensatos! Aquele que fez o exterior não fez também o interior? Antes, dai esmola do que vós possuís e tudo ficará puro para vós”. (Lc 11,39-41). Ou seja, o tempo que se perde julgando o comportamento dos outros, deve ser empregado para fazer o bem a quem dele necessita; é isso o que nos purifica. 
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6. Decerto, escutemos o que diz São Paulo a esse redpeito: "Para os puros todas as coisas são puras. Para os corruptos e descrentes nada é puro: até a sua mente e consciência são corrompidas. Proclamam que conhecem a Deus, mas na prática o renegam, detestáveis que são, rebeldes e incapazes de qualquer boa obra." (Tt 1,15-16).
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7. Portanto, caríssimos, quem se fundamenta na Palavra do Senhor e a põe em prática dificilmente erra, pois segue sua via de perfeição e nunca abre mão de ser fiel até o fim no seu desejo de santidade. Destarte, peçamos ao Senhor um coração manso e humilde para seguirmos em todos os sentidos o seu exemplo de obediência à vontade do Pai.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

ESSA É UMA GERAÇÃO MÁ E PERVERSA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA (Lc 11,29-32)(14/10/24)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, a liturgia de hoje trata do arrependimento, da penitência e conversão ao encontrarmos a divina misericórdia por meio da Palavra daquele que Deus nos enviou para nos alertar do mal que fazemos a nós mesmos e aos outros quando pecamos. 
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2. De fato, o pecado é sempre uma ofensa a Deus, ao próximo e a nós mesmos, pois, deixamos de amar para nos deixar invadir pela maldade sempre presente nas ações pecaminosas. Por isso, muita atenção, pois, quem permitimos entrar em nossas almas, é quem vai governar a nossa vida.
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3. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus revela que o pecado desta geração é ignorar a sua presença e a sua Palavra, para buscar sinais extraordinários e não o que é essencial para se viver em estado de graça, isto é, em plena comunhão com a vontade de Deus, nosso Pai. 
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4. E para conscientizar esta nossa geração Ele nos recorda o Profeta Jonas e os Ninivitas que se converteram ao ouvirem a sua pregação; lembra ainda a rainha do Sul que veio de longe para ouvir Salomão; enquanto esta nossa geração tem a Ele, Palavra viva de Deus, e mesmo assim não o escuta, por isso, não se converte nem o segue.
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5. Sem dúvida, estamos vivendo no tempo que nos foi dado pela misericórdia divina para fazermos penitência e nos convertermos; tempo de reconciliação e comunhão fraterna; tempo de semear a bondade e a mansidão; a piedade e a gratidão; a justiça e a paz que o Senhor nos dá a semear neste mundo infestado por todo tipo de pecados, quem sabe até, muito piores daqueles praticados pelos ninivitas.
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6. Portanto, caríssimos, a confissão e absolvição sacramentais são os meios mais eficazes para voltarmos ao estado de graça, isto é, à plena comunhão e à total reconciliação com o nosso Deus e Pai das nossas almas, que por seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, nos dá a vida eterna.

7. De fato, confessar-se é acolher a misericórdia divina por meio do sacerdote que em nome da Igreja confirma sensivelmente que fomos perdoados; ora, tal reconciliação é portadora de uma alegria inefável, do retorno do nosso livre arbítrio que havíamos perdido com o pecado; e da verdadeira liberdade de alma que nos é dada neste Sacramento.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 13 de outubro de 2024

Homilia do 28°Dom do Tempo Comum...


 Homilia do XXVIII Dom do tempo comum (Mc 10,17-30)(13/10/24)

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1. Caríssimos, olhando para tudo o que existe percebemos que todas as coisas tem sua finalidade e esta consiste em servir, ou seja, em fazer o bem para o qual Deus as criou. Não viver isso, é fechar-se em si mesmo numa atitude egoísta, para apegar-se aos bens que passam, não percebendo que tudo pertence somente a Deus que nos sustenta na vida. 
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2. De fato, a vida é muito boa, porque é um dom de Deus para si e para os outros; sem essa finalidade tudo o que vivemos perde o sentido eterno de ser, porque ao final da nossa estadia neste mundo perdemos tudo, todos os valores acumulados; menos as virtudes eternas que nos levam para o céu. 
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3. Existe uma belíssima frase atribuída ao Papa Francisco, que muito nos ajuda a compreender o verdadeiro sentido da vida: “Os rios não bebem sua própria água; as árvores não comem seus próprios frutos. O sol não brilha para si mesmo; e as flores não espalham sua fragrância para si. Viver para o bem de todos é uma regra da natureza." E diria mais, é um dom gratuito de Deus. 
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4. No Evangelho de hoje alguém se dirige ao Senhor Jesus perguntando: "Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna? Jesus respondeu: “Por que me chamas de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém." Ou seja, a bondade é um atributo divino que nos dá tudo o que somos e que temos, não para nos apegarmos, mas para partilharmos o que recebemos.
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5. Em seguida o Senhor lhe indica a via dos santos mandamentos. Ao que ele logo respondeu: “Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude”. Jesus olhou para ele com amor, e disse: “Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!” 
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6. Mas, quando ele ouviu isso, ficou muito abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico. Jesus então olhou ao redor e disse aos discípulos: “Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!”
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7. Portanto, caríssimos, a fé que se baseia no apego aos bens deste mundo só causa desânimo e tristeza ainda que exista a intenção de viver segundo os santos mandamentos. Desse modo, conforme o Senhor, a prática dos santos mandamentos nos levam para o céu somente quando os vivemos por amor a Deus e ao próximo como a nós mesmos.
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8. Destarte, a Sabedoria que vem de Deus é mais desejável que todos os tesouros deste mundo, uma vez que todos os bens materiais não passam de cinza que se esvai quando do juízo. Por isso, disse o Senhor: "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo." (Mt 6,33).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós...


