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sexta-feira, 31 de julho de 2020

A FÉ QUE PROFESSAMOS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,54-58)(31/07/20)

Caríssimos, a fé que professamos não comunga com interesses mesquinhos, privilégios, preconceitos e outras artimanhas do comportamento humano. Ela é simplesmente isenta de tudo isso, porque é dom do Espírito Santo e somente quem se dispõe a fazer a vontade de Deus e se deixa conduzir por Ele, é que a vive verdadeiramente.
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Com efeito, no Evangelho de hoje, Jesus se encontra com os seus compatriotas na Sinagoga e começou a ensina-lhes; todavia, por sua proximidade com eles logo foi recebido com admiração, mas também com desprezo, pois, diziam: “De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres? Não é ele o filho do carpinteiro? Então, de onde lhe vem tudo isso?” E ficaram escandalizados por causa dele."
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Ora, por essa atitude dos concidadãos de Jesus ao encontra-lo na Sinagoga, podemos realmente discernir em nós mesmos se vivemos a fé tal qual nos ensinaram os Apóstolos e a Igreja ao longo de mais de dois mil anos de sua prática.
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São João na sua primeira carta assim escreveu a respeito da vivência da da fé: "Eis como sabemos que conhecemos Jesus: se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz conhecê-lo e não guarda os seus mandamentos é mentiroso e a verdade não está nele. Aquele, porém, que guarda a sua palavra, nele o amor de Deus é verdadeiramente perfeito. É assim que conhecemos se estamos nele: aquele que afirma permanecer nele deve também viver como ele viveu." (1Jo 2,3-6). Ou seja, fazendo em tudo a vontade do Pai.
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Portanto, caríssimos, Deus não nos pede nada que não podemos praticar das suas virtudes infusas em nossas almas pela graça do batismo que recebemos, isto porque toda virtude praticada vem acompanhada dos frutos que geram em nossas almas, a santidade à qual o Senhor nos concede por elas.
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Destarte, cabe a nós acolher os dons gratuitos de Deus para não incorremos no mesmo erro dos concidadãos de Jesus que por preconceito e falta de fé o rejeitaram, à ponto do Evangelista chamar a atenção para este fato: "E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé." (Mt 13,58).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 30 de julho de 2020

ASSIM SERÁ NO FIM DOS TEMPOS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,47-53)(30/07/20)

Caríssimos, certa feita disse o Senhor: "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!" (Mt 5,6). Creio que uma das graças mais esperadas pelos filhos e filhas de Deus é o cumprimento da justiça divina; e de uma coisa fiquemos certos, ela se cumprirá na íntegra.
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Com efeito, é nesse dia eterno que veremos diretamente o que foi anunciado antecipadamente por Jesus na parábola da rede que recolhe peixes bons e ruins, ou seja, representados pelos justos e injustos que vivem neste mundo. Bem como disse o Senhor: "Assim acontecerá no fim dos tempos: os anjos virão para separar os homens maus dos que são justos, e lançarão os maus na fornalha de fogo. E aí, haverá choro e ranger de dentes." (Mt 13,49-50).
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São Pedro na sua segunda carta, nos dá o entendimento de como isso acontecerá: "Entretanto, virá o dia do Senhor como ladrão. Naquele dia os céus passarão com ruído, os elementos abrasados se dissolverão, e será consumida a terra com todas as obras que ela contém.
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Uma vez que todas estas coisas se hão de desagregar, considerai qual deve ser a santidade de vossa vida e de vossa piedade, enquanto esperais e apressais o dia de Deus, esse dia em que se hão de dissolver os céus inflamados e se hão de fundir os elementos abrasados!
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Nós, porém, segundo sua promessa, esperamos novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça. Portanto, caríssimos, esperando estas coisas, esforçai-vos em ser por ele achados sem mácula e irrepreensíveis na paz." (2Ped 3,10-14).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 29 de julho de 2020

A RESSURREIÇÃO NÃO É UMA QUIMERA, MAS SIM A VIDA ETERNA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 11,19-2)(29/07/20)
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Caríssimos, a Igreja hoje celebra a memória de Santa Marta, aquela que acolheu Jesus em sua casa e em sua alma, e quando da morte do seu irmão Lázaro, expressou sua autêntica profissão de fé em Jesus como o Messias enviado por Deus como Salvador da humanidade.
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"Então Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isto?” Respondeu ela: “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo” (Jo 11,25-27).
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Comentando esse Evangelho, disse o Papa Francisco: "Os «filhos do céu e da ressurreição» não são poucos privilegiados, mas são todos os homens e todas as mulheres, porque a salvação que Jesus trouxe é para cada um de nós. E a vida dos ressuscitados será semelhante à dos anjos (cf. v. 36), ou seja, toda imersa na luz de Deus, toda dedicada ao seu louvor, numa eternidade cheia de júbilo e de paz.
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Mas atenção! A ressurreição não é só o fato de ressuscitar depois da morte, mas é um novo gênero de vida que já experimentamos no hoje; é a vitória sobre o nada que já podemos antegozar. A ressurreição é o fundamento da fé e da esperança cristã!
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Se não houvesse a referência ao Paraíso e à vida eterna, o cristianismo reduzir-se-ia a uma ética, a uma filosofia de vida. Ao contrário, a mensagem da fé cristã vem do céu, é revelada por Deus e vai além deste mundo. Acreditar na ressurreição é essencial, para que cada um dos nossos atos de amor cristão não seja efêmero nem um fim em si mesmo, mas se torne uma semente destinada a desabrochar no jardim de Deus, e produzir frutos de vida eterna.
(Papa Francisco, Angelus, 6/11/16).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 28 de julho de 2020

QUEM TEM OUVIDOS PARA OUVIR, OUÇA".


