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quarta-feira, 31 de julho de 2019

A PÉROLA MAIS PRECIOSA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,44-46)(31.07.19)
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Caríssimos irmãos e irmãs, quando tratamos das coisas eternas, estas são tesouros escondidos no mais íntimo de nossas almas, pois, Deus que nos criou por amor as escondeu dentro de nós mesmos e que nos dá a conhecer à medida que lhe abrimos o coração. Certa feita disse Jesus: "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça." Ora, o que isso significa senão a pérola mais preciosa que temos?
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Aliás, São Paulo já nos havia ensinado: "Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra. Porque estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer, então também vós aparecereis com ele na glória."
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Mas, como alguém pode buscar as coisas do alto sem renunciar às coisas deste mundo? Com efeito, discorrendo a esse respeito, escreveu São João: "Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai. Porque tudo o que há no mundo - a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida - não procede do Pai, mas do mundo. O mundo passa com as suas concupiscências, mas quem cumpre a vontade de Deus permanece eternamente."
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Caríssimos viver em Cristo Eucarístico, esse é o nosso grandíssimo tesouro que em nada se compara aos tesouros deste mundo. Certa feita, escreveu São Boaventura: "O tesouro de toda a glória está em Cristo. Este tesouro está oculto sob o véu do pão e do vinho para que tu tenhas o mérito da fé. Louvado seja o Senhor pelas suas misericórdias, porque nos apresentou antecipadamente o seu corpo, sob a forma do tesouro celeste!"
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De fato, a vida nos foi dada para ser depositada como uma pérola preciosa no tesouro da felicidade eterna que nos foi prometida e nos é concedida à medida que tudo deixamos por amor ao Senhor e ao Santo Evangelho.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 30 de julho de 2019

CUIDADO COM O SUBJETIVISMO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA (Mt 13,36-43)(30.07.19)
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Caríssimos, é evidente para toda a criação a invisibilidade de Deus, mas também é claramente perceptível a Sua visibilidade nas obras de suas mãos. Na Carta aos Romanos São Paulo assim se expressa à esse respeito: "Porquanto o que se pode conhecer de Deus os homens o lêem em si mesmos, pois Deus lho revelou com evidência. Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, o seu sempiterno poder e divindade, se tornam visíveis à inteligência, por suas obras; de modo que não se podem escusar."
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Na primeira leitura de hoje a Tenda da Reunião, lugar sagrado onde Deus se encontra com Moisés e o instrui conforme os seus desígnios; e, também, onde o povo o procura para ouvir seus conselhos e tomar decisões conforme a justiça divina; representa a Igreja onde o Povo de Deus no Novo Testamento encontra Cristo, o Seu Filho, que lhes revela a Sua Vontade, para que o sigam fielmente até o Reino dos Céus.
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Caríssimos, no Evangelho de hoje os discípulos pedem que Jesus lhes explique a Parábola do joio e do trigo; ora, desse modo fica claro que eles não lhe dão uma interpretação subjetivista, mas, a procuram no Senhor que de imediato lhes explica. Desse modo, hoje toda a criação conhece claramente o seu significado. É bem como nos ensina São Pedro na sua segunda Carta: "Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal. Porque jamais uma profecia foi proferida por efeito de uma vontade humana. Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus." (2Pd 1,20-21).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 29 de julho de 2019

ORA, ISSO, É SER TRIGO...

PEQUENO SERMÃO DE CADA (Jo 11,19-27)(29.07.19)
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Caríssimos, a fé é o modo de ser pelo qual o Espírito Santo nos faz viver na presença de Deus realizando a sua vontade mesmo quando tudo ao nosso redor seja contrário aos seus desígnios até mesmo a morte. Ora, o poder de Deus é infinito e nada se compara a ele; todavia, só o experimenta os simples e humildes de coração porque não vivem para si, mas para o Senhor que tudo criou por amor.
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Na primeira leitura de hoje São João nos dá a conhecer que a vinda de Jesus a este mundo, é a máxima expressão do amor do Pai, diz Ele: "Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele." Ou seja, bem como o Senhor nos ensinou: "Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância."
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Com efeito, esse mundo vive em meio a uma cultura de morte e isso porque os seres humanos se distanciam a cada dia do amor de Deus presente no Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo. Ora, toda essa violência na qual nossa sociedade vive mergulha é resultado da desobediência largamente cultivada de tal maneira que este mundo está se tornando um inferno.
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Caríssimos, mas nem tudo está perdido, pois, toda essa maldade nada mais é do que o joio do qual nos falou o Senhor no Evangelho de ontem, por isso, não temamos, porque joio é joio e trigo é trigo, não se misturam. Ora, no Evangelho de hoje vemos no belo exemplo de fé de Santa Marta, como vivem aqueles que amam a Cristo e nele confiam: “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo”. Ora, isso, é ser trigo.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 28 de julho de 2019

PAI NOSSO QUE ESTÁS NO CÉU...


