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quarta-feira, 6 de outubro de 2021

A EFICÁCIA DA ORAÇÃO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 11,1-4)(06/10/21)

Caríssimos, a oração eficaz é aquela que chega aos céus e é logo atendida, isto significa que por ela realizamos a vontade de Deus, ou seja, vivemos tão intimamente ligados a Ele que podemos rezar como o Senhor Jesus rezou antes da ressurreição de Lázaro: "Pai, rendo-te graças, porque me ouviste. Eu bem sei que sempre me ouves." (Jo 11,41-42a).

Exortando sobre o dom da oração, assim escreveu são Maximiliano Maria Kolbe: "A oração, e só a oração, é uma arma eficaz na luta pela liberdade e a felicidade das almas. E porquê? Porque uma finalidade sobrenatural só se alcança com meios sobrenaturais.

O Paraíso, ou seja, se assim podemos exprimir esta realidade, a divinização da alma, é uma realidade sobrenatural no sentido mais completo da palavra, e um fim que não conseguimos alcançar com as nossas forças naturais. Temos de recorrer a um meio sobrenatural: a graça de Deus.

E só conseguimos obte-la pela humildade e a oração confiante. Só a graça ilumina a nossa inteligência e fortifica a nossa vontade; ela é o meio para obter a conversão, isto é, a libertação da alma dos laços do mal.

A conversão e a santificação da alma é e será sempre obra da graça divina. Sem a graça de Deus, nada podemos fazer neste domínio, nem com a palavra viva, nem com a nossa insistência, nem com nenhum outro meio exterior. Peçamos, pois, a graça, para nós e para os outros, com uma oração humilde, com mortificação e com a fidelidade no cumprimento das nossas tarefas mais simples e mais habituais. 

Quanto mais perto de Deus está uma alma, mais preciosa é para Deus; quanto mais O ama, mais é amada por Deus; só então pode ajudar os outros de forma eficaz, tanto mais que os seus pedidos lhe são concedidos com maior facilidade e amplitude." (São Maximiliano Maria Kolbe, OFMConv. mártir - Conversa de 1924 e carta de 01/12/1940).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 5 de outubro de 2021

MARTA E MARIA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 10,38-42)(05/10/21)

Caríssimos, na vida estamos sempre aprendendo e assim será até o dia em que Deus nos chamar no último instante do nosso viver; de modo que, quando aprendemos as lições da vida eterna que Ele nos ensina facilmente chegamos à perfeição que tanto precisamos para nos sentir seguros na sua presença praticando o bem que de antemão preparou para sermos santos como Ele é Santo.

No Evangelho de hoje, logo após a história do Bom Samaritano, Lucas coloca a visita de Jesus a Marta e Maria, com uma intenção precisa. A parábola do Bom Samaritano nos ensina como recebemos o ser humano; a visita de Jesus à casa de Marta e Maria nos ensina como recebemos a Deus. Ao próximo acolhemos por meio do serviço em sua necessidade; enquanto que a Deus acolhemos por meio da primazia da escuta. 

As figuras de Maria e Marta representam duas atitudes possíveis: a atitude de Marta, que é a personificação daqueles que servem a Jesus de acordo com a própria vontade. Marta o acolhe da maneira como pensava, ou seja, com uma série de disposições e obras, enquanto Jesus gostaria de ser acolhido por meio da primazia da escuta. 

De fato, a escolha de Maria torna-se muito interessante e preciosa graças ao contraste - a palavra deve ser tomada em sentido bem natural - como o que sua irmã diz e faz. Interessante não porque o que Marta faz deve ser desprezado, na verdade, é um serviço muito precioso e até aquele momento Jesus a deixou faze-lo sem lhe dizer nada; porém, é preciosa porque Maria está ali para nos lembrar de forma concreta estas palavras de Jesus: "O homem não vive somente de pão, mas de toda palavra que sai da boca de Deus." 

Portanto, caríssimos, servir aos outros por amor a Deus é uma honra, não um fardo. Vamos servir com alegria, como a Virgem Maria serviu a Isabel ou no casamento em Caná; ou como Jesus ao lavar os pés dos Apóstolos na Última Ceia. Em suma, sirvamos em paz sem nunca perder o bom humor.