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,36-43)(28/07/20)
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Caríssimos, a Parábola do trigo e do joio que meditamos nesse Evangelho de hoje, tata-se de umas das Parábolas escatológicas do Senhor Jesus, ou seja, que se refere ao final dos tempos, ao fim do mundo. Como Jesus a contara à multidão da qual fazia parte os discípulos, esses desejaram conhecer o sentido preciso da mesma, por isso, lhe pediram: “Explica-nos a parábola do joio!”
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"Jesus respondeu: “Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem. O campo é o mundo. A boa semente são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao Maligno. O inimigo que semeou o joio é o diabo. A colheita é o fim dos tempos. Os ceifadores são os anjos.
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Como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos: o Filho do Homem enviará os seus anjos e eles retirarão do seu Reino todos os que fazem outros pecar e os que praticam o mal; e depois os lançarão na fornalha de fogo. Ali haverá choro e ranger de dentes. Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça”.
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Portanto, caríssimos, a verdade a respeito do juízo final está exposta nessa parábola, por isso, "quem tem ouvidos para ouvir, ouça". Pois, o julgamento é isento de parcialidade, ou seja, é imparcial, onde a verdadeira justiça se cumprirá na íntegra; e não somos nós os julgadores; mas, sim, os julgados.
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Todavia, o justo Juiz dá o tempo presente que temos como meio de arrependimento e conversão para darmos os frutos das boas sementes do Seu Reino. "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça." (Mt 13,43b).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 27 de julho de 2020

AS PARÁBOLAS CONTADAS POR JESUS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,31-35)(27/07/20)

"Abrirei a boca para falar em parábolas; vou proclamar coisas escondidas desde a criação do mundo’." (Mt 13,35). Caríssimos é maravilhoso, é belíssimo escutar e buscar o sentido das Parábolas contadas por Jesus, o Filho de Deus. Esse meio pedagógico que Ele usa para anunciar a verdade eterna que nos salva, permanece gravado em nossas almas e dificilmente esquecemos.
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Com efeito, as parábolas contadas pelo Senhor são comparações tiradas do cotidiano, que nos levam a compreender os mistérios da nossa fé, ou seja, qual o sentido eterno da nossa vida, e qual o desenrolar dos acontecimentos presentes e futuros da história da nossa salvação.
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No Evangelho de hoje Jesus conta a parábola do grão de mostarda que mesmo sendo uma semente minúscula carrega dentro dela um potencial que supera em muito outras sementes bem maiores que ela. E no entanto o Senhor diz dela: "Assim é o Reino dos céus." De fato, certa feita já havia dito: "O Reino de Deus está dentro de vós." Ou seja, a alma humana parece pequena, mas na verdade é eterna porque nela habita o Espírito de Deus.
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O Senhor também conta a parábola do fermento na massa que uma mulher mistura para fermenta-la, assim Ele nos dá compreender que ao escutarmos a Sua Palavra e nos unirmos a Ele, crescermos na graça, no conhecimento, na sabedoria e na intimidade com o Pai para assim darmos os frutos do Seu Reino.
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Portanto, caríssimos, realmente somos muitos felizes em ouvir essas Parábolas que o Senhor Jesus nos conta com o intuito de que o sigamos fielmente na estrada da vida eterna.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 26 de julho de 2020

O REINO DOS CÉUS É SEMELHANTE À UMA PÉROLA DE GRANDE VALOR...


Homilia do XVI Dom. do tempo comum (Mt 13,44-52)(26/07/20)
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Caríssimos, todo ser humano sofre a tentação de possuir riqueza, fama e poder; todavia, felizes são aqueles que não se deixam levar por tal tentação. Com efeito, nesse nosso tempo midiático a grande tentação é tornar-se celebridade, custe o que custar, para se manter na fama adquirida e na mídia para assim angariar mais seguidores, curtidas e dividendos.
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No Evangelho de hoje Jesus nos ensina qual seja o verdadeiro tesouro da nossa vida, aquele do Reino dos Céus; e para enconta-lo o único caminho é o da renúncia de si mesmo e de tudo o que se interpõe entre nós e Ele.
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O Santo Padre, o Papa Francisco, comentando esse Evangelho, disse: "Nosso Senhor Jesus Cristo insistiu muitas vezes no seguinte: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me» (Mt 16,24). E noutra passagem: «Se queres ser perfeito, vende o que tens e dá o dinheiro aos pobres»; e acrescenta : «depois, vem e segue-Me» (Mt 19,21)."
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Para aquele que sabe compreender, a parábola do negociante quer dizer a mesma coisa: «O Reino dos Céus é semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas. Ao encontrar uma de grande valor, foi vender tudo quanto possuía e comprou essa pérola».

A pérola preciosa designa indubitavelmente o Reino dos Céus, e o Senhor mostra-nos que nos é impossível obtê-lo se não abandonarmos tudo o que possuímos: riqueza, glória, nobreza de nascimento e tudo aquilo que tantos outros buscam avidamente.
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O Senhor declarou ainda que é impossível ocuparmo-nos convenientemente do que fazemos quando o nosso espírito é solicitado por coisas diversas: «Ninguém pode servir a dois senhores», disse (Mt 6,24). Trata-se, sobretudo, de nos tornarmos semelhantes a Cristo, «que, sendo rico, Se fez pobre» por nós (2Cor 8,9)."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 25 de julho de 2020

FESTA LITÚRGICA DE SÃO TIAGO MAIOR...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 20,20-28)(25/07/20)

