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domingo, 30 de janeiro de 2022

HOMILIA DO 4°DOM DO TEMPO COMUM...


 Homilia do 4°Dom Tempo Comum (Lc 4,21-30)(30/01/22)

Caríssimos, Deus tudo criou por amor e nos deu o mandamento de ama-lo sobre todas as coisas e amar-nos uns aos outros como a nós mesmos, pois, somente assim seremos felizes; de fato, não existe outra via que nos conduza à felicidade, daí vemos porque tanta maldade e infelicidade na face da terra. Os homens, devido a tantos pecados cometidos contra Deus, contra o próximo e contra si mesmos, perderam o dom de amar e já não se entendem mais.

Com efeito, o Evangelho de hoje, conta um episódio que muito nos chama a atenção, os habitantes de Nazaré que estavam na Sinagoga e escutaram o ensinamento do Senhor Jesus, a princípio o acolheram com certa cordialidade, como relata são Lucas: "Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca." 

Todavia, ao caíram na tentação do preconceito: “Não é este o filho de José?” Logo, se enfureceram ao ouvirem o Senhor dizer: “Sem dúvida, vós me repetireis o provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo. Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum”. E acrescentou: “Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria." Ora, e cheios de cólera o expulsaram da Sinagoga e ainda queriam precipita-lo num abismo. 

De fato, não basta encontrar o Senhor Jesus e admira-lo, é preciso ama-lo e segui-lo fielmente renunciando a si mesmo, aos preconceitos, ao falsos juízos e ao ódio advindo dessas atitudes hediondas, pois, a fé no Senhor requer obediência total ao seu ensinamento e o amor incondicional sem o qual tudo perde o sentido de ser, como vimos na segunda leitura.

Portanto, caríssimos, sigamos fielmente esta exortação de São Paulo: "A caridade é paciente, é benigna; não é invejosa, não é vaidosa, não se ensoberbece; não faz nada de inconveniente, não é interesseira, não se encoleriza, não guarda rancor; não se alegra com a iniquidade, mas se regozija com a verdade. Suporta tudo, crê tudo, espera tudo, desculpa tudo. A caridade não acabará nunca."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv. 

sábado, 29 de janeiro de 2022

O VENTO CESSOU E HOUVE UMA GRANDE CALMARIA"


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 4,26-34)(29/01/22)

Caríssimos, a fragilidade humana por si só já pede por segurança e bem estar; desde o nosso nascimento dependemos cem por cento de tudo em todos os sentidos para sobreviver, e assim será até o fim dos nossos dias neste mundo, por mais poder adquirido ou habilidade que tenhamos, visto que tudo se encaminha para a morte natural diante da qual nos sentimos impotentes. Por isso mesmo, precisamos viver da graça de Deus, porque somente Ele é que nos sustenta e nos preenche totalmente.

Com efeito, esta liturgia de hoje nos tranquiliza ao mostrar que quando temos Jesus no barco de nossa vida, por maior que seja a tempestade que estejamos atravessando, basta que o chamemos para logo escutarmos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” De fato, quando confiamos nas nossas forças, por mais hábeis que sejamos na arte de governar a nossa vida, qualquer tempestade mais forte nos abala, nos leva ao medo e a insegurança.

Porém, quando depositamos a nossa confiança no Senhor Jesus e vivemos em comunhão com Ele por meio da oração, dos Sacramentos, da prática das virtudes eternas, da partilha fraterna dos bens e de tudo o que Dele recebemos, tudo se torna calmaria em nosso viver, porque deixamos de confiar em nós mesmos, para nos apoiar no aconchego do Seu amparo, como uma criança se sente segura nos braços de sua mãe.

De certo, este mundo é um mar revolto prestes a tornar-se um grande tsunami destruindo tudo e todos; e isso nos leva a crer que as tempestades advindas dos pecados aqui praticados só tende a piorar a situação desse mar revolto. Por isso, sejamos vigilantes, como nos ensina são Paulo: "orando a todo instante" a fim de que o Senhor Jesus nos tranqulize com a sua presença no barco de nossas almas, de modo que, nada nos abale nem impeça de Nele confiarmos totalmente.

Portanto, caríssimos, prestando atenção nesse episódio do Evangelho de hoje, veremos quão terrível foi a tempestade que envolveu os Apóstolos naquela noite sombria a ponto de os aterrorizar e os levar dizer ao Senhor: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio! Cala-te!” O vento cessou e houve uma grande calmaria."

Destarte, também nós estamos passando pelo mar tenebroso deste mundo em direção à outra margem, isto é, o Reino de Deus, porém, não podemos esquecer que o Senhor Jesus vai singrando conosco na barca da Santa Igreja e Ele como timoneiro mor jamais deixará que ela afunde, pelo contrário, fará cessar todas as tempestades que atentam contra ela que abriga seus filhos e filhas rumo ao porto seguro da salvação eterna.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

"QUEM TEM OUVIDOS PARA OUVIR, OUÇA".


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Mc 4,21-25)(27/01/22)

Caríssimos, a liturgia de hoje nos conduz pela estrada da vida iluminada pela Palavra de Deus, como nos ensina o Salmista: "Vossa palavra é um facho que ilumina meus passos, uma luz em meu caminho." (Sal 118,105). Certa feita, disse o Senhor Jesus, em resposta à tentação do maligno para que Ele transformasse pedra em pão: "Está escrito: Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus (Dt 8,3)." (Mt 4,4).

De fato, como meditamos na Carta aos Hebreus: "A palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração. Nenhuma criatura lhe é invisível. Tudo é nu e descoberto aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas." (Hb 4,12-13).

No Evangelho de hoje ouvimos do Senhor Jesus o seguinte: “Quem é que traz uma lâmpada para colocá-la debaixo de um caixote, ou debaixo da cama? Ao contrário, não a põe num candeeiro? Assim, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto, e tudo que está em segredo deverá ser descoberto. Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça”.

E disse ainda: “Prestai atenção no que ouvis: com a mesma medida com que medirdes, também vós sereis medidos; e vos será dado ainda mais. Ao que tem alguma coisa, será dado ainda mais; do que não tem, será tirado até mesmo o que ele tem”. Ou seja, o que falamos e vivemos seja sempre de acordo com a vontade de Deus, caso contrário, nada teremos além do mal que fizemos por conta da nossa incoerência. 

Portanto, caríssimos, escutemos o Senhor Jesus para o seguirmos fielmente no caminho que nos conduz à vida eterna: "O homem de bem tira boas coisas de seu bom tesouro. O mau, porém, tira coisas más de seu mau tesouro. Eu vos digo: no dia do juízo os homens prestarão contas de toda palavra vã que tiverem proferido. É por tuas palavras que serás justificado ou condenado." (Mt 12,35-37). 

Destarte, acolhamos com atenção e amor esta exortação de são Paulo: "Nenhuma palavra má saia da vossa boca, mas só a que for útil para a edificação, sempre que for possível, e benfazeja aos que ouvem. Toda amargura, ira, indignação, gritaria e calúnia sejam desterradas do meio de vós, bem como toda malícia. Antes, sede uns com os outros bondosos e compassivos. Perdoai-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou, em Cristo." (Ef 4,29-32).

Paz e Bem! 

Frei Fernando Maria OFMConv.

DE QUE MODO O REINO DE DEUS CRESCE EM NÓS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 4,26-34)(28/01/22)

Amados irmãos e amadas irmãs, vivemos envoltos pelo Mistério de Deus que se nos dá a conhecer por Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, que nos comunica a graça da nossa participação na Sua Natureza Divina. Bem como nos ensinou são João: "Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não o conheceu.

Caríssimos, desde agora somos fi­lhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isso se manifestar, sere­mos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é. E todo aquele que nele tem essa esperança torna-se puro, como ele é puro." (1Jo 3,1-3). Ou seja, pela graça do santo batismo renascemos da água e do Espírito Santo para darmos os frutos da filiação divina.

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus faz uma belíssima analogia entre o Reino de Deus, o seu crescimento dentro de nós; e o terreno em que o agricultor semea a semente e espera pacientemente que produza os frutos desejados não obstante as intempéries das situações climáticas. É isto o que acontece no mais íntimo de nossas almas quando nos dispomos quais terrenos fecundos que recebem a semente do Reino de Deus para dar frutos cem, cessenta, e trinta por um. 

