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sábado, 24 de maio de 2014

Irmão Sol, Irmã Lua

Título original: Brother Sun, Sister Moon
Direção: Franco Zeffirelli
Ano de produção: 1972

Este é atualmente o filme mais conhecido sobre São Francisco e não são poucos os que têm nesta obra o seu primeiro contato com a vida do pobre de Assis. Contudo Franco Zeffirelli neste filme concentra-se nos primeiros anos da vocação de Francisco: da Guerra contra Perúgia (1202) até a aprovação oral da Regra (1209).

No enredo é facilmente perceptível as influências da época em que foi produzido. A luta contra a Guerra do Vietnã e o movimento hippie são refletidos nas cenas e reforçados pela música do escocês Donovan. Isto não é algo que condene o filme, pois toda obra de arte em maior ou menor grau reflete desejos e preocupações de seu autor e da sociedade existente quando de sua criação.

Franco Zeffirelli toma certas liberdades artísticas para apresentar o relacionamento entre Francisco e Clara e, inclusive, modifica os fatos históricos ao trazer a vocação clareana para antes de 1209. Além disto coloca na boca de Francisco e seus companheiros a Oração da Paz, que apesar de ser conhecida como de São Francisco é um texto do início do século XX.

Uma cena muito interessante é a que apresenta as origens da OFS: um dos primeiros companheiros de Francisco definitivamente não tem vocação para o celibato e de quando em quando arde pelo desejo sexual. Francisco, que já tinha percebido isto, em vez de forçar um vocação inexistente libera-o para casar.

Em fim, esta talvez não seja a melhor obra para conhecermos nosso Pai, mas como é a obra em que muitos são apresentados à ele não deve ser descartada como instrumento de formação. Mesmo com suas falhas (e todos filmes os têm) pode ser um instrumento útil para tal.

Eugenio Hansen, OFS
Frat. N. Sª dos Anjos da Porciúncula
Porto Alegre - RS

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Irmão Sol, Irmã Lua by Eugenio Hansen, OFS is licensed under a Creative Commons Atribuição-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil License.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Cinema e formação franciscana secular

Paz e bem1!

Caros irmãos,
Caras irmãs:

Dias atrás o Everaldo2 me honrou com o convite para escrever sobre filmes que possam servir para a formação franciscana secular. Não sou um expert em cinema e não me considero habilitado para falar em formação, mas mesmo assim estou aceitando este convite.

1 Apresentação

Meu nome é Eugenio Hansen, 45 anos, casado com a Isabel, pai do Zezé, fiz minha promessa definitiva em dezembro último, sou bibliotecário e trabalho na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Uma curiosidade sobre minha casa é que aqui convivem duas famílias espirituais: eu sou franciscano e minha esposa é noviça oblata beneditina - fazemos a piada que o Zezé será carmelita secular pra não descontentar nenhum de nós.

2 Cinema

O cinema é chamado de sétima arte e não tenho dúvidas de que é uma arte específica, com sua própria linguagem e estética. Os filmes (tanto de cinema como de TV) nos contam histórias reais ou imaginárias que penetram profindamente em nós pois nos atingem pelos dois principais sentidos que temos: visão e audição.

Por nos atingir tão fortemente muitas vezes nos esquecemos que mesmo filmes que tratam fatos reais (documentários ou não) o que fazem é nos apresentar um possibilidade sobre o que poderia ter ocorrido e que é a visão do diretor para aquela história - mas isto não ocorre apenas com o cinema, Tomás de Celano escreveu quatro biografias de São Francisco e em cada uma delas nos apresenta diferentes facetas de nosso pai.

3 Formação

Seja na formação inicial, seja na formação permanente os filmes podem ser usados como instrumentos que nos levem a aprofundar nossos conhecimentos e a refletir sobre nosso seguimento dos passos de Jesus.

Basicamente há duas formas de uso:
a) Apresentação de um filme completo e depois comentar sobre o mesmo.
b) Apresentação de um ou mais trechos e igualmente comentar.

Uma variante da segunda forma é apresentar o mesmo episódio retratado por diferentes diretores. A dificuldade da primeira opção é que a exibição pode ser demorada e depois pode-se ter pouco tempo para comentar. Já na segunda forma o problema é que cortamos uma obra e não vemos o seu conjunto.

Obviamente a decisão sobre qual forma usar caberá ao mestre de formação ou o responsável por esta atividade formativa.

1 Este artigo foi escrito originalmente em 2009 e mantinha-se nao puplicado desde então, mesmo que as reflexões não tenham sido aproveitada até o momento, creio que já é tempo de virem à luz.
2 Everaldo Souto Salvador, Secretário do Conselho Nacional da OFS do Brasil (2006/2009).
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