PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 15,1-10)(07/11/24).
1. Caríssimos, a tentação mais frequente que sofremos é a de julgar e condenar uns aos outros. Ora, todo julgamento sem a devida autoridade para isso, é injusto e malfazejo porque não condiz com a verdade, embora os pretensos juízes digam que sim.
2. Decerto, as reais motivações para tais julgamentos são os interesses pessoais eivados de parcialidade com altas doses de perversidade. Vejamos então o que escreveu São Paulo a esse respeito: "Assim, és inescusável, ó homem, quem quer que sejas, que te arvoras em juiz. Naquilo que julgas a outrem, a ti mesmo te condenas; pois tu, que julgas, fazes as mesmas coisas que eles." (Rm 2,1-2).
3. Sem dúvida, todos nós que aqui vivemos de algum modo já fomos julgados ou julgamos injustamente e é difícil até enumerar os casos ocorridos, pois são tantos que não se dão à lembrança. No entanto, assim diz o Senhor: "Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso." (Lc 6,36).
4. De fato, no dia em que o ser humano deixar de julgar e condenar uns aos outros injustamente, será feliz e nada lhe impedirá de viver em paz, pois fomos criados por Deus para amar-nos uns aos outros e não para nos condenar mutuamente.
5. O Evangelho de hoje começa com a passagem em que Jesus é julgado e criticado por "acolher os pecadores e faz refeição com eles”. Ora, e os que o julgam são exatamente aqueles que deveriam recebe-lo, pois para isto é que foram escolhidos e constituídos como guardiões da fé e dos bons costumes.
6. Então, escutemos o que diz Senhor: "Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores. Digo-vos que assim haverá maior júbilo no céu por um só pecador que fizer penitência do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento." (Lc 15,7).
7. De fato, se o tempo perdido com os julgamentos injustos fosse utilizado para cooperar com a graça de Cristo para a salvação de todos os pecadores; grande seria a alegria no céu pelos milhares e milhões de convertidos.
8. Portanto, caríssimos: "Falai, pois, de tal modo e de tal modo procedei, como se estivésseis para ser julgados pela lei da liberdade. Haverá juízo sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o julgamento." (Tg 2,12-13).
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.
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