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quarta-feira, 31 de março de 2010
Cristãos da Terra Santa Celebram Domingo de Ramos e abertura da Semana Santa
Este ano, todas as Igrejas celebram a Páscoa e, portanto, a Semana Santa, nos mesmos dias. Assim, neste domingo, dia 28 de março, desde às 7 horas da manhã, a Basílica do Santo Sepulcro se encheu de peregrinos enquanto se celebravam ao mesmo tempo todos os ofícios. Neste caso, meditação dos fiéis é questão de fé, porque os espaços que pertencem aos distintos ritos estão muito delimitados e as vozes, sobretudo os cantos, entrecruzam-se e, em algumas ocasiões, criando uma sinfonia que se pode definir como… singular.
Graças aos livros litúrgicos que se colocam à disposição dos peregrinos, aquele que quiser seguir realmente e concentrar-se na liturgia franciscana no Santo Sepulcro pode participar da oração e viver a comemoração do dia: a entrada messiânica de Jesus em Jerusalém.
Mas, antes de escutar a leitura da Paixão, o momento mais belo e ao mesmo tempo mais solene é o da bênção dos Ramos, realizada pelo bispo – este ano quem presidiu a celebração foi Mons. Kamal Hanna, representante do Patraiarca Mons. Fouad Twal - e, depois, a procissão em torno da Tumba vazia.
A semiescuridão em que se encontra a estas horas da manhã a basílica, o vermelho dos paramentos sacerdotais, o verde dos grandes ramos de palma, carregados pelos seminaristas do patriarcado e pelos numerosos franciscanos presentes, o ruído das palmas quando se agitam, as aclamações de alegria dos peregrinos coptos egípcios cada vez que passa pelo seu espaço… tudo isso acontece nas três voltas da procissão em torno à Edícula, ao mesmo tempo, algo belo, solene, impressionante e emocionante, tanto se se tem a sorte de seguí-la como se tão somente se pode observar quando esta passa.
A procissão da tarde é também uma celebração que tem seu começo no santuário de Betfagé com uma leitura, a proclamação do Evangelho e uma bênção do patriarca, e que termina em Santa Ana, junto aos Padres Brancos, com um pequeno discurso do patriarca e uma bênção solene. Porém, em comparação com a da manhã, esta procissão é muito mais festiva, quase folclórica, alegre como nenhuma outra e decididamente ecumênica. De fato, a procissão se uniu a numerosos coptos egípcios ortodoxos vindos do Egito, e também a um bom número de protestantes das distintas Igrejas presentes em Jerusalém, até a pequena comunidade Mennonita, que se entrecruza mais e mais pelo bairro cristão da Cidade Velha.
Até os franciscanos se adaptam a este novo estilo: a solenidade do gregoriano dá espaço à alegria de hinos mais espontâneos. Os estilos que se podem ver são tantos como numerosos são os grupos que estão presentes: os fiéis das paróquias de Ramallah, Taybeh, Nazaré, Jafa, as distintas comunidades religiosas da Terra Santa e os muitos grupos de peregrinos que estão de passagem. Uma vez dentro dos jardins de Santa Ana, todos são recebidos pelos cantos e a animação do grupo de música cristã Al Raja.
Com a chegada do Patriarca se faz silêncio. Sua Beatitude desceu até o Monte das Oliveiras acompanhado pelo Núncio Apostólico, Mons. Antônio Franco, de diferentes bispos, do Custódio da Terra Santa, frei Pierbattista Pizzaballa, precedido pelos seminaristas maiores e menores e seguido por alguns convidados, entre estes o Cônsul Geral da França, Mr. Fréderic Desagneaux.
Suas primeiras palavras recordam que Jesus não teve que passar pelas vigilâncias nem sofrer nenhuma humilhação para chegar até Jerusalém. Estas palavras se referem seguramente ao que ocorreu com dois paroquianos dos territórios ocupados por Israel, de quem não se lhes permitiu passar o posto de vigilância, apesar de haver obtido um salvo-conduto para a festa. Posteriormente, o Patriarca prosseguiu com um convite para “seguir a Cristo e entrar, como Ele fez, na cidade, na sociedade, para escutar suas palavras, observar seus gestos, compreender o amor que explodirá nesta cidade santa e martirizada, para criar um mundo novo, de homens, mulheres, jovens, santos e servidores de Deus. Deixemo-nos ensinar pelo seu exemplo para que nós possamos também ajudar àqueles que sofrem a injustiça, a falta de liberdade e a hipocrisia. A Paixão de Cristo é uma prova através da qual o Senhor carrega sobre si nossos sofrimentos e nos conduz à Ressurreição. Todos estes dias da Paixão de Cristo não se podem explicar a não ser através do amor”. O resto da semana nos permitirá redescobrir até que ponto o Senhor amou.
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