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segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

O que é indulgência plenária e como recebe-la?


 *INDULGÊNCIAS PARA O ANO JUBILAR DE 2025*


Uma indulgência plenária é uma graça concedida pela Igreja Católica através dos méritos de Jesus Cristo para remover a punição temporal devida ao pecado.

A indulgência aplica-se aos pecados já perdoados. Uma indulgência plenária limpa a alma como se a pessoa acabasse de ser batizada. Indulgências plenárias obtidas durante o Ano Jubilar também podem ser aplicadas às almas no purgatório, com a possibilidade de obter duas indulgências plenárias pelos falecidos em um único dia.

Para obter uma indulgência, as condições habituais de desapego de todo pecado, confissão sacramental, comunhão e oração pelas intenções do papa devem ser cumpridas. (Normalmente, um Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai).

I. Fazer uma peregrinação a Roma e rezar pelas intenções do papa em qualquer uma das Quatro Basílicas Papais Maiores (Basílica de São Pedro, Arquibasílica de São João de Latrão, Basílica de Santa Maria Maior ou Basílica de São Paulo Fora dos Muros) ou em qualquer uma das igrejas jubilares especiais listadas pela Penitenciária Apostólica em Roma.

II. Fazer uma peregrinação a uma das seguintes igrejas na Itália: Basílica de São Francisco de Assis, Basílica de Nossa Senhora dos Anjos em Assis, Basílica de Nossa Senhora de Loreto, Basílica de Nossa Senhora de Pompeia, Basílica de Santo Antônio em Pádua, OU na Terra Santa: Basílica do Santo Sepulcro em Jerusalém, Basílica da Natividade em Belém, Basílica da Anunciação em Nazaré.

III. Realizar um ato extraordinário de misericórdia, como uma doação generosa aos pobres ou visitar asilos ou prisões.

IV. Participar de exercícios espirituais, missões ou atividades de formação espiritual promovidas por dioceses ou paróquias, baseadas nos documentos do Concílio Vaticano II ou no Catecismo da Igreja Católica.

V. Visitar qualquer catedral, santuário mariano ou outra igreja especial designada pelo bispo local para a obtenção da Indulgência Jubilar.

VI. Jejuar ao menos um dia por semana de “distrações fúteis” como redes sociais, televisão, videogames, certos aplicativos de celular.

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domingo, 29 de dezembro de 2024

Festa da Sagrada Família...


 Homilia da Festa da Sagrada Família (Lc 2,41-52)(29/12/24)

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1. Caríssimos, a família humana é a célula mãe da sociedade e naturalmente o fundamento da vida, por isso, é sagrada, por ser obra das mãos de Deus de quem recebeu tamanha dignidade; ela é tão importante na obra da criação que Deus mesmo se fez homem gerado pelo Espírito Santo no ventre Virgem de Maria, formando a Sagrada Família de Nazaré. 
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2. Com efeito, a família humana é também chamada de igreja doméstica porque é o espaço sagrado onde Deus se faz presente em nosso meio; é nela que o conhecemos, o amamos, o adoramos e bendizemos. Fora dela não passamos de ovelhas desgarradas, perdidas, sem arrimo algum. 
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3. Ser família é sentir-nos amparados, protegidos, com um referencial preciso que identifica a nossa origem. Como é bela uma família unida onde vemos a presença de Deus uns nos outros, onde o que temos partilhamos, realizando assim a vontade do Senhor.
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4. Ora, por que a família hoje vive mergulhada numa crise de identidade à ponto de ser destruída? Por causa da maldade dos homens que inceriram nela ideologias perversas contrárias em tudo à Lei de Deus. 
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5. Com isso, a unidade familiar deu lugar às mais terríveis lutas fratricidas, por conta de disputas materiais em detrimento do amor entre filhos e descendentes; também por falta da vivência da fé em comum, perdeu-se a unidade e a comunhão fraterna, para tornar-se um antro de disputa religiosa, e assim ninguém mais se intende. 
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6. Vejamos agora o exemplo da Sagrada Família de Nazaré nas palavras de São Paulo VI: "A Sagrada Família de Nazaré nos ensina o que é a família, sua comunhão de amor, sua beleza simples e austera, seu caráter sagrado e inviolável; aprendamos da Sagrada Família de Nazaré o quanto a formação que recebemos é doce e insubstituível: aprendamos [também] qual é sua função primária no plano social."
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7. Oremos: "Ó Deus de bondade, que nos destes a Sagrada Família como exemplo, concedei-nos imitar em nossos lares as suas virtudes, para que, unidos pelos laços do amor, possamos chegar um dia às alegrias da vossa casa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 28 de dezembro de 2024

O martírio dos Santos Inocentes venceu os seus algozes...

 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 2,13-18)(28/12/24)

1. Caríssimos, quem de nós nunca passou por alguma tribulação ou dificuldade na vida? Creio que o sofrimento faz parte da nossa natureza e é impossível alguém não sofrer. Aliás, o que mais representa a nossa finitude se chama necessidade. De fato, naturalmente necessitamos do ar que respiramos, da comida que comemos e de tudo o que nos ajuda a manter o equilíbrio da vida.

2. A liturgia de hoje nos revela que ao assumir a natureza humana, o Filho de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, também passou por dificuldades principalmente as perseguições desde a mais tenra idade. Todavia, São José e Maria Santíssima cuidaram muitíssimo bem do Filho amado de Deus com ajuda dos anjos enviados do céu.

3. "O nascimento de Cristo foi marcado pelo martírio de várias crianças de menos de dois anos, por causa do seu nome; incapazes de combater, elas conquistaram a coroa, para que ficasse bem claro que os que foram mortos por Cristo eram inocentes, crianças inocentes que foram mortas por causa da sua vinda.

4. Ora, o Filho de Deus sofreu para fazer de nós filhos de Deus; e por que os filhos dos homens não querem sofrer para continuar a ser filhos de Deus? O Senhor do mundo lembra-nos: "Se o mundo vos odeia, sabei que me odiou a mim antes que a vós.

5. Se fôsseis do mundo, o mundo vos amaria como sendo seus. Como, porém, não sois do mundo, mas do mundo vos escolhi, por isso o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse: O servo não é maior do que o seu senhor. Se me perseguiram, também vos hão de perseguir. Se guardaram a minha palavra, hão de guardar também a vossa." (Jo 15,18-20).

6. Quando sustentamos o combate da fé, Deus olha para nós, os seus anjos olham para nós, Cristo olha para nós. Que glória, que alegria ter Deus a presidir à prova e ter Cristo como juiz, quando formos coroados! 

7. Armemo-nos, portanto, irmãos caríssimos, com todas as nossas forças, preparemo-nos para a luta com a alma imaculada, fé plena e coragem generosa." (São Cipriano (Sec.III) bispo e mártir).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

SOMOS DISCÍPULOS AMADOS DE CRISTO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 20,2-8)(27/12/24)

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1. Caríssimos, a Igreja hoje celebra a Festa de São João Evangelista. "João era discípulo de Jesus, aquele que Jesus amava e que esteve com ele até a morte na cruz. Era o mais jovem dos apóstolos, pescador e a tradição delega a ele o texto do quarto evangelho, três cartas e o livro do Apocalipse.
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2. Nos Atos dos Apóstolos, ele aparece sempre com São Pedro. Após Pentecostes João ficou pregando em Jerusalém. Participou do Concílio de Jerusalém, depois com Pedro se transferiu para a Samaria. Mas logo foi viver em Éfeso, para onde teria levado também a mãe de Jesus. Nesta cidade organizou comunidades e foi perseguido.
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3. João morreu e foi sepultado em Éfeso. Tinha aproximadamente noventa anos de idade, após muito sofrimento por todas as perseguições que sofreu durante sua vida por pregar a Palavra de Deus." (Liturgia das horas).
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4. Com efeito, a experiência da convivência de João com o Senhor Jesus é tão marcante em sua vida que no início da sua Primeira Carta escreveu: "Caríssimos, o que era desde o princípio, o que nós ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos tocaram da Palavra da Vida, 
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5. De fato, a Vida manifestou-se e nós a vimos, e somos testemunhas, e a vós anunciamos a Vida eterna, que estava junto do Pai e que se tornou visível para nós – isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos, para que estejais em comunhão conosco. 
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6. E a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Nós vos escrevemos estas coisas para que a nossa alegria fique completa." (1Jo 1,1-4). "De fato, o Senhor Jesus é um amigo único, aquele que ninguém pode passar sem a sua amizade." (Pe. Ubaldo Terrinoni).
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7. Portanto, caríssimos, a Santa Amizade entre Deus e o ser humano, representada pela convivência de Cristo com o seu discípulo amado, nos faz sentir-nos amados de igual modo, pois é algo tão cândido que nos leva a desejar esse santo afeto, dádiva do Espírito Santo às almas puras. João viveu essa experiência tão intensamente que a transpareceu em cada palavra de seus escritos.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Martírio de Santo Estêvão...


