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sexta-feira, 1 de outubro de 2021

TODO BATIZADO É UM ENVIADO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 10,1-12)(30/9/21)

Caríssimos, no Evangelho de hoje o Senhor Jesus "escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir." Ora, a primeira observação a ser feita é esta: Ele envia aqueles que escolheu pessoalmente, porém, com a seguinte recomendação: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos”. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita."

Comentando esse Evangelho escreveu santo Ambrósio: "Enviando discípulos para a messe que tinha sido bem semeada pelo Verbo do Pai, mas que precisava de ser trabalhada, cultivada, cuidada com solicitude para que os pássaros não roubassem a semente, Jesus declara-lhes: «Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos».

O Bom Pastor não teme que os lobos Lhe ataquem o rebanho; não enviou os seus discípulos para se tornarem presas deles, mas para difundirem a graça. A solicitude do Bom Pastor impede os lobos de atentarem contra os cordeiros que Ele envia. E envia-os para que se realize a profecia de Isaías: «O lobo e o cordeiro pastarão juntos» (Is 65,25). Além do mais, os discípulos têm ordem de nem sequer levar um cajado na mão.

Portanto, aquilo que o humilde Senhor prescreveu, também os discípulos o realizam através da prática da humildade. Porque Ele não os enviou a semear a fé pela coação, mas pelo ensino; não através da ostentação da força do seu poder, mas pela exaltação da doutrina da humildade. E considerou que era bom juntar a paciência à humildade, conforme o testemunho de Pedro: «Ao ser insultado, não respondia com insultos; ao ser maltratado, não ameaçava» (1Pe 2,23). 

Que é o mesmo que dizer: «Sede meus imitadores: abandonai o desejo de vingança, não respondais aos ataques da arrogância com o mal, mas com a paciência que perdoa. Que ninguém imite aquilo que recebe dos outros; a mansidão é muito mais forte como resposta aos insolentes».

Portanto, caríssimos, a paciência é a virtude que alimenta a nossa esperança e fortalece a nossa fé diante das provações deste mundo, principalmente quando se trata da missão evangelizadora recebida no batismo, como o Senhor Jesus instruiu os seus primeiros enviados: "Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo”. (Mt 28, 19-20).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

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