De certo, como então se dá esse crescimento? Como tudo na prática da fé, ele se dá pela ação da graça de Deus que nos faz crescer nas virtudes eternas à medida que as vivenciamos, pois, a fé nada mais é do que a prática da Palavra do Senhor Jesus, como Ele nos ensinou em seu colóquio com os Apóstolos: "Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando." (Jo 15,14).

Portanto, caríssimos, crescer em estado de graça significa assemelhar-se a Cristo, como nos ensinou são João: "Aquele que afirma permanecer nele deve também viver como ele viveu." (1Jo 2,6). Ou seja fazendo em tudo a vontade do Pai, presente totalmente no Seu Filho pelo Espírito Santo que atualiza a sua presença no meio de nós.

Destarte, segundo o Beato Maria Eugénio do Menino Jesus (séc. XIX): a nossa união com Cristo resulta na "Divinização da natureza humana, tornando-nos filhos de Deus, encarnação da vida divina, tornando-nos cristãos -- eis o duplo realismo que a união transformadora promove quando é verdadeira e autenticamente cristã."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

VOS ENVIO COMO OVELHAS ENTRE OS LOBOS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 10,1-9)(26/01/22)

Caríssimos, num mundo globalizado, sentir-nos chamados pelo Senhor Jesus para vivermos o Evangelho e proclama-lo com a unção do Espírito Santo por meio do nosso testemunho de vida, é uma grande missão e uma grande vitória, pois, a humanidade vive mergulhada na virtualidade tecnológica absolvendo todo tipo de conteúdo que pouco ou nada contribui para a sua salvação. 

Em outras palavras, ela vive entorpecida e afundada num verdadeiro antro de perdição; essa é uma terrível constatação, mas, infelizmente, é o que realmente está acontecendo nesse nosso tempo insólito, pervertido. Então, o que fazer em meio a tanta desordem, intrigas, divisão, falsas notícias, violência, pandemia e tantas outras enfermidades físicas e espirituais, sinônimo de morte, ou seja, uma verdadeira tragédia? 

De fato, não existe outra saída fora da conversão em massa, ou seja, voltar para o Senhor Jesus de todo coração e pôr em prática os seus ensinamentos. Mas, será que os "donos" dos poderosos veículos de comunicação ajudarão nesse intento? Jamais, pois, devido a manipulação das mentes ensandecidas por conta de tanto conteúdo nefasto, já não existe espaço para o arrependimento e a prática da fé.

Com efeito, no Evangelho de hoje o Senhor Jesus envia setenta e dois discípulos à sua frente com as seguintes recomendações: "Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós."

Portanto, caríssimos, fiquemos certos de uma coisa, o Evangelho é o único remédio capaz de libertar e curar as almas feridas pelas investidas do maligno que conhece os pontos fracos dos homens e os engana insuflando à prática dos piores pecados a fim de que não retornem ao Senhor. No entanto, com a presença do Espírito Santo agindo em nosso favor, nada temos a temer, pois Ele é a nossa força e proteção, e com os seus dons e carismas, nos ajuda no cumprimento da nossa missão.

Destarte, peçamos ao Senhor Jesus o dom da perseverança na oração, juntamente com a constância na vivência dos Sacramentos e na prática das obras de misericórdia, pois, essas são as armas mais poderosas na luta contra as forças do mal.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

FESTA DA CONVERSÃO DE SÃO PAULO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 16,15-18)(25/01/22)

Caríssimos, a Igreja hoje celebra a Festa da conversão de São Paulo, o Apóstolo das gentes; antes de ser chamado pelo Senhor Jesus, Saulo era Fariseu e grande perseguidor dos primeiros discípulos, inclusive testemunhou o martírio de Santo Estêvão que foi apedrejado em praça pública por seguir o Senhor, porém, aprouve a Deus chama-lo para que conhecesse a sua vontade e também seguisse fielmente o Seu Filho amado e o anunciasse à todas as nações.

De fato, meditando nos acontecimentos narrados na primeira leitura, percebemos que há um intercâmbio sensível entre a invisibilidade divina e a nossa visibilidade, ou seja, o invisível de Deus se faz presente no visível humano, pois, para Deus tudo é possível, de forma que não se possa duvidar que é Ele mesmo que está agindo diretamente para nos comunicar a Salvação de que tanto precisamos. 

De certo, tudo isso se deu primeiramente na vida de Paulo e depois por meio do seu ministério, que na verdade, é uma expressão da presença real do Senhor Jesus, conduzindo-o pela ação do Espírito Santo em toda a sua trajetória até a consumação da sua missão por meio do martírio sofrido por amor ao Filho de Deus. 

De fato, como vimos Paulo não se contenta somente com o anúncio do Evangelho do Senhor, mas entrega totalmente a sua vida para que Cristo seja conhecido e amado até os confins do mundo, e mesmo sofrendo todo tipo de perseguição jamais deixou de anuncia-lo e continua anunciando até hoje, por meio dos seus escritos que são proclamados na celebração da Santa Missa, ou lidos e estudados nas universidades, e também em nossa meditação pessoal.

Portanto, caríssimos, a conversão de São Paulo é o testemunho eloquente pelo qual percebemos que o Senhor Jesus continua presente agindo no meio de nós, no seio da Sua Santa Igreja, que o comunica à toda humanidade pela proclamação da Sua Palavra; pela administração dos Sacramentos, especialmente, a Santa Eucaristia, que é por excelência, a Sua Presença real em nós, que por seu infinito nos torna seus sacrários vivos.

Destarte, peçamos ao Senhor Jesus a mesma graça que deu a São Paulo, isto é, sermos verdadeiros convertidos entregues ao serviço do anúncio do Evangelho, para torna-lo conhecido e amado até os confins deste mundo, pela graça do Espírito Santo, que age no seio da Santa Igreja por meio daqueles que Deus chamou para realizar a sua vontade como fez com São Paulo.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

AS ARMAS ESPIRITUAIS NA LUTA CONTRA O MALIGNO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 1,1-4;4,14-21)(24/01/22)

Caríssimos, o pecado é o grande mal que o ser humano faz a si mesmo e aos outros, pois, é uma prática maléfica sugerida diretamente pelo maligno, chega à mente em forma de pensamentos vãos, desordenados e estranhos, e atenta sempre contra Deus, contra o próximo e contra quem o comete. De fato, precisamos ser vigilantes para nos atermos firmes, como o Senhor Jesus nos ensinou: "Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca." (Mt 26,41).

Com efeito, para termos um discernimento preciso a respeito dos ataques do inimigo de nossas almas, basta prestar atenção aos pensamentos vãos, desordenados e estranhos que chegam à mente; e nada melhor para combate-los que a Luz da Palavra de Deus que nos faz ver claramente tudo o que ofende gravemente a Deus, ao próximo e nós mesmos.

No Evangelho de hoje vemos o relato do pecado contra o Espírito Santo, isto é, a blasfêmia, que consiste em atribuir a Ele aquilo que é do maligno; e como revelou o Senhor Jesus, esse pecado é o único que não tem perdão, pois, quem o comete se condena prontamente, por não aceitar em hipótese alguma a salvação que o Senhor realiza na vida de quem o acolhe com fé e amor. 

De fato, somos tentados porque fomos libertados, por nosso Senhor Jesus Cristo, das cadeias do pecado e do poder do inimigo; desse modo, somente se caímos em tentação é que seremos subjugados novamente. Por isso, não podemos esquecer que estamos numa guerra espiritual, e as armas com que lutamos, são poderosas em Deus capazes de arrasar as insídias do mal.

De certo, eis as armas que são Paulo nos ensina a usar na luta contra o maligno: "Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio. Tomai, portanto, a armadura de Deus, para que possais resistir nos dias maus e manter-vos inabaláveis no cumprimento do vosso dever. Ficai alerta, à cintura cingidos com a verdade, o corpo vestido com a couraça da justiça, e os pés calçados de prontidão para anunciar o Evangelho da paz.

Sobretudo, embraçai o escudo da fé, com que possais apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai, enfim, o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a palavra de Deus. Intensificai as vossas invocações e súplicas. Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos." (Ef 6,11.13-18).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

HOMILIA DO 3°DOM DO TEMPO COMUM...