 FESTA DO MARTÍRIO DE SANTO ESTÊVÃO (Mt 10,17-22)(26/12/24)

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1. Caríssimos, estamos vivendo a plena alegria do Natal do Senhor e nesse mesmo tempo a Igreja celebra hoje a festa do martírio de Santo Estevão, primeiro mártir da nossa fé. De fato, a morte é uma experiência difinitiva que relutamos em aceitar mesmo sabendo que todos um dia morrerão. 
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2. Todavia, no martírio, a morte é vencida, porque todo mártir é inocente e todo inocente é invencível. O martírio é o momento sublime em que a alma se eleva para Deus dando-se em sacrifício para testemunhar o martírio de Cristo, o Cordeiro Imolado, que apagou os nossos pecados pelo o seu sacrifício de cruz. 
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3. Referindo-se ao nosso martírio diário, assim escreveu são Paulo: "Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos muito amados. Progredi na caridade, segundo o exemplo de Cristo, que nos amou e por nós se entregou a Deus como oferenda e sacrifício de agradável odor." (Ef 5,1-2).
4. "Porque fostes comprados por um grande preço (o Sangue de Cristo). Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo." (1Cor 6,20). Decerto, nesta liturgia de hoje a Igreja celebra dois nascimentos, o de Cristo, Deus humanado, e o de Santo Estevão, martirizado por amor de Cristo e das almas necessitadas da salvação eterna. 
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5. Ora, e o prêmio deste humilde martíre, vimos na primeira leitura: "Estêvão, cheio do Espírito Santo, olhou para o céu e viu a glória de Deus e Jesus, de pé, à direita de Deus. E disse: “Estou vendo o céu aberto, e o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus”. 
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6. Caríssimos, a alma em estado de graça caminha decisivamente para a santidade, para o encontro difinitivo com Cristo no Reino dos céus; por isso, não perde tempo dando atenção aos seus algozes; pelo contrário, os perdoa e permanece em estado de graça gozando a felicidade dos justos como o fez Santo Estevão.
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7. Comentando esta Festa disse o Papa Bento XVI: "Santo Estêvão foi o primeiro que seguiu os passos de Cristo com o martírio; morreu, como o divino Mestre, perdoando e rezando pelos seus algozes (cf At 7,60). A sua morte não incutiu receio nem tristeza, mas entusiasmo espiritual, que suscitou sempre novos cristãos."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 24 de dezembro de 2024

O Natal é a presença real de Deus na natureza humana como um de nós...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 1,67-79)(24/12/24)

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1. Caríssimos, hoje é a véspera do dia em que Deus nasceu como um de nós sem deixar de ser Deus, comprovando o que havia realizado no início da criação, ou seja, nos criou à sua "imagem e semelhança". Quanta beleza, singeleza e alegria na simplicidade do menino Jesus com sua Mãe, a Virgem Maria, e seu pai adotivo são José.
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2. Com efeito, naquela noite o mundo inteiro viu resplandecer a Luz de Deus única, porque distinta de todas as outras luzes; decerto, só em contemplar tão sublime esplendor já nos sentimos atraídos e chamados à vivencia-lo, pois, eis que se traduz num amor sem igual que se rebaixa à nossa humilde condição para nos fazer participantes de Sua Divindade.
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3. O Santo Padre, o Papa Francisco, atualizando a comemoração do Natal do Senhor, disse: “O Natal nos convida a refletir, por um lado, sobre a dramaticidade da história, em que homens e mulheres, feridos pelo pecado, procuram incessantemente a verdade, a misericórdia e a redenção; e, por outro, sobre a bondade de Deus, que veio ao nosso encontro para nos comunicar a Verdade que salva e para nos tornar participantes da sua amizade e da sua vida.
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4. Podemos superar esta sensação de desconcerto inquietador [por conta das guerras na face da terra], sem nos deixar dominar pelas derrotas e fracassos, na consciência redescoberta de que aquele Menino humilde e pobre, escondido e indefeso, é o próprio Deus, que se fez homem para nós.
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5. Esta realidade nos dá muita alegria e coragem. Deus não nos desdenhou, não passou ao nosso lado, não desprezou a nossa miséria, não se vestiu de um corpo aparente, mas assumiu plenamente a nossa natureza e condição humana. É um de nós. É como nós. 
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6. Nada excluiu, exceto o pecado, única coisa que Ele não tem. Toda a humanidade está n’Ele. Ele assumiu tudo o que somos, tal como somos. Isto é essencial para a compreensão da fé cristã. 
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7. [Portanto] o Natal é a festa do Amor encarnado e nascido para nós em Jesus Cristo. Ele é a luz dos homens que resplandece nas trevas, que dá sentido à existência humana e a toda a história”.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Deus se fez humano para nos tornar divinos...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 1,26-38)(20/12/24)

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1. Caríssimos, nesta liturgia de hoje são Lucas narra de forma precisa como Deus assumiu a nossa natureza, por meio do Seu amado Filho, para nos fazer participantes da Sua natureza divina, isto é, da vida eterna, da sua imortalidade 

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2. E para compreendermos melhor essa sua teofania, ou seja, sua ação direta, Ele se fez representar pelo Anjo Gabriel que veio diretamente do céu para comunicar à Virgem Mãe o cumprimento de todas as profecias a respeito do Messias.

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3. Com efeito, ao contemplarmos a obra da criação vemos que somente Deus pode realizar tão perfeitamente essa obra; de igual modo, para nos redimir quis o Senhor em seu desígnio de amor nascer como um de nós, todavia, gerado pelo Espírito Santo no seio virginal de Maria. 

4. E foi exatamente isso o que disse o Anjo: "O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus." Ou seja, o que Deus realizou por meio de Maria em nosso favor, permanecerá marcado para sempre como sinal permanente da nossa salvação.

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5. Sem dúvida o anúncio e a encarnação de Jesus, o Verbo de Deus que se fez carne, é para nós o grande sinal da salvação anunciada pelos profetas e acolhida primeiro por Maria em quem Deus se fez cumprir as suas promessas e depois por José, os Apóstolos e todos os santos e santas que seguiram nosso Senhor Jesus Cristo obedecendo à Sua Santa Vontade.

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6. Para os que não crêem nesta verdade eterna, também não existe esperança de vida eterna, porque lhes falta a fé devida que nos proporciona viver em comunhão com o Senhor que veio ao encontro da nossa finitude, da nossa miséria para nos arrancar delas e nos fazer vencer o pecado e suas consequências, dentre elas a morte.

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7. Portanto, caríssimos, peçamos à Virgem Maria, mãe de Jesus e nossa Mãe, ela que permaneceu fiel até o fim no acolhimento dos desígnios de Deus, para que nos alcance a graça de também sermos fiéis e perseverantes no cumprimento desses mesmos desígnios.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Deus age sempre para sanar as nossas impossibilidades por meio da fé...

 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 1,5-25)(19/12/24)

1. Caríssimos, no mais das vezes rezamos confiando em nós mesmos ou não levando em conta a nossa própria oração; e mesmo quando somos atendidos, às vezes também ficamos como Zacarias, que mesmo estando diante do Anjo do Senhor e ouvindo dele a confirmação do atendimento de sua oração, ainda assim duvidou, porque olhou tão somente para a sua miséria e não para a graça de Deus que lhe tirava dela.

2. De fato, a oração é o encontro da nossa miséria com a solução dela que vem do Senhor; por isso, é diálogo, é silêncio, é escuta da resposta por mais simples que seja. Ora, se as tentações nos falam e se darmos atenção a elas corremos o risco de pecar; com muito mais razão Deus nos fala no mais íntimo do nossa coração. 

3. Decerto, muitos rezam, mas poucos se encontram realmente com o Senhor em sua oração; talvez porque pensam que Ele não os escuta; quando na verdade, somos nós que não paramos, não lhe damos tempo, e não fazemos silêncio para o escutar, pois o silêncio dos nossos sentidos são os ouvidos de nossa alma que escuta o que Deus nos fala. 

4. Sei lá quantos já se perderam na vida por confiaram em si mesmos e não no Senhor que está sempre pronto para nos ajudar. Ouçamos, então, esta belíssima oração do salmo 26 para aprendermos com o salmista como devemos rezar: "Escutai, Senhor, a voz de minha oração, tende piedade de mim e ouvi-me. 

5. Fala-vos meu coração, minha face vos busca; a vossa face, ó Senhor, eu a procuro. Não escondais de mim vosso semblante, não afasteis com ira o vosso servo. Vós sois o meu amparo, não me rejeiteis. Nem me abandoneis, ó Deus, meu Salvador."

6. Com efeito, na liturgia de hoje, percebemos que Deus age no inusitado da esterilidade de Ana e Isabel, na velhice de Manué e Zacarias, e desse modo eles cooperaram com o grande mistério da nossa salvação; mas tudo isso, porque confiaram e se entregaram ao Senhor mesmo em meio às impossibilidades que os detinham.

7. Portanto, caríssimos, quando nos entregamos a Deus, nosso Pai, para realizarmos a sua vontade, Ele age em nosso viver, mesmo que estejamos impossibilitados pelo inusitado de nossa contingência; pois assim o faz para dar continuidade ao seu plano de amor em favor da nossa salvação.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv. 

Deus nos criou para sermos santos...

 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 1,18-24)(18/12/24)

1. Caríssimos, as promessas que Deus nos faz tem como fundamento voltarmos ao seu propósito Devino perdido por nossos primeiros pais quando pecaram mortalmente; naquela ocasião, o Senhor prometeu um Salvador (cf. Gn 3,15); 

2. Capaz de apagar a terrível ofensa cometida para que assim voltassem ao estado de graça que haviam perdido. Só que jamais poderíamos imaginar que o Salvador seria o Seu único Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, oferecido em sacrifício para a nossa salvação. 

3. Com efeito, para a realizarlção dessa promessa, Maria Santíssima, foi escolhida para ser Esposa e Mãe de Deus, sempre virgem; com isso entendemos que ela é toda do querer divino, da vontade do Altíssimo, e por isso, viveu somente para Aquele que a criou e a escolheu para se tornar, por meio dela, visível e acessível a todos.