Homilia do 17°Dom do tempo comum(Lc 11,1-13)(28.07.19)
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Caríssimos, a liturgia deste domingo trata do dom da oração e de suas virtudes; com efeito, esse dom é o meio mais eficaz de se fazer a vontade de Deus e de ve-la realizada em todos os sentidos de nossa vida; costumo dizer que a oração é a graça de todo momento, porque tem seu fundamento na fé que age para muito além do que podemos por nós mesmos, visto que a oração é o dom por excelência do encontro com Deus e de nossa permanência Nele.
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Na primeira leitura de hoje vemos a oração intercessória de Abraão que sente compaixão dos habitantes de Sodoma e Gomorra e perseverante intercede por eles a partir das virtudes dos justos que nelas ainda existiam na esperança de que tais virtudes seriam suficientes para aplacar a justiça divina dando tempo para que tais habitantes se convertessem. Mas, o grau de pecaminosidade deles era tamanho que só foi possível salvar os poucos justos existentes.
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Na segunda leitura de hoje São Paulo nos dá a conhecer que a presença de Cristo em nossa vida é a garantia de nossa salvação eterna, pois, o Senhor por Sua Divina Misericórdia perdoa os nossos pecados nos livrando das terríveis consequências que eles trazem, como vimos acontecer com os habitantes de Sodoma e Gomorra que não foram poupados do fogo que os destruiu por causa dos incontáveis pecados que cometiam.
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No Evangelho de hoje os discípulos pedem que Jesus lhes ensine a orar como São João Batista e os mestres da Lei ensinaram aos seus discípulos; ao que o Senhor lhes satisfez ensinando a oração do Pai nosso. Ora, essa oração contém os fundamentos da unidade cristã e seus efeitos práticos na vida daqueles que oram sem cessar, porque a oração perseverante é o meio pelo qual Deus, nosso Pai, nos concede todas as graças necessárias para a nossa salvação.
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Portanto, para além dos pedidos que nela fazemos, a oração do Pai nosso, nos leva viver a perfeita comunhão com o Senhor e entre nós, pois, acompanhada da fé, da humildade e da justiça nos faz realizar em todos os sentidos somente a vontade de Deus que nos livra de todo o mal.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 27 de julho de 2019

NA VIDA DE FÉ, SOMOS TRIGOS DO SENHOR EM MEIO AO JOIO DESTE MUNDO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,24-30)(27.07.19)
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Caríssimos, a obra da criação é progressiva, aliás como tudo em nossa naturalidade, sempre em vista da plenitude da vida e de nossa santifição. Ora, Deus é eterno e tudo criou para a eternidade, por isso, tudo se encontra em contínuo movimento, ou seja, da dimensão temporal à dimensão eterna. Desse modo, a relação do Criador com as suas criaturas é contínua, pois, é Ele quem tudo sustenta por meio de Sua Divina Providência.
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Com efeito, a aliança de Deus com o povo do Antigo Testamento selada com sangue de animais, aconteceu em vista da Nova Aliança feita com toda a humanidade e selada com o sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, sacrificado no patíbulo da cruz para a remissão dos nossos pecados, como rezamos no credo: "Nasceu da Virgem Maria, Padeceu sob Poncio Pilatos, Foi crucificado, morto e sepultado, desceu a mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai, todo poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos."
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Na Carta aos Efésios, São Paulo nos exorta que do mesmo modo que Cristo se ofereceu ao Pai para a nossa salvação, nós também façamos o mesmo para o louvor de sua glória: "Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos muito amados. Progredi na caridade, segundo o exemplo de Cristo, que nos amou e por nós se entregou a Deus como oferenda e sacrifício de agradável odor."
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No Evangelho de hoje Jesus nos conta a parábola do trigo e do joio, nos revelando que somos trigo em meio ao joio deste mundo; e que estamos aqui em vista da maturidade da fé até que estejamos prontos para sermos recolhidos aos celeiros eternos do seu Reino. Portanto, precisamos crescer na graça e no conhecimento do Senhor por meio da prática de nossa fé católica na certeza de que é Ele mesmo que nos conduz à essa maturidade.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,16-17)(26.07.19)
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Caríssimos irmãos e irmãs, nós somos o fruto ditoso da vivência da fé de nossos antepassados, que a semearam em nossas almas com simplicidade e zelo na certeza de que o brilhante futuro de sua prole tinha como fundamento somente as graças de Deus e a permanente comunhão com a sua vontade. Ora, isto exatamente porque eles viveram da fé, como nos ensinou o Profeta Habacuc: "O justo viverá por sua fidelidade."
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Para nós que ainda estamos nesse vale de lágrimas, apredemos com nossos avós que o dom mais precioso que existe é o amor a Deus sobre todas as coisas e ao amor ao próximo como à nós mesmos. De fato, e porque eles viveram assim, nos ensinaram que o nosso devir se encontra aqui onde construímos passo a passo a eternidade que desejamos quando partimos daqui.
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No Evangelho de hoje Jesus nos ensina que a nossa felicidade consiste na seguinte assertiva: “Felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem. Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram, desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram”.
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Conclusão: Caríssimos, que elogio mais eloquente do Senhor poderíamos receber que esse? Todavia, na pedagogia divina não basta sermos elogiados, mas sim, correspondermos ao amor recebido por meio de nossa obediência aos seus santos ensinamentos, assim como corresponderam e nos transmitiram os nossos antepassados.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 25 de julho de 2019

A HUMILDADE DIVINA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA (Mt 20,20-28)(25.07.19)
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Caríssimos, somos almas sedentas de santidade; muitas vezes, porém, nos deixamos seduzir pelas facilidades que este mundo oferece, pelos privilégios que almejamos, e por isso, frequentemente nos enganamos, porque no fundo queremos tirar vantagem em tudo, se aproveitando das pessoas e situações para que nos sejam favoráveis. E hoje o Senhor vem nos ensinar que a cruz de cada dia faz parte de nossa vida e de nossa missão para atingirmos a perfeição desejada por Deus Pai.
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Eis o que escreveu São Paulo a esse respeito: "Dedicai-vos mutuamente a estima que se deve em Cristo Jesus. Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz."

Ora, meditando no exemplo de vida do Senhor vemos perfeição e santidade em tudo; mas, por que Ele quis beber o cálice amargo das injustiças, das perseguições, das calúnias e do bárbaro assassinato de cruz se Ele só fez a vontade do Pai em tudo? É porque, como ele disse, a São Paulo: "Basta-te minha graça, pois, é na fraqueza que se revela totalmente a minha força."
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Conclusão: Caríssimos, no Evangelho de hoje Jesus nos ensina com o Exemplo de sua vida que o sentido eterno de nossa existência neste mundo é sinônimo de serviço, disse Ele: "Quem quiser tornar-se grande, torne-se vosso servidor; quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo. Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos”.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 24 de julho de 2019

SAIU O SEMEADOR À SEMEAR...