 Homilia do 3°Dom Tempo Comum (Lc 1,1-4;4,14-21)(23/01/22)

Caríssimos, olhando este mundo mergulhado no pecado mortal, um mundo infernal onde o dinheiro tornou-se um deus, e as celebridades são seguidas como ídolos; os aparelhos eletrônicos são objetos de desejo; homens e mulheres trocam de sexo; a fé e os bons costumes são menosprezados e tidos como ultrapassados; enquanto que, o pecado é considerado normal e bem vindo. Qual deve ser a nossa postura em relação a ele? 

Com efeito, eis o que escreveu são Paulo a esse respeito: "Nota bem o seguinte: nos últimos dias haverá um período difícil. Os homens se tornarão egoístas, avarentos, fanfarrões, soberbos, rebeldes aos pais, ingratos, malvados, desalmados, desleais, caluniadores, devassos, cruéis, inimigos dos bons, traidores, insolentes, cegos de orgulho, amigos dos prazeres e não de Deus, ostentarão a aparência de piedade, mas desdenharão a realidade. Dessa gente, afasta-te!" (2Tim 3,1-5).

Ora, e o que dizer de tudo isso? Mais do que nunca a humanidade precisa se converter urgentemente, isto é, voltar para Deus de todo coração enquanto ainda estamos no tempo da Sua Misericórdia, caso contrário, mergulhará no mar sem fundo da perdição e da angústia suprema, pois, já não haverá mais esse tempo que foi lhe dado para que se convertesse. Desse modo, só temos que esperar o justo juízo de Deus que virá sobre todos livrando apenas os convertidos.

O Evangelho de hoje nos mostra o início da missão salvífica de nosso Senhor Jesus Cristo, e Ele mesmo proclama isto ao fazer a leitura da profecia de Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa-nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor”.

"Depois fechou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. Então começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”. De certo, chama-nos atenção esse "Hoje" proclamado por Jesus, pois, significa que todas as profecias a respeito da sua primeira vinda se cumpriram e ainda se cumprirão na íntegra com a sua segunda vinda.

Portanto, caríssimos, preparemo-nos, pois, a sua Parusia não tardará, e aí de quem não estiver preparado por uma vida de retidão e justiça, porque o Justo Juiz virá e pronunciará a sua sentença final, como rezamos no Credo: "Subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai, Todo Poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos, e o seu Reino não terá fim."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 22 de janeiro de 2022

A PROVAÇÃO FAZ PARTE DA VIA DE SANTIDADE...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Mc 3,20-21)(22/01/22)

Caríssimos, o Senhor Jesus veio a este mundo para nos ensinar com a própria vida como viver em conformidade com a Vontade do Pai. E desse modo, revela a nossa pertença a Ele, o nosso amor incondicional que nasce da total renúncia de si mesmo. De certo, essa missão é comprida a partir das virtudes que Dele recebemos, dentre elas a obediência que significa entrega total, confiança inabalável, perfeita comunhão de amor.

Todavia, nem sempre somos aceitos ou compreendidos na vivência desse propósito, como vimos no Evangelho de hoje em que os familiares do Senhor Jesus queriam lhe impor uma espécie de censura julgando-o como alguém que estava fora de si. De fato, quem não adere totalmente ao Senhor, ao seu modo de viver segundo a vontade do Pai, sofre a tentação de julga-lo e até ve-lo de um modo inverso ao seu.

Com efeito, a vinda do Senhor Jesus, nos leva à verdadeira prática da fé, ou seja, à perfeita comunhão com a vontade de Deus, nosso Pai celestial. O Profeta Isaías assim nos ensina a respeito de Jesus e sua missão: "Eis meu Servo que eu amparo, meu eleito ao qual dou toda a minha afeição, faço repousar sobre ele meu espírito, para que leve às nações a verdadeira religião.

Ele não grita, nunca eleva a voz, não clama nas ruas. Não quebrará o caniço rachado, não extinguirá a mecha que ainda fumega. Anunciará com toda a franqueza a verdadeira religião; não desanimará, nem desfalecerá, até que tenha estabelecido a verdadeira religião sobre a terra, e até que as ilhas desejem seus ensinamentos." (Is 42,1-4).

De fato, a fé Católica que vivemos tem como fundamento os ensinamentos de nosso Senhor Jesus Cristo, por isso, formamos a Sua Igreja, à qual enviou o Espírito Santo para governa-la a partir do Pentecostes, onde Maria Santíssima e os Apóstolos reunidos no Cenáculo em Jerusalém, o receberam e deram continuidade à obra da redenção, como Igreja viva, constituida Sacramento Universal da salvação.

Portanto, caríssimos, felizes de nós que recebemos o batismo que nos fez filhos e filhas de Deus no seio da Santa Igreja Católica. Ponhamos em prática a nossa missão de anunciarmos o Senhor Jesus Cristo, testemunhando a sua ressurreição com a nossa vida e com a sua Palavra sob a orientação do Santo Padre, os bispos e os padres em comunhão com ele.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

QUEM AMA A DEUS DE VERDADE, FAZ A SUA VONTADE...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 3,1-6)(19/01/22)

Caríssimos, vivemos em uma sociedade confusa e dividida, por não praticar a fé devidamente, pois tantos a misturam com política ou buscam apenas os próprios interesses; outros ainda por conta da interpretação subjetivista, tornando a sua prática motivo de divisão, ódio, desentendimento, e desobediência.

Por isso, perguntamos, com qual Jesus convivemos, com o Filho amado de Deus que faz milagres e prodígios revelando a todos a vontade do Pai; ou com o Jesus proclamado nos púlpitos dos que o interpretam com a visão obscura e equivocada que fazem dele? Quem realmente transparecemos com o nosso viver, a nós mesmos com todos os nossos defeitos, ou a Jesus de Nazaré?

Com efeito, o verdadeiro convívio com o Senhor Jesus nasce da renúncia da própria vontade; nasce do coração humilde que sabe ouvi-lo, obedece-lo e segui-lo fielmente com a cruz de cada dia como Ele mesmo nos ensinou: "Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me." (Mt 16,24).

No Evangelho de hoje os fariseus receberam a graça de encontrar a Deus face a face no Seu Filho Jesus Cristo, mas não o acolheram pelo fato de que realizava milagres no dia de sábado, por isso, relata o evangelista: "Ao saírem, os fariseus com os partidários de Herodes, imediatamente tramaram, contra Jesus, a maneira como haveriam de matá-lo." (Mc 3,6). 

De fato, quem não faz a vontade de Deus, atenta sempre contra Ele, ainda que digam que creem Nele, como vemos neste relato: "Alguns o observavam para ver se haveria de curar em dia de sábado, para poderem acusá-lo. Porém, [Jesus] perguntou-lhes: “É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?” Mas eles nada disseram."

Portanto, caríssimos, quem traz o mal encrustado na alma nunca vê o bem que Deus nos faz, pelo contrário, tenta sempre destruir o Fonte de todo o bem, que é o Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo. Destarte, quem atenta contra Deus, mesmo sendo advertido por Ele, e apesar disso não se converte, perde o dom mais precioso que Dele recebeu, a salvação eterna. De certo, o inferno nada mais é do que a total ausência de Deus, e para lá vão os que não acolhem Deus em suas almas por conta das atitudes nefastas.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

SOMOS PROVADOS PORQUE SOMOS AMADOS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Mc 3,7-12)(20/01/22)

Caríssimos, certa feita escreveu são Paulo: "Em tudo somos oprimidos, mas não sucumbimos. Vivemos em completa penúria, mas não desesperamos. Somos perseguidos, mas não ficamos desamparados. Somos abatidos, mas não somos destruídos. Trazemos sempre em nosso corpo os traços da morte de Jesus para que também a vida de Jesus se manifeste em nosso corpo." (2Cor 4,8-10). 

De fato, analisando humanamente as tribulações que passamos não dá para entender, pois, sofrer por querer o bem e fazer o bem não cabe no nosso entendimento, mas cabe na nossa fé, visto que é o Senhor que sofre conosco e por isso nos faz triunfar sobre todo o mal, como Ele mesmo triunfou ao ser crucificado.

