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domingo, 12 de junho de 2022

O MISTÉRIO DA SANTÍSSIMA TRINDADE...


 Solenidade da Santíssima Trindade (Jo 16,12-15)(12/06/22)

Caríssimos, falar de Deus Uno e Trino, é adentrar no mais Sublime Mistério da nossa fé, para conhce-lo e ama-lo sem querer aprsiona-lo na nossa limitada razão incapaz de compreender até mesmo a obra da criação; imaginem querer compreender o Autor dessa obra magnífica que realmente aos nossos olhos é infinita. 

Santo Agostinho querendo compreentender o Mistério da Santíssima Trindade, estava meditando sobre Ele à beira mar quando de repente se deparou com uma criança que com uma pequena concha tirava água do mar e punha num pequeno buraco que havia feito na areia; ao que lhe perguntou admirado: menino o que estás a fazer? 

O menino o olhou serenamente e lhe respondeu: quero pôr a água toda do mar neste pequeno buraco. Então, Agostinho o questionou: não vês que é impossível? Sim, disse ele retrucando: assim como, de igual modo, lhe é impossível compreender o Mistério da Santíssima Trindade. E mais que de repente desapareceu da sua vista, porque era um anjo enviado por Deus. 

O Papa Emérito, Bento XVI, assim comentou esse Evangelho de hoje: "A Santíssima Trindade, de fato, instala-se em nós no dia do Batismo: "Eu vos batizo", diz o ministro, "em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". O nome de Deus, no qual fomos batizados, lembramo-nos cada vez que fazemos o sinal da cruz sobre nós. 

O teólogo Romano Guardini observa sobre o sinal da cruz: 'Fazemo-lo antes da oração, para que nos ponha em ordem espiritualmente; para concentrar em Deus os nossos pensamentos, o nosso coração e a nossa vontade; e depois da oração, para que aquilo que Deus nos deu permaneça em nós, abrace todo o nosso ser, corpo e alma, e tudo se torne consagrado em nome do Deus único e trino' (Lo spirito della liturgia. I santi segni, Brescia 2000, 125-126).

Façamos nossa a oração de Santo Hilário de Poitiers: "Ó Deus, mantende incontaminada esta fé reta que está em mim e, até ao meu último suspiro, dai-me também esta voz da minha consciência, para que eu possa permanecer sempre fiel ao que professei na minha regeneração, quando fui batizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" (De Trinitate, XII, 57, CCL 62/A, 627).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

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