 Solenidade de N.S. Aparecida (Jo 2,1-11)(12/10/24)

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1. Caríssimos, hoje a Igreja do Brasil celebra solenemente a Sua Padroeira, Nossa Senhora da Conceição Aparecida. E essa graça é causa de grande alegria para todos os brasileiros, seus filhos e filhas. 
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2. Ora, como Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo a ama, nós também a amamos e a exaltamos tal qual meditamos na sua profecia: "A minh'alma engrandece o Senhor e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador; pois, ele viu a pequenez de sua serva, desde agora as gerações hão de chamar-me de bendita."
3. Por ocasião da Da Dedicação da Basílica Nacional de Aparecida, no ano de 1980, são João Paulo II, fez uma belíssima homilia da qual separei algumas partes, disse ele: "Maria, a Mãe de Deus, é modelo para a Igreja, é Mãe para os remidos. 
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4. Por sua adesão pronta e incondicional à vontade divina que lhe foi revelada, torna-se Mãe do Redentor, com uma participação íntima e toda especial na história da salvação. Pelos méritos de seu Filho, é Imaculada em sua Conceição, concebida sem a mancha original, preservada do pecado e cheia de graça."
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5. Maria nos leva a Cristo, como afirma com precisão o Concílio Vaticano II: “A função maternal de Maria, em relação aos homens, de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo; antes, manifesta a sua eficácia. E de nenhum modo impede o contato imediato dos fiéis com Cristo, antes o favorece”.
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6. Mãe da Igreja, a Virgem Santíssima tem uma presença singular na vida e na ação desta mesma Igreja. Por isso mesmo, a Igreja tem os olhos sempre voltados para aquela que, permanecendo virgem, gerou, por obra do Espírito Santo, o Verbo feito carne. 
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7. Qual é a missão da Igreja senão a de fazer nascer o Cristo no coração dos fiéis, pela ação do mesmo Espírito Santo, através da evangelização? A devoção a Maria é fonte de vida cristã profunda, é fonte de compromisso com Deus e com os irmãos. Permanecei na escola de Maria, escutai a sua voz, segui os seus exemplos. 
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8. Como ouvimos no Evangelho, ela nos orienta para Jesus: Fazei o que ele vos disser (Jo 2,5). E, como outrora em Caná da Galiléia, encaminha ao Filho as dificuldades dos homens, obtendo dele as graças desejadas. Rezemos com Maria e por Maria: pois ela é sempre a “Mãe de Deus e nossa”.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós...

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 1,26-38)(07/10/24)
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1. Caríssimos irmãos e irmãs, hoje a Igreja celebra a memória de Nossa Senhora do Rosário; essa memória foi instituída por São Pio V, em agradecimento à chamada vitória de Lepanto sobre o império Otomano, atribuída à nossa Senhora do Rosário, porque no momento da batalha todos, munidos do santo Rosário em oração, avançaram contra os adversários e os venceram.
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2. Com efeito, "a celebração deste dia é um convite a todos os fiéis para que meditemos os mistérios de Cristo, em companhia da sua Santíssima Mãe, a Virgem Maria, que foi associada de modo muito especial à Encarnação, à Paixão e à sua Ressurreição." 
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3. Ora, rezar é amar, é fazer a vontade de Deus; nesse sentido, nossa oração é a luz da graça de Deus que ilumina as almas por quem intercedemos, mas também é a arma espiritual mais poderosa para nos defendermos e vencermos todo mal.
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4. Caríssimos, toda oração que fazemos é sempre um encontro que temos com o Mistério de Deus que entra em comunhão conosco pela via de suas inspirações, isto é, pelos meios que nos leva a ter a evidência da sua presença e da sua proteção.
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5. De modo que, nos Ele encontra e nos fala diretamente por meio da Santa Eucaristia; da Sua Palavra, que é sua voz escrita; na nossa oração pessoal, feita no coração da nossa alma que é a nossa consciência; por meio do nosso anjo da guarda, e pela intercessão dos santos, especialmente de Nossa Senhora.
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6. Portanto, caríssimos, peçamos então a intercessão de nossa Senhora do Rosário para que nos ajude a vencer as batalhas que travamos constantemente contra as tentações que nos cercam. 
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7. Por fim, encontremos todos os dias nossa Mãe Santíssima e meditemos com ela os mistérios do Santo Rosário; rezemos com profunda piedade e devoção pelas almas necessitadas das nossas humildes preces. 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
 