PEQUENO SERMÃO DE CADA (Mt 13,1-9)(24.07.19)
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Caríssimos, a vida em Deus é uma das maiores graças que recebemos, isto porque é o Senhor mesmo quem nos conduz e cuida de nós, como Jesus nos ensinou: "Eis o que vos digo: não vos preocupeis por vossa vida, pelo que comereis, nem por vosso corpo, pelo que vestireis. A vida não é mais do que o alimento e o corpo não é mais que as vestes? Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam, nem recolhem nos celeiros e vosso Pai celeste as alimenta. Não valeis vós muito mais que elas? Qual de vós, por mais que se esforce, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida?"
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O fato é que estamos acostumados à fazer tudo segundo a nossa vontade e por isso, deixamos de experimentar o cuidado e o novo de Deus em nossa vida; bem como vimos na primeira leitura de hoje, onde em meio ao povo eleito sobrou reclamações, lamentações e o desejo escabroso de voltar para a escravidão do Egito ao invés de permanecerem fiéis às instruções do Senhor por meio de Moisés e Aarão a fim de seguirem em frente rumo à terra prometida na certeza de que Deus nunca falha.
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No Evangelho de hoje Jesus nos conta a Parábola do Semeador que saiu a semear as sementes da Palavra; ora, essa Parábola nos mostra que Deus nos criou como solo fecundo onde a Sua Palavra gera em nós frutos de salvação e de vida eterna, mas isto quando obedecemos e seguimos o que Ele nos ensina. De fato, muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos por corresponderem às graças recedidas.
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Conclusão: Caríssimos, a vivência da fé é o meio que o Senhor nos dá para pormos em prática a Sua divina Palavra, como Ele nos ensinou: "Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada." Portanto, não podemos esquecer que a prática da Palavra do Senhor é o que nos faz ser fiéis até fim, pois, "Aquele que é fiel nas pequenas coisas será também fiel nas coisas grandes. E quem é injusto nas coisas pequenas, sê-lo-á também nas grandes."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 23 de julho de 2019

NÃO PODEMOS SEPARAR O TEMPO DA ETERNIDADE...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 12,46-50)(23.07.19)
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Caríssimos, vivemos da fé, por isso, comprovamos que todo poder sobre o céu e sobre a terra pertence somente a Deus; e todo poder que contraria o seu amor e a sua bontade, torna-se causa de ruína e perdição eterna para aqueles que o exercem.
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Ora, vemos isto na primeira leitura de hoje, pois, enquanto os Hebreus seguiam as orientações do Senhor rumo à terra prometida; os egípcios, seus inimigos, os perseguiam para destruí-los, no entanto, se deram conta que o mal que tentavam fazer ao povo de Deus, fizeram a eles mesmos.
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É claro que a nossa estadia neste mundo é temporária, mas é exatamente aqui que fixamos as bases da eternidade que teremos pela frente, por isso, não podemos dissociar o temporal do eterno, pois, aquilo que aqui vivemos é o que colheremos no dia do juízo final.

"De fato, escreveu São Paulo, nós somos o perfume de Cristo para Deus, entre os que são salvos e entre os que perecem. Para os que perecem, somos odor de morte, para a morte; para os que se salvam, somos odor de vida, para a vida. Quem está à altura de missão tão elevada? Realmente, nós não somos como tantos outros, que falsificam a palavra de Deus. Nós falamos com sinceridade, da parte de Deus, e na presença de Deus, e em Cristo."
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Conclusão: Caríssimos, o tempo presente para nós cristãos é tempo de graça e salvação, porque não o vivemos para nós mesmos, mas para Deus que nos criou por amor. Assim como os Hebreus chegaram à Terra Santa sob a condução de Moisés e Josué; de igual modo, como família divina, seguimos sob a direção do Senhorio de Jesus ao Reino dos céus no seio de Sua Santa Igreja.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 22 de julho de 2019

TARDE VOS AMEI, Ó BELEZA TÃO ANTIGA E TÃO NOVA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 20,1-2.11-18)(22.07.19)
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Caríssimos, aqui estamos como num vale de lágrimas, e mesmo sem buscarmos algo contrário à vontade do Senhor, somos frequentemente atacados pelos ferozes inimigos da fé e de nossas almas. Todavia, o Senhor vem sempre em nosso auxílio para nos proteger e nos garantir que não estamos sozinhos. Certa feita, escreveu Santo Agostinho: "Inquieto está o nosso coração enquanto não repousa em ti, ó Senhor." (Confissões - St° Agostinho).
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Com efeito, essa liturgia de hoje nos revela a necessidade que temos de buscarmos o Senhor em meio às tribulações que sofremos neste mundo, como vimos nessa analogia da primeira leitura, onde a alma busca o amor do seu Senhor, como a esposa procura seu esposo, o amor de sua vida.
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No Evangelho de hoje, Maria Madalena demonstra o seu amor pelo Senhor ao busca-lo em sua sepultura; todavia, é surpreendida, pois, não o encontra morto, mas sim, ressuscitado, como vimos nessa passagem: Então Jesus disse: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabuni” (que quer dizer: Mestre). Jesus disse: “Não me segures. Ainda não subi para junto de meu Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”.
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Conclusão: Rezemos, então, com Santo Agostinho: "Tarde vos amei, ó beleza tão antiga e tão nova, Tarde vos amei! Eis que habitáveis dentro de mim, e eu lá fora procurando-vos! Disforme, lançava-me sobre estas formosuras que criastes. Estáveis comigo, e eu não estava convosco! Retinha-me longe de Vós aquilo que não existia se não existisse em Vós.
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Porém, chamastes-me com uma voz tão forte que rompestes a minha surdez! Brilhastes cintilante, e logo afugentastes a minha cegueira! Exalastes perfume: Respirei-o suspirando por Vós. Tocastes-me e ardi no desejo de Vossa paz! Só na grandeza de Vossa misericórdia coloco toda a minha esperança. Daí-me o que me ordenais, e ordenai-me o que quiserdes."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 21 de julho de 2019

MARTA E MARIA, DUAS POSTURAS DIFERENTES...