4. De fato, a nenhuma outra criatura foi dado este privilégio de ser genitora do próprio Criador; ora, somente o infinito amor de Deus pode realizar esse prodígio, porque Deus é Eterno e incriado, porém, age sempre livrimente conforme o seu querer sagrado. 

5. Desse modo, compreendemos que o amor do Senhor por nós é insuperável, pois, ao gerar seu Filho amado no ventre santo da Virgem Mãe, ao mesmo tempo, por meio de São José, revela a sua sublime missão, ser Salvador, Rei e Senhor da humanidade.

6. Amados irmãos e irmãs, de uma coisa fiquemos certos, Deus nos criou para sermos santos; peçamos a Ele para fazermos em tudo a Sua Vontade e assim obtermos a graça da santidade; evitando as ocasiões de pecado, as tentações e o próprio pecado, pois foi para isto que fomos salvos por Cristo. 

7. Portanto, caríssimos, vivamos de acordo com esse propósito do Senhor, que está escrito em nossas almas quando Ele nos criou "à sua imagem e semelhança". Por isso, disse: "Sede santos como vosso Pai do céu é Santo." (Mt 5,48). Destarte, nada queiramos fora dessa verdade, porque nada se compara à felicidade eterna que dela provém.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

Deus nos deu o grande privilégio de recebermos o seu amado Filho...

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 1,1-17)(17/12/24)

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1. Caríssimos, a história de nossa fé em Deus tem seu fundamento na história daqueles que nos antecederam nos caminhos da graça, pois, em seu encontro com o Senhor, confiaram em suas promessas e receberam todas as graças e bênçãos, mas não viram nem ouviram o seu Filho em nossa humanidade como nós o conhecemos hoje. 

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2. Bem como o Senhor nos ensinou: "Em verdade vos digo: Muitos profetas e justos desejaram ver o que estais vendo, e não viram, e ouvir o que estais ouvindo, e não ouviram." (Mt 13,17). De fato, de todas as civilizações passadas, a nossa é a mais privilegiada, porque temos o Senhor Jesus que caminha conosco rumo ao Reino dos Céus. 

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3. Ora, ciente disso eis o que nos ensinou São Leão Magno: "Foi com bondade evidente que as riquezas da graça de Deus foram derramadas sobre nós. Chamados à eternidade, não somos apenas sustentados pelo exemplo do passado, mas vimos aparecer a própria Verdade sob forma visível e corpórea. 

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4. Assim, pois, celebremos o dia do nascimento do Senhor com uma alegria fervorosa que não é deste mundo. Graças à luz do Espírito Santo, saibamos reconhecer Aquele que nos recebeu nele e que nós recebemos em nós; porque, tal como o Senhor Jesus tomou a nossa carne nascendo, também nós tomamos o seu corpo renascendo. 

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5. Deus nos propôs o exemplo da sua generosidade e humildade; sejamos, pois, semelhantes ao Senhor na sua humildade, se queremos ser como Ele na sua glória. Ele próprio nos ajudará e nos conduzirá à realização do que prometeu."

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6. Portanto, caríssimos, vivamos a nossa experiência de convivência com o Senhor Jesus como viveram aqueles que nos precederam na fé (cf. Hb 11); por meio da prática da sua Palavra; dos Sacramentos que o torna visível aos nossos olhos físicos e também seguindo o exemplo dos santos e santas que deram a vida por Ele, para o tornar visível pela prática das virtudes que Dele receberam.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

Nada façamos fora da vontade de Deus...

 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 21,23-27)(16/12/24)

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1. Caríssimos como seria bom se vivêssemos num mundo sem pecados, onde somente o amor de Deus reinasse em todos os corações e em todas as nossas ações; ora, isso seria o céu, a glória de Deus, a felicidade eterna. 

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2. Pois bem, fiquemos certos de uma coisa, isso não é utopia, mas a razão de ser e o porquê de todo o sofrimento e morte de cruz de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois, Deus enviou seu Filho a este mundo para salvar-nos, todavia, quem nele acreditou verdadeiramente?

3. Na primeira leitura de hoje, Balaão, um adivinho malfadado que não fazia parte do povo eleito, recebera do rei de Moab o encargo de amaldiçoar o povo de Deus em troca de riqueza, fama e poder; mas, ao invés, o abençoou, pois ao escutar o Senhor se deu conta de que não se pode usar de maldição contra os ungidos do Senhor e sair-se impune.

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4. No Evangelho de hoje os sumos sacerdotes e anciãos do povo que eram os guardiões da fé e do poder religioso, quiseram impôr ao Senhor Jesus o silêncio de suas palavras e ações, porque não aceitavam nada fora dos limites de sua autoridade.

5. Porém, quando questionados pelo Senhor a respeito de tamanha ofensa a Deus, preferiram o silêncio de suas hipocrisias do que reconhecer a verdade dos sinais que Deus lhes concedia por meio de João Batista e do próprio Senhor.

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6. Com efeito, nenhuma autoridade ou poder constituído se mantém de pé diante de Deus se não estiver de acordo com a Sua Vontade para a nossa salvação; bem como Ele nos ensinou: "Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus." (Mt 7,21).

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7. Portanto, caríssimos, é de suma importância que as nossas palavras e ações levam todos os homens ao Senhor Jesus e ao Reino dos Céus, pois de nada valeria a prática da fé sem ter como objetivo a salvação e a vida eterna que Ele nos oferece por meio dela. Destarte, peçamos ao SenhorJesus para vivermos sempre de acordo com a sua Santa Vontade.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria, OFMConv.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Homilia do 3° Dom do Advento

 Homilia do 3°Dom do Advento (Lc 3,10-18)(15/12/24)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, se conhece um enviado de Deus pela virtude da obediência que fundamenta a sua existência, pois por ela faz a Sua Santa Vontade em todos os sentidos da vida; assim, já não tem vontade própria, porque vive da vontade Daquele que o enviou.

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2. É bem como o Senhor Jesus nos ensinou: "De mim mesmo não posso fazer coisa alguma. Julgo como ouço; e o meu julgamento é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou." (Jo 5,30). Ora, qual é a única vontade que nos salva? A vontade de Deus, e é sua vontade que sejamos cheios do Espírito Santo. 

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3. No Evangelho de hoje, São João Batista, como enviado de Deus, anuncia a presença de Cristo, dizendo: "Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. 

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4. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. Ele virá com a pá na mão: vai limpar sua eira e recolher o trigo no celeiro; mas a palha ele a queimará no fogo que não se apaga”. Doravante, isto acontece a cada instante do nosso viver neste mundo. 

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5. Decerto, quem vive essa dimensão vocacional sabe que somente Deus é o Senhor de todas as coisas, e por isso, jamais se põe no seu lugar; pelo contrário, se deixa conduzir pela inspiração do Espírito Santo para dar o verdadeiro testemunho da presença e da ação divina. 

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6. Por isso, transparece Cristo e o anuncia, renunciando à própria vontade, mas também sentindo a mais profunda e verdadeira alegria por ser seu autêntico mensageiro, isto é, seu precursor.

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7. É bem como está escrito: "E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque irás andando à frente Senhor a preparar-lhe o caminho, para dar ao seu povo conhecer a salvação, pelo perdão dos pecados." 

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8. Portanto, caríssimos, assim viveu São João Batista, assim também devemos viver todos nós, como autênticos mensageiros que anunciam Cristo, Palavra viva de Deus, "Cordeiro imolado que tira o pecado do mundo e renova todas as coisas."

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

Deus nos deu o grande privilégio de recebermos o seu amado Filho...

 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 1,1-17)(17/12/24)

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1. Caríssimos, a história de nossa fé em Deus tem seu fundamento na história daqueles que nos antecederam nos caminhos da graça, pois, em seu encontro com o Senhor, confiaram em suas promessas e receberam todas as graças e bênçãos, mas não viram nem ouviram o seu Filho em nossa humanidade como nós o conhecemos hoje. 

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2. Bem como o Senhor nos ensinou: "Em verdade vos digo: Muitos profetas e justos desejaram ver o que estais vendo, e não viram, e ouvir o que estais ouvindo, e não ouviram." (Mt 13,17). De fato, de todas as civilizações passadas, a nossa é a mais privilegiada, porque temos o Senhor Jesus que caminha conosco rumo ao Reino dos Céus. 

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3. Ora, ciente disso eis o que nos ensinou São Leão Magno: "Foi com bondade evidente que as riquezas da graça de Deus foram derramadas sobre nós. Chamados à eternidade, não somos apenas sustentados pelo exemplo do passado, mas vimos aparecer a própria Verdade sob forma visível e corpórea. 

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4. Assim, pois, celebremos o dia do nascimento do Senhor com uma alegria fervorosa que não é deste mundo. Graças à luz do Espírito Santo, saibamos reconhecer Aquele que nos recebeu nele e que nós recebemos em nós; porque, tal como o Senhor Jesus tomou a nossa carne nascendo, também nós tomamos o seu corpo renascendo. 

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5. Deus nos propôs o exemplo da sua generosidade e humildade; sejamos, pois, semelhantes ao Senhor na sua humildade, se queremos ser como Ele na sua glória. Ele próprio nos ajudará e nos conduzirá à realização do que prometeu."