sábado, 5 de outubro de 2024

Louvo-Te ó Pai, Senhor do céu e da terra...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 10,17-24)(05/10/24)

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1. Caríssimos se tem algo avidamente mais do que desejável neste mundo, esse algo se chama sucesso, e todos naquilo fazem sempre visam o mesmo. Ora, no tempo de do Senhor Jesus não era diferente, pois também os discípulos voltaram da missão que o Senhor lhes havia confiado muito empolgados e cheios de alegria pelo sucesso obtido.
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2. De fato, foi preciso o Senhor Jesus os alertar que o sucesso momentâneo não é o mais importante, mas sim aquele que dura para sempre, como Ele mesmo disse: "Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem. Antes, ficai alegres porque vossos nomes estão escritos no céu”. 
3. Ou seja, devemos nos alegrar por conta do objetivo final das batalhas aqui travadas, isto é, a salvação eterna das almas. Pois, de nada adianta o sucesso estrondoso deste mundo se não tem como fundamento o viver eterno que o Senhor Jesus nos concede?
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4. Com efeito, depois de os alertar, o Senhor se dirigiu ao Pai com esta oração: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado." 
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5. E acrescentou: “Felizes os olhos que veem o que vós vedes! Pois eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que estais vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que estais ouvindo, e não puderam ouvir”.
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6. Portanto, caríssimos, meditemos com amor e atenção estas palavras de São Pedro a respeito das graças que nos foram dadas: "Bendito seja Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Na sua grande misericórdia ele nos fez renascer pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos;
7. Para uma viva esperança, para uma herança incorruptível, incontaminável e imarcescível, reservada para vós nos céus; para vós que sois guardados pelo poder de Deus, por causa da vossa fé, para a salvação que está pronta para se manifestar nos últimos tempos.
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8. É isto o que constitui a vossa alegria, apesar das aflições passageiras a vos serem causadas ainda por diversas provações, para que a prova a que é submetida a vossa fé (mais preciosa que o ouro perecível, o qual, entretanto, não deixamos de provar ao fogo) redunde para vosso louvor, para vossa honra e para vossa glória, quando Jesus Cristo se manifestar." (1Pd 1,3-7).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 4 de outubro de 2024

São Francisco de Assis, rogai por nós...


 Solenidade de S. Francisco de Assis (Mt 11,25-30)(04/10/24). 

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1. Caríssimos, São Francisco de Assis, nasceu na cidade de Assis (Itália), no ano de 1182. Depois de uma juventude mal vivida, converteu-se a Cristo, renunciou a todos os bens deste mundo e entregou-se inteiramente a Deus. 
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2. E assim abraçou a virtude da pobreza para seguir mais perfeitamente o exemplo de Cristo, pregando a todos o amor de Deus. Desse modo, fez do Evangelho sua regra de vida e ensinou os seus irmãos a observá-lo em tudo. 
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3. Meditemos com amor e atenção este pequeno sermão de São Francisco: "Não nos convém sermos sábios e prudentes segundo a carne, mas temos antes de ser simples, humildes e puros. Jamais desejemos ficar acima dos outros, mas prefiramos ser servos e submissos a toda criatura humana, por causa de Deus. 
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4. Sobre todos os que assim agirem e perseverarem até o fim repousará o Espírito do Senhor e fará neles sua casa e mansão. Serão filhos do Pai celeste, pois fazem suas obras, e são esposos, irmãos e mães de nosso Senhor Jesus Cristo.
5. Ó muito amados irmãos e para sempre benditos filhos, ouvi-me, ouvi a voz de vosso Pai. Grandes coisas prometemos ao Senhor, maiores ainda nos foram prometidas, cumpramos aquelas, suspiremos por estas. 
6. O gozo do pecado é breve, o castigo, porém, é eterno; pouco é sofrimento neste mundo, todavia, a glória do céu é infinita; muitos são chamados, poucos os escolhidos, mas, todos receberão segundo seus merecimentos."