Na primeira leitura de hoje o jovem Davi sofre perseguição de morte por parte do Rei Saul, pelo fato de ter derrotado Golias, inimigo mortal do seu povo, e o Rei se irou com ele por causa do ciúme e da inveja que o consumia. No entanto, teve em seu favor Jônatas, que era filho de Saul e que nutria grande amizade a Davi, a quem considerava um irmão. De fato, Deus em sua infinita bondade nos deu o dom da amizade como um tesouro inesgotável de amor fraterno.

No Evangelho de hoje vimos que as multidões se achegavam ao Senhor Jesus buscando a cura para os males que lhes atingia, dentre eles a possessão demoníaca; e o Senhor os curou a todos, expulsou os demônios e não os permitia que falassem dele, pois, apesar de conhece-lo, lhes eram contrários.

Portanto, caríssimos, percebemos nessa liturgia que não basta fazer parte do povo de Deus, é preciso vivermos como seus filhos e filhas em obediência e santidade diante Dele, pois, Saul era o rei de Israel, mas vivia consumido pelo ciúme e a inveja e por isso tentou tirar a vida de Davi. Com efeito, vimos que a multidão buscava Jesus para ser libertada e o foi, mas não o seguiu fielmente até o fim, por terem participado da sua crucificação.

Destarte, todos estamos a caminho da eternidade, todos seremos julgados, por isso, sejamos misericordiosos com todos, como nos ensinou são Tiago: "Falai, pois, de tal modo e de tal modo procedei, como se estivésseis para ser julgados pela lei da liberdade. Haverá juízo sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o julgamento." (Tg 2,12-13).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

A GRAÇA DE SER IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 3,13-19)(21/01/22)

Caríssimos, a liturgia de hoje nos rmostra a grande graça de sermos de Cristo, de vivermos com Cristo e de sermos um só em Cristo, em suma, o Senhor Jesus é o tudo da nossa vida; Ele é o caminho, a verdade e a vida, e isso constitui a Igreja Católica Apostólica Romana, por isso, podemos afirmar com plena segurança, a Igreja é o Corpo Místico de Cristo, e nós somos seus membros conforme nos ensina são Paulo (cf. CL 1,18).

O Evangelho de hoje trata da escolha dos doze Apóstolos e da missão que o Senhor Jesus lhes confiou, ou seja, dar continuidade ao anúncio do Reino de Deus e da sua justiça. Vejamos o relato: "Naquele tempo, Jesus subiu ao monte e chamou os que ele quis. E foram até ele. Então Jesus designou Doze, para que ficassem com ele e para enviá-los a pregar, com autoridade para expulsar os demônios." (Mc 2,13-15).

Com efeito, muitos eram os discípulos que seguiam o Senhor Jesus, mas dentre eles escolheu doze, representando as doze tribos de Israel, o povo eleito. De certo, essa escolha tem um significado sumamente importante, que é conviver com o Senhor, deixar-se formar por Ele, ama-lo sobre todas as coisas, aprender o seu estilo de vida que consiste na obediência total ao Pai; e por fim, deixar tudo e segui-lo fielmente.

De fato, encontrar Jesus no seio da Sua Santa Igreja, colaborar com Ele no anúncio do Reino de Deus, faze-lo conhecido e amado, é o que constitui a missão de todos os batizados. Não podemos pensar a Igreja sem Cristo a quem a Igreja pertence, sem dar a Ele o primeiro lugar em nossa vida, e sem nos deixar governar pelo o Espírito Santo no seio da Santa Igreja.

Desse modo, compeendemos claramente que a Igreja é Cristo e Cristo é a Igreja, e aí de quem não se conformar a Cristo para ser Igreja Santa, como nos ensinou São Paulo: "Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, para santificá-la, purificando-a pela água do batismo com a palavra, para apresentá-la a si mesmo toda gloriosa, sem mácula, sem ruga, sem qualquer outro defeito semelhante, mas santa e irrepreensível. (cf. Ef 5,25-27).

Portanto, caríssimos, como ainda nos ensina são Paulo: "Por que quem conheceu o pensamento do Senhor, e se abalançará a instruí-lo (Is 40,13)? Nós, porém, temos o pensamento de Cristo." Ou seja, pertencemos a Cristo para ama-lo e servi-lo todos os dias de nossa vida, alimentados pela Santa Eucaristia, e assim darmos testemunho da Sua Ressurreição.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

O VERDADEIRO SENTIDO DA LEI...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Mc 2,23-28)(18/01/22)

Caríssimos, sabemos que para melhor organizar o nosso viver de cada dia existem as leis, as regras e os mandamentos que nos disciplina evitando de nos perdermos no labirinto da própria vontade desgovernada. Ora, mas tal disciplina não pode ser algo tão rígido que não dê espaço para a espontaneidade e a concórdia que traz o equilíbrio evitando exageros.

Desse modo, quando a vida é vivida como expressão da presença de Deus, ela se torna mais leve, pois, quando as nossas relações estão impregnadas das virtudes da humildade, do amor, da bondade, da solidariedade e de todas as outras virtudes eternas, isso é sinal da presença do Espírito Santo em nossas almas, que torna o nosso convívio fraterno repleto de compreensão e bem estar para todos.

Com efeito, no Evangelho de hoje, os Fariseus que eram tidos como puros, e por isso, se achavam no direito de julgar, criticar e condenar os que não seguissem o seu jeito rígido de observar as leis de Deus, se voltaram contra Jesus e os seus discípulos como se fossem transgressores da lei. "Então os fariseus disseram a Jesus: “Olha! Por que eles fazem em dia de sábado o que não é permitido?”

Portanto, caríssimos, muito cuidado com o fermento dos Fariseus que incha os egos, os tornando cegos a ponto de não enxergarem a beleza da liberdade humana repleta de misericórdia e caridade que potencializa a nosso viver em Deus. Por isso, bem nos ensinou o Senhor Jesus: “O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. Portanto, o Filho do Homem é senhor também do sábado”. Ou seja, sem amor e misericórdia a lei se torna letra que mata quem a interpreta sem o seu verdadeiro sentido que é a salvação de todos.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 16 de janeiro de 2022

HOMILIA DO 2°DOM DO TEMPO COMUM...


 Homilia do 2°Dom do tempo comum (Jo 2,1-11)(16/01/22)

Caríssimos, mesmo sendo batizados e tendo recebido o dom do Espírito Santo, enfrentamos uma grande luta interior entre a vida carnal e o estado de graça recebido, porém, isso só ocorre porque fomos libertados por Cristo da escravidão do pecado e do poder do inimigos de nossas almas; desse modo, o Senhor nos concede as armas espirituais necessárias para vencermos todas as batalhas que travamos. 

São Paulo na primeira Carta aos Coríntios nos ensina que as tentações mesmo sendo constante não é superior às forças naturais e sobrenaturais que recebemos de Deus, nosso Pai celestial: "Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela." (1Cor 10,13).

De fato, quem vive em estado de graça experimenta a constante presença do Senhor Jesus em todas as lutas espirituais e vence todas elas por conta da sua proteção que nos vem das armas espirituais com as quais lutamos. São elas: a obediência à Sua Palavra, a vivência dos Santos Sacramentos da Santa Igreja, a vida de oração e a prática das virtudes eternas; pois estes são meios pelos quais nos mantemos em comunhão com o Senhor e entre nós.

O Evangelho de hoje narra o primeiro milagre de Jesus ocorrido nas bodas de Canaã por intercessão da Sua Mãe, Maria Santíssima. Chama-nos atenção o cuidado de nossa Senhora para com os noivos que a havia convidado para às suas bodas, como de igual modo haviam convidaram Jesus e seus discípulos. Ora, quando Maria deu conta que não havia mais vinho, logo intercedeu junto ao seu Filho amado em favor dos recém casados evitando com isso a decepção dos convivas e ainda proporcionou a realização do Seu primeiro milagre.

Portanto, caríssimos, esta liturgia nos conduz pela via da obediência da Santíssima Virgem Maria ao se Filho amado, que atendendo o seu pedido, realizou o milagre necessário que transformou a todos que ali estavam. Destarte, esse episódio nos mostra que a oração e a obediência transforma a água da nossa naturalidade em vinho novo que nos salva.