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6. Portanto, caríssimos, vivamos a nossa experiência de convivência com o Senhor Jesus como viveram aqueles que nos precederam na fé (cf. Hb 11); por meio da prática da sua Palavra; dos Sacramentos que o torna visível aos nossos olhos físicos e também seguindo o exemplo dos santos e santas que deram a vida por Ele, para o tornar visível pela prática das virtudes que Dele receberam.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 14 de dezembro de 2024

Senhor Jesus, Tu és a Rocha Eterna da nossa salvação...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 17,10-13)(14/12/24)

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1. Caríssimos, uma das maiores dificuldades do ser humano é lidar com as próprias imperfeições; e, muitas vezes, quando se vê diante delas a tendência é desanimar e parar de lutar contra as próprias misérias, deixando-se conduzir pelos os instintos carnais que as causam e são totalmente fora dos propósitos divinos para a nossa salvação.
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2. Normalmente quando vemos essas imperfeições nos outros os julgamos e condenamos ou nos escandalizamos; e com isso, nos confundimos perdendo a clareza da fé. São Paulo, tratando dessa nossa deficiência espiritual, escreveu: 
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3. "Irmãos, se alguém for surpreendido numa falta, vós, que sois animados pelo Espírito, admoestai-o em espírito de mansidão. E tem cuidado de ti mesmo, para que não caias também em tentação!" (Gl 6,1).
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4. Ora, não podemos esquecer que a salvação em Cristo é imediata, porém, precisamos pacientemente crescer nela; e isso se dá mediante um processo de amadurecimento na prática da fé, pois, não basta dizer-se salvo, uma vez que ninguém se salva à si mesmo.
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5. Referindo-se à isso, disse são Paulo: "Assim, meus caríssimos, vós que sempre fostes obedientes, trabalhai na vossa salvação com temor e tremor. Porque é Deus quem, segundo o seu beneplácito, realiza em vós o querer e o executar." (Fl 2, 12-13). Ou seja, precisamos viver em permanente comunhão com o Senhor, para crescermos em graça e santidade diante Dele.
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6. No Evangelho de hoje percebemos que os discípulos assimilaram bem o conteúdo das Sagradas Escrituras do Antigo Testamento, todavia, pela urgência do seu cumprimento perguntaram ao Senhor como isso se daria. 
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7. Ao que Ele os esclareceu mostrando que a leitura desses acontecimentos deve ser feita sempre à luz do Espírito Santo, que nos ensina todas as coisas. Em outras palavras, João é Elias à medida que ambos têm a mesma missão, revelar Cristo ao mundo para a salvação de todos.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Festa de Nossa Senhora de Guadalupe...


 NOSSA SENHORA DE GUADALUPE (Lc 1,39-47)(12/12/24)

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1. Caríssimos, hoje a Igreja celebra a Festa da Padroeira da América Latina e neste pequeno sermão faço memória da Grande Mãe de Deus, Maria Santíssima relembrando a história de sua aparição e o que se sucedeu ao longo do tempo. Aproveito a ocasião para relembrar meus 26 anos de ordenação sacerdotal sob o auxílio de nossa Senhora de Guadalupe. 
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2. "Segundo arraigada tradição, a imagem da Virgem de Guadalupe apareceu impressa na manta do índio San Juan Diego em 1531, na cidade do México. Por isso, permaneceu alguns dias na capela episcopal do Bispo D. Frei Juan de Zumárraga e depois na Sé. Em 26 de dezembro do mesmo ano, foi solenemente levada para uma ermida aos pés do cerro de Tepeyac.
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3. Seu culto propagou-se rapidamente, muito contribuindo para a difusão da fé entre os indígenas. Após a construção sucessiva de três templos ao pé do mesmo cerro, edificou-se o atual, concluído em 1709 e elevado à categoria de Basílica por São Pio X em 1904.
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4. Em 1754 Bento XIV confirmou o patrocínio da Virgem de Guadalupe sobre toda a Nova Espanha (do Arizona à Costa Rica) e concedeu a primeira Missa e Ofício próprios. Porto Rico proclamou-a sua Padroeira em 1758. 
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5. Em 12 de outubro de 1892 houve a coroação pontifícia da imagem, concedida por Leão XIII, que no ano anterior aprovara um novo Ofício próprio. Em 1910 São Pio X proclamou-a Padroeira da América Latina; em 1935 Pio XI designou-a Padroeira das Ilhas Filipinas; e em 1945 Pio XII deu-lhe o título de “Imperatriz da América”.
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6. A veneração da Virgem de Guadalupe, solícita a prestar auxílio e proteção em todas as tribulações, desperta no povo grande confiança filial; constitui, além disso, um estímulo à prática da caridade cristã, ao demonstrar a predileção de Maria pelos humildes e necessitados, bem como sua diposição em assisti-los." (Liturgia das Horas).
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7. Oremos: "Ó Deus, que nos destes a Santa Virgem Maria para amparar-nos como mãe solícita, concedei aos povos da América Latina, que hoje se alegram com sua proteção, crescer constantemente na fé e alcançar o desejado progresso no caminho da justiça e da paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Vinde a mim todos vós que estais cansados e abatidos, e eu vos darei descanso


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 11,28-30)(11/12/24)

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1. Caríssimos, por que precisamos de salvação? Por causa da nossa condição pecaminosa, isto é, à qual fomos submetidos por conta do pecado original, que fragilizou a nossa capacidade de não pecar, expondo-nos às tentações que nos fragiliza ainda mais quando caímos nelas. 
2. Todavia, por causa dessa nossa condição e aparente derrota para o pecado, Deus em Sua Infinita Misericórdia, veio em nosso socorro. Pois quando pecamos, perdemos o estado de graça que é a nossa comunhão com a sua Santa Vontade. 
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3. De fato, à medida que pecamos derrotamos a nós mesmos; porém, quando nos arrependemos e nos voltamos para o Senhor, somos perdoados, purificados e fortalecidos na luta contra o pecado que continua até o fim de nossos dias neste mundo. 
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4. Por isso, Deus, nosso Pai celestial nos enviou o Seu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo, para nos libertar definitivamente do pecado e de todo o mal psíquico, físico e espiritual que o pecado gera. De fato, como seria bom se nunca pecássemos, se permanecéssemos em estado graça, isto é, em plena comunhão de amor com Deus e entre nós.
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5. No Evangelho de hoje disse o Senhor Jesus: "Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso.
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6. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. Em outras palavras, o Senhor quer dizer que está sempre pronto a nos perdoar e nos atender em todas as nossas necessidades. Que bom termos essa garantia da parte do Senhor, para que assim o busquemos com confiança inabalável na certeza de que somos perdoados.
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7. Portanto, caríssimos, essa força divina o Senhor Jesus nos comunica pelos sacramentos da confissão, da Santa Eucaristia; pela vida de oração e a vivência da Sua Palavra, que são conforto para as nossas almas e a certeza da Sua presença conosco a fim de que fortalecidos em nossa fé, vençamos todas as tentações e evitemos todo tipo de pecados, para assim nos mantermos em estado de graça realizando o seu plano para a nossa salvação. 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Nós somos as ovelhas do seu rebanho...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 18,12-14)(10/12/24)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, existe em nosso interior o espaço sagrado que é somente de Deus e nada pode ser posto em seu lugar, porque sem a graça de Sua presença, reina em nossa vida o pecado e seus derivados que são todo tipo de miséria que o pecado gera, incluindo a mais grave delas, a morte. 
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2. A liturgia de hoje acende em nossos corações a chama viva da esperança nos fazendo crescer na graça, no conhecimento, na fé e na intimidade com o Senhor por meio da oração do coração conduzidos pelo Espírito Santo que nos ensina a rezar (cf. Rm 8,26-27).
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3. A primeira leitura de hoje fala de consolação, da expiação das culpas e da vinda do Messias, aquele que libertará o seu povo dando-lhe auxílio e proteção, como um pastor que proteje as suas ovelhas e as livra de todos os seus inimigos. 
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4. De fato, vivemos em meio à um mundo ferido, agonizante, prestes a sucumbir, por causa das atitudes maléficas daqueles que se afastaram de Deus, e por isso, perderam a graça de o servir por amor a caminho do seu Reino de justiça e paz. 
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5. O Evangelho de hoje é o cumprimento da profecia de Isaías que meditamos na primeira leitura, pois nele Jesus nos fala da grande alegria que o Bom Pastor sente ao recuperar a ovelha que se perdera. 
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6. Ora, essa atitude do Senhor Jesus nos enche de imensa alegria ao constatarmos a conversão daqueles que amamos e que se encontravam afastados do rebanho, mas que agora retornam ao seu seio com a fé renovada e um novo propósito de vida.
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7. Portanto, caríssimos, todos nós que aqui estamos somos ovelhas do rebanho do Senhor e sabemos de nossas fragilidades, mas também sabemos que quanto mais obedecemos ao seus mandamentos, tanto mais difícil será se desgarrar e ser atacados pelos lobos vorazes deste mundo tenebroso.
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8. Destarte, rezemos, então, com o salmista esta oração que tanto nos consola: "O Senhor é meu pastor, nada me faltará. Em verdes prados ele me faz repousar. Conduz-me junto às águas refrescantes, restaura as forças de minha alma. Pelos caminhos retos ele me leva, por amor do seu nome." (Sl 22).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

domingo, 8 de dezembro de 2024

Virgem Mãe de Deus Imaculada, rogai por nós...