Caríssimos a Igreja celebra hoje a Festa litúrgica de São Tiago Maior. "Nasceu em Betsaida; era filho de Zebedeu e irmão do apóstolo João. Esteve presente nos principais milagres realizados por Cristo. Foi morto por Herodes, cerca do ano 42. É venerado com grande devoção em Compostela (Espanha), onde se ergue uma célebre basílica dedicada a seu nome." (Liturgia das horas).
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Com efeito, vendo a história deste Apóstolo percebemos à princípio o quanto somos frágeis ao aspiramos vantagens pessoais nas nossas relações com Deus e entre nós. No entanto, basta encontrarmos o Senhor com o desejo de fazer a vontade do Pai, tudo muda em nossa vida, pois, nos tornamos capazes de sofrer até o martírio por amor a Cristo como ele sofreu.
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No Evangelho de hoje diante da oração interesseira da mãe de Tiago e João, Jesus os fez compreender que existimos em função da salvação eterna de todos e não somente da nossa salvação. Por isso, lhes perguntou: "Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber?”
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"É a propósito desse cálice que o próprio Senhor Se exprime assim no Evangelho: «Meu Pai, se é possível, afasta de Mim este cálice» (Mt 26,39). Referia-Se à morte que iria sofrer pela salvação do mundo. Por isso diz: «Elevarei o cálice da salvação», isto é, todo o meu ser se lança sedento para a consumação do martírio, a ponto de ver nos tormentos sofridos nos combates do amor filial um repouso para a alma e para o corpo, e não um sofrimento." (são Basílio séc. IV).
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Portanto, caríssimos, traduzindo todo esse legado em prol da salvação eterna da humanidade, Jesus nos deu a conhecer qual o verdadeiro propósito de um discípulo, seguir em tudo seu Senhor: "Quem quiser tornar-se grande, torne-se vosso servidor; quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo. Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos”. (v. 26-28).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 24 de julho de 2020

EXPLICANDO A PARÁBOLA DO SEMEADOR...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,18-23)(24/07/20)
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A vida em Cristo Jesus é fruto da assimilação da sua Palavra posta em prática. Isto significa sermos conduzidos por Ele para fazermos em tudo a Vontade do Pai. No Evangelho de hoje Jesus explica aos discípulos o sentido da Parábola do semeador; e em sua explicação fala apuradamente dos tipos de terrenos que acolhem as sementes de sua Palavra e em que resulta esse acolhimento.
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"Com efeito, Jesus faz, por assim dizer, uma «radiografia espiritual» do nosso coração, que é o terreno sobre o qual a semente da Palavra cai. O nosso coração, como um terreno, pode ser bom e então a Palavra dá fruto — e muito — mas também pode ser duro, impermeável. Isto acontece quando ouvimos a Palavra, mas ela escorrega, precisamente como numa estrada asfaltada: não entra."

"Entre o terreno bom e a estrada, o asfalto, há contudo dois terrenos intermédios que, de maneiras diversas, podemos ter em nós. O primeiro, diz Jesus, é o pedregoso. Tentemos imaginar: um terreno pedregoso é um terreno «onde não há muita terra» (cf. v. 5), e portanto a semente germina, mas não consegue ganhar raízes profundas.

É assim o coração superficial, que acolhe o Senhor, quer rezar, amar e testemunhar, mas não persevera, cansa-se e não cresce. É um coração sem consistência, no qual as pedrinhas da preguiça prevalecem sobre a terra boa; onde o amor é inconstante e passageiro. Mas quem acolhe o Senhor só quando lhe apetece, não dá fruto.
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Depois, há o último terreno, aquele espinhoso, cheio de sarças que sufocam as plantas boas. O que representam estas sarças? «A preocupação do mundo e a sedução da riqueza» (v. 22), assim diz Jesus, explicitamente.
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As sarças são os vícios que estão em contraste com Deus, que sufocam a sua presença: antes de tudo os ídolos da riqueza mundana, viver avidamente, para si mesmos, pelo ter e pelo poder. Se cultivarmos estas sarças, sufocamos o crescimento de Deus em nós.
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Cada um pode reconhecer as suas sarças pequenas ou grandes, os vícios que habitam no seu coração, aqueles arbustos mais ou menos radicados que não agradam a Deus e impedem que se tenha o coração limpo. É necessário arrancá-los, senão a Palavra não dará fruto, a semente não crescerá." (Papa Francisco).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 23 de julho de 2020

MUITOS PROFETAS E JUSTOS DESEJARAM VER O VÓS VEDES E NÃO VIRAM...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 13,10-17)(23/07/20)
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"Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram, desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram”. Caríssimos, essa é a Palavra do Senhor para nós que estamos vivendo esse tempo de prova, mas também de graça, pois, são nas provações que o Senhor nos faz sentir ainda mais o quanto Ele está presente em nossa vida. Por isso, tudo o que Ele quer de nós é a obediência e a fidelidade aos seus santos mandamentos.
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Na primeira leitura de hoje o Senhor mostra ao povo eleito quais os motivos que os levou às desgraças que estão sofrendo: “Dois pecados cometeu meu povo: abandonou-me a mim, fonte de água viva, e preferiu cavar cisternas, cisternas defeituosas que não podem reter água”. Ou seja, trocaram a fé verdadeira pelas ideológias e práticas abomináveis daqueles que os circundava.
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Com efeito, comparar as circunstâncias e práticas do tempo do Profeta Jeremias com o nosso não é mera coincidência, mas uma clara evidência de que não aprendemos com os erros do passado para evitar cometê-los no presente.
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No Evangelho de hoje Jesus explica aos discípulos porque fala ao povo em parábolas: "Porque o coração deste povo se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos, para não ver com os olhos nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração, de modo que se convertam e eu os cure’."
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Caríssimos, peçamos ao Senhor para não repetirmos esses mesmos erros, mas, ao contrário, sejamos fiéis a Ele nas pequenas coisas, pois quem é fiel nas pequenas coisas também será nas grandes; e quem é infiel nas pequenas coisas também será nas grandes.
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Por fim, escutemos o Senhor: "Portanto, quem der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante de meu Pai que está nos céus. Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus." (Mt 10,32-33).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 22 de julho de 2020