Destarte, estejamos bem cientes: há algo santo, algo divino escondido nas situações mais comuns que vivemos, cabe a cada um de nós descobrir; ou sabemos como encontra-lo em nosso cotidiano, ou nunca o encontraremos. Sua Palavra nos faz viver a bondade, a integridade e o sentido de nossa vida à medida que a nossa fé se baseia em nosso encontro cotidiano com o Senhor Jesus.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

SOLENIDADE EM HONRA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA 

(Lc 10,25-37)(04/10/21)

Caríssimos, a Igreja hoje celebra a memória de são Francisco de Assis; e nós franciscanos celebramos solenemente o nosso seráfico pai fundador, ele que recebeu do Senhor Jesus os santos estígmas e viveu e morreu estigmatizado, isto é, sofrendo as mesmas dores do Senhor cruficicado no calvário. De fato, quem poderia imaginar um tão alto grau de santidade?

De certo, relatemos com devoção o seu processo de conversão ao beijar um leproso, ele que tinha ojerisa à essa doença: "são Francisco, depois do encontro com o leproso, vive novo modo de pensar, perceber e sentir a vida. Tudo aconteceu por iniciativa do Senhor. Foi conduzido por Deus a fazer uma experiência radical da misericórdia. Superou as barreiras do medo e do preconceito.

Aproximou-se do irmão leproso, relacionando-se com eleh horizontalmente, frente a frente. Esse encontro, significou o acolhimento da realidade humana, nua e crua. A misericórdia é um jeito de andar na contramão das relações formais e preestabelecidas. A misericórdia de Francisco levou-o a perceber que o leproso é maior que sua lepra; que o homem é maior que seus limites, e que o irmão e a irmã são maiores que seus pecados."

Por fim sigamos com amor e obediência esta santa exortação do nosso seráfico pai: "Lê e relê o Santo Evangelho para ter sempre diante da tua mente os atos, palavras e pensamentos de Jesus, para pensar, falar e agir como Ele. Daqui não levarás nada do que tens, levarás apenas o que deste. Se suportarmos as coisas com paciência e sofrermos tudo por amor a Ele: esta é alegria perfeita."

Portanto, caríssimos, rezemos então com são Francisco esta oração que ele fez diante do crucifixo de são Damião: "Ó glorioso Deus Altíssimo, iluminai as trevas do meu coração, concedei-me uma fé verdadeira, uma esperança firme e um amor perfeito. Dai-me! Senhor, o reto sentir e conhecer, a fim de eu que possa cumprir o sagrado encargo que na verdade acabais de dar-me. Amém."

E rezemos ainda: "São Francisco, vós que participastes dos sofrimentos de Cristo com paciência e alegria, vencendo a si mesmo, fazei que eu também encontre a perfeita alegria na identificação com Cristo Jesus pobre e crucificado. Amém."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 3 de outubro de 2021

TRÂNSITO DO NOSSO SERÁFICO PAI SÃO FRANCISCO DE ASSIS...


 Trânsito de São Francisco de Assis

Ao cair da tarde de 3 de outubro de 1226, a febre aumentou e as forças reduziram-se como uma chamazinha que sai e não sai do pavio quase seco de óleo. Então Francisco quis ser colocado sobre a terra e pediu que cantassem. E ele também cantou, com os seus, o salmo 141, que fala do desejo de ir para Deus:

“Em voz alta ao Senhor eu imploro,

em voz alta suplico ao Senhor!

Eu derramo na sua presença

o lamento da minha aflição,

diante dele coloco minha dor!

Quando em mim desfalece a minh’alma, conheceis, ó Senhor, meus caminhos!

Na estrada por onde eu andava

contra mim ocultaram ciladas.

Se me volto à direita e procuro,

não encontro quem cuide de mim

e nem tenho aonde fugir; não importa a ninguém a minha vida!

A vós grito, Senhor, a vós clamo

e vos digo: ‘Sois vós meu abrigo,

minha herança na terra dos vivos’,

Escutai meu clamor, minha prece,

porque fui por demais humilhado!”

Quando, levados pela melodia, os frades começaram a cantar:

“Arrancai-me, Senhor, da prisão,

e em louvor bendirei vosso nome!

Muitos justos virão rodear-me

pelo bem que fizestes por mim”.

Francisco havia deixado seu corpo sobre a terra.