Homilia do 16°Dom do tempo comum (Lc 10,38-42)(20.07.19)
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Caríssimos irmãos e irmãs, a nossa estadia neste mundo é uma expressão do amor e da bondade divina que nos acompanha à cada passo dado rumo ao Reino dos céus, à felicidade eterna. Ora, a disposição com que Abraão recebeu aqueles anjos pensando serem homens, demonstra que o bem que Deus nos dá, quando devidamente partilhado, multiplica suas bênçãos em nossa vida infinitamente além daquilo que partilhamos.
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De fato, o Senhor se dá a conhecer pelas virtudes que praticamos como sinais da salvação que dEle recebemos e que expandimos para todas as dimensões da existência humana pelo testemunho que damos de Sua presença em nossos corações, como nos ensinou São Paulo na segunda leitura: "Deus quis manifestar [aos seus santos] como é rico e glorioso entre as nações este mistério: a presença de Cristo em vós, esperança da glória."
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E continua ele: "Nós o anunciamos, admoestando a todos e ensinando a todos, com toda sabedoria, para a todos tornar perfeitos em sua união com Cristo." Ou seja, pelo anúncio da verdade autenticamos nossa perfeita união com Cristo no seio do seu corpo Místico, a Igreja. (cf. Cl 1,24).
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Caríssimos, no Evangelho de hoje Jesus é recebido pelas irmãs Marta e Maria, que apresentam posturas diferentes ao recebe-lo. Enquanto Marta se apresenta cheia de exigências, preocupações e agitação; Maria, sentada aos seus pés, o escuta silenciosa, unindo-se à Ele para Nele permanecer. De fato, tem algo mais precioso na vida de um ser humano do que ouvir o Senhor e permanecer em sua companhia? Ora, isso significa gozar de sua amizade e de todas as graças que Ele disponibiliza para aqueles que o amam; isso significa escolher a melhor parte que não nos será tirada.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 18 de julho de 2019

VINDE A MIM...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 11,28-30)(18.07.19)
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Caríssimos irmãos e irmãs, a nossa natureza carnal se acostumou com as relações meramente humanas, tratendo em segundo plano a relação com o Sagrado, isto é, com Deus especificamente. Ora, na liturgia de hoje o Senhor nos mostra que Ele está muito mais presente em nossa vida do que nós mesmos, porque na verdade providencialmente nos sustenta e nos governa a partir Sua dimensão eterna.
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Na primeira leitura de hoje Moisés interage com Deus, mantém um diálogo com Ele e parte em missão para realizar os seus desígnios para com o seu povo; ou seja, unir-se ao Senhor em obediência total, mantém permanente comunhão com a sua vontade para que chegue à bom termo a libertação do seu povo tal qual havia revelado.
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Com efeito, no Evangelho de hoje Jesus nos chama à experimentar essa mesma libertação interiormente e exteriormente, seguindo-o em seus propósitos salvíficos, pondo nele toda a nossa confiança. Disse o Senhor: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve."
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Conclusão: Caríssimos irmãos e irmãs, a vivência da fé significa realmente a nossa interação com o Senhor, do mesmo modo como aconteceu com Moisés. Ou seja, a nossa humanidade dotada das graças do Senhor, interage com Ele pela ação do Espírito Santo para que se realize a Sua Santa Vontade em todos os sentidos de nossa vida.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 16 de julho de 2019

MINHA MÃE E MEUS IRMÃOS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 12,46-50)(16.07.19)
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Caríssimos, as almas que vivem imersas em Deus, participam de Sua intimidade por meio de sua filiação divina, reconhecendo que Deus é nosso Pai e que em tudo cuida de nós precisamente, como nos ensinou o Senhor Jesus: "Qual de vós, por mais que se esforce, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida? [Portanto] Não vos aflijais, nem digais: Que comeremos? Que beberemos? Com que nos vestiremos? Ora, vosso Pai celeste sabe que necessitais de tudo isso. Buscai, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo."
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Ora, não resta dúvida de que os dons mais preciosos que temos é a vida e a família; no entanto, muitos dão mais valor às coisas passageiras do que à unidade familiar, por isso, são tão infelizes, porque nada enchergam além das futilidades deste mundo, ou seja, deixam de amar a Deus vivendo como sua família divina, para seguir a mentalidade mundana que consiste na busca frenética do poder, da fama e do prazer; só que na realidade, permanecem vazios porque a felicidade não vem de fora pra dentro, mas é puro dom de Deus para aqueles que o amam e lhe obedecem.
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Com efeito, no Evangelho de hoje Jesus faz uma inversão na ordem de parentesco natural, tornando-nos membros de Sua família divina. Em outras palavras, agora fazemos parte da família de Deus, conforme Ele nos ensinou: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” E, estendendo a mão para os discípulos, disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
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Caríssimos, se engana totalmente quem interpreta essas palavras de Jesus querendo dividir Sua família. De fato, a verdade sobre a unidade da família divina é a que Ele nos ensinou na oração do Pai nosso e também no alto da cruz quando deu a sua mãe como mãe da humanidade na pessoa do discípulo amado que nos representou naquele momento (cf. Jo 19,26-27). Portanto, somos filhos e filhas de Deus nascidos da água e do Espírito Santo no batismo, e por adoção, filhos e filhas de sua Mãe, a Virgem Maria.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 15 de julho de 2019

