Quantos de nós tantas vezes não nos emocionamos enquanto assistiamos? Realmente apresenta uma visão muito romantica de Francisco e Clara e que por algum tempo responde as necessidades imediatas e alguns sonhos. Porém penso que esteja bem ali o problema. Começar com uma visão ingenua e sonhadora da prosposta de Francisco pode ate ser um começo, mas o problema é que diante da concreteza da vida esse ideal romantico não se sustenta.
Nesse caso uma ajuda necessária é vermos as intenções do autor. Será que Franco Zefirelli quando produziu esse filme tinha como intenção apresentar a vida do homem de Assis ? Aqui nos temos que enfatizar duas coisas. Nos no ambiente post moderno somos homo videns é muito importante a imagem. Qual é a imagem de Francisco? Mesmo questionando as hagiografias antigas. Qual é o verdadeiro Francisco? o da biografia de Tomas de Celano ou da Legenda de São Boaventura, ou talvez seja de I Fioretti?Penso que nenhum santo tenha tantas biografias modernas e seja tão conhecido em todos os ambientes e paises. Mas voltamos a pergunta qual imagem de Francisco é revelada?
Tendo em consideração o império da imagem e a cultura anunciada por ele, o cinema tem muito a dizer. Os nossos jovens assimilam as informações muito mais pelo que viram do que pelo que leram.
Talvez o Francisco cinematografico nos ajude qual será a verdadeira imagem ? ou atrapalhe ainda mais. O esforço de ler a cultura hodierna é absolutamente fundamental. Não podemos simplesmente como Homer Simpson nos estirar diante da televisão e engolirmos tudo sem questionar. A pastoral franciscana passa pela midia também.
Nesse sentido é uma ajuda por exemplo o livro do frade capuchinho italiano Lucio Saggioro onde analisa as diversas imagens de Francisco no cinema e toda a problemática entre franciscanismo e os meios de comunicação social. Desde o Frate Sole de Ugo Falena, 1918, ainda cinema mudo, ou Francesco giubilare di Dio de Roberto Rosselini, 1950, do neorealismo do pós guerra , ou Fratello Sole Sorella Luna de Franco Zeffirelli, 1972 ou Francesco de Liliana Cavani, 1989. Citamos esse quatro para ficarmos entre os mais famosos. Nos interessa sobretudo os últimos dois: Frate Sole Sorella Luna segundo a análise feita por Fra Lucio Saggioro, Franco Zeffirelli não tem a intenção de retratar São Francisco de Assis, mas pelo contrário numa Europa em crise depois de 1968, com a queda dos valores, e o caos instaurado, onde todas as instituições tem que se refazer inclusive a própria Igreja faz os esforço de dar respostas. O diretor do filme procura oferecer uma resposta para os jovens da sua época, de crise e sem paradigmas que buscam uma resposta, e encontra em Francisco esse jovem contestador das estruturas que vive seus dramas e consegue superá-los sendo assim uma resposta.
Com certeza temos valores para colocar na balança não é tudo positivo, como também nem tudo se pode jogar fora.
Muitos acusam o diretor de psicologismo, pacifismo bobo, metafisico, romantico e muito doce, nele se reforça o Francisco namoradinho de Clara e o ecologista, mas não podemos negar que esse virou um clássico noto que encantou gerações coisa que até então não acontece com uma vida de santo e do ponto de vista cenografico, fotográfico, colorido é simplesmente fantastico
Um espetaculo teatral o Francisco ali apresentado pode interessar a todas as pessoas. Porém, muitas coisas não ficam claras, por exemplo, não fica evidente que Cristo e amor por Cristo e de consequencia pelos pobres seja o centro da vida de Francisco. O que une Francisco e Clara é o amor comum de ambos por Jesus Cristo e por vivê-lo de forma concreta. Parece que Jesus Cristo e os pobres são apenas consequencias do processo iniciado. Um Francisco que parece desencarnado das realidades da vida, alheio a fé, não aparece Francisco como um apaixonado por Cristo.
Do ponto de vista tecnico pode ser considerado uma obra prima entre os melhores senão melhor de Franco Zeffirelli, do ponto de vista franciscano e dos valores franciscanos decididamente não, falta apresentar valores fundamentais de um Francisco, apaixonado por Jesus Cristo que assume um estilo de vida novo por causa de Jesus e do seu Evangelho, que comprometido com a vida e com os irmãos que não passa despercebido os sofrimentos dos seus irmão, homem verdadeiramente católico e apostólico, filho da Igreja e obediente a Ela, homem prático e do exemplo concreto.