Sol. da Imaculada Conceição da Virgem Maria, Mãe de Deus (Lc 1,26-38)(08/12/24).
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1. Caríssimos, ser Imaculada significa ser pura, sem mácula, santa, totalmente isenta de pacado; assim é Maria Santíssima a Mãe de Deus e nossa mãe, bem como cantou ao glorificar a Deus seu Salvador: "Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. 
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2. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo." (Lc 1,46-49).
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3. Ora, em Seu infinito amor, Deus a escolheu para ser a Mãe do Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo; e em vista do seu nascimento, a preservou de toda mancha de pecado, tornando-a totalmente consagrada à Si em todos os sentidos de sua vida, e participante de Sua Natureza Divina.
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4. Desse modo, a Virgem Imaculada, não é somente isenta do pecado, como também a perfeita imagem e semelhança de Deus, em Deus e para Deus. Nela, por meio do Seu Filho amado, e graça do Espírito Santo, Deus fez nova todas as coisas desde o início da criação até o fim dos tempos. 
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5. De fato, o Senhor Jesus habita de tal forma em Sua Mãe Santíssima que nada e ninguém jamais poderá impedir que a sua Divina Misericórdia leve à bom termo a obra da nossa redenção.
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6. Quanto à determinação da manifestação dessa verdade, coube à Igreja proclama-la ao longo dos tempos; primeiro, pelas inúmeras festas celebradas em honra da Mãe de Deus Imaculada por meio dos seus filhos e filhas em várias partes do mundo. 
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7. Depois pelo embasamento das Sagradas Escrituras e dos Santos Padres e doutores da Igreja e o consenso de todos os Concílios; e por fim, pela proclamação do Dogma por meio da Bula “Inefabilis Deus” do Santo Padre, o Papa Pio IX, no ano de 1854. 
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8. Eis um pequeno trecho tirado da proclamação do dogma da Imaculada Conceição: "Assim, sempre absolutamente livre de toda mancha de pecado, toda bela e perfeita, Maria possui uma tal plenitude de inocência e de santidade, que, depois da de Deus, não se pode conceber outra maior, e cuja profundeza, afora de Deus, nenhuma mente pode chegar a compreender."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.
 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Fé, obediência, humildade e perseverança...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 9,27-31)(06/12/24)

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1. Caríssimos, vivemos da Providência Divina, e embora muitos tentem nos tirar dela, não conseguirão, ainda que insistam nesse seu intento; isso porque o Senhor nos ama, e não permitirá que nos separem do seu amor. Com efeito, muitos são os poderosos deste mundo, mas sobre eles triunfa o Senhor por meio dos seus humildes filhos.
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2. Por isso, prestemos atenção à esta exortação do livro de Sabedoria: "Amai a justiça, vós que governais a terra, tende para com o Senhor sentimentos perfeitos, e procurai-o na simplicidade do coração... 
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3. Porque ele é encontrado pelos que não o tentam, e se revela aos que não lhe recusam sua confiança; com efeito, os pensamentos tortuosos afastam de Deus, e o seu poder, posto à prova, triunfa dos insensatos." (Sb 1,1-3).
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4. O Evangelho de hoje trata, em especial, do poder da fé, mas também da necessidade da obediência para que se cresça nela e assim sejam produzidos frutos de humildade, santidade e justiça para que a Sua Palavra se cumpra em nossa vida por meio da nossa oração perseverante. 
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5. Decerto, por não seguirem as recomendações do Senhor, os dois homens que foram curados da cegueira não produziram esses frutos devido a desobediência, e com isso impediram que essa graça chegasse à outras pessoas, porque não foram enviados para anunciar os prodígios do Senhor, mas para obedece-lo.
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6. Portanto, caríssimos, o tempo passa mais que depressa, o dia eterno se aproxima com os sinais que o Senhor Jesus nos indicou da sua vinda, por isso, precisamos nos preparar, como Ele nos alertou: "Estai, pois, preparados, porque, à hora em que não pensais, virá o Filho do Homem." (Lc 12,40).
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7. Destarte, como nos prepararmos então? Aos dois cegos o Senhor pediu fé e obediência e a nós pede a mesma coisa, pois como está escrito na Carta aos Hebreus: "Jesus Cristo é sempre o mesmo: ontem, hoje e por toda a eternidade." (Hb 13,8).
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8. Por isso, a nossa comunhão com o Senhor é fundamental; obedeçamos, pois, com amor, humildade e determinação às suas palavras para seguirmos os seus passos rumo à vida eterna. Pois como Ele disse: "Eis que estou convosco, até o fim dos tempos, e ainda: aquele que perseverar até o fim será salvo." (Mt 28,20; 24,13). 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Por que a fé é essencial?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 15,29-37)(04/12/24)

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1. Caríssimos, a obra da criação é perfeita em todos os sentidos; e por meio de suas leis naturais, ela nos revela o seu Autor e consumador que tudo rege com maestria, conduzindo-a à plenitude de sua Perfeição Eterna.
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2. Ora, mesmo contemplando toda esta grandeza e beleza da criação; também percebemos nela dasarmonias, divisões e tragédias causadas pela desobediência dos homens que não respeitam as leis nem o Seu Criador; e o resultado de tamanha desobediência é a destruição e a morte temporal de tudo e todos.
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3. Porém, nem tudo está perdido; é isto o que Senhor Jesus nos revela na liturgia de hoje, quando faz crescer a nossa esperança nos mostrando que aqueles que o temem participarão do Seu Banquete na Sua glória eterna. 
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4. Bem como assinalou o Profeta Isaías: "Naquele dia, o Senhor dos exércitos dará neste monte, para todos os povos, um banquete de ricas iguarias, regado com vinho puro, servido de pratos deliciosos e dos mais finos vinhos." Ou seja, Isaías profetizou a vinda do Messias e o resultado das suas ações. 
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5. No Evangelho de hoje, o Senhor Jesus nos dá uma pequena mostra daquilo que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Pois, como vimos: "Numerosas multidões aproximaram-se dele, levando consigo coxos, aleijados, cegos, mudos, e muitos outros doentes. 
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6. Então os colocaram aos pés de Jesus. E ele os curou." E ainda realizou milagrosamente a multiplicação dos pães e peixes saciando a todos. Mas, depois de tudo o que Ele fez em meio ao povo eleito, por que não o acolheram? A resposta é esta:
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7. "Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado; por que não crê no nome do Filho único de Deus.
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8. Ora, este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, pois as suas obras eram más. Porquanto todo aquele que faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas aquele que pratica a verdade, vem para a luz. Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em Deus." (Jo 3,16-21).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Caríssimos, Deus se revela aos humildes de coração...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 10,21-24)(03/12/24)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, é feliz quem a Deus se confia, pois a Sua Divina Providência nunca falha; é por ela que Ele nos revela a sua misericórdia infinita. Certa feita, disse Santo Antão, pai dos monges do deserto: 
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2. "Foi para o homem que Deus fez o céu repleto de estrelas, foi para o homem que Ele fez a terra, e é para si mesmos que os homens a cultivam. Aqueles que não sentem esta providência de Deus têm a alma despojada de inteligência."
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3. Com efeito, existe um ditado popular que diz: "As aparências enganam." De fato, aparentemente este mundo está dominado por aqueles que praticam o mal; tadavia, na verdade, isso é um engano, pois, Deus que nos governa com sua Onipotência, usa de misericórdia para que todos se convertam enquanto ainda têem tempo. 
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4. Porque, como ensinou o Profeta Isaías, virá o dia do Senhor, e neste dia todo o mal existente desaparecerá para sempre, dando lugar à bondade de Deus que supera infinitamente toda maldade.
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5. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos revela que a humildade está presente em todas as virtudes, por isso, os humildes sempre escutam a Deus e põem em práticas as suas Palavras, e por isso, permanecem unidos a Ele debaixo da sua proteção. 
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6. Escutemos, então, o Senhor: "Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado." (Lc 10,21).
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7. Portanto, caríssimos, "O homem é um dos únicos seres escutado por Deus, o único a quem Deus Se revela. Deus ama o homem a ponto de fazer dele um deus. O homem é o único ser que é um digno adorador de Deus em espírito e verdade. É para o homem que Deus Se transfigura." 
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8. Por isso, nenhum ser humano pode negar a Deus o seu amor sem que seja punido por isso, pois não amar a Deus significa perder o seu afeto, a sua divina benevolência para sempre; e isso é a maior punição.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Senhor eu não sou digno de que entreis em minha morada...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 8,5-11)(02/12/24)