O AMOR HUMANO TEM SUA ORIGEM NO AMOR DIVINO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 10,34–11,1)(15.07.19)
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Caríssimos ao longo de nossa história já está mais que comprovado, todos os que cultivaram o mal em seus corações e em suas ações terminaram os seus dias afundados nas próprias armadilhas que armaram contra os outros. Um coração que não cultiva as virtudes eternas do amor, da bondade, da justiça e da verdade, é um coração vazio, sem paz, perturbado, por isso, se torna incapaz de fazer o bem que vem de Deus.
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Onde existe mentira, calúnia e injustiça, existe também opressão e toda espécie de falcatruas e crimes. A verdadeira justiça se fundamenta na verdade que a faz transparente, por isso, todos aqueles que se apoiam na lama fétida da mentira para emitir seus juízos terminam mergulhados no mar sem fundo da incoerência, da injustiça e da arrogância que os corrói, tirando-lhes o senso da verdade que os podia salvar. É o que vimos na primeira leitura de hoje e também largamente em nossos dias.
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Não esperem nada de bom daqueles que usurpam o poder por meios pecaminosos, porque do pecado não vem nada de bom; o fato é que a ganância pelo poder temporal é um mal que corroe a sensatez humana gerando ódio e todo tipo de maldade contra aqueles que realmente querem fazer o bem conforme a vontade de Deus.
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No Evangelho de hoje Jesus nos ensina que o amor humano tem sua origem no amor divino e que toda afeição que não nasce do "amor a Deus sobre todas as coisas", é apego inútil e fonte de frustrações. De fato, não existe amor verdadeiro fora da Fonte inesgotável do amor de Deus, visto que, "Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele." Portanto, o amor não é apenas um nobre sentimento, mas, a própria essência da vida.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 14 de julho de 2019

NECESSITADOS OU BONS SAMARITANOS...


Homilia do 15°Dom do tempo comum (Lc 10,25-37)(14.07.19)
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Caríssimos, o Evangelho é a prática da vida eterna, ele é a fonte inesgotável da salvação; sem Ele não existe liberdade nem bem estar algum, porque ele é o caminho da perfeição e da santidade que o Senhor nos deu para chegarmos ao céu. De fato, o Evangelho é o anúncio do Reino de Deus e do cumprimento de sua justiça; ele perpassa incólume o Antigo e o Novo testamentos, revelando a primeira vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e o juízo final que se dará em sua Parusia.
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Ora, somos obras das mãos de Deus e tudo em nós e na criação aponta para um desfeixo final dentro do tempo por Ele determinado. Na primeira leitura de hoje meditamos como se dá o nosso relacionamento com o nosso Pai Criador, conforme relata o hagiógrafo: "Ouve a voz do Senhor, teu Deus, e observa todos os seus mandamentos e preceitos, que estão escritos nesta lei. Converte-te para o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma."
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Ou seja, "esta palavra está bem ao teu alcance, está em tua boca e em teu coração, para que a possas cumprir." Desse modo, não podemos negar que a verdade é o código genético espiritual de nossas almas, pois, somente o fato de existirmos já revela as perfeicões eternas de Deus e de sua intenção ao nos criar. Portanto, somos palavras de Deus que se realizam à medida que para Ele vivemos como Jesus nos ensinou.
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Conclusão: Caríssimos, na parábola do bom samaritano Jesus nos ensina na prática o que significa "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo", ou seja, praticando as obras de misericórdia, pois, o juízo final consiste exatamente nisto: "Eu tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim." Em outras palavras todos nós que aqui estamos, de certo modo, somos os necessitados da parábola ou então bons samaritanos.
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Paz e amor!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 13 de julho de 2019

O VERDADEIRO TESTEMUNHO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA (Mt 10,24-33)(13.07.19)
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Caríssimos, o testemunho que damos de Jesus é um ato de amor incondicional, é a perfeita expressão de nossa adesão à Ele e aos desígnios de Deus à respeito da nossa salvação. Na verdade, é a nossa participação direta no Reino dos céus desde já, porque não tem como separar a vida presente da vida futura, uma vez que a única coisa que nos distancia é o sopro de vida que momentaneamente nos sustenta.
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Na primeira leitura notamos que Jacó, antes de sua morte, mantinha a consciência da vida eterna, pois, disse ele: “Eu vou juntar-me ao meu povo; sepultai-me com meus pais..." Ou seja, ele tinha convicção da finitude natural, mas também que a morte não era o fim, pois, a fé no Deus de seus pais o conduzia para a comunhão perfeita com eles na eternidade.
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No Evangelho de hoje Jesus nos trata como servos, porém, também nos mostra que o Seu Senhorio nos é salutar, ou seja, é proteção permanente; no entanto, requer de nós a mesma humildade com que nos trata, nos ensinando que o Seu Senhorio é serviço salvífico: “O discípulo não está acima do mestre, nem o servo acima do seu Senhor. Para o discípulo, basta ser como o seu mestre, e para o servo, ser como o seu Senhor."
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Conclusão: Certa feita o Senhor disse aos Apóstolos: "Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, recobrá-la-á. Que servirá a um homem ganhar o mundo inteiro, se vem a prejudicar a sua vida? Ou que dará um homem em troca de sua vida? Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai com seus anjos, e então recompensará a cada um segundo suas obras." Portanto, caríssimos, este é o verdadeiro testemunho que damos de Jesus, segui-lo até as últimas consequências.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 12 de julho de 2019

EIS QUE VOS ENVIO COMO OVELHAS NO MEIO DE LOBOS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 10,16-23)(12.07.19)
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Caríssimos irmãos e irmãs, no nosso dia a dia nos acostumamos com a normalidade da vida, isto é, com a ordem natural dos acontecimentos e nem damos conta de que tudo pode mudar como que num piscar de olhos; e porque nem sempre nos preparamos para tais mudanças, quando elas acontecem nos fazem passar por grandes sofrimentos ou então, por grandes alegrias. É exatamente o vemos na História de Jacó e seus filhos.
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Com efeito, precisamos entender que a nossa fé em Deus é uma aliança de amor com Ele e isto significa se pôr à disposição dos seus desígnios como o fez Jacó ao receber a Sua visita em sonho, aceitando e seguindo as suas orientações para que se cumprisse precisamente todas as suas promessas.

