O papel de Santo Antônio na igreja hoje
Frei Hipólito Martendal
1. INTRODUÇÂO - Pode parecer pouco importante escrever um artigo com este título sobre Santo Antõnio. Afinal, todos sabem que os santos existem para serem nossos intercessores junto de Deus, admirados e imitados pela vida que levaram. Mas, o culto aos santos pode provocar opiniôes desencontradas enter os católicos e servir de razôes para aprofundar ainda mais as divisões entre católicos e protestantes. Todos lembram-se daquele infeliz "bispo'' da Uviversal chutando a imagem de Nossa Senhora Aparecida e da onda de indignação que isso provocou. Nos primeiros anos que se seguiram ao Vaticano II, muitos párocos e bispos retiraram muitas imagens de santos de nossas igrejas, com fortes protestos de católicos mais conservadores. Eu seria mentiroso se afirmasse que fico feliz ao perceber que uma festa de Santo Antônio atrai muito mais fiéis à igreja do que qualquer das grandes festas oficiais em que celebramos o Cristo e os mistérios de nossa redenção, como Natal e Páscoa. Mas consolam-me três coisas: um grande número de fiéis católicos estão reunidos e isso oferece excelente oportunidade para uma boa catequese; o culto a Santo Antônio (como os cultos aos santos em geral) são expressões de uma religiosidade popular, pesssoal, espontânea, não dirigida pela autoridade, que pode constituir verdadeira terapia para enfrentar as agruras da vida familiar, social e econômica, cada vez mais massacrantes; em terceiro lugar imagino difícil que nossos devotos de Santo Antônio aceitem bandear-se para outras religiões.
2. DOIS TIPOS DE CATOLICISMO - Uma fonte de dificuldades e malentendidos vem da natural tendência de as grandes religiões produzirem comportamentos e atitudes religiosas muitas vezes acentuadamente diferentes em setores do assim chamado "povão'' e as elites mais cultas e principalmente entre as autoridades religiosas. Isso vem de muito antes do Cristianismo. Muitos cultos pagãos celebravam mistérios diretamente envolvidos na vida e morte do homem nos seus mais diversos aspectos, sem esquecer os mais diferentes desejos e aspirações do coração humano.Os próprios judeus, nosso antepassados religiosos, tinham festas em que eram celebrados acontecimentos da história do povo, com o Êxodo, a conquista do território nacional, colheitas, etc.
Enquanto isso, o Cristianismo passou a celebrar quase só Deus , os Mistérios da Redenção , ou acontecimentos a eles relacionados. É certo que surgiu o culto aos santos, por causa do grande número de mártires. Mas, na reverência aos mártires sobressaía, na verdade, a exaltação do poder Deus que era capaz de gerar tamanha fortaleza e destemor diante dos perseguidores e seguidores de falsos deuses.
E o povão sentia falta de algo que levasse seus anseios, angústias e alegrias mais terrenas para o culto. E aqui entre em jogo a psicologia da religião. É o seguinte. A prórpria religiosidade pode basear-se em Fé e aspectos objetivos, inquestionáveis da Revelação, da Teologia e do dogma. Mas, a vivência da religiosidade é um fenômeno inteiramente pessoal e subjetivo. Então, enquanto os comportamentos religiosos tendem a ser normatizados, dirigidos por teólogos de altas letras e por autoridades zelosas da ortodoxia, a alma e o coração religiso do indivíduo, sem saber como e porque, quer em expressar-se a seu modo. Isto é algo pessoa, é profundamente antropológico, é a natureza do homem criado por Deus manifestando-se ao seu Criador e Senhor. E os antigos diziam que o Espírito sopra onde que... Aos olhos dos detentores do poder religioso e encarregados para zelar pelo dogma, tais manifestações pessoais e subjetivas podem até parecer heréticas ebsurdas, ou resquícios do Poder do Mal. Mas, meu caro, lembre-se que Deus criou a inteligência do homem para procurar a lógica, razão, a verdade e outras coisas sublimes, mas parece que reservou ao coração do homem de irracionalidade, de inverdade, de heresia... Mas, ainda aqui podemos ficasr serenos, pois Deus sabe muito bem de que "material''ele formou nossa mente, nossa alma e nosso coração. Sugiro a você ler agora o salmo n.º 8.
3. E SANTO ANTÔNIO? - Quase nada sobrou ele. Mas, ele foi um grande frade menor. Sabe aceitar este espaço exíguo. Entre os muitos aspectos da pessoas do santo que poderíamos ressaltar, quero apenas olhar para o Antônio apostólico, todod zelo pela causa de Cristo ede suas Igreja. De suas cusrtíssima na vida - S. Antônio morreu aos 36 anos - dedicou 9 a 10 a pregar contra os movimentos que ameaçavam dividir o rebanho de Jesus Cristo. Su zelo pelo verdadeiro Cristianismo parecia não ter limites, pois era, acima de tudo, um apaixonado por seu Deus e Senhor e por Jesus. A legenda colocou o menino Jesus em seu regaço. Em recompensa, Deus acumulou de absoluta certeza e firmeza na Fé e dos milagres. Por isso o "povão castólico'' identificou esse jovem frade menor como seu aliado, defensor e modelo nas agruras da vida cotidiana e nas manifestações pessoais de sua religiosidade.
E, mes caros leitores, uma coisa parece certa: os que são devotos de Santo Antônio parece que não caem na tentação de bandear-se para as igrejas universais da vida. Com todas as suas angústias permanece m firmes nas fileiras católicas. E Santo Antônio continua como uma espécie de pastor zeloso eterno na Igreja Castólica.
Extraído de http://www.franciscanos.org.br/v3/vidacrista/artigos/papel_santoantonio.php acesso em 15 fev. 2008.
Santo Antonio é nosso irmão no Franciscanismo. Que ele interceda pelo crescimento do ecumenismo e do diálogo inter-religioso, para que as famílias também, sejam fontes de vocações e santificação.
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