Em Pé-de-Guerra
Novamente demorei a postar! São os compromissos de fim-de-semana... Mas agora está mais fácil acessar a Net! Portanto, vamos ver que outra desculpa arrumarei para atrasar minhas postagens, hehehehe...
E então... Descobriram quando Gn 2-3 foi escrito? E o que estava tirando a vida do povo? Vamos ver isso agora?
Se bem me lembro, havíamos dito que o Éden era uma espécie de projeção da “Terra dos Sonhos” de roceiros e roceiras.
Pois bem... Logo, não se trata de conflitos gerados na Babilônia, onde só a corte foi exilada. Certamente é em Judá, onde estão os camponeses. Mas seria na mesma época? Vejamos...
O primeiro relato da criação começa dizendo que, no princípio, não havia terra; só água, água por todos os lados. Tal era a situação da Babilônia, cercada pelos rios Tigre e Eufrates.
Já, o segundo relato começa ao contrário: terra há com fartura, mas sem água (= chuva) e sem um jardineiro (= homem) para cuidar dela. Judá é uma região árida, com pouca chuva... Parece que estamos dentro do contexto.
Outra coisa, que se pode deduzir... Para o camponês, vida digna é poder cumprir a missão dada por Deus, a saber: cultivar o solo.
Mais que isso: Dignidade é poder, também, comer do fruto do seu trabalho. Das árvores do Jardim, pode-se comer de tudo, inclusive da Árvore da Vida. Só não se pode comer da árvore do conhecimento do Bem e do Mal...
Mas que sacanagem, não é!?! Se não se pode comer dela, por que está lá, no meio do jardim, toda sedutora?
E outra... Hoje enxergamos um Deus que é sumamente Bom! Então por que Ele criou uma árvore que é fonte do Mal? E mais... Ele não sabia que dizer “não” é a melhor maneira de incentivar uma pessoa a trangredir?
Bom... É muito provável que estejamos, então, numa época anterior ao Exílio. Antes da Babilônia, os judeus acreditavam que Javé era autor tanto do Bem quanto do Mal.
Basta lembrar o relato do Êxodo! Ao mesmo tempo em que empurrava Moisés e o povo para a liberdade, Javé “endurecia” o coração do Faraó (Ex 4,21; 7,3; 10,1.27; 11,10; 14,4.8.17...); o que era uma maneira de tornar a fuga do Egito ainda mais gloriosa.
Só depois do Exílio, em contato com as crenças babilônicas, persas e, principalmente, gregas, é que se formulou uma visão dualista de Céu e Inferno, Deus e o Diabo, anjos guardiões e anjos caídos...
Mas quem faz a humanidade pecar é uma serpente. Há quem veja nela um demônio. Como já vimos, o autor do texto conhecia apenas Javé. Em tempo: no primeiro relato, não se chama Deus de Javé; só no segundo.
Ora, a serpente era uma das criaturas de Javé. Mas uma criatura muito simbólica. Há quem veja nela o deus egípcio da sabedoria. Outros vêem o deus cananeu da fertilidade.
Isso nos coloca em duas épocas distintas. Ou estamos no séc. X a.C., na corte salomônica, fortemente influenciada pelos costumes egípcios, ou estamos no séc. VIII a.C., onde Elias, Oséias e Isaías combatem de maneira mais incisiva a idolatria e a influência dos deuses, principalmente os dos povos vizinhos.
Sinceramente, não há consenso quanto à data, mas todos concordam que foi na época da monarquia.
Este que vos fala está convencido de que trata-se de uma época posterior à de Salomão. A avaliação posterior de seu reinado diz que ele se perdeu e, na velhice, não mais andava nos caminhos de seu pai, Davi (1Rs 11,4.6).
E mais... Atribuía a culpa às mulheres estrangeiras do harém do rei, pois essas o “enfeitiçaram”, com seus falsos deuses (1Rs11,1-8).
E quem vemos interceptando a “droga”... ops... colhendo o fruto proibido por causa da serpente? Eva, é claro!!! Conseqüência??? Ainda hoje, tem muita liturgia por aí incriminando as mulheres por causa disso...
Mas o que mais nos chama a atenção??? Ora, estamos falando em Ecologia, não é mesmo!?! E o que vemos aqui??? Um conflito entre as criaturas!!!
A serpente induz Eva, que acaba induzindo também Adão, que depois culpa a mulher por isso, enquanto ela se defende jogando a culpa na serpente... E Javé, pra acabar com a discussão, põe todo mundo de castigo e ninguém mais vê televisão... digo... vive feliz para sempre.
A punição de Javé não parece exagerada? Ele, inclusive, coloca obstáculos na porta de acesso à Árvore da Vida (Gn 3,24).
E por que as criaturas entram em pé de guerra???
Que tal refletirmos um pouco sobre isso??? Paro por aqui, um pouco! Retomamos o assunto, no próximo post.
Até lá!!!