De fato, quando nos deixamos iluminar pela fé, é o Senhor mesmo quem nos conduz, como meditamos no salmo responsorial de hoje: "A salvação dos piedosos vem de Deus; ele os protege nos momentos de aflição. O Senhor lhes dá ajuda e os liberta, defende-os e protege-os contra os ímpios, e os guarda porque nele confiaram."
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Conclusão: Caríssimos, a saga de Jacó e sua família nos conduz a Cristo que é seu descendente. Ora, assim como Jacó e seus filhos foram fiéis ao Senhor e obtiveram Dele todas as graças; no Evangelho de hoje Jesus nos ensina que a prática das virtudes da prudência e da mansidão que nos faz permanecer em constante comunhão com Ele.
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Mas, atenção, porque Ele também nos alerta a respeito das perseguições e dos desafios que podemos enfrentar, por causa do seu nome, todavia, nos tranquiliza: "Quando vos entregarem, não fiqueis preocupados como falar ou o que dizer. Então naquele momento vos será indicado o que deveis dizer. Com efeito, não sereis vós que havereis de falar, mas sim o Espírito do vosso Pai é que falará através de vós."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 11 de julho de 2019

OS DESÍGNIOS SALVÍFICOS DO SENHOR SE CUMPREM SEMPRE...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 10,7-15)(11.07.19)
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Caríssimos, na história da salvação nada acontece por acaso, pois, Deus que criou todas as coisas tudo determina em Sua Divina Providência segundo os seus desígnios salvíficos, e isso compreendemos pelo desfecho da história de José e seus irmãos, como ele mesmo disse: “Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egito. Entretanto, não vos aflijais, nem vos atormenteis, por me terdes vendido a este país. Porque foi para a vossa salvação que Deus me mandou adiante de vós, para o Egito”.
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De fato, aqueles que estão nos planos de Deus para a salvação da humanidade podem até sofrer contrariedades e mesmo aparentes derrotas, mas Deus que é o Senhor de todas as coisas, faz chegar à bom termo aquilo que aos olhos do mundo não tem valor ou quem sabe nenhum poder ou significância. Porém, o Senhor faz resplandecer a Sua Divina Luz nas trevas deste mundo pela retidão de vida daqueles que Ele escolhe.
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Com efeito, no Evangelho de hoje Jesus envia os discípulos assim como Deus enviou José, ou seja, em meio às adversidades deste mundo; mas, com um objetivo preciso, como narra Mateus: "Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!"
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Conclusão: Caríssimos irmãos e irmãs, não resta dúvida que a nossa missão neste mundo tem seus dias contados, porém, sempre em vista do Reino de Deus que anunciamos com palavras e ações como nos ensinou o Senhor. Cabe a nós cumprirmos a nossa missão, servindo ao Senhor em santidade e justiça todos os dias de nossa vida (cf. Lc 1,75).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

O JUSTO, O INOCENTE VENCE SEMPRE...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 10,1-7)(10.07.19)
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Caríssimos irmãos e irmãs, o modo de ser que empreendemos em nosso dia a dia revela para quem realmente vivemos e a quem de fato servimos. Ora, no batismo recebemos a filiação divina e todos os valores eternos que ela comporta, ou seja, as santas virtudes que nos identificam com Cristo e revelam a sua presença em nossa vida, pois o fundamento da santidade consiste em permanecer no Senhor até o fim de nossos dias.
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Mas, não podemos esquecer que somos constantemente tentados à não sermos autênticos na profissão de nossa fé e no amor ao próximo como a nós mesmos, como vimos acontecer na história de José do Egito e seus irmãos, bem demonstrado nesse diálogo: “Sofremos justamente estas coisas, porque pecamos contra o nosso irmão: vimos a sua angústia quando nos pedia compaixão, e não o atendemos. É por isso que nos veio esta tribulação”.
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Com efeito, o dia do nosso julgamento se aproxima como se aproximou dos irmãos de José, onde eles viram o pecado cometido contra ele, a falta de compaixão, a mentira e todo o mal que lhe fizeram; no entanto, ao reconhecerem tais pecados é que puderam se arrepender, como vemos neste diálogo: "Rúben disse-lhes: “Não vos adverti dizendo: ‘Não pequeis contra o menino?’ E vós não me escutastes. E agora nos pedem conta do seu sangue”.
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Conclusão: Caríssimos, o silêncio de Deus sempre nos acompanha, porém, fala mais alto que todas as vozes do mundo. Por isso, escutemos o Senhor no silêncio sagrado do nosso coração por meio de nossa oração, pois é nesse encontro que Ele nos prepara para sermos autênticas testemunhas do seu Reino, porque sem essa autenticidade, quem sabe, cometeremos os mesmos pecados ou ainda piores daqueles que cometeram os irmãos de José.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 9 de julho de 2019

