...MAS LIVRAI-NOS DO MAL
“Eu não te peço que os tire do mundo, mas que os guardes do Maligno.”
“Eu não te peço que os tire do mundo, mas que os guardes do Maligno.”
Desde os primeiros momentos da criação que o mistério da iniqüidade ronda a obra do Criador e os filhos que Ele criou à sua imagem e semelhança. O mistério do mal no mundo não é uma abstração (alucinação), mas uma realidade, personificada por São João como o “príncipe deste mundo”, “Satanás”, “o Maligno” , o anjo que se opõe a Deus, ou ainda aquele que divide, “que se atira no meio” do plano de Deus e de Sua obra de salvação realizada em Cristo.
No evangelho de João, Jesus diz que o Maligno é: “Homicida desde o princípio, mentiroso e pai da mentira” (Jo 8,44), e o Apocalipse menciona-o como “sedutor de toda a terra habitada”. (Ap 12,9). “Foi por ele que o pecado e a morte entraram no mundo e é por sua derrota definitiva que a criação toda será ‘liberta da corrupção do pecado e da morte’” (CIC); derrota esta já anunciada por Jesus: “O Espírito Santo convencerá o mundo a respeito do juízo, que consiste em que o príncipe deste mundo já está julgado e condenado”. (Jo 16,11). Essa “vitória sobre o ‘príncipe deste mundo’ foi alcançada , de uma vez por todas, na Hora em que Jesus se entregou livremente à morte para nos dar a sua vida”.
Caríssimos irmãos e irmãs, antes, porém, da vinda triunfal de Jesus, sabemos que devemos passar por diversas tribulações, como foi revelado pelo Espírito Santo nos Atos dos Apóstolos: “Confirmavam as almas dos discípulos e exortavam-nos a perseverar na fé, dizendo que é necessário entrarmos no Reino de Deus por meio de muitas tribulações”. E pelo próprio Senhor no Evangelho de João: “No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo”. (At 14,22; Jo 16,33b).
O que dizer, então, dessas provações? “Considerai que é suma alegria, meus irmãos, quando passais por diversas provações, sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência. Mas é preciso que a paciência efetue a sua obra, a fim de serdes perfeitos e íntegros, sem fraqueza alguma”. (Tg 1,2-3). Além do mais, “ainda não tendes resistido até o sangue, na luta contra o pecado”, e “não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela” (Hb 12,4; 1Cor 10,13).
Quando pedimos na oração ao Senhor Deus “que nos livre do Maligno, pedimos igualmente que sejamos libertados de todos os males, presentes, passados e futuros, dos quais o Maligno é o autor ou instigador. Neste último pedido da oração do Senhor, a Igreja traz toda a miséria do mundo diante do Pai. Com a libertação dos males que oprimem a humanidade, ela implora o dom precioso da paz e a graça de esperar perseverantemente o retorno de Cristo.
Rezando dessa forma, ela antecipa, na humildade da fé, a recapitulação de todos e de tudo naquele que ‘detém as chaves da Morte e do Hades’ (Ap 1,18), ‘o Todo Poderoso, Aquele que é, Aquele que era e Aquele que vem’” (Ap 1,8): “Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados por vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto, vivendo a esperança, aguardamos a vinda do Cristo Salvador”. (CIC).
“Pois vosso é o Reino, o Poder e a Glória para sempre!” (MR). Amém! Assim seja! Vem, Senhor Jesus!
Paz e Bem!
Frei Fernando, OFMConv.
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