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segunda-feira, 12 de maio de 2008

...mas livrai-nos do mal

...MAS LIVRAI-NOS DO MAL
“Eu não te peço que os tire do mundo, mas que os guardes do Maligno.”

Desde os primeiros momentos da criação que o mistério da iniqüidade ronda a obra do Criador e os filhos que Ele criou à sua imagem e semelhança. O mistério do mal no mundo não é uma abstração (alucinação), mas uma realidade, personificada por São João como o “príncipe deste mundo”, “Satanás”, “o Maligno” , o anjo que se opõe a Deus, ou ainda aquele que divide, “que se atira no meio” do plano de Deus e de Sua obra de salvação realizada em Cristo.

No evangelho de João, Jesus diz que o Maligno é: “Homicida desde o princípio, mentiroso e pai da mentira” (Jo 8,44), e o Apocalipse menciona-o como “sedutor de toda a terra habitada”. (Ap 12,9). “Foi por ele que o pecado e a morte entraram no mundo e é por sua derrota definitiva que a criação toda será ‘liberta da corrupção do pecado e da morte’” (CIC); derrota esta já anunciada por Jesus: “O Espírito Santo convencerá o mundo a respeito do juízo, que consiste em que o príncipe deste mundo já está julgado e condenado”. (Jo 16,11). Essa “vitória sobre o ‘príncipe deste mundo’ foi alcançada , de uma vez por todas, na Hora em que Jesus se entregou livremente à morte para nos dar a sua vida”.

Caríssimos irmãos e irmãs, antes, porém, da vinda triunfal de Jesus, sabemos que devemos passar por diversas tribulações, como foi revelado pelo Espírito Santo nos Atos dos Apóstolos: “Confirmavam as almas dos discípulos e exortavam-nos a perseverar na fé, dizendo que é necessário entrarmos no Reino de Deus por meio de muitas tribulações”. E pelo próprio Senhor no Evangelho de João: “No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo”. (At 14,22; Jo 16,33b).

O que dizer, então, dessas provações? “Considerai que é suma alegria, meus irmãos, quando passais por diversas provações, sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência. Mas é preciso que a paciência efetue a sua obra, a fim de serdes perfeitos e íntegros, sem fraqueza alguma”. (Tg 1,2-3). Além do mais, “ainda não tendes resistido até o sangue, na luta contra o pecado”, e “não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela” (Hb 12,4; 1Cor 10,13).

Quando pedimos na oração ao Senhor Deus “que nos livre do Maligno, pedimos igualmente que sejamos libertados de todos os males, presentes, passados e futuros, dos quais o Maligno é o autor ou instigador. Neste último pedido da oração do Senhor, a Igreja traz toda a miséria do mundo diante do Pai. Com a libertação dos males que oprimem a humanidade, ela implora o dom precioso da paz e a graça de esperar perseverantemente o retorno de Cristo.

Rezando dessa forma, ela antecipa, na humildade da fé, a recapitulação de todos e de tudo naquele que ‘detém as chaves da Morte e do Hades’ (Ap 1,18), ‘o Todo Poderoso, Aquele que é, Aquele que era e Aquele que vem’” (Ap 1,8): “Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados por vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto, vivendo a esperança, aguardamos a vinda do Cristo Salvador”. (CIC).
“Pois vosso é o Reino, o Poder e a Glória para sempre!” (MR). Amém! Assim seja! Vem, Senhor Jesus!

Paz e Bem!

Frei Fernando, OFMConv.

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