REALMENTE JESUS VEIO PARA SALVAR O QUE ESTAVA PERDIDO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Jo 20,1-2.11-18)(22/07/20)
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Caríssimos, a Igreja hoje celebra a Festa litúrgica de santa Maria Madalena, que comprovadamente, segundo os relatos dos Evangelhos, foi a primeira anunciadora do maior acontecimento da história da humanidade, a ressurreição de Jesus. Pelo seu exemplo de vida, vemos como Jesus transforma a nossa vida, para seguirmos com Ele rumo ao infinito do seu amor, ao Reino dos céus.
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Maria Madalena foi a prostituta, da qual Jesus expulsou sete demônios (cf. Lc 8,2), transformando-a em uma fiel seguidora e apóstola de Sua ressurreição. "Ela é mencionada entre os discípulos de Cristo, auxiliando-os com suas posses (cf. Lc 8,2-3); esteve presente ao pé da cruz (cf. Mt 28,1) e mereceu ser a primeira a ver o Redentor resuscitado na madrugada do dia de Páscoa (cf. Mc 16,9)." (Liturgia das horas).
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Comentando esse Evangelho, o Santo Padre, o Papa Gregório Magno (Sec. VI), nos mostra que foi o ardente amor de Maria Madalena por Jesus e sua perseverança em procura-lo em sua sepultura que a fez encontrá-lo ressuscitado ao ouvi-lo chamar o seu nome: "Então Jesus disse: Maria" (Jo 20,16).
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"Foi como se lhe dissesse abertamente: 'Reconhece aquele por quem és reconhecida. Não é entre outros, de maneira geral, que te conheço, mas especialmente a ti.' Maria, chamada pelo próprio nome, reconhece quem lhe falou; e imediatamente exclama: Rabuni, que quer dizer Mestre (Jo 20,16). Era ele a quem Maria Madalena procurava exteriormente; entretanto, era ele que a impelia interiormente a procurá-lo."
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Portanto, caríssimos, Deus se fez homem, por seu Filho, Jesus Cristo, no ventre de sua Mãe, a Virgem Maria; entrou em nossa finitude, em nossa natureza para nos dar a certeza de que a vida é eterna, por isso, podemos nos alegrar como Maria Madalena o fez ao encontrar Jesus Ressuscitado e Nele permanecer, porque muito o amou.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 20 de julho de 2020

A FÉ NÃO PRECISA DE SINAIS, ELA JÁ É O SINAL...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 12,38-42)(20/07/20)

Caríssimos, a fé é um dom do Espírito Santo, que por Sua ação realiza prodígios inimagináveis na vida dos que creem, como afirmou o Senhor (cf. Mc 9,27), sobretudo naqueles que fazem a experiência da cura e da libertação dos males que os atormentavam. Frases como estas: "Tudo é possível ao que crê; vai em paz a tua fé te salvou; não tenhas medo, mas, somente creia; ainda não tendes fé?" Etc,. São encontradas constantemente no Ministério Sacerdotal de Jesus .
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Com efeito, os sinais e prodígios que o Senhor realiza são a comprovação da autenticidade de sua missão como o Messias enviado por Deus, bem como o cumprimento das profecias à seu respeito (cf. Is 35). Quando a multidão via as palavras de Jesus se realizarem tal como as pronunciava, logo sentia-se envolvida pela veracidade dos seus atos e "glorificava a Deus por ter dado esse poder aos homens." (Mc 9,8).
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No Evangelho de hoje, "alguns mestres da Lei e fariseus disseram a Jesus: “Mestre, queremos ver um sinal realizado por ti”. Jesus respondeu-lhes: “Uma geração má e adúltera busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal do profeta Jonas." Ou seja, como vimos, a finalidade dos sinais realizados por Jesus não são um espetáculo a parte ou uma demonstração de algo extraordinário, mas sim a revelação da vontade de Deus predita pelos profetas (cf. Is 35; Am 3,7).
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Portanto, caríssimos, como meditamos no Evangelho de são João: Jesus é o Verbo de Deus; Sua Palavra eterna que se fez carne; em quem e por quem todas as coisas foram criadas (cf. Jo 1,1.3); Ele é aquele que renova todas as coisas (cf. Ap 21,5). Nele tudo ganha um sentido eterno (cf. Ef 1,10). Ele é o autor e consumador da nossa fé e o realizador da nossa salvação.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 19 de julho de 2020

AS PARÁBOLAS DE JESUS...


Homilia do XVI Dom. do tempo comum (Mt 13,24-43)(19/07/20)
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Caríssimos, as parábolas contadas por Jesus, fazem parte da sua pedagogia divina, baseada em comparações do cotidiano, para transmitir seus ensinamentos a respeito da vivência da fé, da convivência fraterna e dos acontecimentos presentes e futuros. Todavia, é importante salientar que o Senhor não as explicava publicamente, mas sim aos discípulos à quem cabia a missão evangelizadora depois de sua ascensão aos céus.
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No Evangelho de hoje Jesus conta três parábolas tiradas do cotidiano daquele povo com o intuito de instruir-lhe a respeito do Reino dos Céus. A parábola do trigo e do joio, da semente de mostrada e do fermento na massa.
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A primeira parábola diz respeito a evangelização em vista do juízo final, ou seja, é uma parábola escatológica, onde a semente boa é a Palavra de Jesus; enquanto que as sementes de joio são as ideologias semeadas pelo maligno, que no juízo final serão extirpadas para sempre.
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Na segunda parábola o Senhor ensina a respeito da Evangelização que começa pequenina como um grão de mostrada, mas misteriosamente cresce pela ação do Espírito Santo que lhe concede todas as graças necessárias para dar abrigo aqueles que se convertem e passam a fazer parte do Reino de Deus.
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Por último, Ele conta a parábola da porção de fermento misturada à três medidas de massa; nesta parábola o Senhor certamente contou com a participação de Maria, vendo-a preparar o bolo que tantas vezes os alimentava. Ou seja, Jesus nos ensina a ver nos simples acontecimentos da vida a presença do Reino dos Céus para nele nos firmarmos e darmos frutos de vida eterna.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 18 de julho de 2020