Novamente demorei a postar! São os compromissos de fim-de-semana... Mas agora está mais fácil acessar a Net! Portanto, vamos ver que outra desculpa arrumarei para atrasar minhas postagens, hehehehe...
E então... Descobriram quando Gn 2-3 foi escrito? E o que estava tirando a vida do povo? Vamos ver isso agora?
Se bem me lembro, havíamos dito que o Éden era uma espécie de projeção da “Terra dos Sonhos” de roceiros e roceiras.
Pois bem... Logo, não se trata de conflitos gerados na Babilônia, onde só a corte foi exilada. Certamente é em Judá, onde estão os camponeses. Mas seria na mesma época? Vejamos...
O primeiro relato da criação começa dizendo que, no princípio, não havia terra; só água, água por todos os lados. Tal era a situação da Babilônia, cercada pelos rios Tigre e Eufrates.
Já, o segundo relato começa ao contrário: terra há com fartura, mas sem água (= chuva) e sem um jardineiro (= homem) para cuidar dela. Judá é uma região árida, com pouca chuva... Parece que estamos dentro do contexto.
Outra coisa, que se pode deduzir... Para o camponês, vida digna é poder cumprir a missão dada por Deus, a saber: cultivar o solo.
Mais que isso: Dignidade é poder, também, comer do fruto do seu trabalho. Das árvores do Jardim, pode-se comer de tudo, inclusive da Árvore da Vida. Só não se pode comer da árvore do conhecimento do Bem e do Mal...
Mas que sacanagem, não é!?! Se não se pode comer dela, por que está lá, no meio do jardim, toda sedutora?
E outra... Hoje enxergamos um Deus que é sumamente Bom! Então por que Ele criou uma árvore que é fonte do Mal? E mais... Ele não sabia que dizer “não” é a melhor maneira de incentivar uma pessoa a trangredir?
Bom... É muito provável que estejamos, então, numa época anterior ao Exílio. Antes da Babilônia, os judeus acreditavam que Javé era autor tanto do Bem quanto do Mal.
Basta lembrar o relato do Êxodo! Ao mesmo tempo em que empurrava Moisés e o povo para a liberdade, Javé “endurecia” o coração do Faraó (Ex 4,21; 7,3; 10,1.27; 11,10; 14,4.8.17...); o que era uma maneira de tornar a fuga do Egito ainda mais gloriosa.
Só depois do Exílio, em contato com as crenças babilônicas, persas e, principalmente, gregas, é que se formulou uma visão dualista de Céu e Inferno, Deus e o Diabo, anjos guardiões e anjos caídos...
Mas quem faz a humanidade pecar é uma serpente. Há quem veja nela um demônio. Como já vimos, o autor do texto conhecia apenas Javé. Em tempo: no primeiro relato, não se chama Deus de Javé; só no segundo.
Ora, a serpente era uma das criaturas de Javé. Mas uma criatura muito simbólica. Há quem veja nela o deus egípcio da sabedoria. Outros vêem o deus cananeu da fertilidade.
Isso nos coloca em duas épocas distintas. Ou estamos no séc. X a.C., na corte salomônica, fortemente influenciada pelos costumes egípcios, ou estamos no séc. VIII a.C., onde Elias, Oséias e Isaías combatem de maneira mais incisiva a idolatria e a influência dos deuses, principalmente os dos povos vizinhos.
Sinceramente, não há consenso quanto à data, mas todos concordam que foi na época da monarquia.
Este que vos fala está convencido de que trata-se de uma época posterior à de Salomão. A avaliação posterior de seu reinado diz que ele se perdeu e, na velhice, não mais andava nos caminhos de seu pai, Davi (1Rs 11,4.6).
E mais... Atribuía a culpa às mulheres estrangeiras do harém do rei, pois essas o “enfeitiçaram”, com seus falsos deuses (1Rs11,1-8).
E quem vemos interceptando a “droga”... ops... colhendo o fruto proibido por causa da serpente? Eva, é claro!!! Conseqüência??? Ainda hoje, tem muita liturgia por aí incriminando as mulheres por causa disso...
Mas o que mais nos chama a atenção??? Ora, estamos falando em Ecologia, não é mesmo!?! E o que vemos aqui??? Um conflito entre as criaturas!!!
A serpente induz Eva, que acaba induzindo também Adão, que depois culpa a mulher por isso, enquanto ela se defende jogando a culpa na serpente... E Javé, pra acabar com a discussão, põe todo mundo de castigo e ninguém mais vê televisão... digo... vive feliz para sempre.
A punição de Javé não parece exagerada? Ele, inclusive, coloca obstáculos na porta de acesso à Árvore da Vida (Gn 3,24).
E por que as criaturas entram em pé de guerra???
Que tal refletirmos um pouco sobre isso??? Paro por aqui, um pouco! Retomamos o assunto, no próximo post.
Até lá!!!
José Luiz Posssato Junior.
São Leopoldo - RS
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