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quarta-feira, 6 de abril de 2022

TODO AQUELE QUE PECA É ESCRAVO DO PECADO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 8,31-42)(06/04/22)

Caríssimos, o fato de respirar, pensar, falar e fazer o que quiser não significa ser livres, podemos até afirmar que sim, mas, não passa de uma grande ilusão. Pois, somente o Filho de Deus nos liberta totalmente (cf. Jo 8,36). Por isso, tudo o que vivemos se não revela a presença de Cristo ou não se destina a Ele, perde o sentido de ser e gera um terrível vazio existencial que leva a perca da esperança e à desilusão ou ao apego exagerado a nós mesmos ou a ídolos que tira-nos a liberdade gerando vícios e dependências.

De fato, a nossa vida tem em Deus a sua origem e somente Nele se mantém livre; fora Dele não se firma por muito tempo. No Evangelho de hoje na contenda com os judeus, disse o Senhor: "Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." (Jo 8,31-32). Ora, Ele afirma isso por conta do pecado de presunção dos judeus que se achavam livres pelo fato de serem da descendência de Abraão. 

Com efeito, tendo como fundamento essa afirmação do Senhor Jesus, compreendemos que para sermos seus verdadeiros discípulos é preciso: a livre e cordial adesão à verdade; a permanência no estado de graça; e a libertação das seduções do maligno. Como Ele o confirma por estas palavras: "Em verdade, em verdade vos digo, todo aquele que comete pecado é escravo do pecado." (Jo 8,34).

Discorrendo sobre essa contenda com os judeus, o Missal Cotidiano tece o seguinte comentário: "O debate processa-se em três momentos: no primeiro (vv. 33-38) eles dizem que não precisam ser libertados, pois são filhos de Abraão; o Senhor replica-os dizendo que são escravos do pecado por querer mata-lo, porque Sua Palavra não reside neles. 

No segundo (vv. 39-40), Jesus nega que eles sejam filhos de Abraão porque não fazem as obras de Abraão, ou seja, não creem, mas querem mata-lo por lhes dizer a verdade. No terceiro (vv. 41-42) eles afirmam que são filhos de Deus; Jesus, porém, ainda replica, se fossem filhos de Deus o amariam, pois veio de Deus e volta para Deus."

Portanto, caríssimos, "a liberdade de que nos fala o Senhor Jesus é a que nos permite permanecer habitualmente na casa do Pai. É a mesma pela qual Ele saiu do Pai e volta para o Pai, é uma só vontade com o Pai, a mesma com que enfrenta o seu sacrifício, fiel a Deus e à própria missão até o extremo." (Missal Cotidiano ps. 301-302).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

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