NÃO RESISTAIS AOS MAUS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 12,14-21)(18/07/20)
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Queridos Irmãos e irmãs, meditando o Evangelho de hoje vemos quanta cegueira espiritual existe nas almas escravisadas pelo pecado à ponto de não discernirem o que é o bem, mas confundi-lo com o mal, e por isso, usam todo tipo de falcatruas e tramas ilícitas com o propósito de destruir o bem e matar o Senhor da vida.
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De fato, o pecado é a porta de entrada do maligno nas almas; por isso, peçamos ao Senhor para vivermos em estado de graça, pois, sempre que o comungamos nesse estado nos tornamos um só com Ele; e aonde Ele habita, não existe espaço para o mal.
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Caríssimos, que lições de vida tiramos desse Evangelho de hoje? Digamos que muitas, mas de modo especial enfatizemos duas, as quais o Senhor Jesus já nos havia ensinado no Sermão da Montanha: "Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus! Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus!" (Mt 5,9-10).
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A segunda lição consiste em que a vontade de Deus posta em prática vence toda resistência do mal, bem como vimos na atitude de Jesus: "Os fariseus saíram e fizeram um plano para matar Jesus. Ao saber disso, Jesus retirou-se dali. Grandes multidões o seguiram, e ele curou a todos." Ou seja, ninguém jamais pode impedir o bem que vem de Deus, uma vez que os seus santos desígnios são para sempre.
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Portanto, caríssimos, escutemos atentamente o Senhor e ponhamos em prática a sua divina Palavra: "Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós." (Mt 5,11-13).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 17 de julho de 2020

NÃO JULGUEIS ANTES DO TEMPO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA(Mt 12,1-8)(17/07/20)
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Caríssimos a Lei de Deus existe em função do bem de todos, ou seja, para suprir a necessidade de justiça que temos, e por isso, ela ajuda a lei natural à ser cumprida na íntegra. Dado à isso é que Jesus respondeu aos contestadores dos discípulos que os acusaram de violarem o sábado: "Se tivésseis compreendido o que significa: ‘Quero a misericórdia e não o sacrifício’, não teríeis condenado os inocentes." (Mt 12,7).
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Com efeito, nenhuma lei seja ela natural, divina ou positiva (criada pelo homem) usadas para regular o comportamento humano, pode deixar de lado as virtudes próprias que as sustenta. No Evangelho de hoje Jesus lembra aos mestres da Lei e fariseus que a virtude da misericórdia nos isenta do mal juízo e da condenação de inocentes.
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Quando o Senhor Jesus diz esta frase: "De fato, o Filho do Homem é senhor do sábado”." (Mt 12,8), Ele fala como legislador divino porque é o Filho de Deus que se fez homem e veio a este mundo para nos salvar; Ele é a Palavra viva e incontestável do Pai, sua autoridade visa sempre a salvação dos homens, por isso, nunca age ou se comporta fora deste desígnio.
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Caríssimos, existe em nós uma tendência de querer julgar tudo e todos segundo a nossa justiça, e com isso, não percebemos que sempre que julgamos assim carregamos em nossas almas os pecados julgados e a condenação destilada contra aqueles que cometeram tais pecados.
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Na primeira Carta aos Coríntios, assim escreveu são Paulo: "[Irmãos], não julgueis antes do tempo; esperai que venha o Senhor. Ele porá às claras o que se acha escondido nas trevas. Ele manifestará as intenções dos corações. Então cada um receberá de Deus o louvor que merece."
(1Cor 4,5).
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Ora, isso não significa que somos coniventes com os pecados cometidos neste mundo, pelo contrário, os reprovamos veementemente, todavia, que façamos isso sem perder o senso da misericórdia e do amor de Deus que sempre perdoa todos os que o procuram contritos e arrependidos de coração.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 16 de julho de 2020

MINHA MÃE E MEUS IRMÃOS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 12,46-50)(16/07/20)
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Caríssimos, no Evangelho de hoje ouvimos Jesus dizer: “Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. Ora, essas palavras de Jesus jamais poderão ser interpretadas como uma negação de sua família natural; mas sim como uma afirmação dessa e a inclusão nela de todos os que Nele creem.
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No entanto, aqueles que carregam na alma o espírito de divisão, tendem a querer dividir tudo e todos, por isso, não conseguem compreender as palavras de Jesus com o mesmo sentido que Ele fala. De fato, quem age assim costuma formar partidos, disputas, querelas e tantos outros comportamentos não condizentes com o Espírito do Senhor.
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O santo Padre, o Papa Francisco, comentando esse Evangelho, disse: "Jesus formou uma nova família, já não baseada nos vínculos de sangue, mas na fé n’Ele, no seu amor que nos acolhe e nos une, no Espírito Santo. Todos aqueles que acolherem a palavra de Jesus são filhos de Deus e irmãos entre si.
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Acolher a palavra de Jesus torna-nos irmãos entre nós, faz de nós a família de Jesus. Falar mal dos outros, destruir a fama dos outros, torna-nos a família do diabo. Aquela resposta de Jesus não é uma falta de respeito para com a sua mãe e os seus familiares. Aliás, para Maria é o maior reconhecimento, pois precisamente ela é a discípula perfeita que obedeceu em tudo à vontade de Deus.
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Que a Virgem Mãe nos ajude a viver sempre em comunhão com Jesus, reconhecendo a obra do Espírito Santo que age n’Ele e na Igreja, regenerando o mundo para a vida nova." (Papa Francisco, Angelus, 10/07/18).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 15 de julho de 2020