O Canto enfraqueceu e se apagou na boca dos frades, que recitaram o Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo como conclusão do salmo entre lágrimas e emocionados.

Fez-se silêncio na cabana. Parecia que a natureza ao redor tivesse emudecido.

Carta Encíclica de Frei Elias sobre o Trânsito de São Francisco, pág. 1453, das Fontes Franciscanas:

“Era luz verdadeira a presença de nosso irmão e Pai Francisco, não só para nós que compartilhávamos da mesma profissão de vida, mas também para os que estavam longe. Era, pois, luz, enviada pela luz que iluminava os que estavam nas trevas e na sombra da morte, para dirigir seus passos no caminho da paz. Isto ele fez, como verdadeira luz do meio-dia, que nascendo do alto, iluminava o seu coração e acendia a sua vontade com o fogo de seu amor… Seu nome é celebrado até os confins mais longínquos e todo o universo admira as maravilhas de sua obra.

(…) Alegremo-nos porque antes de ser arrebatado de nós, qual outro Jacó, abençoou todos os seus filhos e perdoou a todos por qualquer erro que tivesse cometido ou pensado contra ele…

(…) Enquanto era vivo, tinha um aspecto descuidado, não havia beleza em seu rosto; nenhum membro havia restado nele que não estivesse dolorido. Devido à contração dos nervos, seus membros estavam rígidos como os de um cadáver. Mas depois de sua morte, seu semblante ficou belíssimo, brilhando com admirável candura, alegrando a visão.

Portanto, irmãos, bendizei o Deus do céu e dai-lhe glória diante de todo o ser vivente, porque Ele usou de misericórdia para conosco. Guardai a lembrança de nosso Pai e Irmão Francisco para louvor e glória daquele que o engrandeceu entre os homens e o glorificou perante os anjos. Rezai por ele, conforme ele mesmo pediu antes de morrer e invocai-o para que Deus nos faça participantes com ele de sua santa Graça. Amém.

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.

sábado, 2 de outubro de 2021

SANTO ANJO DO SENHOR...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 18,1-5.10)(02/10/21)

Caríssimos, a Igreja hoje celebra a memória dos santos anjos da guarda, ou seja, os mensageiros de Deus e nossos protetores como vemos no Livro do Êxodo: "Assim diz o Senhor: “Vou enviar um anjo que vá à tua frente, que te guarde pelo caminho e te conduza ao lugar que te preparei.

Respeita-o e ouve a sua voz. Não lhe sejas rebelde, porque não suportará as vossas transgressões, e nele está o meu nome. Se ouvires a sua voz e fizeres tudo o que eu disser, serei inimigo dos teus inimigos, e adversário dos teus adversários. O meu anjo irá à tua frente e te conduzirá." (Ex 20, 20-23a).

De fato, o ministério dos santos anjos é servir a Deus nos seus filhos e filhas, e como vimos nessa primeira leitura, para protege-los e conduzi-los no caminho da salvação eterna que é Cristo Jesus; todavia, como também vimos, é possível ouvir os seus conselhos ou mesmo recorrermos a eles nas nossas necessidades para obtermos a graça da integridade física, psíquica e espiritual, e tudo isso por meio de nossas orações.

Com efeito, no Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos fala da necessidade de sermos pequenos como crianças para nos deixar conduzir e proteger pelo o ministério dos santos anjos, e desse modo, também nós sermos servidores daqueles que nos forem apresentados da parte de Deus. 

Portanto, caríssimos, a maior aliada das nossas almas é a santa inocência, à qual nos mantém na presença de Deus, livres a serviço do Seu Reino; orientados e protegidos pelo santos anjos, para assim cumprirmos a nossa missão, como eles cumprem a sua sempre que os ouvimos e cooperamos com eles.

Destarte, rezemos ao nosso anjo da guarda: "Santo anjo do Senhor meu zeloso e guardador, se a ti me confiou a piedade divina. Sempre me rege, me guarde, me governe, e me ilumine. Amém!"

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

TODO BATIZADO É UM ENVIADO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 10,1-12)(30/9/21)

Caríssimos, no Evangelho de hoje o Senhor Jesus "escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir." Ora, a primeira observação a ser feita é esta: Ele envia aqueles que escolheu pessoalmente, porém, com a seguinte recomendação: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos”. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita."