"Disse a Mãe de Jesus aos serventes: Fazei tudo o que ele disser! E Jesus ordenou que enchesse aquelas seis talhas com água, que foi transformada em vinho." 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

CONVERSÃO DE SÃO MATEUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 2,13-17)(15/01/22)

Caríssimos, Deus é amor infinito e nos deu o Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, para nos conduzir até à sua glória eterna; por outro lado, somos tentados a não amar a Deus, a não seguir o Seu Filho; a confiar em nós mesmos ou a nos deixar conduzir pelas ideologias deste mundo; e caso nos deixemos seduzir pois tais tentações, perdemos o estado de graça advindo da nossa confiança inabalável Nele.

Com efeito, esta liturgia de hoje nos ensina que Deus nos conhece muito bem, e por isso mesmo, nos dá a conhecer a sua vontade, no entanto, precisamos viver o seu chamado segundo o seu querer, porque somente assim podemos cumprir todos os seus desígnios a nosso respeito. Bem como vimos na escolha de Saul na primeira leitura, em que o Profeta Samuel o ungiu rei de Israel cumprindo assim a vontade de Deus.

O Evangelho de hoje narra a vocação de Levi (Mateus), que era cobrador de impostos, nos mostrando que não importa a condição em que nos encontramos, mas sim a nossa disposição em seguir o Senhor Jesus, mesmo que tenhamos de abandonar os nossos planos, como vimos a seguir: "Enquanto passava, Jesus viu Levi, o filho de Alfeu, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Levi se levantou e o seguiu."

Ora, o que nos ensina esse chamado? Primeiro, o Senhor Jesus nos chama, mas também aceita o nosso convite para entrar em nossa vida e a partir de nossa condição nos levar à cura e a libertação total dos nossos pecados, como Ele mesmo disse: “Não são as pessoas sadias que precisam de médico, mas as doentes. Eu não vim para chamar justos, mas sim pecadores”.

De certo, por sua misericórdia, o Senhor Jesus nos levar a rever o nosso modo de viver a fé, para não caímos no mesmo pecado dos fariseus de julgar a tudo e a todos e assim tentar impedir a ação da graça de Deus que leva à conversão todos os pecadores que escutam o seu chamado e se deixam conduzir por Ele, como fez Mateus e os que estavam ceando em sua casa com o Senhor Jesus.

Portanto, caríssimos, como nos ensinou o Profeta Isaías: "Levantai os olhos para o céu e olhai. Quem criou todos esses astros? Aquele que faz marchar o exército completo, e a todos chama pelo nome, o qual é tão rico de força e dotado de poder, que ninguém falta ao seu chamado." (Is 40,26). Destarte, Deus chama a todos pelo nome não importa o lugar ou a condição em que se encontram, importa mesmo é escutar o seu chamado e seguir as pegadas do seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, no seio da Sua Santa Igreja.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

QUEM FAZ A VONTADE DE DEUS NÃO SE DEIXA ENGANAR...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 4,12-17.23-25)(03/01/22)

Amados irmãos e irmãs, a liturgia de hoje trata do discernimento que precisamos para não nos deixar enganar pela multiplicidade de doutrinas estranhas que aflora neste mundo, como nos ensina são João: "Caríssimos, não acrediteis em qualquer espírito, mas examinai os espíritos para ver se são de Deus, pois muitos falsos profetas vieram ao mundo. Este é o critério para saber se uma inspiração vem de Deus: todo espírito que leva a professar que Jesus Cristo veio na carne é de Deus; e todo espírito que não professa a fé em Jesus não é de Deus; é o espírito do Anticristo."

De certo, perguntemos, onde está a astúcia contra essa passagem da primeira Carta de São João? Se encontra naqueles que professam o nome de Jesus, mas negam a Sua Santa Igreja, negam a autoridade do Santo Padre, negam Maria Santíssima a ponto de despreza-la; negam a intercessão dos santos e santas; negam os Sacramentos; e outros ainda apresentam um falso evangelho em que professam a reencarnação; ora, tudo isso só traz confusão e divisão que são artimanhas próprias do anticristo.

No Evangelho de hoje, após saber da prisão de João Batista, o Senhor Jesus foi habitar em Carfarnaum cumprindo a profecia de Isaías, e começou a sua missão como conta o relato: "Daí em diante, Jesus começou a pregar, dizendo: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”. Jesus andava por toda a Galileia, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo tipo de doença e enfermidade do povo." 

Portanto, caríssimos, escutemos são Paulo nos alertando contra aqueles que usam o nome de Jesus para difundirem doutrinas estranhas: "Estou admirado de que tão depressa passeis daquele que vos chamou à graça de Cristo para um evangelho diferente. 

De fato, não há dois (evangelhos): há apenas pessoas que semeiam a confusão entre vós e querem perturbar o Evangelho de Cristo. Mas, ainda que alguém - nós ou um anjo baixado do céu - vos anunciasse um evangelho diferente do que vos temos anunciado, que ele seja anátema. Repito aqui o que acabamos de dizer: se alguém pregar doutrina diferente da que recebestes, seja ele excomungado!"

Destarte, escutemos mais uma vez são João: "Todo aquele que nega o Filho não tem o Pai. Todo aquele que proclama o Filho tem também o Pai. Que permaneça em vós o que tendes ouvido desde o princípio. Se permanecer em vós o que ouvistes desde o princípio, permanecereis também vós no Filho e no Pai. Eis a promessa que ele nos fez: a vida eterna. Era isto o que eu vos tinha a escrever a respeito dos que vos seduzem." (1Jo 2,23-26).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

TEUS PECADOS ESTÃO PERDOADOS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 2,1-12)(14/01/22)

Caríssimos, nós que recebemos no batismo o dom da fé somos constantemente desafiados, devido a nossa finitude, a confiarmos em nós mesmos e nas nossas próprias forças, como vimos na primeira leitura em que o povo pediu ao Profeta Samuel para ser governado por um rei como as outras nações, e com isso, rejeitou a proteção divina, causando a própria ruína.

De fato, pensar que podemos nos governar sem o auxílio da graça de Deus, é esquecer que não passamos de um sopro de vida e nada mais. Todavia, nos perguntemos, como nos deixar conduzir pela fé diante dos constantes desafios, seja das tentações do inimigo de nossas almas, seja das ameaças de tantos males advindos dos pecados aqui cometidos? 

A resposta se encontra no amor com que amamos o Senhor observando os seus santos mandamentos, e por isso, não nos deixemos abalar por nada que seja contrário à Sua Vontade, pois, o Senhor é fiel e jamais permitirá que sejamos vencidos nesta guerra que travamos contra as forças maléficas que se revelam pelas maldades praticadas nesta terra de exílio que estamos atravessando.

O Evangelho de hoje narra a cura do paralítico que fora transportado por quatro amigos de fé, que solidários com a sua dor, venceram todos os obstáculos e o levaram até o Senhor Jesus. Ora, a primeira graça alcançada foi o perdão dos pecados e a cura da alma; e a segunda foi a cura física em resposta aos mestres da lei que acusavam interiormente o Senhor Jesus de blasfêmia por dizer: “Filho, os teus pecados estão perdoados”.

Portanto, caríssimos, esta liturgia de hoje nos ensina que por meio de Sua Santa Igreja, o Senhor Jesus nos governa à medida que pomos em prática os seus ensinamentos, e como aqueles homens de fé, transportamos os que encontramos paralisados devido os pecados praticados ou por viverem afastados do Senhor pela não prática da fé.

Destarte, escutemos com atenção este conselho de são Paulo: "Irmãos, ajudai-vos uns aos outros a carregar os vossos fardos, e deste modo cumprireis a lei de Cristo. Não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo colheremos, se não relaxarmos. Por isso, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos os homens, mas particularmente aos irmãos na fé." (Gl 6,2.9-10).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

OBEDIÊNCIA E COERÊNCIA ANDAM JUNTAS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 1,40-45)(13/01/22)

Caríssimos, o estado de graça nasce da obediência à vontade de Deus expressa nos santos mandamentos, nos ensinamentos do Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, nos escritos dos Apóstolos e da Santa Igreja; pois, não basta dizer que se crê em Deus, é preciso coerência entre o que se professa e a prática de tal profissão, caso contrário, se cai no pecado da hipocrisia por conta do falso testemunho apresentado.

Com efeito, esta liturgia de hoje nos mostra que a vivência da fé não exclui ninguém por mais pecador ou desprezado que seja pela sociedade, porém, isso não significa ser conivente com os pecados praticados, mas sim, de tratar com misericórdia os que foram atingidos pelos próprios pecados. Pois, é exatamente isso o que vimos no Evangelho de hoje em que o Senhor Jesus curou um leproso que lhe suplicou a cura.