A VIRTUDE DA HUMILDADE É O MODO DE SER DOS FILHOS E FILHAS DE DEUS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 11,25-27)(15/07/20)
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Caríssimos, quem de nós não deseja viver no céu, na plenitude da glória de Deus? Essa é a sua grande promessa à todos os que fazem a Vontade do Senhor acolhendo humildemente os seus desígnios por meio da fé recebida no batismo e posta no Seu diletíssimo Filho, Jesus Cristo.
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Na primeira leitura de hoje o Profeta Isaías revela a tragédia do povo eleito por ter disfeito a sua aliança com o Senhor, se entregado à práticas nefastas à ponto de dispertar a ira divina sobre si. Por outro lado, vemos os opressores daquele povo imersos no orgulho e na prepotência que os fez perder o senso de correção e de justiça, por isso, também eles pereceram.
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Com efeito, esses dois contrastes paralelos que vimos na primeira leitura nos leva a refletir sobre o Evangelho deste dia, no qual Jesus nos ensina por sua oração o quanto precisamos da humildade para recebermos as suas graças e nos manter fiéis a aliança de amor que fizemos com Ele mediante o nosso batismo.
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Vejamos, então, como o Senhor Jesus se dirige ao Pai Celeste nos revelando como Ele faz para conter os "sábios e entendidos" deste mundo, mostrando-lhes o quanto é falsa a pretensa sabedoria humana que se funda na incredulidade e na arrogância, tornando-se inútil em todos os sentidos da vida. Por isso, tal sabedoria nunca revela o amor de Deus nem seu poder salvador.
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Portanto, caríssimos, felizes são aqueles que ouvem a Palavra do Senhor Jesus e a põe em prática se unindo à Ele até o fim, pois todos seremos julgados pelo que vivemos neste mundo de bom ou de ruim (cf. 2Cor 5,10).
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Destarte, rezemos com o salmista esta bela oração do Salmo 14: "Senhor, quem morará em vossa casa e em vosso Monte santo habitará?’ É aquele que caminha sem pecado e pratica a justiça fielmente; que pensa a verdade no seu íntimo e não solta em calúnias sua língua; que em nada prejudica o seu irmão, nem cobre de insultos seu vizinho; Jamais vacilará quem vive assim!"
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 14 de julho de 2020

A CONFIANÇA INABALÁVEL NAS PROMESSAS DE DEUS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA(Mt 11,20-24)(14/07/20)
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Caríssimos irmãos e irmãs, a liturgia de hoje nos exorta para a confiança total nas promessas de Deus, porque Ele é fiel e cumpre sempre o que nos promete. Na primeira leitura o Profeta Isaías se dirige ao rei Acaz que estava sofrendo as ameaças do seus inimigos, e o exorta à manter-se confiante no Senhor, pois Ele é a única e segura proteção para os todos os que Nele confiam. Porque, como disse o Profeta: "Se não confiardes, não podereis manter-vos firmes’."
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No Evangelho de hoje Jesus repreende as cidades que foram evangelizadas por Ele, mas, não se converteram apesar de terem visto e ouvido as maravilhas que Ele operava como o Messias, o enviado do Pai. São João se referindo a autenticidade da fé em Jesus e o que dela resulta, escreveu: "Aquele que crê no Filho de Deus tem em si o testemunho de Deus.
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E o testemunho é este: Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está em seu Filho. Quem possui o Filho possui a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. Isto vos escrevi para que saibais que tendes a vida eterna, vós que credes no nome do Filho de Deus."
(1Jo 5,10-13).
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Portanto caríssimos, o nosso testemunho de fé tem como fundamento unicamente a Palavra viva de Deus que foi confiada por Ele à Sua santa Igreja. São Paulo se referindo à isso, escreveu ao seu leal discípulo Timóteo: "Tu, porém, permanece firme naquilo que aprendeste e creste. Sabes de quem aprendeste. E desde a infância conheces as Sagradas Escrituras e sabes que elas têm o condão de te proporcionar a sabedoria que conduz à salvação, pela fé em Jesus Cristo.
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Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela, o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra." (2Tm 3,14-17). E são Paulo ainda acrescenta: "Por que quem conheceu o pensamento do Senhor, e se abalançará a instruí-lo (Is 40,13)? Nós, porém, temos o pensamento de Cristo." (1Cor 2,16).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 13 de julho de 2020

