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domingo, 8 de abril de 2012

Como ter paciência com os mundanos


Como ter paciência com os mundanos

Muita gente, com o pretexto de defender o nome de Deus, procuram satisfazer as próprias paixões. Devemos comportar-nos com moderação e humildade. Deus mesmo, criador do universo, embora podendo usar o seu poder e a sua ira contra quem lhe blasfema e lhe ofende, não age assim, faz  surgir o sol e cair a chuva para todos, além de mil outros benefícios.
Devemos, portanto, imitar a Deus, aconselhando, exortando, corrigindo com paciência os que nos ofendem, não nos deixando arrastar pela ira nem pela violência. Deus não perde nada com a blasfêmia. Quem blasfema é que fica ferido. Lamentemos por ele, pois sua desgraça é digna de lastima. Nada melhor, para curar esse ferido, do que a paciência e a mansidão, que são mais eficazes do que qualquer violência. Lembremos do que Deus mesmo, depois de ter sido ofendido, nos fala no Antigo e no Novo Testamento :”Meu povo, que te fiz eu? (Mq 6,3); Saulo, por que me persegues?” (At 9,4)
O próprio São Paulo recomenda repreender com brandura os adversários (Ef 2  Tm 2,25). Quando os apóstolos pedem a Jesus que faça descer fogo do céu, ele os admoesta severamente dizendo: “Não sabeis de que espírito sois animados”. Nessa circunstância não diz aos fariseus.”Homens detestáveis e mentirosos ! Inimigos invejosos da salvação humana”; apenas pergunta com simplicidade; “Porque pensais mal de mim nos vossos corações?” (Mt 13,30).
Assim,é preciso remover o mal com brandura e humildade. Uma pessoa que se converte só por medo logo acabará por recair no pecado. É por isso que Cristo manda que se deixe crescer o joio junto com o trigo , dando-lhe a possibilidade de arrepender-se. De fato, muitas pessoas que antes eram pecadoras foram tocadas por essa paciente brandura de alguém, e acabaram se arrependendo , transformando-se em pessoas virtuosas . Foi assim com São Paulo, Com o publicano, com o ladrão. De joio, passaram a trigo de ótima qualidade.
Essa trasformação não é possível para as sementes da terra, mas para a vontade humana é fácil e simples. A vontade não está amarrada pelas limitações da natureza pois Deus a honrou com a livre escolha. Quando, pois, nós vemos um inimigo da verdade, procuremos curá-lo, preocupemos com ele, reconduzamos à virtude, dando-lhe o exemplo de uma vida perfeita (o que é um argumento irrefutável), e oferecendo-lhe ajuda e amor desinteressados. Façamos como os melhores médicos, tentando todos os meios para salvá-lo. Os médicos não usam apenas um remédio, aplicam um segundo, e se este não se mostrar eficaz, até um terceiro, e, também, algumas vezes cortam, outras apenas enfaixam.
Pois bem: nós também, transformando-nos em médico de almas, lancemos mão de todos os meios para curar os irmãos, de acordo com as leis de Cristo. Agindo desse modo, nós alcançaremos a nossa própria salvação, e a dos demais. Ao termos feito tudo pela glória de Deus, nós também seremos glorificado, pois o Senhor disse: “Eu honro os que me honram, mas os que me desprezam, caem no desprezo” (Ism 2,30).
Tudo façamos para a glória de Deus, e então receberemos em troca aquela bem-aventurada herança que, faço votos, todos alcançaremos, pela graça e pelo amor de Nosso Senhor Jesus Cristo. A Ele, glória e poder pelos séculos dos séculos. Amém.

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