Em 1982, o primeiro congresso interfranciscano de Mattli, destinado a irmãs e irmãos oriundos dos continentes do Sul, deu mais um impulso decisivo. Aí demonstrou-se, pois, que o problema é de todos que pertencem à Família Franciscana. Os aproximadamente 60 delegados, de todas as regiões do Sul, num documento que atraiu muita atenção, formularam alguns princípios, sobre como deve ser relido e reinterpretado o carisma franciscano hoje, visando os “sinais do tempo”. Aí ficou claro que a iniciativa da OFM (1981) deveria ser enfrentada e realizada como projeto interfranciscano.
A rápida realização e divulgação do curso demonstram que a nossa opinião estava correta. As fases individuais são bastante conhecidas. Por isso, são suficientes algumas indicações. De 1983 a 1986 durou o processo da compilação e redação dos temas num diálogo internacional, intercultural e interfranciscano permanente.
Um papel decisivo coube ao Centro Franciscano de Animação Missionária Bonn, que foi incumbido de organizar e coordenar a realização do projeto. Para garantir o caráter interfranciscano e intercultural do curso, foi criada uma equipe intercultural com participantes de todos os continentes, que, num mutirão de 8 semanas, examinou e completou criticamente todas as contribuições recebidas. A equipe de redação de língua alemã ficou incumbida de compilar tudo numa forma homogênea e bem legível.
De 1986 a 1994 houve uma rápida divulgação universal do curso por todos os continentes com traduções para 17 línguas. Especialmente na África, na Ásia e na América Latina, o curso torna-se num instrumento importante para aprofundar e renovar o carisma missionário franciscano. Os organismos executivos e promotores mais assíduos são as muitas congregações das irmãs da IFC/TOR e a Ordem Terceira Secular (OFS). Mas, também notaram-se algumas deficiências. O domínio da Primeira Ordem foi ainda palpável; Santa Clara e, portanto, a dimensão feminina do carisma e a independência da OFS quase não foram observadas.
O congresso internacional de 15 dias, conhecido como “Assis 94”, que entra na história como a maior assembleia da Família Franciscana até àquela data, corrigiu estas deficiências e determinou os princípios para uma redação completamente nova do curso, e isso, num diálogo intenso nunca antes visto. As 25 lições que resultaram daí são o fruto dum trabalho penoso de redação que durou cinco anos e formam o atual instrumento para este programa de estudo mundial.
Estamos convencidos de que o CCFMC é um projeto inspirado pelo espírito pois é o instrumento interfranciscano mais utilizado para vivenciar o Evangelho, aprofundar e renovar o carisma missionário da família franciscana e muito mais. De que se trata realmente é pouco nítido devido à extensão do título de CCFMC. Uma colaboradora honorária engajada formulou isso, duma forma muito concisa: “Viver franciscanamente – hoje”, é verdadeiramente isso de que se trata.
Naturalmente, resta para todos os nossos esforços o que Francisco disse, no fim da sua vida: “Irmãos (e irmãs) comecemos e sejamos mais perfeitos, pois, até agora, bastante pouco progredimos!”
Andreas Müller OFM
Extraído de http://www.ccfmc.net/wPortugues/cbcmf/cbcmf-news/2011/2011_01_News.shtml acesso em 10 fev. 2011.
Foto: Altar na Casa de Retiros dos Franciscanos em Tarata, Bolívia / fotografia de Jim McIntosh. Tarata, 2010. Disponível em http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Franciscans_in_art_.jpg acesso em 10 fev. 2011.
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