SEM RENÚNCIA NÃO EXISTE COERÊNCIA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 10,34 – 11,1)(13/07/20)
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Caríssimos, para ouvir serenamente as palavras de Jesus no Evangelho de hoje é preciso deixar de lado todo tipo de interpretação subjetiva, não somente de suas palavras, mas também de toda a Sagrado Escritura. De fato, ao ouvir o Senhor façamos como os discípulos o fizeram, desse modo, entenderemos o perfeito sentido dos mandamentos de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
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Na primeira leitura de hoje o Profeta Isaías revela que é abominável aos olhos do Senhor a prática religiosa hipócrita, isto é, infestada de incoerências e interesses mesquinhos. Diz o Profeta: "Lavai-vos, purificai-vos. Tirai a maldade de vossas ações de minha frente. Deixai de fazer o mal! Aprendei a fazer o bem! Procurai o direito, corrigi o opressor. Julgai a causa do órfão, defendei a viúva."
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Em outras palavras, isto significa que a verdadeira prática da fé nos leva à santidade de vida, porque nasce da renúncia de tudo o que antepomos à vontade do Senhor, ou seja, de todos os apegos e afetos não condizentes com a verdadeira prática da fé.
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Portanto, caríssimos, para seguirmos fielmente nosso Senhor Jesus Cristo, é preciso renunciar a nós mesmos e a tudo o que nos leva à incoerência e ao apego desordenado, isto porque para seguir o Senhor é necessário que o amemos incondicionalmente, ou seja, até as últimas consequências.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 12 de julho de 2020

A PRÁTICA REALIZA A PALAVRA...


Homilia do XV Dom do tempo comum (Mt 13,1-23)(12/07/20)
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Caríssimos a liturgia deste domingo é toda dedicada à Palavra de Deus; de fato, a Sua Palavra é a Sua Voz escrita pelo Espírito Santo que nos fala diretamente para que não tenhamos dúvidas (cf. 2Pd 1,20-21). Por isso, toda interpretação subjetivista da Palavra de Deus é falsa, porque é uma deturpação do que Deus fala.
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No Evangelho de hoje Jesus conta a Parábola do Semeador que saiu a semear nos campos disponíveis as boas sementes geradoras de vida; todavia, muitas delas se perderam porque tais campos não estavam preparados para receberem a semeadura; esses campos são representados por aqueles que se tornaram presas fáceis do maligno; pelos os que não foram perseverantes nas perseguições, e pelos que as sufocaram com as vãs preocupações e os interesses deste mundo.
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Com efeito, ao fazer tal analogia Jesus revela que Ele é o semeador, as sementes são a Palavra de Deus e os campos que as recebe são todos os seres humanos que vivem neste mundo. Como vimos, quatro são os campos disponíveis, porém, destes somente um acolhe as sementes devidamente e dão frutos cem, sessenta e trinta por um. Ou seja, O bom campo são aqueles que escutam a Palavra e logo à põem em prática sem alarde.
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Portanto, caríssimos a conclusão que tiramos desta liturgia é a de que a Palavra de Deus é eficaz e sempre se realiza não obstante os obstáculos que se levantam contra ela, mas nada disso impede a sua total realização. Quanto à nós, de fato, somos Sua Palavra realizada à medida que somos o bom campo onde Ele a semea para darmos os frutos da vida eterna que ela gera.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 11 de julho de 2020

EVANGELIZAÇÃO, A VERDADE PERSEGUIDA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 10,24-33)(11/07/20)
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Caríssimos irmãos e irmãs, na primeira leitura de hoje quando do chamado de Deus ao Profeta Isaías, o mesmo teve uma visão do Senhor e cheio de temor, disse: “Ai de mim, estou perdido! Sou apenas um homem de lábios impuros, mas eu vi com meus olhos o rei, o Senhor dos exércitos”.
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Ora, essa atitude temerosa de Isaías é um grande ensinamento para nós, isto porque nos acostumamos com as coisas de Deus e facilmente saímos da sua presença não percebendo quão grandiosas elas são e por isso pouco interagimos com Ele e também pouco usufluimos de suas graças e de suas bênçãos. No entanto, como vimos, Isaías por seu temor alcançou o perdão, a purificação e confirmação da sua vocação profética.
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No Evangelho desta liturgia exortando os Apóstolos no seu seguimento Jesus repetiu três vezes as palavras "não tenham medo". E então Ele lhes deu o próprio exemplo, dizendo: "Se ao dono da casa eles chamaram de Belzebu, quanto mais aos seus familiares!" Isto significa que a evangelização é um envio do Senhor, mas nem sempre obteremos o sucesso que almejamos, porque nem todos estão aptos para recebe-la.
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O santo Padre, o Papa Francisco, comentando esse Evangelho, disse: "O discípulo é chamado a conformar a própria vida a Cristo, que foi perseguido pelos homens, experimentou a rejeição, o abandono e a morte na cruz.
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Não há missão cristã sob o signo da tranquilidade! As dificuldades e as atribulações fazem parte da obra de evangelização, e somos chamados a encontrar nelas uma oportunidade de verificar a autenticidade da nossa fé e do nosso relacionamento com Jesus.
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Devemos considerar essas dificuldades como possibilidade para ser ainda mais missionários e crescer naquela confiança em Deus, nosso Pai, que não abandona os seus filhos na hora da tempestade."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 10 de julho de 2020

A VIRTUDE DA PERSEVERANÇA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 10,16-23)(10/07/20)
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Caríssimos, em nossa naturalidade quando passamos por alguma tribulação e não perseveramos no estado de graça, facilmente nos desanimamos ou então desistimos dos nossos bons propósitos na vivência da fé. No Evangelho de hoje Jesus fala de algumas virtudes que muito nos ajudam à superar tais dificuldades interiores que enfrentamos, são elas: a prudência, a mansidão, a vigilância e a perseverança.
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O Beato Columba Marmion (Sec. XIX), assim se refere à essa última virtude: "A perseverança é a virtude que coroa todas as outras. O meio que nos é dado para que possamos receber este dom infinitamente precioso, o dom por excelência, é a fidelidade quotidiana: levaremos a bom termo a grande obra de toda a nossa vida se levarmos a bom termo cada uma das obras que empreendemos por Deus; ora, é esse o objeto da virtude da perseverança.
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São Tomás inclui esta virtude na virtude da fortaleza, e com toda a razão. Com efeito, o que é a fortaleza? É uma disposição de firmeza que inclina a alma a suportar valorosamente todos os males, incluindo os piores e mais continuados, antes que abandonar o bem; levada ao grau supremo, a fortaleza permite suportar o martírio.
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Enquanto esperamos que brilhe diante do nosso olhar purificado o esplendor da luz eterna, repitamos com frequência esta oração da Igreja: «Ó Deus, que no vosso amor restaurais a beleza da inocência, atraí para vós os corações dos vossos servos: que o amor ardente que o vosso Espírito neles fez nascer os torne estáveis na fé e fiéis na prática da vossa Lei."(Beato Columba Marmion (1858-1923).
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 9 de julho de 2020