Comentando esse Evangelho escreveu santo Ambrósio: "Enviando discípulos para a messe que tinha sido bem semeada pelo Verbo do Pai, mas que precisava de ser trabalhada, cultivada, cuidada com solicitude para que os pássaros não roubassem a semente, Jesus declara-lhes: «Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos».

O Bom Pastor não teme que os lobos Lhe ataquem o rebanho; não enviou os seus discípulos para se tornarem presas deles, mas para difundirem a graça. A solicitude do Bom Pastor impede os lobos de atentarem contra os cordeiros que Ele envia. E envia-os para que se realize a profecia de Isaías: «O lobo e o cordeiro pastarão juntos» (Is 65,25). Além do mais, os discípulos têm ordem de nem sequer levar um cajado na mão.

Portanto, aquilo que o humilde Senhor prescreveu, também os discípulos o realizam através da prática da humildade. Porque Ele não os enviou a semear a fé pela coação, mas pelo ensino; não através da ostentação da força do seu poder, mas pela exaltação da doutrina da humildade. E considerou que era bom juntar a paciência à humildade, conforme o testemunho de Pedro: «Ao ser insultado, não respondia com insultos; ao ser maltratado, não ameaçava» (1Pe 2,23). 

Que é o mesmo que dizer: «Sede meus imitadores: abandonai o desejo de vingança, não respondais aos ataques da arrogância com o mal, mas com a paciência que perdoa. Que ninguém imite aquilo que recebe dos outros; a mansidão é muito mais forte como resposta aos insolentes».

Portanto, caríssimos, a paciência é a virtude que alimenta a nossa esperança e fortalece a nossa fé diante das provações deste mundo, principalmente quando se trata da missão evangelizadora recebida no batismo, como o Senhor Jesus instruiu os seus primeiros enviados: "Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo”. (Mt 28, 19-20).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

A IMPIEDADE IMPEDE A SALVAÇÃO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 10,13-16)(01/10/21)

Caríssimos, quem recebe tanto e pouco ou nada dá, como pode querer usufruir das graças e da misericórdia de Deus? Ora, precisamos compreender que estamos neste mundo como missionários a serviço do Reino de Deus e da sua justiça, e assim anunciar a volta do Senhor Jesus, a sua Parusia definitiva; qualquer coisa fora dessa missão é apego à própria vontade ou mesmo esquecimento de quem somos e quais encargos recebemos. 

Na primeira leitura de hoje o Profeta Baruc chama a atenção do povo eleito pela desobediência e por fazer pouco caso de Deus e da sua proteção que se encontra nos seus santos mandamentos: "Ao Senhor nosso Deus, cabe justiça; enquanto a nós, resta-nos corar de vergonha, pois pecamos diante do Senhor e lhe desobedecemos e não ouvimos a voz do Senhor, nosso Deus, que nos exortava a viver de acordo com os mandamentos que ele pôs sob os nossos olhos." (BR 1,15a.17-18).

De fato, não podemos servir a Deus e ao mundo nos esquecendo que sem Deus nada somos nada podemos, como nos lembra são Tiago: "Pedis e não recebeis, porque pedis mal, com o fim de satisfazerdes as vossas paixões. Adúlteros, não sabeis que o amor do mundo é abominado por Deus? Todo aquele que quer ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus." (Tg 4,3-4).

Com efeito, no Evangelho de hoje o Senhor Jesus censura as cidades de Corazin, Betsaida e Cafarnaum por sua impiedade e dureza de coração: “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e Sidônia tivessem sido realizados os milagres que foram feitos no vosso meio, há muito tempo teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e sentando-se sobre cinzas. Ai de ti, Carfanaum! Serás elevada até o céu? Não, tu serás atirada no inferno." E conclui exortando aos seus discípulos missionários: "Quem vos escuta a mim escuta; e quem vos rejeita a mim despreza; mas quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou”. (Lc 10,13.15-16).

Portanto, caríssimos, a nossa missão neste mundo constitui o fundamento da nossa vida, ou seja, a salvação eterna das nossas almas e a de todos a quem anunciamos o Senhor Jesus presente nos seus ensinamentos, nos santos Sacramentos e nas virtudes do Espírito Santo que Dele recebemos no santo batismo.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

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