No entanto, o que mais nos chama a atenção é a desobediência do leproso que havia sido curado pelo Senhor, pois, apesar de receber uma firme advertência para não divulgar a cura, ele fez totalmente o contrário, e com isso, impediu até certo ponto a fluidez da evangelização como o Senhor Jesus o havia planejado. Daí percebemos que nem todos são enviados a proclamar a obra do Senhor, mas todos são chamados à obediência que lhe é devida.

São Paulo VI, em sua homilia sobre o dia mundial do leproso, disse: "O gesto afetuoso de Jesus, que Se aproxima dos leprosos para os reconfortar e curar, tem a sua expressão plena e misteriosa na sua Paixão. Torturado e desfigurado pelo suor de sangue, pela flagelação, pela coroação de espinhos, pela crucifixão; abandonado por aqueles que esqueceram o bem que Ele lhes tinha feito, na sua Paixão, Jesus identifica-Se com os leprosos, tornando-se sua imagem e símbolo."

Portanto, caríssimos, ainda nas palavras de são Paulo VI: "A Igreja sempre foi fiel à sua missão de anunciar a palavra de Cristo, unida a gestos concretos de misericórdia solidária para com os mais humildes, para com os últimos. Ao longo dos séculos, tem havido um crescendo de dedicação impressionante e extraordinária às pessoas afetadas pelas doenças humanamente mais repugnantes.

A história põe claramente em evidência que os cristãos foram os primeiros a preocupar-se com o problema dos leprosos. O exemplo de Cristo fez escola, e deu muitos frutos em atos de solidariedade, de dedicação, de generosidade e de caridade desinteressada."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

O PODER DA ORAÇÃO PURA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 1,29-39)(12/01/22)

Caríssimos, como ainda não atingimos a plenitude da perfeição das virtudes que nos fazem santos, continuamos em luta contra nós mesmos e contra os perigos que percebemos da parte do inimigo de nossas almas; no entanto, enquanto estivermos nestas batalhas diárias, o Senhor estará sempre conosco nos concedendo as graças e bênçãos necessárias para permanecermos em comunhão com Ele, é isso o que nos ensina esta liturgia de hoje.

Todavia, nesta luta interior e exterior, a arma fundamental é a oração pela qual encontramos o Senhor e com Ele dialogamos com a finalidade de permanecermos fiéis à sua santa vontade para assim vencermos todas as tentações e todos os males. Se percebermos bem, entenderemos que somos tão preciosos aos olhos de Deus que Ele sacrificou seu próprio Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, para nos dar a salvação eterna.

No Evangelho de hoje vemos o exemplo de oração de intercessão dos Apóstolos, do povo que trouxe seus enfermos e endemoniados para serem curados pelo Senhor Jesus, e o exemplo da oração do Senhor. Em todas essas situações vemos o quanto é fundamental esse dom e como o nosso Pai celestial responde a todas elas libertando e salvando a todos que o procuram por meio do Seu amado Filho.

São João Cassiano (sec. IV) assim escreveu sobre o dom da oração: "A oração modifica-se a cada instante, segundo o grau de pureza a que a alma chegou, mas também conforme a sua disposição atual, que pode ser espontânea ou devida a influências exteriores; e é certo que não permanece sempre idêntica a si mesma em cada pessoa.

Rezamos de forma diferente conforme temos o coração leve ou pesado de tristeza e desesperança; na embriaguez da vida sobrenatural ou na depressão de tentações violentas; quando imploramos o perdão dos nossos pecados ou quando pedimos uma graça, uma virtude, a cura de um vício; na compunção que o pensamento do inferno e o temor do juízo nos inspiram ou quando ardemos no desejo e na esperança dos bens futuros.

No meio de perigos e adversidades ou em paz e segurança; quando nos sentimos inundados de luz pela revelação dos mistérios do Céu ou quando estamos paralisados pela esterilidade da virtude e a secura do pensamento. Estes vários modos de oração serão seguidos por um estado ainda mais sublime e de elevação ainda mais transcendente: é um olhar só para Deus, um grande fogo de amor, onde a alma se funda e se afunda na santa dileção, entretendo-se com Deus como com um Pai, com enorme familiaridade, numa ternura de piedade toda especial."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

O SENHOR TEM TODO PODER...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 1,21b-28)(11/01/22)

Caríssimos irmãos e irmãs, a nossa vida é um misto de temporalidade e eternidade, em outras palavras, estamos no tempo a caminho da eternidade, e nesse percurso nos deparamos com o bem e com o mal, porém, depende de nossas escolhas e decisões a quem queremos servir, pois, tudo passa primeiro pelo crivo do nosso livre arbítrio para depois de decidido torna-se prática de vida.

Por isso, é fundamental a vida vivida em Cristo Jesus, "autor e consumador de nossa fé", porque somente Ele é a garantia da vitória sobre o inimigo de nossas almas, como afirma são Pedro quando indagado pelo Senhor: “Vós também vos quereis ir embora? Simão Pedro respondeu: A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”. (Jo 6,68-69).

No Evangelho de hoje, "Estando com seus discípulos em Cafarnaum, Jesus, num dia de sábado, entrou na sinagoga e começou a ensinar. Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei." Com efeito, por esse relato, se evidencia que Jesus é o Verbo de Deus, e sua Palavra tem todo poder sobre o céu e sobre a terra, porque é Palavra de vida eterna.

De certo, também nesse Evangelho vimos que o demônio reconhece o Senhorio de Jesus e o porquê de sua vinda, pois, o Senhor o expulsa da obra da criação destruindo as suas ações, como relata são Marcos: "Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito mau. Ele gritou: “Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus”. Jesus o intimou: “Cala-te e sai dele!”"

Portanto, caríssimos, o seguimento de nosso Senhor Jesus Cristo, é a garantia da nossa salvação eterna, ou seja, da nossa entrada no Reino de Deus, pela imortalidade de nossas almas para assim contemplarmos eternamente a Face de Deus como seus filhos e filhas. Destarte, peçamos ao Senhor Jesus a graça da perseverança final para usofluírmos do benefício da nossa redenção conquistado pelo seu sacrifício de cruz.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

O CHAMADO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 1,14-20)(10/01/22)

Caríssimos, quem não dá sentido a vida não sabe porque vive nem para onde vai depois do tempo aqui vivido. De fato, não somos frutos do acaso, pelo contrário, nós fomos muito bem pensados por Deus ao nos criar "à sua imagem e semelhança", por isso, a vida perde todo sentido de ser quando não é vivida para Deus por amor a Cristo que nos salvou.

No Evangelho de hoje o Senhor Jesus vai ao encontro de Pedro e André, Tiago e João, os chama para serem pescadores de homens, ou seja, para dar pleno sentido às suas vidas, desse modo, eles sabem muito bem como devem servir a Deus, deixando os próprios planos para seguir o plano de Deus na pessoa do Seu Filho, Jesus Cristo.

Com efeito, se percebermos bem veremos que os primeiros discípulos viviam naturalmente as suas escolhas, ou seja, tinham família, empresa de pesca, amigos, filhos; e no entanto deixaram tudo para seguir o chamado do Senhor com alegria e determinação, como vemos neste relato: "Jesus lhes disse:“Segui-me e eu farei de vós pescadores de homens”. E eles, deixando imediatamente as redes, seguiram a Jesus."

Amados irmãos e amadas irmãs, é triste viver neste mundo sem se deixar chamar pelo Filho de Deus, talvez por buscarem as vantagens materiais que este mundo oferece, talvez por não levar em conta a vida eterna, e quem sabe até por não acreditarem nela. Ora, o que seria da vida humana se não houvesse a esperança da vida eterna? Seria a pior das tragédias, ter a consciência de que vamos morrer e nada mais.

Portanto, caríssimos, não sabemos quanto tempo ainda temos neste mundo, todavia, se continuarmos a seguir o Senhor Jesus nos seus divinos propósitos a nosso respeito, seremos elevados da condição de simples mortais ao viver eterno na presença de Deus contemplando-o face a Face, pois, esta é a promessa que Dele recebemos: "Verão a sua face e o seu nome estará nas suas frontes." (Ap 22,4).

