A SEGURANÇA DA RESSURREIÇÃO E A INSEGURANÇA DO MUNDO...
Qual é a segurança que temos neste mundo? Somente aquela que Deus nos dá e que os homens e nós mesmos tentamos tirar pelo pecado; fora disto, nada mais temos, porque tudo o que temos com o tempo perderemos totalmente e isto é constatado a todo instante na vida dos outros e um dia também em nossa vida. Contudo, como a vida é um dom de Deus e somente Dele, só Ele tem o juízo definitivo sobre ela. De nossa parte, porém, precisamos da fé, que é também um dom de Deus, para permanecermos em plena comunhão com sua vontade que nos salva e nos leva a participar de sua Natureza Divina.
Mas, como isso acontece? A resposta a esta pergunta está na ressurreição de Cristo. Porque em Deus tudo é eterno, é santo, é puro, é verdadeiro, é amor infinito. E o que vemos aqui neste mundo? Nada que se compare a isto; a não ser o Sacrifício de Jesus Cristo, o Filho de Deus, que nos amou e assumiu a nossa natureza humana em tudo, exceto no pecado, para nos libertar do pecado e nos dar a vida eterna. Nos atos dos Apóstolos, São Pedro, nos ensina: “Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos”. (At 4,12). Este é o grande mistério da fé que vivemos atualmente e que precisamos vive-lo intensamente para que todos os homens cheguem ao conhecimento da verdade pelo perdão dos pecados e à vida eterna em Cristo Jesus.
Infelizmente, como na antiga Sodoma e Gomorra, os homens de hoje estão optando pelo pecado mortal publicamente, e chamam a isto de algo “politicamente correto”, quando na verdade, é uma tomada de decisão contrária à própria natureza e uma afronta direta à vontade de Deus. E pior ainda, chamam de minoria, o que na realidade que vivemos já é maioria absoluta, por isso, se impõem e procuram a todo custo, condenar e crucificar todos os que se opõem às suas maléficas pretensões.
O que está em voga hoje em dia em nossa sociedade não é a verdade de Cristo que liberta, salva, cura e faz feliz todo aquele que adere a Ele, nem é o amor de Deus que nos une e nos faz participantes do Seu Reino Eterno; mas, sim, o pecado e todos os males que ele traz, por isso, seus adeptos, cegos espiritualmente, fazem uma defesa intransigente dele e de seus atos pecaminosos, reivindicando direitos e valores que não condizem com esses atos malogrados; pelo contrário, tais atos são abomináveis aos olhos da verdade e do bom senso.
É certo que todo homem é livre para fazer suas escolhas e decisões, porém, depois de feitas tais escolhas não podem impô-las a tudo e a todos como se fossem verdades absolutas e regras a serem observadas por toda sociedade, porque não passaria de uma ditadura comportamental imposta a quem não quer segui-la. De fato, “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma”. (1Cor 6,12). Assim, quem fizer suas escolhas comportamentais, assumam elas e as consequências que elas trazem em si mesmas; mas não queiram que a sociedade inteira sofra os danos por tais comportamentos não condizentes com a nossa natureza.
Ora, discorrendo sobre isto, São Paulo, assim se expressou: “Nota bem o seguinte: nos últimos dias haverá um período difícil. Os homens se tornarão egoístas, avarentos, fanfarrões, soberbos, rebeldes aos pais, ingratos, malvados, desalmados, desleais, caluniadores, devassos, cruéis, inimigos dos bons, traidores, insolentes, cegos de orgulho, amigos dos prazeres e não de Deus, ostentarão a aparência de piedade, mas desdenharão a realidade.” (1Tim 3,1-5).
“Por isso, Deus os entregou a paixões vergonhosas: as suas mulheres mudaram as relações naturais em relações contra a natureza. Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam em desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga devida ao seu desvario. Como não se preocupassem em adquirir o conhecimento de Deus, Deus entregou-os aos sentimentos depravados, e daí o seu procedimento indigno”. (Rom 1,26-32).
Conclusão, estamos em uma grande batalha espiritual, de um lado se encontram aqueles que estão dando a vida por amor a Deus, como o fez Jesus Cristo seu Filho amado e nos ensinou a fazer também: “Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, recobrá-la-á. Que servirá a um homem ganhar o mundo inteiro, se vem a prejudicar a sua vida? Ou que dará um homem em troca de sua vida?... Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai com seus anjos, e então recompensará a cada um segundo suas obras”. (Mt 16,24-27).
Por outro lado, estão aqueles que defendem seus próprios instintos e seus pecados publicamente, impondo-nos suas bandeiras e reivindicações como verdades únicas a serem seguidas por todos. Então, de que lado nós estamos? A quem seguir, a verdade divina em Jesus Cristo, que perdoa a todos, mesmo os que agem assim? Ou seguir tais imposições comportamentais, sendo conivente com seus autores? De fato, numa batalha como esta, nós cristãos, não podemos abrir mão da salvação recebida no batismo, realizada por Jesus Cristo, porque a única segurança que temos na vida presente e na eterna é a certeza que ele nos dá com a sua ressurreição, fora disso, tudo é caos, morte infernal, tudo é nada; porque quem em Deus não permanece, se perverte e jamais o verá.
Por que querer viver a vida fora da ressurreição do Senhor? Tudo o que não condiz com esta verdade, torna-se presa fácil da maldade que destrói a vida humana em sua ascensão para Deus. Por isso, precisamos nos ater ao dom da vida eterna que se faz presente em nossas almas desde o dia de nosso batismo, e que nos fez ressuscitar com Cristo, para a eternidade que ele preparou como herança para os que o amam...
Quem quiser seguir seus caprichos carnais que o siga, mas não digam que não conheceram a verdade que lhes podia salvar; pois, assim nos ensinou São Paulo: “Porque há muitos por aí, de quem repetidas vezes vos tenho falado e agora o digo chorando, que se portam como inimigos da cruz de Cristo, cujo destino é a perdição, cujo deus é o ventre, para quem a própria ignomínia é causa de envaidecimento, e só têm prazer no que é terreno. Nós, porém, somos cidadãos dos céus. É de lá que ansiosamente esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará nosso mísero corpo, tornando-o semelhante ao seu corpo glorioso, em virtude do poder que tem de sujeitar a si toda criatura”. A Ele a glória, a honra e o louvor aqui e por toda a eternidade, amém!
Ninguém se engane, é aqui que definimos o nosso devir, com nossas escolhas e decisões, pois, o que escolhermos é o que teremos por toda a eternidade... Eis pois o ensinamento que nos deixou São Paulo: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba. O que o homem semeia, isso mesmo colherá. Quem semeia na carne, da carne colherá a corrupção [e a morte]; quem semeia no Espírito, do Espírito colherá a vida eterna”. (Gal 6,7-8).
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria,OFMConv.
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