OS SIGNIFICADOS DA FÉ...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (09.07.19)
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Caríssimos irmãos e irmãs, os significados da fé são clarões proféticos que iluminam nossas almas a fim de que vivamos a perfeita comunhão com a vontade de Deus como a viveu Jacó na sua luta com o anjo do Senhor, onde em meio a qual pediu a benção divina e foi atendido em sua súplica. Porém, não antes de ser atingido por ele em um dos seus membros para que tomasse consciência de sua total dependência do Senhor.
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É verdade que todos nós que aqui estamos também lutamos constantemente contra todos os males que se apresentam tentando nos desestabilizar e até tirar nossa vida; no entanto, como nos ensina São Paulo: "Trazemos sempre em nosso corpo os traços da morte de Jesus para que também a vida de Jesus se manifeste em nosso corpo.
Pois sabemos que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus, nos ressuscitará também a nós com Jesus e nos fará comparecer diante dele convosco."
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Com efeito, ao longo da ação Pastoral de Jesus em meio ao povo escolhido para servir de testemunho ao mundo, vemos dois tipos diferentes de seguidores; os primeiros acreditavam e por isso se admiravam das obras do Senhor e glorificavam a Deus, eram compostos pelos simples e humildes de coração; os outros o seguiam somente para criticar e condenar as suas ações, eram compostos por Escribas, Fariseus e mestres da lei.
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Conclusão: Caríssimos, revendo a história da salvação vemos que os primeiros foram fiéis até o fim no seu seguimento e deram a vida pelo Senhor; os segundos usaram de todas as artimanhas satânicas para o crucificar; no entanto, Deus o ressuscitou dos mortos e nos fez ressuscitar com Ele para o louvor de Sua Glória.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 8 de julho de 2019

TUA FÉ TE SALVOU...


PEQUENO SERMÃO DE CADA (Mt 9,18-26)(08.07.19)
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Caríssimos irmãos e irmãs, o Mistério da fé se faz presente na vida dos humildes de coração, daqueles que saem dos limites de sua finitude para adentrarem no estado de graça onde a ação divina realiza os prodígios que somente o dom da fé pode alcançar. Ora, no Evangelho de hoje ouvimos o Senhor dizer à mulher com o fluxo de sangue: "Coragem, filha! A tua fé te salvou”.
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De fato, a fé perpassa todos os limites de nossa fragilidade, como vimos na primeira leitura onde Jacó sozinho e exausto pelo cansaço de sua peregrinação, encontrou o Senhor em sonho e manteve com Ele o diálogo, fruto da fé que vivia, que resultou nas graças que hoje recebemos, bem como narra o texto: "Em ti e em tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra."
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Todavia, muita atenção para a pergunta de Jesus no Evangelho de São Lucas: "Mas, quando vier o Filho do Homem, acaso achará fé sobre a terra?" (Lc 18,8). De fato, em nosso tempo são tantas as distrações e vícios pelos quais somos acossados à ponto de que muitos estão deixando a prática da fé pelas falsas novidades das novas tecnologias. E o resultado é essa onda de mentiras e injustiças que estão levando milhões à perdição e à falência de nossas instituições.
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Conclusão: Caríssimos, ainda no Evangelho de hoje ouvimos Jesus ser caçoado por aqueles que ao invés da piedade cultivavam as distrações e a impiedade, por isso, ao ouvirem a Sua Palavra o desprezaram, no entanto, bastou a fé daquele pai para que a graça da ressurreição de sua filha fosse alcançada. Portanto, bem aventurados os humildes de coração porque deles é o Reino dos Céus.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 7 de julho de 2019

IDE E ANUNCIAI O REINO DE DEUS...


14°Dom do tempo comum (Lc 10,1-12.17-20)(07.07.19)
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Caríssimos, a liturgia deste domingo nos recorda que somos participantes da Escola de santidade de nosso Mestre e Senhor, Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo. De fato, por Ele somos preparados para anunciarmos o Reino de Deus, uma vez que depois do batismo os nossos nomes estão escritos nos céus, como o Senhor mesmo nos ensinou no Evangelho de hoje.
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Com efeito, o nosso aprendizado se dá mediante a vivência das instruções que recebemos do Senhor por meio de Sua Palavra dirigida à todos os seus filhos e filhas onde Ele nos transmite todas graças necessárias para sermos suas testemunhas fiéis, nós que estamos à caminho da felicidade eterna. Na segunda leitura de hoje São Paulo nos fala da alegria de ser crucificado com Cristo, de trazer em seu corpo as marcas das Suas chagas e que é isso que nos identifica verdadeiramente com Ele.
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Conclusão: Caríssimos, receber Jesus na Eucaristia é receber Dele a vida em plenitude numa perfeita comunhão de amor; ou seja, é receber do Senhor todos os valores divinos que nos capacitam para o anúncio do Seu Reino. Portanto, aqui estamos realizando a sua santa vontade até o dia em que formos chamados para participarmos de Sua Glória eterna.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 6 de julho de 2019

OS DONS E O CHAMADO DE DEUS SÃO IRREVOGÁVEIS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 9,14-17)(06.07.19)
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Caríssimos irmãos e irmãs, a lei perfeita da liberdade nos ensina que a escolha divina teu seu fundamento na graça santificante do amor de Deus; mas, às vezes a intervenção humana usa desvios não lícitos para mudar a escolha divina, no que resulta sacrifício ao Senhor que respeitando o nosso livre arbítrio concerta os nossos equívocos para que não perdamos suas graças e bênçãos.
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Na primeira leitura de hoje vimos a intervenção de Rebeca mudar o até então custume de transmissão da bênção paterna ao primogênito dos filhos. Mas, porquê isso aconteceu? Devido um fator fundamental, trata-se da não valorização da graça recebida por falta de piedade do escolhido, resultando nesse tipo de intervenção e na mudança interna do costume.
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Todavia, chamo a atenção para a validade da graça, uma vez que Deus nunca muda os seus planos ainda que os homens tentem interferir neles. É exatamente como escreveu São Paulo: "Pois os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis."(Rm 11,29). Aliás, também vemos esta assertiva no Livro de Provérbios: "O coração do homem dispõe o seu caminho, mas é o Senhor que dirige seus passos." (Pr 16,9).
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Conclusão: No Evangelho de hoje Jesus é questionado pelos fariseus a respeito do jejum como se a essência da fé dependesse apenas dele; no que o Senhor retrucou mostrando a necessidade da mudança de mentalidade para que essa prática obtenha os resultados desejados. Portanto, quem jejua com a mente cheia de críticas contra os que não fazem o mesmo, perde as graças dessa prática por causa das críticas que carrega na alma.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 4 de julho de 2019

