PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 1,46-56)(22/12/25)
1. Caríssimos, com a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo a este mundo para assumir a nossa natureza decaída e nos libertar do pecado, do domínio do maligno e da morte, Deus renovou por meio dele todas as coisas, elevando-as à plenitude da sua glória, nos fazendo participantes de Sua Natureza Divina. E tudo isso Maria canta no cântico do magnificat, como vimos no Evangelho de Lucas. “A minha alma engrandece ao Senhor e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador".
2. No encontro com Isabel, o coração da Santíssima Virgem Mãe se solta como a língua de uma criança e faz sentir toda a sua alegria. Desse modo ela sente que o olhar de Deus pousou em sua pequena existência e acredita que esse olhar é sua força e sua grandeza.
3. Olhada por Deus, ela já não tem medo de nada nem de ninguém e canta, canta com alegria essa graça recebida. A sua alegria não provém das coisas que possui, nem das coisas exteriores, mas da sua alma habitada inteiramente por Deus.
4. O canto do Magnificat é o Evangelho de Maria. Evangelho significa boas novas. Maria canta a sua pequenez: "A minha alma engrandece ao Senhor". Como se dissesse: o crédito é do Senhor, não é meu. Ela repete várias vezes: “É Ele quem olhou”, “É Ele quem fez grandes coisas em mim”.
5. Há quatorze verbos nesta canção, dos quais dez se referem a Deus, um à todas as gerações, os outros três a Maria. No centro do Magnificat está o Decálogo do Deus apaixonado. O Magnificat é o Evangelho que coloca no centro da fé não o que eu faço por Deus, mas o que Deus faz por mim.
6. De fato, não merecemos Deus, mas sim o acolhemos, porque Ele se nos dá por completo. Não temos Deus no coração porque o amamos, mas estamos no coração de Deus porque ele nos ama.
7. No Magnificat, Maria diz-nos quem é Deus: é o Senhor, é o Salvador, é o Todo-Poderoso. Nele canta os quatro "sins". O "sim" do Pai à humanidade a quem dá o seu Filho; o "sim" do Filho que se faz homem para fazer a Sua vontade; o "sim" do Espírito Santo que tece a trama do divino com a urdidura do humano, ou seja, que faz a união do divino com o humano; e o humilde "sim" de Maria a Deus a quem nada é impossível."
8. Portanto, caríssimos, "Que a nossa vida seja um Magnificat contínuo para Deus." (Mons. Angelo Spina). Ou seja, que sejamos uma expressão do seu amor por nós e por toda a humanidade, como Maria Santíssima contou no Magnificat inspirada pelo Espírito Santo.
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria OFMConv.
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