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 9 de janeiro de 2022

HOMILIA DA FESTA DO BATISMO DO SENHOR...


 Homilia da Festa do Batismo do Senhor

Caríssimos, qual é mesmo o sentido do Sacramento do Batismo? A resposta é simples e direta, nascer da água e do Espírito Santo, isto é, nascer na ordem da graça para a vida eterna, pois, não basta nascermos naturalmente, mas, como disse são João Batista: "É Cristo quem batiza no Espírito Santo e no fogo". Desse modo, compreendemos que o batismo é a Força Redentora de Cristo agindo em nossas almas.

De certo, no Evangelho de hoje escutamos: "Quando todo o povo estava sendo batizado, Jesus também recebeu o batismo. E, enquanto rezava, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre Jesus em forma visível, como pomba. E do céu veio uma voz: 'Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu bem-querer.'" Ou seja, essa manifestação da Santíssima Trindade autentica a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo como o Messias prometido e agora presente no meio de nós.

De fato, antes da vinda do Filho de Deus, o Espírito Santo ainda não tinha sido derramado sobre nós, todavia, depois do seu batismo que autentica a sua vinda, se cumpriu plenamente a promessa feita por Deus aos seus servos os Patriarcas e Profetas, desse modo, fomos gerados para uma vida nova, para nos mantermos em estado de graça até que façamos a nossa páscoa definitiva para o Reino dos céus.

Comentando esse Evangelho assim escreveu são Gregório de Nanzianzo: "Veneremos hoje o batismo de Cristo e celebremos dignamente esta festa. Permanecei inteiramente puros e purificai-vos sempre mais. Nada agrada tanto a Deus quanto o arrependimento e a salvação do homem, para quem se destinam todas as suas palavras e mistérios.

Sede como luzes no mundo, isto é, como uma força vivificante para os outros homens. Permanecendo como luzes perfeitas diante da Grande Luz, sereis inundados pelo esplendor dessa Luz que brilha no céu e iluminados com maior pureza e fulgor pela Trindade. Dela acabastes de receber, embora não em plenitude, o único raio que procede da única Divindade, em Jesus Cristo, nosso Senhor, a quem pertencem a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amém."

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 8 de janeiro de 2022

CONVEM QUE O SENHOR CRESÇA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 5,12-16)(07/01/22)

Caríssimos, de todas as virtudes o Senhor Jesus é a Fonte inesgotável, mas em sua humanidade escolheu a obediência e o amor ao Pai sobre todas as coisas, para nos libertar do pecado que mais ofende a Ele, que é a desobediência. No Evangelho de são João, disse o Senhor Jesus: "De mim mesmo não posso fazer coisa alguma. Julgo como ouço; e o meu julgamento é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou." (Jo 5,30).

Com efeito, na Carta aos Filipenses, são Paulo escreveu: "Dedicai-vos mutuamente a estima que se deve em Cristo Jesus. Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz." (Fil 2,5-8).

No Evangelho de hoje mesmo fazendo tantos prodígios e grandes milagres o Senhor Jesus recomendou que não os propagasse, pois, a obra da salvação não é um espetáculo, mais o meio para nos comunicar a vida eterna, como vemos a seguir: "Não obstante, sua fama ia crescendo, e numerosas multidões acorriam para ouví-lo e serem curadas de suas enfermidades. Ele, porém, se retirava para lugares solitários e se entregaava à oração." 

Portanto, caríssimos, quem vive segundo a Vontade de Deus, jamais busca os holofotes e as glórias deste mundo, mas transparece Cristo como nos ensinou São João Batista: "Ninguém pode atribuir-se a si mesmo senão o que lhe foi dado do céu. Vós mesmos me sois testemunhas de que disse: Eu não sou o Cristo, mas fui enviado diante dele. Nisso consiste a minha alegria, que agora se completa. Importa que ele cresça e que eu diminua." (Jo 3,27-30).

Destarte, todos os santos e santas seguiram o Senhor Jesus pela via da obediência como a via mais segura para chegar à perfeição, à santidade. De certo, muitos falam da vitória sobre o mal, todavia, como nos ensinou são João, essa vitória só é possível mediante a obediência aos Santos Mandamentos: "Eis o amor de Deus: que guardemos seus mandamentos. E seus mandamentos não são penosos, porque todo o que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé." 

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

A FÉ NOS PÕE NA PRESENÇA DO SENHOR JESUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Lc 4,14-22a)(06/01/22)

Caríssimos, ao meditarmos os santos Evangelhos e ouvirmos o Filho amado de Deus, nos pondo frente a frente com Ele e falando ao nosso coração, creio que nos sentimos como os habitantes de Nazaré se sentiram naquela Sinagoga como vimos na narração de são Lucas: "Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca." (Lc 4,22).

Bem como vemos no testemunho de são João: "O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos olhos, o que temos contemplado e as nossas mãos têm apalpado no tocante ao Verbo da vida - porque a vida se manifestou, e nós a temos visto; damos testemunho e vos anunciamos a vida eterna, que estava no Pai e que se nos manifestou -, o que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco. Escrevemo-vos estas coisas para que a vossa alegria seja completa." (1Jo 1,1-4).

De fato, experimentar a mesma graça que os discípulos experimentaram, viver as mesmas emoções que eles viveram, é ouvir do Senhor o que Ele disse a Tomé logo após a sua ressurreição: "Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé. Respondeu-lhe Tomé: Meu Senhor e meu Deus. Disse-lhe Jesus: Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto!" (Jo 20,27-29).

Amados irmãos e amadas irmãs, a fé viva que o Senhor Jesus nos comunica por meio do Espírito Santo nos Santos Sacramentos da Igreja, é mais que suficiente para vivermos na Sua presença, interagindo com Ele em todas as situações de nossa vida como no tempo do discípulos, pois, é isto o que nos ensina a Carta aos Hebreus: "Jesus Cristo é sempre o mesmo: ontem, hoje e por toda a eternidade." (Hb 13,8).

Portanto, caríssimos, nesse nosso tempo muitos usam o nome de Jesus, porém, poucos o conhecem e realmente interagem com Ele como deveriam fazer; e com isso, terminam pregando a si mesmos e apenas o que pensam do Senhor, porém, fazem isso sem a autenticidade do envio, ou seja, sem a devida autorização da Santa Igreja. Destarte, que o Senhor Jesus tenha piedade deles e de nós que aqui estamos, pois, todos precisamos da sua Divina Misericórdia.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

MILAGRES ORDINÁRIOS E EXTRAORDINÁRIOS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 6,45-52)(05/01/22)

Caríssimos, nós estamos acostumados com a nossa naturalidade e quando acontece alguma coisa fora dos limites do que podemos, logo dizemos que algo extraordinário aconteceu, e a isso chamamos milagre, ou seja, uma intervenção divina no nosso ordinário que muda totalmente para melhor a situação ou o que estamos vivendo. Ora, e na linguagem da fé, dizemos que ocorreu uma teofania, ou seja, uma ação direita de Deus.

No entanto, não podemos esquecer os milagres que diariamente fazemos, e neste sentido milagre é o bem que realizamos a todos que precisam e que os encontramos no nosso dia a dia. Por que dizemos que o bem é um milagre? Porque vivemos num mundo em que a maioria busca levar vantagem em tudo e por isso vê os outros como concorrentes que precisam ser eliminados para se atingir o objetivo desejado.

De certo, esta liturgia de hoje nos mostra o inverso deste mundo dividido, ela vem nos ensinar que somos irmãos e irmãs e que Deus é nosso Pai, por isso, precisamos nos amar porque somente assim experimentamos a Sua Presença conosco, bem como nos ensina são João na primeira leitura: "Caríssimos: se Deus nos amou assim, nós também devemos amar-nos uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece conosco e seu amor é plenamente realizado em nós."

No Evangelho de hoje vimos que depois do milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, o Senhor Jesus despediu as multidões e enviou os discípulos à sua frente mar a dentro, depois subiu a montanha para rezar. Pelas três horas da manhã retornou e percebeu que o vento forte fez o barco singrar para o alto mar, ao que foi ao encontro dos discípulos andando sobre as águas. 