Frei Emerson Aparecido Rodrigues, Ofmcap.
Bibliografia:
BARAGLI E., Fratello sole sorella luna, in Rivista del Cinematografo, n. 7 luglio 1972, 356-357.
MICCOLI G., Francesco d’Assisi. Realtà e memoria di un’esperienza cristiana, Torino, 1991.
SAGGIORO L. , Francesco d’Assisi nella settima arte, Treviso, 2006.
Tendo em consideração o império da imagem e a cultura anunciada por ele, o cinema tem muito a dizer. Os nossos jovens assimilam as informações muito mais pelo que viram do que pelo que leram.
Talvez o Francisco cinematografico nos ajude qual será a verdadeira imagem ? ou atrapalhe ainda mais. O esforço de ler a cultura hodierna é absolutamente fundamental. Não podemos simplesmente como Homer Simpson nos estirar diante da televisão e engolirmos tudo sem questionar. A pastoral franciscana passa pela midia também.
Nesse sentido é uma ajuda por exemplo o livro do frade capuchinho italiano Lucio Saggioro onde analisa as diversas imagens de Francisco no cinema e toda a problemática entre franciscanismo e os meios de comunicação social. Desde o Frate Sole de Ugo Falena, 1918, ainda cinema mudo, ou Francesco giubilare di Dio de Roberto Rosselini, 1950, do neorealismo do pós guerra , ou Fratello Sole Sorella Luna de Franco Zeffirelli, 1972 ou Francesco de Liliana Cavani, 1989. Citamos esse quatro para ficarmos entre os mais famosos. Nos interessa sobretudo os últimos dois: Frate Sole Sorella Luna segundo a análise feita por Fra Lucio Saggioro, Franco Zeffirelli não tem a intenção de retratar São Francisco de Assis, mas pelo contrário numa Europa em crise depois de 1968, com a queda dos valores, e o caos instaurado, onde todas as instituições tem que se refazer inclusive a própria Igreja faz os esforço de dar respostas. O diretor do filme procura oferecer uma resposta para os jovens da sua época, de crise e sem paradigmas que buscam uma resposta, e encontra em Francisco esse jovem contestador das estruturas que vive seus dramas e consegue superá-los sendo assim uma resposta.
Com certeza temos valores para colocar na balança não é tudo positivo, como também nem tudo se pode jogar fora.
Muitos acusam o diretor de psicologismo, pacifismo bobo, metafisico, romantico e muito doce, nele se reforça o Francisco namoradinho de Clara e o ecologista, mas não podemos negar que esse virou um clássico noto que encantou gerações coisa que até então não acontece com uma vida de santo e do ponto de vista cenografico, fotográfico, colorido é simplesmente fantastico
Um espetaculo teatral o Francisco ali apresentado pode interessar a todas as pessoas. Porém, muitas coisas não ficam claras, por exemplo, não fica evidente que Cristo e amor por Cristo e de consequencia pelos pobres seja o centro da vida de Francisco. O que une Francisco e Clara é o amor comum de ambos por Jesus Cristo e por vivê-lo de forma concreta. Parece que Jesus Cristo e os pobres são apenas consequencias do processo iniciado. Um Francisco que parece desencarnado das realidades da vida, alheio a fé, não aparece Francisco como um apaixonado por Cristo.
Do ponto de vista tecnico pode ser considerado uma obra prima entre os melhores senão melhor de Franco Zeffirelli, do ponto de vista franciscano e dos valores franciscanos decididamente não, falta apresentar valores fundamentais de um Francisco, apaixonado por Jesus Cristo que assume um estilo de vida novo por causa de Jesus e do seu Evangelho, que comprometido com a vida e com os irmãos que não passa despercebido os sofrimentos dos seus irmão, homem verdadeiramente católico e apostólico, filho da Igreja e obediente a Ela, homem prático e do exemplo concreto.
Frei Emerson Aparecido Rodrigues, Ofmcap.
Bibliografia:
BARAGLI E., Fratello sole sorella luna, in Rivista del Cinematografo, n. 7 luglio 1972, 356-357.
MICCOLI G., Francesco d’Assisi. Realtà e memoria di un’esperienza cristiana, Torino, 1991.
SAGGIORO L. , Francesco d’Assisi nella settima arte, Treviso, 2006.
Nenhum comentário:
Postar um comentário