CRÔNICAS DE MINHA ALMA: A ÚNICA VERDADE, O
REINO DE DEUS E SUA JUSTIÇA...
Nada do que conhecemos deixa de ser
revelação, porque tudo o que conhecemos, quando muito, o fazemos só exteriormente
e nunca essencialmente, isto é, só conhecemos a nós mesmos e as outras
criaturas de fora para dentro e nunca de dentro para fora, porque a essência do
ser só a Deus pertence conhecer e mais ninguém; a não ser àquele a quem Ele o queira
revelar em parte, mas não plenamente (cf. 2Cor 12,2-4); é por isso, que tudo continua
um grande mistério, especialmente o conhecimento da Essência de Deus.
Ora, só existe Deus e Sua criação, nada
mais. E, dentro de Sua criação, o que Ele quiser revelar Dele mesmo ou de Sua
criação. Tudo fora de Deus é conhecimento meramente externo, nada essencial,
porque sem Deus nada podemos (cf. Jo 15,5). Para nós seres humanos o essencial é
conhecer a Deus pelo amor, e amando-o, conhecer sua obra à medida que Ele no-la
revele. A nós, porém, foi dado o conhecimento da verdade tal qual ela nos foi revelada
por Deus mesmo, quer na visibilidade do que vemos materialmente (cf. Rom 1,20);
quer na invisibilidade da fé (cf. Jo 1,12-13), isto é, espiritualmente, pela
aceitação da Verdade divina revelada nas Sagradas Escrituras.
Desse modo, pelo conhecimento e aceitação
das verdades da fé, que experimentamos em nós mesmos, pois são atos de amor a
Deus acima de todas as coisas, acreditamos firmemente que Deus tudo criou por
amor para o nosso bem e para o louvor de sua glória, isto porque detectamos a
bondade e o amor do Senhor em toda a extensão de sua obra. Não obstante o
pecado do homem que traz a indiferença e a ignorância, quanto à presença real de
Deus neste mundo; o Senhor nunca deixou de se revelar, mesmo ante a invisibilidade
de Sua Pessoa divina.
Conforme escreveu São Paulo na Carta aos Gálatas:
“Chegada à plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher
e nasceu submetido a uma lei, a fim de remir os que estavam sob a lei, para que
recebêssemos a sua adoção”. (Gl 4,4-5). Já
na Carta aos Hebreus, lemos: “Muitas vezes e de diversos modos outrora falou
Deus aos nossos pais pelos profetas. Ultimamente nos falou por seu Filho, que
constituiu herdeiro universal, pelo qual criou todas as coisas. Esplendor da
glória (de Deus) e imagem do seu ser, sustenta o universo com o poder da sua
palavra. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, está sentado à
direita da Majestade no mais alto dos céus, tão superior aos anjos quanto
excede o deles o nome que herdou”. (Hb 1,1-4).
Assim, Deus se fez presente fisicamente
neste mundo por meio do Seu Filho, Jesus Cristo (cf. Lc 1,26-35). E para
conhecermos mais profundamente essa verdade, São João, escreveu: “No princípio
era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no
princípio junto de Deus. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. Nele
havia a vida, e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as
trevas não a compreenderam. Houve um homem, enviado por Deus, que se chamava
João. Este veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos
cressem por meio dele. Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz. [O
Verbo] era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. Estava no
mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu. Veio para o que
era seu, mas os seus não o receberam. Mas a todos aqueles que o receberam, aos
que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, os quais
não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas
sim de Deus”. (Jo 1,1-14).
Por isso, como lemos no Evangelho de São
João (cf. Jo 3,1-15), é preciso nascer na ordem da graça pela fé para a vida
eterna; trata-se do Sacramento do Batismo que recebem os filhos e filhas de
Deus (cf. Mt 28,19-20). Pois, só a vida natural não nos basta, porque, na
verdade, temos anseio de eternidade, uma vez que caminhamos para ela a cada
instante de nosso viver aqui na terra. Daí, estarmos em movimento contínuo em
direção ao Senhor de toda a criação, quer acreditem os homens nessa verdade ou não,
esse movimento é irreversível.
Portanto, Jesus Cristo, o Filho de Deus
veio a este mundo para revelar quem Deus é – Criador de todas as coisas
visíveis e invisíveis, Autor e consumador de nossa fé que sustenta e governa
todas as coisas por meio de sua Divina Providência (cf. Gn 1 – 2). Como Deus
age – Por ser infinitamente amor, Deus só age por amor, mesmo se não for
acreditado, mesmo se não for amado (cf. 1Jo 4,7-16). E como chegarmos à
Plenitude de Deus – Somente por Ele, que é o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo
14,1-6) e o verdadeiro alimento de nossa salvação (cf. Jo 6,53-58).
Por fim, eis a última verdade: “Cristo
ressuscitou dentre os mortos, como primícias dos que morreram! Com efeito, se por um homem veio a morte, por
um homem vem a ressurreição dos mortos. Assim como em Adão todos morrem, assim
em Cristo todos reviverão. Cada qual, porém, em sua ordem: como primícias,
Cristo; em seguida, os que forem de Cristo, na ocasião de sua vinda. Depois,
virá o fim, quando entregar o Reino a Deus, ao Pai, depois de haver destruído
todo principado, toda potestade e toda dominação. Porque é necessário que ele
reine, até que ponha todos os inimigos debaixo de seus pés. O último inimigo a
derrotar será a morte, porque Deus sujeitou tudo debaixo dos seus pés. Mas,
quando ele disser que tudo lhe está sujeito, claro é que se excetua aquele que
lhe sujeitou todas as coisas. E, quando tudo lhe estiver sujeito, então também
o próprio Filho renderá homenagem àquele que lhe sujeitou todas as coisas, a
fim de que Deus seja tudo em todos”. (1Cor 15,20b-28).
“Então o que está assentado no trono disse:
Eis que eu renovo todas as coisas. Disse ainda: Escreve, porque estas palavras
são fiéis e verdadeiras. Novamente me disse: Está pronto! Eu sou o Alfa e o
Ômega, o Começo e o Fim. A quem tem sede eu darei gratuitamente de beber da
fonte da água viva. O vencedor herdará tudo isso; e eu serei seu Deus, e ele
será meu filho. Os tíbios, os infiéis, os depravados, os homicidas, os impuros,
os maléficos, os idólatras e todos os mentirosos terão como quinhão o tanque
ardente de fogo e enxofre, a segunda morte”. (Ap 21,5-8).
“Vi, então, um novo céu e uma nova terra,
pois o primeiro céu e a primeira terra desapareceram e o mar já não existia. Eu
vi descer do céu, de junto de Deus, a Cidade Santa, a nova Jerusalém, como uma
esposa ornada para o esposo. Ao mesmo tempo, ouvi do trono uma grande voz que
dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens. Habitará com eles e serão
o seu povo, e Deus mesmo estará com eles. Enxugará toda lágrima de seus olhos e
já não haverá morte, nem luto, nem grito, nem dor, porque passou a primeira
condição”. (Ap 21,1-4).
“Aquele que atesta estas coisas diz: Sim!
Eu venho depressa! Amém. Vem, Senhor Jesus! A graça do Senhor Jesus esteja com
todos”. (Ap 22,20-21).
Paz e Bem!
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