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1. Caríssimos, a fé é um dos dons essenciais para vivermos em estado de graça na presença do Senhor e tudo alcançarmos conforme a sua vontade, como Ele nos ensinou: "Tudo é possível ao que crê."(Mc 9,27b). E ainda: "Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis tudo o que quiserdes e vos será feito." (Jo 15,7).
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2. De fato, a fé é esse dom especial do Espírito Santo que nos mantém unidos ao Senhor Jesus a fim de darmos os frutos de sua presença em nossa vida. Bem como Ele disse no Evangelho São João: "Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer." (Jo 15,5).
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3. Ora, o que nos faz permanecer no Senhor Jesus é a nossa fidelidade na observância da sua Palavra e a vida de oração para não cairmos em tentação. Porque a oração é a graça de todo momento para todas as situações de nossa vida. Pois, a alma que persevera na oração tem Deus nela, e por isso vence todas as batalhas. 
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4. No Evangelho de hoje um oficial romano fez uma oração de intercessão por um dos seus servos gravemente enfermo e prontamente foi atendido pelo Senhor que se dispôs ir à sua casa para cura-lo; mas, expressando profunda confiança, humildade e obediência, disse ele: “Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Dize uma só palavra e o meu servo ficará curado." (Mt 8,8).
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5. Com efeito, neste tempo de espera e de preparação para a vinda do Senhor Jesus, a oração humildade e obediente é um dos meios mais eficazes para alimentar a nossa esperança e permanecermos firmes na expectativa da Sua Parusia que é também a vinda da plenitude do Reino de Deus e do cumprimento da sua justiça
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6. De fato, este mundo caminha à passos largos para o caos por causa dos muitos pecados aqui praticados; tadavia, como nos ensinou o Profeta Isaías, a esperança na iminente vinda de Cristo nos enche de inefável alegria e de profunda convicção, pois Ele virá em definitivo para julgar os vivos e os mortos e o seu Reino não terá fim.
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7. Portanto, caríssimos, escutemos atentamente estas palavras do Senhor: "Estai, pois, preparados, porque, à hora em que não pensais, virá o Filho do Homem." (Lc 12,40). Ora, isso é tão evidente que jamais podemos duvidar, como Ele mesmo disse: "O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão." (Mt 24, 35).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 1 de dezembro de 2024

Advento é tempo de espera e colaboração na obra da salvação


 Homilia do 1°Dom do Advento (Lc 21,25-28.34-36)(01/12/24)

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1. Amados filhos e filhas de Deus, com o tempo do Advento, a Igreja celebra o início do novo ano litúrgico, é um tempo sui generis em que se renova os propósitos divinos para a nossa salvação, e por sua graça e bondade, o Senhor renova todas as coisas. 
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2. E assim Ele atualiza o todo viver, como meditamos no Livro do Apocalipse: "Então o que está assentado no trono disse: Eis que eu renovo todas as coisas. Disse ainda: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras." (Ap 21,5).
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3. "Ora, este período litúrgico evoca a dupla vinda de Cristo: a verificada em Belém, quando Ele veio ao mundo, e a que ocorrerá no Seu regresso no Dia do Juízo Final. Por isso a característica fundamental deste tempo, é a purificação de nossas almas como preparação para receber Aquele que veio e que virá." 
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4. O caráter penitencial do advento é acentuado pela cor litúrgica roxa, que significa recolhimento, purificação. Com efeito, a palavra Advento provém do termo latino Advetum que significa vinda, chegada. 
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5. De fato, toda vinda requer uma preparação adequada cheia de alegria e entusiasmo; mas também de silêncio e meditação acompanhada de conversão e crescimento espiritual no que diz respeito aos valores eternos que cultivamos na certeza de nosso renovamento interior, para melhor servirmos ao Senhor e ao seu Reino de amor, justiça e de paz.
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6. Portanto, caríssimos, que tenhamos uma boa preparação para essa manifestação gloriosa do Senhor Jesus e assim celebrarmos com ternura a espectativa de sua Parusia e também comemorarmos com grande alegria o seu Natal, como um dom eterno do Pai para toda a humanidade.
7. Destarte, com o Advento do seu amado Filho, Deus nos chama "ao Reino dos Céus, à uma luz que não conhece eclipse, a uma vida sem fim, a uma bem-aventurança inefável, à adoção filial e à herança dos bens eternos". (São Teodoro Estudita).
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8. E nós estamos dispostos a recebe-lo em nossas almas ou nos deixaremos enganar pelas distrações e fatasias deste mundo? Não nos esqueçamos todo tempo que ainda temos é tempo de preparação para receber o Senhor Jesus como o receberam Maria Santíssima e seu virginal esposo são José. 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Precisamos aprender a esperar em Deus, porque Ele nunca falha, nunca tarda...

 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 21,29-33)(29/11/24)

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1. Caríssimos, toda espera é um ato de paciência, mas também de confiança inabalável, principalmente quando esperamos a realização das promessas de Deus. De fato, Deus nunca falha, nunca tarda, por isso, cumpre sempre o que promete. 

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2. Com efeito, é vivendo esse mistério que interagimos com Ele e Ele conosco por meio da fé, isto porque, como nos ensinou são Paulo: "É em Deus que nós vivemos, nos movemos e somos." (At 17,28a). Então, quanto a isso só temos que ser fiel e saber esperar Nele. 

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3. São Pedro se referindo à essas promessas, escreveu: "O poder divino deu-nos tudo o que contribui para a vida e a piedade, fazendo-nos conhecer aquele que nos chamou por sua glória e sua virtude. 

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4. Por elas, temos entrado na posse das maiores e mais preciosas promessas, a fim de tornar-vos por este meio participantes da natureza divina, subtraindo-vos à corrupção que a concupiscência gerou no mundo." (2Pd 1,3-4).

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5. "Na verdade, é feliz a espera dos justos, daqueles que aguardam "a esperança bendita e o advento da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo" (Tt 2,13). "Onde está a minha esperança, diz o justo, senão no Senhor?" (Sl 38,8). E depois exclama: "Eu sei que não desiludirás a minha espera" (Sl 118,116).

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6. De fato, o meu ser já está perto de Ti, porque a nossa natureza, assumida por Ti e oferecida por nós, já foi glorificada em Ti. O que nos dá a esperança de que toda a carne venha a Ti (cf Sl 64,3). 

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7. No entanto, é com confiança ainda maior que esperam o Senhor aqueles que podem dizer: "O meu ser está perto de Ti, Senhor, pois entreguei-Te todas as minhas riquezas; ao largá-las por Ti, juntei um tesouro no Céu (cf. Mt 6,20). (Beato Guerric de Igny - 1.º sermão para o Advento; PL 185,11)

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 21,20-28)(28/11/24)

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, nada acontece na face da terra sem que seja do conhecimento de Deus; aliás, somente três atitudes de alma podem mudar o curso da história humana e o rumo dos acontecimentos futuros, são elas: o verdadeiro arrependimento, o perdão sacramental dos pecados e o retorno à obediência que conduz à plena comunhão com a vontade de Deus. 
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2. Fora disso, os homens só teem que esperar o justo juízo divino que os julgará pelos atos praticados contrários ou não aos santos mandamentos. Pois foi isso o que nos ensinou o Senhor Jesus: "Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho." (Mc 1,15). 
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3. Com efeito, tudo o que meditamos no relato das leituras de hoje, fazem parte da pena que será imposta aos adoradores da besta que infestaram a humanidade com os escárnios infernais de suas práticas perversas. 
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4. De fato, pelo que tem demonstrado, essa geração está chegando a um nível tão intolerável de desobediência que, sem dúvida alguma, se nivela à dos próprios demônios. Que o Senhor Jesus tenha piedade dessa humanidade decaída que teima em se afastar da sua Divina Misericórdia.
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5. Vejamos, então, alguns acontecimentos catastróficos que estão para acontecer como o Senhor mesmo revelou: "Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar e das ondas. 
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6. Os homens vão desmaiar de medo, só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas." Mas, o que está causando tudo isso? Sem dúvida são os desvarios dos homens entorpecidos pelos muitos pecados praticados.
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7. No entanto, no final do evangelho de hoje o Senhor Jesus tranquiliza o nosso coração com as seguintes palavras: "Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima”. Ou seja, será o triunfo do seu sacrifício de cruz, e do Imaculado Coração de Maria.
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8. Portanto, caríssimos, peçamos ao Senhor a perseverança final, como Ele nos ensinou: "Vigiai, pois, em todo o tempo e orai, a fim de que vos torneis dignos de escapar a todos estes males que hão de acontecer, e de vos apresentar de pé diante do Filho do Homem." (Lc 21,36). "Aquele que perseverar até o fim será salvo." (Mt 24,13).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

A volta do Filho do Homem...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 21,12-19)(27/11/24).

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, os homens e seus poderes temporais, como constatamos nos governantes deste mundo, sempre procuraram se opôr a Deus por meio de práticas nefastas; no entanto, seus poderes temporais foram derrotados pelo Senhor, para servir de exemplo às futuras gerações. 
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2. Todavia, como constatamos claramente, não aprenderam as lições recebidas e por isso continuam afrontando o Senhor, mesmo sabendo que não passam de simples mortais, e que o Senhor lhes pedirá conta de tudo que fizeram com os dons que Dele receberam, pois tudo pertence somente a Ele. 
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3. Sem dúvida, a vida natural já traz em si mesma a certeza do seu fim natural e isso é inevitável. Todos teem consciência disso, mas, pelo que se tem visto, procuram ignorar tal condição e continuam pondo sua confiança nas riquezas, na fama, no sucesso imediato, nos bens materiais e no poder temporal; com isso, desprezam o poder de Deus, do qual todos dependem cem por cento.
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4. De fato, estamos a caminho da eternidade; mas, como entraremos nela? Para responder à essa pergunta vejamos o que diz o Senhor no livro de Sabedoria: "Não procureis a morte por uma vida desregrada, não sejais o próprio artífice de vossa perda. 
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5. Deus não é o autor da morte, a perdição dos vivos não lhe dá alegria alguma. Ele criou tudo para a existência, e as criaturas do mundo devem cooperar para a salvação. Nelas nenhum princípio é funesto, e a morte não é a rainha da terra, porque a justiça é imortal." (Sb 1,12-15).
6. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos mostra que como Ele foi odiado e perseguido, nós também o seremos por causa do seu nome; porém, nos exorta para não termos medo, pois nessa hora nos será dada a Palavra de Sabedoria que ninguém jamais poderá contradize-la.
7. E assim, nos fortalece a fim de permanecermos fiéis no cumprimento de nossa missão: "Todos vos odiarão por causa do meu nome. Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida." (Lc 21,17-19).
Portanto, caríssimos, para além de todas as provações e desafios que passamos neste mundo, o Senhor Jesus nos dá a certeza de que a sua vitória sobre as potências do inimigo, já está consumada, bem como Ele mesmo disse: "Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo. (Mt 28,18b.20b).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 26 de novembro de 2024

Preparemo-nos para o grande e temível dia do Senhor

 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 21,5-11)(26/11/24)

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1. Caríssimos, cada dia que passa nos aproximamos do dia eterno, ou seja, do tempo escatológico que é o fim de todas as coisas visíveis. E mais do que nunca precisamos está preparados para este dia no qual se dará o juízo final. 