A FÉ QUE NOS LIBERTA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 9,1-8)(04.07.19)
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Caríssimos a vida de fé que vivemos é cheia de significados teológicos, ou seja, vivemos aqui em vista do convívio eterno com Deus no seu Reino. Na primeira leitura de hoje, Deus pede em sacrifício a Abraão o seu único filho Isaac no que foi prontamente atendido, pois, ele não confiou em si mesmo, mas em Deus que lhe deu a vida e tudo o que possuía.

Com efeito, a fé inabalável de Abraão resultou no cumprimento de todas as promessas que Deus lhe havia feito e ainda mais, pois, ele representou o próprio Deus que não esitou dar em sacrifício o Seu único Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, como expiação pelos nossos pecados para que livres de todo o mal entrassemos com Ele na vida eterna.
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Também o Evangelho de hoje está repleto de significados teologicos, à começar pela fé demonstrada pelos intercessores que trouxeram o paralítico à presença de Cristo, como bem observou São Mateus ao relatar esse episódio: "Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: “Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados!”
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Conclusão: Caríssimos, se aproximar de Jesus por meio da fé, é encontrá-lo e Nele permanecer obtendo todos os benefícios que comportam esse encontro. Diferentemente disso se comportaram os mestres da lei que de imediato julgaram e condenaram Jesus como blasfemo, porque não aceitaram que Ele perdoasse os pecados daquele homem, e com isso, deixaram de demonstrar a fé que lhes podia salvar. Portanto, como ouvimos do Senhor no Evangelho de ontem: "Felizes aqueles que crêem sem ter visto!"
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 2 de julho de 2019

À CAMINHO DO INEVITÁVEL...


PEQUENO SERMÃO DE CADA (Mt 8,23-27)(02.07.19)
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Caríssimos, todo o nosso conhecimento das criaturas e de Deus é absolutamente nada diante de Sua Sabedoria e Onipotência, na verdade, somos como que um ínfimo grão de areia na imensidão do mar ou quem sabe a menor partícula que existe no universo infindo que nos acolhe. Todavia, não foi ao sol nem às constelações que Deus criou à sua "imagem e semelhança", mas à nós que aqui vivemos em vista da vida eterna que Ele preparou como herança para aqueles que o amam.
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Na liturgia de hoje nós constatamos um pouco de Sua Onipontência por duas ações que a demonstram claramente, ainda que a constatemos todos os momentos apenas pelo fato de existir. A primeira vemos na destruição de Sodoma e Gomorra quando foram apagadas do mapa dando lugar ao Mar morto presente entre nós até os nossos dias. A segunda causou grande espanto nos Apóstolos ao verem Jesus acalmar a tempestade à ponto de dizerem: “Quem é este homem, que até os ventos e o mar lhe obedecem?”
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Ora, e mesmo diante do amor e da bondade de Deus demonstrados na criação; a maioria da humanidade vive imersa no pecado praticando toda espécie de maldade por rejeitarem nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo. Por exemplo, hoje em dia os novos deuses deste mundo são as novas tecnologias que toma todo o tempo que deveria ser dado a Deus e à prática das virtudes eternas.
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Conclusão: Caríssimos, este mundo pela quantidade de pecados nele cometidos, caminha para um abismo sem fim como caminharam Sodoma e Gomorra, e pelo visto a sua ruína é irreversível, isto porque os homens se deixaram dominar pelas artimanhas do malígno e se afastam cada vez mais da única solução que os podia salvar, isto é, a conversão à Jesus para uma vida de oração e penitência.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 1 de julho de 2019

O JUSTO JUÍZO DE DEUS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA
(Mt 8,18-22)(01.07.19).
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Caríssimos irmãos e irmãs, os mistérios de Deus são insondáveis e inacessíveis à nós, todavia, Ele os revela aos humildes de coração, porque estes se deixam conduzir pela sabedoria que comporta esses mistérios. Na primeira leitura de hoje contemplamos o mistério da oração intercessória de Abraão diante da iminente destruição de Sodoma e Gomorra, cidades ímpias infestadas pela sodomia, isto é, pelo pecado do homossexualismo.
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Ora, a gravidade desse pecado é de tão grande afronta a Deus que mesmo diante da humildade de Abraão e de sua intercessão, não foi possível livrar essas cidades com todos os seus habitantes, porque não havia o mínimo de justos para as poupar do extermínio que se abateu sobre elas.
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Com efeito, na Carta aos Romanos, São Paulo discorre sobre a gravidade desse pecado, diz ele: "Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura em vez do Criador, que é bendito pelos séculos. Amém!
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Por isso, Deus os entregou a paixões vergonhosas: as suas mulheres mudaram as relações naturais em relações contra a natureza. Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam em desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga devida ao seu desvario."
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Conclusão: Caríssimos, o Mistério da presença de Jesus em nosso meio revela quanto Deus é paciente e misericordioso com suas criaturas; ora, os sete Sacramentos, em especial a Santa Eucaristia, são os sinais sensíveis que o Senhor escolheu para permanecer conosco até o fim dos tempos.
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Por isso, fiquemos certos de uma coisa, Deus é amor e misericórdia infinita para com aqueles que se arrependem de seus pecados e se deixam conduzir por Sua Divina Sabedoria para uma vida de santidade e justiça. Porém, não deixará sem castigo os rebeldes e duros de coração, exercendo sobre eles Seu justo juízo.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

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