De fato, foi um feito extraordinário a ponto dos discípulos ficarem espantados pensando que fosse um fantasma. "Mas Jesus logo falou: “Coragem, sou eu! Não tenhais medo! Então subiu com eles na barca, e o vento cessou." Ora, qual a lição que tiramos desse acontecimento? A Igreja é o barco da nossa salvação singrando no mar revolto deste mundo, precisamos estar atentos à presença do Senhor para não afundarmos quando atacados pelos ventos impetuosos das tribulações que nos chegam.

Destarte, ainda meditando com esse Evangelho de hoje, vemos o exemplo de oração do Senhor Jesus, nos ensinando que tudo é possível ao que crê, pois, foi para isso que Ele nos deu o dom da fé, que nos faz capazes até mesmo de andar sobre as águas se isso for necessário para a nossa salvação.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.


terça-feira, 4 de janeiro de 2022

A EXPERIÊNCIA DO ENCONTRO COM O SENHOR JESUS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 6,34-44)(04/01/22)

Caríssimos, a experiência do encontro com o Senhor Jesus se dá no mais íntimo de nossas almas; é algo tão envolvente que desejamos que seja permanente, é como uma sensação estável de felicidade sem fim, a ponto de podermos dizer: Senhor se o mundo acabasse hoje eu morreria profundamente feliz por ter te encontrado e me deixado encontrar por Ti.

De fato, nesse nosso mundo oprimido pelo pecado quase não se tem esperança de que haja alguma mudança para melhor; todavia, quando encontramos pela fé o Senhor Jesus e vivemos como seus verdadeiros discípulos, tudo muda, porque Ele nos dá a segurança que não temos por nós mesmos, como vimos no Evangelho de hoje em que os discípulos ficaram preocupados com a multidão faminta; no entanto, ao buscarem no Senhor uma solução, o milagre aconteceu a partir do pouco que tinham e que lhe apresentaram generosamente, desse modo, o Senhor o multiplicou saciando a todos.

Com efeito, a fé nos proporciona esse encontro com o Senhor Jesus em cada momento do nosso viver seja pela oração pessoal, seja nos Santos Sacramentos, ou na escuta e prática da Sua Palavra; lembrando que rezar é sempre um encontro, um diálogo filial no qual expomos nossa vida, o que desejamos e que Nele buscamos para seguir testemunhando o quanto Ele é misericordioso para conosco. Por isso, é fundamental nunca esquecer que vivemos na sua presença ainda que o mundo e os acontecimentos adversos queiram dizer que não.

Na primeira leitura de hoje o discípulo amado nos ensina de onde vem a certeza de que Deus está conosco e que nos dar a conhecer o seu querer para interagirmos com Ele e entre nós: "Caríssimos: amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. Quem não ama não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor. Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele."

E acrescenta: "Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados." (1Jo 4,7-10). Ou seja, é esse o sentido da nossa vida, vivermos com Cristo, por Cristo e em Cristo todos os dias de nossa vida como seus verdadeiros discípulos.

Portanto, caríssimos, peçamos ao Senhor Jesus, pela intercessão de Maria Santíssima, são José e todos os santos e santas a graça de permanecermos na sua presença em Sua Santa Igreja, como suas fiéis testemunhas até que façamos com Ele a nossa páscoa definitiva.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv. 

SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR...


 Solenidade da Epifania do Senhor (Mt 2,1-12)(02/01/22)

Caríssimos, a experiência da fé é vivida a partir das evidências que o Senhor Jesus nos dá da sua presença e das suas ações em nosso favor, por isso, é a convivência com Ele que ilumina as nossas ações sempre em vista da salvação de todos. O salmo desta liturgia traça um pequeno perfil do Senhor e do seu reinado, porém, com uma importante observação, Ele não é um Rei que se impõe pela força, mas sim por nos conceder usufruir da sua divina misericórdia.

Bem como nos ensina o salmo responsorial: "Libertará o indigente que suplica, e o pobre ao qual ninguém quer ajudar. Terá pena do indigente e do infeliz, e a vida dos humildes salvará." Ou seja, as ações do Senhor acontecem sempre em vista da nossa salvação ao buscarmos Nele as graças necessárias para nos mantermos fiéis até o fim no seu seguimento, permitindo que Ele reine em nossa vida.

Com efeito, é isso o que nos ensina são Paulo na segunda leitura: Irmãos, "Se ao menos soubésseis da graça que Deus me concedeu para realizar o seu plano a vosso respeito, e como, por revelação, tive conhecimento do mistério. Este mistério Deus não o fez conhecer aos homens das gerações passadas, mas acaba de o revelar agora, pelo Espírito, aos seus santos apóstolos e profetas: os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho." (Ef 3,2-3a.5-6).

De certo, no Evangelho de hoje são Lucas narra a visita dos sábios do oriente que lendo os sinais dados por Deus vieram adorar o menino Jesus como também trazer-lhe presentes proféticos, conforme o havia profetizado Isaías, e que aqui vemos seu cumprimento: "Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra."

Mas, atenção para a atitude nefasta do rei Herodes, pois, maleficamente tramava a morte do Filho de Deus. Esse fato nos mostra que toda autoridade que não obedece os planos de Deus para nossa salvação, age sempre perversamente tentado atrapalhar a obra da redenção. Todavia, a vontade de Deus jamais deixará de acontecer na íntegra por mais que os homens pequem deixado de cumprir os seus santos mandamentos.

Portanto, caríssimos, das duas uma, ou os homens se convertem e voltam para Deus totalmente, ou perderão o que há de mais precioso que Dele receberam, a vida eterna em Cristo. Destarte, que aprendamos com os sábios que vieram adorar o Senhor Jesus, a jamais seguir as sugestões dos Herodes deste nosso tempo, pois, eles carregam em si o veneno mortal do inferno que os detêm prisioneiros servindo ao inimigo de nossas almas.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 1 de janeiro de 2022

SOLENIDADE DE MARIA SANTÍSSIMA, MÃE DE DEUS...


 SOL. DE MARIA SANTÍSSIMA, MÃE DE DEUS (Lc 2,16-21)(01/01/22)

Caríssimos, hoje a Igreja celebra a Solenidade de Maria, Mãe de Deus, e nesta celebração vemos como a Onipotência Divina se revela na simplicidade de um estábulo e de uma manjedoura; e como a humildade de Maria, Mãe do Senhor, o acolheu na fragilidade das condições em que se encontrava "guardando tudo em seu coração", consciente de que estava realizando plenamente a Vontade de Deus Pai sem reivindicar nenhum privilégio ou ostentação.

Desse modo, compreendemos como Deus age nos humildes de coração e mesmo nas mínimas condições, faz o céu vir a terra e a terra ser elevada ao céu, coisa que somente Ele pode realizar, porém, contando com a nossa cooperação, como vimos com Maria e José, que o receberam neste mundo dentro do que a Providência lhes preparou.

De fato, são essas surpresas de Deus que nos faz conhecê-lo em nossa fragilidade que na verdade pode tudo por meio da virtude da humildade que recebe as suas graças multiplicando-as em favor da salvação de toda a humanidade. De fato, a Sagrada Família na gruta de Belém, mesmo sem o amparo dos benefícios deste mundo, recebeu da providência divina o auxílio e a presença dos anjos cantando cânticos celestiais com os quais anunciaram o nascimento do Filho de Deus, que veio a este mundo para nos salvar.

E nós, como o recebemos no espaço sagrado de nossas almas? Como o recepcionamos na manjedoura do nosso coração? "Quanto a Maria, guardava todos esses fatos e meditava sobre eles em seu coração." De certo, essa atitude da Mãe de Deus é o perfeito exemplo que precisamos seguir para que a Vontade de Deus se cumpra na simplicidade do nosso viver, para assim cumprirmos a nossa missão de revelar que Deus se faz realmente presente no meio de nós.

Portanto, caríssimos, "Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo que tinham visto e ouvido, conforme lhes tinha sido dito." Creio que a verdade eterna registrada em nossas almas no nosso batismo é como o conteúdo registrado na alma dos pastores ao receberam a visita dos anjos e os seguiram até a gruta de Belém onde adoraram o menino Jesus nos braços de sua Mãe, Maria Santíssima.

Destarte, unamo-nos à todos que com profunda devoção participam deste grande mistério da nossa salvação, o nascimento do Filho de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, nascido da Virgem Maria por obra e graça do Espírito Santo.

Um santo e feliz ano novo cheio das graças e bênçãos dos céus para todos.

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria OFMConv.

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