Oremos: 
7. "Francisco, precisamos da tua ajuda. Naquela noite de 3 de outubro, te deitaste “nu no chão”. E nos mostraste que a única forma de dar fruto é ser como uma semente, abandonar-se à terra, lugar de um novo começo, de uma vida que não teme mais os limites do corpo e do tempo.
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8. Francisco, não sabemos morrer, defendemo-nos, não queremos deixar-nos despojar pela vida, temos medo de perder e de nos perdermos. Apegamo-nos à pequena vida de cada dia a todo custo porque, em última análise, não conhecemos a vida eterna. 
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9. Por favor, tome-nos pela mão, ajude-nos a não ter medo da “irmã morte” quando ela se apresenta na forma de crises, decepções, etc...ajude-nos a fazer a transição mais difícil, aquela de nós mesmos para Deus e sua Vontade. 
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10. Então, só então, como as cotovias que cantaram naquela noite na Porciúncula, deixaremos de ter medo da noite e com a nossa vida cantaremos um cântico maravilhoso a Deus." (Pietroluca)
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

SANTO ANJO DO SENHOR...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 18,1-5.10)(02/10/24)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, hoje a Igreja celebra a memória dos santos anjos da guarda. De fato, no que diz respeito à história da criação e da nossa salvação, são inúmeras as passagens bíblicas que se referem a esses seres angelicais que Deus, nosso Pai, pôs ao nosso serviço com o encargo de nos proteger em todas as situações de nossa vida.
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2. Na primeira leitura de hoje, meditamos: "Assim diz o Senhor: “Vou enviar um anjo que vá à tua frente, que te guarde pelo caminho e te conduza ao lugar que te preparei. Respeita-o e ouve a sua voz. Não lhe sejas rebelde, porque não suportará as vossas transgressões, e nele está o meu nome." (Ex 23, 20-21).

3. No Salmo responsorial, eis o que diz o Senhor: "Nenhum mal há de chegar perto de ti, nem a desgraça baterá à tua porta; pois o Senhor deu uma ordem a seus Anjos para em todos os caminhos te guardarem." (Sl 90). De fato, essa guerra é espiritual e nós somos frágeis para enfrentar um inimigo tão cruel e poderoso, por isso, nosso Pai celestial nos deu seus anjos para nos defender.
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4. No Evangelho de hoje, o Senhor Jesus nos dá a conhecer que os nossos anjos da guarda contemplam a Face de Deus no céu. Todavia, também nos ensina da necessidade de sermos como crianças para entrarmos no Seu Reino, assim disse Ele: 
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5. “Em verdade vos digo, se não vos converterdes, e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus. Quem se faz pequeno como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus." (Mt 18,3-4). Ou seja, trata-se das virtudes da inocência e da humildade sem as quais perderemos esta guerra.
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6. Portanto, caríssimos, rezemos então com profunda devoção ao nosso anjo da guarda para que nos proteja nas batalhas que travamos em busca da santidade sem a qual ninguém poderá ver a Deus. 
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7. "Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, já que a ti me confiou a Piedade Divina, sempre me rege, me guarda, me governa e ilumina, agora e sempre. Amém!”. Santo anjo do Senhor, rogai por nós em nossas necessidades. Amém!
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

Servi ao Senhor com alegria...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 10,1-12)(03/10/24)

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1. Caríssimos, todos os batizados somos chamados e enviados pelo Senhor Jesus para anunciar o Reino de Deus e a sua Justiça; todavia, precisamos ficar atentos às Suas instruções e segui-las fielmente para que tudo ocorra conforme os seus desígnios de amor para o bem e a salvação de todos.
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2. Em primeiro lugar, precisamos compreender que o envio é comunitário e não individual, bem como são Lucas nos relata: "os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir." (Lc 10,1).
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3. Segundo, não podemos esquecer que somos ovelhas entre lobos vorazes, por isso, usemos as armas do desapego, da confiança inabalável na providência divina e da não distração, para vencer a tentação de não cumprirmos a nossa missão.
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4. Em terceiro lugar, precisamos compreender que somos portadores da paz que recebemos do Senhor e por isso a damos a todos que encontramos mesmo que não à aceitem, como vemos na seguinte instrução: 
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5. "Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: 'A paz esteja nesta casa!' Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário." (Lc 10,5-7).
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6. Por fim, chamo a atenção para alguns perigos e/ou tentações por que passam os enviados: a Autossuficiência advinda das falsas doutrinas presentes neste mundo; a falta de autenticidade na vivência da fé, isto é, a incoerência; a dependência demasiada dos meios de comunicação, especialmente as redes sociais; a falta de oração e de silêncio interior sem o qual não se pode escutar o Senhor.
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7. Portanto, caríssimos, peçamos ao Espírito Santo para nos iluminar com os dons da sabedoria, da ciência, do discernimento e de todos os dons necessários, para que conduzidos por Ele, façamos tudo o que é do seu agrado, e desse modo anunciemos o Reino de Deus, já participando dele diretamente.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

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