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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Minoridade / Tiago Frey

Frei Tiago Frey, OFM

Nos tempos atuais vivemos em uma emergência da subjetividade e uma crise da morte dos sonhos. A falta de sonhos esternos, não se sabe para onde queremos chegar, caímos dentro de nós mesmos.

Neste mundo contemporâneo podemos sair da subjetividade e podemos entrar no mundo do irmão. Como você gostaria de ser tratado se você estivesse no lugar do outro?

A pergunta de Felipe a Jesus Cristo no Evangelho deve nos guiar pelo caminho da vida: “Mostra-nos o Pai e isto nos basta”. Felipe quer ver Jesus Cristo. Porém, surge a pergunta: Felipe tem uma vontade ou desejo de ver o Pai? Qual a diferença entre vontade e desejo?

A vontade é disciplinada e ela é passageira. Já o desejo é ilimitado, ficamos com ele até o fim da vida. Nesta diferença entre vontade e desejo podemos perceber diante da pergunta do Apóstolo Felipe desejava Ver o Pai. Porém, porque aconteceu isso? Porque Felipe faz esta pergunta?

Podemos nos perguntar: Qual é o meu sonho? Será que desejamos ver o Pai como Felipe?

Porque Jesus Cristo mexeu na vida do Apóstolo Felipe assim como na vida de São Paulo, São Francisco de Assis, Santa Clara de Assis e na vida de tantas outras pessoas.

No Monte Tabor os discípulos dizem: “Como é bom estarmos aqui!”. Os discípulos não queriam ver outra coisa. O que eles viram?

Os discípulos viram Deus. Este Deus nos tem alguma coisa a nos mostrar que preenche todos os nossos desejos. Sem esta experiência do Monte Tabor a vida fica insuportável.

No Antigo Testamento Moisés por intermédio de Deus liberta o povo da escravidão do Egito. Porque Deus não ficou em “casa”? Porque despertou este desejo de libertar o povo? O amor que é próprio de Deus é que gera vida. Quem ama sai de “casa”, não se fecha em si mesmo, partilha com as outras pessoas.

Jesus Cristo veio para abrir o caminho de fraternidade, humildade e compreensão. Em Jesus Cristo esta presente a minoridade, este Deus que se fez irmão, que veio para aqueles que não têm lugar. A minoridade é caminho de identidade e não de inferioridade.

Como fala Jesus no Evangelho: “Não há amor maior do que dar a vida pelos irmãos”. Este “dar a vida” é uma doação, uma renuncia. O “Amor Maior” é abraçar a cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Quando vemos a imagem de São Francisco abraçado numa cruz, o que esta imagem quer dizer é que São Francisco esta abraçado no amor de Jesus Cristo.

Portanto, a minoridade é um valor essencial da Vida Franciscana. Esta gera um olhar diferente em relação com toda a realidade, um olhar de Deus, onde me torno cada vez mais humano e começo a perceber que o outro é um irmão.

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