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2. De fato, não percorremos sozinhos essa via existencial que pode findar a qualquer momento com a morte temporal; por isso mesmo, fiquemos atentos aos acontecimentos desse tempo, e não nos deixemos abalar, como nos ensinou o Senhor Jesus no Evangelho de hoje.

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3. São Paulo assim nos exorta a respeito da preparação para este tempo: "A caridade não pratica o mal contra o próximo. Portanto, a caridade é o pleno cumprimento da lei. Isso é tanto mais importante porque sabeis em que tempo vivemos. Já é hora de despertardes do sono. A salvação está mais perto do que quando abraçamos a fé.

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4. A noite vai adiantada, e o dia vem chegando. Despojemo-nos das obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz. Comportemo-nos honestamente, como em pleno dia: nada de orgias, nada de bebedeira; nada de desonestidades nem dissoluções; nada de contendas, nada de ciúmes. 

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5. Ao contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não façais caso da carne nem lhe satisfaçais aos apetites." (Rm 13,10-14). De fato, essa é a verdadeira preparação que precisamos para acolhermos o Senhor Jesus no seu grande e temível dia.

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6. Portanto, caríssimos, as batalhas espirituais que travamos, são lutas ferrenhas contra as tentações e os pecados; porque eles nos enfraquecem e são portas de entrada do inimigo em nossas almas, que tenta à todo custo destruir os que não se submetem às suas astúcias.

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7. Por isso, o Senhor Jesus em sua infinita misericórdia, nos concede todas as graças para vencermos as batalhas que travamos, por meio da oração, do poder de Sua Palavra e dos Sacramentos da confissão e da Eucaristia, como também pela intercessão da Virgem Maria, de são José e de todos os santos e santas. 


8. Destarte, quem desse modo se une a Cristo, torna-se um só com Ele, com o Pai e o Espírito Santo. Amém! Assim seja!

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Para Deus o que conta é a qualidade da nossa entrega...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 21,1-4)(25/11/24)

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1. Caríssimos, facilmente nos acostumamos com as nossas ações, por isso, pouco percebemos as ações de Deus em nossa vida. Ora, isso acontece, de um certo modo, por conta de nossa Autossuficiência ao pensar que temos poder sobre nós mesmos, as pessoas e às coisas possuímos, quando na verdade não passamos de um simples sopro de vida.
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2. No Evangelho de hoje Jesus se encontra no Templo com os Apóstolos e percebe como os ricos lançavam suas ofertas no tesouro do Templo até que avizinhou-se uma pobre viúva e lançou apenas as duas moedas que possuía, ao que o Senhor observou: “Em verdade vos digo que essa pobre viúva ofertou mais do que todos. 
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3. Pois todos eles depositaram, como oferta feita a Deus, aquilo que lhes sobrava. Mas a viúva, na sua pobreza, ofertou tudo quanto tinha para viver”. Ou seja, não confiou nos bens que possuía, mas na providência de Deus que nunca falha. 
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4. Comentando esse Evangelho, disse o Papa Francisco: "Deus não mede a quantidade, mas a qualidade, perscruta o coração e observa a pureza das intenções. Isto significa que o nosso “dar” a Deus na oração e ao próximo na caridade deveria evitar sempre o ritualismo e o formalismo... 
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5. Assim como a lógica do cálculo, e deve ser expressão de gratuidade, como Jesus fez por nós: salvou-nos gratuitamente; não nos fez pagar a redenção. Por isso mesmo, nós devemos realizar as coisas como expressão de gratuidade.
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6. Eis por que Jesus indica aquela viúva pobre e generosa como modelo de vida cristã a imitar. Não sabemos o seu nome, mas conhecemos o seu coração — encontrá-la-emos no Céu e certamente iremos saudá-la — e é isto que conta aos olhos de Deus.
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7. Quando somos tentados pelo desejo de aparecer e de contabilizar os nossos gestos de altruísmo, quando estamos demasiado interessados no olhar dos outros e — permita-me a palavra — quando agimos como “pavões”, pensemos nesta mulher. Far-nos-á bem: ajudar-nos-á a despojar-nos do supérfluo para considerar o que conta verdadeiramente e a permanecer humildes."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 24 de novembro de 2024

"O MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO"


 Sol. de Cristo Rei do Universo (Jo 18,33b-37)(24/11/24).

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1. Amados irmãos e amadas irmãs, neste dia soleníssimo a Santa Igreja celebra o Reinado Universal de nosso Senhor Jesus Cristo, bem como são Paulo nos ensinou: "Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor." (Fl 2,9-11).
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2. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus foi interrogado pelo até então Governador Romano da Judeia, Pôncio Pilatos: “Tu és o rei dos judeus?” Jesus respondeu: “Estás dizendo isto por ti mesmo ou outros te disseram isto de mim?” 
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3. Com efeito, essa pergunta de Pilatos é um tanto estranha pelo fato de que o Senhor, mesmo sendo rei, não se apresentou como rei, mas sim como servo de todos; pois, o seu poder não vinha das armas, mas da Palavra que cura, salva e faz feliz os que o ouviam e o seguiam fielmente.
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4. E prosseguindo Pilatos perguntou: "Que fizeste?” Jesus respondeu: “O meu reino não é deste mundo.” Ora, quanto amor nesta resposta, pois, um homem que interroga Deus e recebe Dele tão profunda revelação era para cair em êxtase e acolher o seu reinado.
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5. Decerto, revendo a trajetória do Filho de Deus neste mundo, percebemos que por onde Ele passou semeou o amor do Pai por meio dos sinais que realizava e revelavam que Ele era o Messias esperando pelo povo eleito e por toda a humanidade. 
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6. De fato, o seu Reino de amor e justiça está consolidado, pois, não existe neste mundo criatura alguma que não o conheça ou que não ouviu falar do seu nome, de modo que, podem até não o acolher, todavia, jamais se libertarão sem a sua intervenção salvífica.
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7. Portanto, caríssimos, o diálogo entre a humanidade e Deus, representado pelo diálogo entre Pilatos e Jesus, nos mostra que somente a verdade que é Cristo nos liberta, mas não sem a nossa adesão. E como vimos Pilatos o condenou à infame morte de cruz mesmo sabendo que o Senhor era inocente e Rei não de um reino temporal, mas sim, do Reino que não tem fim.
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8. Destarte, a nossa participação no Reinado de Cristo se dá mediante a nossa adesão total a Ele num amor incondicional seguindo-o fielmente à toda prova, e isso começou com o santo batismo que nos fez participantes de sua Natureza Divina ao recebermos o Dom Espírito Santo.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Quem ama Cristo não se serve dos outros, mas, os serve por amor a Ele...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 19,45-48)(22/11/24).

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, neste vale de lágrimas, neste lugar de tormentos, devido aos pecados aqui praticados, os homens estão perdendo o sentido e o respeito a tudo o que há de mais Sagrado, por isso, não suportam os lugares santos, as coisas santas, as pessoas consagradas a Deus, porque se afastaram do Senhor tornado-se inimigos da fé.
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2. E mais ainda, existem aqueles que fazem da fé um verdadeiro comércio, vendem de tudo até a própria alma, por anunciarem à si mesmos e não Cristo e o seu Evangelho. Bem como escreveu são Paulo: "Proclamam que conhecem a Deus, mas na prática o renegam, detestáveis que são, rebeldes e incapazes de qualquer boa obra." (Ti 1,16). Por isso, vão de ruína em ruína e jamais verão a Deus. (cf. Fl 3,18-19).
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3. O Evangelho de hoje narra a purificação do Templo em que o Senhor Jesus expulsa os que faziam dele uma casa de comércio: “Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’. No entanto, vós fizestes dela um antro de ladrões”. 
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4. O Papa Francisco ao comentar esse Evangelho, disse: "Jesus ao expulsar os comerciantes do templo: "purifica o templo". Assim o Senhor torna o templo "como deve ser: puro, só para Deus e para o povo que vai rezar."
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5. Mas, e nós, como podemos purificar o templo de Deus? A resposta está em três palavras que podem ajudar-nos a compreender: vigilância, serviço, gratuidade. Antes de tudo vigilância no templo do nosso coração: devemos prestar atenção ao que acontece lá, estar atentos porque é o templo do Espírito Santo.
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6. Depois serviço aos necessitados. Serviço inclusive aos famintos, aos doentes, aos presos, aos que têm necessidade porque ali está Cristo», sempre com a certeza de que «o necessitado é o templo de Cristo. 
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7. O terceiro ponto é a gratuidade no serviço que se oferece nas nossas igrejas: igrejas de serviço, gratuitas, como foi gratuita a salvação, e não “igrejas-supermercado”. Decerto, quem ama Cristo não se serve das pessoas; mas as serve por amor a Ele.
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8. De fato, aí daqueles que fazem da prática da fé um meio de enriquecimento ilícito, porque tal prática deforma o Evangelho de Cristo, por isso lhes dirá o Senhor: "Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!" (Mt 7,23b). 
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria, OFMConv.

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Em ti, Maria Santíssima, Deus cumpriu todas as promessas e profecias...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 12,46-50)(21/11/24).

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1. Caríssimos irmãos e irmãs, Maria Santíssima é aquela que reflete em toda sua plenitude a Luz da verdade, que é seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, como Ele mesmo disse: "Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida." (Jo 8,12).
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2. Ora, a Virgem Maria foi escolhida entre todas as mulheres da terra para ser a Mãe do Filho de Deus Altíssimo e também por Ele, ser a nossa Mãe. É claro que não entendemos tão sublime missão sem o auxílio da graça de Deus ou somente à luz da razão.
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3. Decerto, nenhuma vocação se compara à sua, pois, é como ela mesma cantou: "O Senhor fez em mim maravilhas e Santo é o Seu Nome." Ora, o que nela se consumou jamais se repetirá, e tudo o que aconteceu depois do nascimento do seu Filho, é consequência do seu sim; em suma, nela se cumpriu todas as promessas e todas as profecias do Antigo Testamento.
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4. No Evangelho de hoje, Jesus confirma essa verdade dizendo que todos os que cumprem a vontade do Pai, são sua mãe, seus irmãos e irmãs, isto é, fazem parte da sua família divina. De fato, com o nascimento do Filho de Deus, toda a criação foi renovada, pois Ele fez nova todas as coisas(cf. Ap 21,5); e tudo isso, como foi dito acima, teve início com o sim de Sua Mãe, Maria Santíssima.
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5. Portanto, caríssimos, a festa da apresentação de Maria Santíssima no templo, que a Igreja hoje celebra, remonta a prática religiosa hebraica; pois, apresentar a Deus os filhos e filhas após o nascimento é uma consagração à Ele, na certeza que todos lhe pertencem.
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6. Maria e José fizeram o mesmo com Jesus para cumprir a Lei do Senhor, que o recebeu no Templo por meio do sacerdote Simeão. De igual modo o nosso batismo significa não só essa apresentação e consagração, mas também o novo nascimento na ordem da graça para a vida eterna.
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7. Comentando esse Evangelho, disse o Papa Francisco: "Jesus formou uma nova família, já não baseada nos vínculos de sangue, mas na fé n’Ele, no seu amor que nos acolhe e nos une, no Espírito Santo. Todos aqueles que acolherem a palavra de Jesus são filhos de Deus e irmãos entre si.
8. Por isso, a resposta de Jesus não é uma falta de respeito para com a sua mãe e os seus familiares. Aliás, para Maria é o maior reconhecimento, pois precisamente ela é a discípula perfeita que obedeceu em tudo à vontade de Deus."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv. 

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

O que estamos fazendo com o precioso talento da nossa vida?


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 19,11-28)(20/11/24)

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1. Caríssimos, com frequência sofremos a tentação de limitar os dons e as graças que de Deus recebemos, no entanto, doamos à nossa própria vontade o tempo e as capacidades que deveriam estar somente a serviço do Reino dos Céus. 
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2. De fato, e não são poucos os que caem nessa tentação, desperdiçando o tempo e a vida ao enterrarem os talentos recebidos do Senhor na lama fétida de suas concupiscências que não dão nenhum fruto bom. Por isso, tenhamos muito cuidado para não perdermos o precioso talento da nossa vida.
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3. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus conta a parábola dos dez talentos que um homem confiou aos seus servos e partiu para tomar posse de seu reino; o fato é que ele foi rejeitado pelos seus súditos que não o acolheram. 
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4. Todavia, ao voltar vitorioso encontrou seus servos e os inquiriu a prestarem conta; uns multiplicaram os talentos recebidos e obtiveram a devida recompesa; um deles, porém, enterrou o talento que recebera e por isso perdeu tudo, cedendo sua parte ao que havia a mais.
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5. Com efeito, esse método do homem da parábola pode até parecer controverso, se analisado com o nosso critério; porém, se analisarmos com o critério divino compreendemos que a vida nos é dada como um precioso talento, para o nosso bem e o bem de todos; mas, quando ela é usada para a prática do mal, perde-se tudo até mesmo o que pensa ter.
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6. Portanto, caríssimos, ninguém pode viver em paz neste mundo fazendo a própria vontade, que infelizmente, está repleta de todos os males nele praticados. Ora, o único meio de vivermos em paz para semearmos a paz, consiste em fazer a vontade de Deus presente em Seu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, porque sem Ele não há nada de bom neste mundo.
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7. Destarte, perguntemo-nos: o que estamos fazendo com o precioso talento de nossa vida? De fato, essa resposta é fundamental para vermos o grau de comunhão que temos com o Senhor Jesus ou não, pois, é dessa comunhão que depende cem por cento o nosso futuro eterno.
Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 19 de novembro de 2024

A conversão é um processo contínuo...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 19,1-10)(19/11/24).

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1. Caríssimos, estamos acostumados com o nosso modo de ser natural; todavia, mesmo que não tenha nada de anormal nele, não é suficiente para nos atermos seguros, pois, apesar da nossa naturalidade aparentemente pacata, tem sempre algo, alguém ou alguma situação que nos incomoda, que nos inquieta, tirando de nós a paz que até pensamos ter. 
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2. Ora, é isso o que vemos na primeira leitura de hoje; pois tudo que julgamos de nós mesmos conforme os nossos interesses, não são condizentes com os propósitos de Deus para a nossa salvação. Por isso, disse o Senhor: "Eu repreendo e educo os que eu amo. Esforça-te, pois, e converte-te." (Ap 3,19).
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3. De fato, não podemos esquecer que estamos na via da perfeição onde a conversão diária é o meio mais eficaz para crescermos na graça, no conhecimento e na sabedoria do Senhor até atingirmos a santidade determinada por Ele em seu desígnio de amor.
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4. Mas, como viver esse processo de conversão permanente? Seguindo em tudo os conselhos divinos: "Já te foi dito, ó homem, o que convém, o que o Senhor reclama de ti: que pratiques a justiça, que ames a bondade, e que andes com humildade diante do teu Deus." (Mq 6,8).
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5. Desse modo, se formos obedientes, compreendemos que é o Senhor mesmo que nos conduz no caminho da perfeição eterna, como Ele disse ainda na primeira leitura: "Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo." (Ap 3,20).
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6. No Evangelho de hoje, Zaqueu encontrou Jesus, mesmo sem ainda viver os valores que Ele pregava, contudo, como disse o Senhor: "Hoje a salvação entrou nesta casa, porque também este homem é um filho de Abraão." (Lc 19,9).
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7. Decerto, diante de seu desejo de ver Jesus e do esforço que fez para isso, Zaqueu recebeu Dele mais do que esperava, pois o Senhor se dispôs fazer uma refeição em sua casa, recebendo como resposta o total despojamento dos bens que possuía como sinal de verdadeira conversão.
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8. Portanto caríssimos, nunca devemos julgar as pessoas ou suas situações existenciais pela aparência, porque somente Deus conhece a essência de cada ser que criou. É como Ele disse ao Profeta Samuel: "O que o homem vê não é o que importa: o homem vê a aparência, mas o Senhor olha o coração." (1Sam 16,7).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Como seguir Cristo até a vida eterna...

 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 18,35-43)(18/11/24)

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1. Caríssimos, a liturgia de hoje nos mostra que a fé é dom de Deus para todos; mas, também nos mostra que muitos não a vivem como tal. Decerto, a fé é um dom do Espírito Santo que nos leva à encontrar o Senhor Jesus e sermos libertados por Ele. 

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2. E quando isso não acontece, é porque grande parte da humanidade a relativisa, afastando-se de sua prática verdadeira, para cair nos maus costumes do mundo cujo resultado é a esterilidade das virtudes, dos santos preceitos e dos bons costumes, como vimos na primeira leitura de hoje.

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3. Eis o que nos ensina São Paulo a respeito da verdadeira prática da fé: "Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual. 

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4. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito." (Rm 12,1-2).

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5. De fato, é por esse modo de ser orante que encontramos o Senhor e permanecemos Nele, como vimos no belo exemplo do cego Bartimeu, que sentado à beira do caminho nada possuía além de uma capa surrada e a disposição de encontrar o Senhor, por isso, tinha uma fé inabalável que não arrefeceu mesmo quando alguns da multidão quiseram sufucar sua voz e o seu desejo de se aproximar de Jesus para ser curado por ele.

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6. Por isso, prestemos atenção na oração perseverante do cego Bartimeu; ele a expôs proclamando o Senhor e pedindo compaixão: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” Notemos também que o seu único desejo é encontrar Jesus, mesmo quando tentam impedi-lo, como vimos neste relato: "As pessoas que iam na frente mandavam que ele ficasse calado. Mas ele gritava mais ainda: “Filho de Davi, tem piedade de mim!”

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7. Portanto, caríssimos, eis qual deve ser a nossa postura diante do Senhor em nossa oração, ou seja, a mesma do cego Bartimeu: fé inabalável expressa pela oração perseverante com o firme propósito de encontra-lo; dialogar com Ele, ouvir a sua resposta para receber a graça desejada; depois continuar firmimente o seu seguimento glorificando a Deus, e servindo de exemplo para que outros o glorifiquem de igual modo.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

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