CHAMADOS E ENVIADOS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 10,7-15)(09/07/20)
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Caríssimos, no pequeno sermão deste dia reproduzo parte da homilia do Santo Padre, o Papa Francisco, no Angelus, de 15/07/18. Disse ele: "O Evangelho de hoje narra o momento no qual Jesus envia os Doze em missão. É uma espécie de “aprendizagem” daquilo que serão chamados a fazer depois da Ressurreição do Senhor com o poder do Espírito Santo.
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O trecho evangélico analisa o estilo do missionário, que podemos resumir em dois pontos: a missão tem um centro; a missão tem um rosto. O discípulo missionário tem antes de mais nada um seu centro de referência, que é a pessoa de Jesus. Isto manifesta que os Apóstolos nada têm de seu para anunciar, nem capacidades próprias para demonstrar, mas falam e agem porque foram «enviados», enquanto mensageiros de Jesus.
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A segunda característica do estilo do missionário é, por assim dizer, um rosto, que consiste na pobreza dos meios. Com efeito, os Doze receberam a ordem de «que nada levassem para o caminho a não ser um cajado: nem pão, nem alforge, nem dinheiro no cinto». O Mestre quis que eles fossem livres e ligeiros, sem apoios nem favores, com a única certeza do amor d’Aquele que os envia, fortalecidos unicamente pela sua palavra que vão anunciar.
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Este episódio evangélico refere-se também a nós, e não só aos sacerdotes, mas a todos os batizados, chamados a testemunhar, nos vários ambientes de vida, o Evangelho de Cristo. E também para nós esta missão é autêntica apenas a partir do seu centro imutável que é Jesus. Cristão algum anuncia o Evangelho «por conta própria», mas unicamente enviado pela Igreja que recebeu o mandato do próprio Cristo.
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A Virgem Maria, primeira discípula e missionária da Palavra de Deus, nos ajude a levar ao mundo a mensagem do Evangelho numa exultação humilde e radiante, além de qualquer rejeição, incompreensão ou tribulação."
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 8 de julho de 2020

TODOS SOMOS CHAMADOS...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 10,1-7)(08/07/20)
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Caríssimos o chamado e o encontro com Deus é um mistério que acontece na alma humana e se realiza quando atentos à sua voz interior o respondemos generosamente a partir da condição que nos encontramos. Ora, esse é tão nítido que é quase impossível não senti-lo ou não compreende-lo. É bem como vimos com os profetas Samuel (1Sam 3, 1-10ss), Jeremias (Jr 1,4-19), e Isaías (Is 6,1-8) dentre outros.
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Com efeito, de uma coisa fiquemos certos ninguém que nasce neste mundo foge ao chamado de Deus, como relatou o Profeta Isaías: "Levantai os olhos para o céu e olhai. Quem criou todos esses astros? Aquele que faz marchar o exército completo, e a todos chama pelo nome, o qual é tão rico de força e dotado de poder, que ninguém falta ao seu chamado." (Is 40,26)
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No Evangelho de hoje depois de passar a noite toda em oração, Jesus, dentre todos os discípulos, chamou seus doze colaboradores diretos aos quais deu o nome de Apóstolos; mas, com o chamado deu-lhes também a missão e as instruções de como cumpri-la, diz o relato: "Jesus chamou os doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar os espíritos maus e de curar todo tipo de doença e enfermidade." (Mt 9,1)
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Caríssimos, também nós em algum momento de nossa vida certamente sentimos o Senhor nos chamando para nos fazer compreender qual a nossa missão e como cumpri-la. Falando sobre esse Evangelho, disse o Papa Francisco: “O encontro pessoal com o Senhor, tempo de graça e salvação, leva à missão. Andando, Jesus os exortou: ‘Vão e anunciem que o reino dos céus chegou’."
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Portanto, caríssimos, essa é também a nossa missão, anunciar Jesus, o Reino de Deus e a sua justiça que consiste na salvação de todos que o encontram e o seguem fielmente até o fim.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 7 de julho de 2020

NÃO JULGAR É VIVER LIVRE DOS PECADOS DA LÍNGUA...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 11,25-30)(07/07/20)
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Caríssimos, ninguém neste mundo que faz a vontade de Deus ou não, está isento do julgamento alheio; pois este é um dos pecados mais praticados na face da terra, tendo em vista que nasce da mais frequente tentação que chega à nossa mente, o terrível julgamento de valor; é dele que brotam as fofocas, calúnias, difamação e mentiras. Ora, uma alma infestada por estes pecados faz da sua vida e da vida dos outros um inferno.
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Com efeito, para nos livrar dessa horrível tentação assim nos exortou o Senhor: "Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á. Colocar-vos-ão no regaço medida boa, cheia, recalcada e transbordante, porque, com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos vós também." (Lc 6,36-38).
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São Tiago, parafraseando o Senhor, escreveu: "Falai, pois, de tal modo e de tal modo procedei, como se estivésseis para ser julgados pela lei da liberdade. Haverá juízo sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o julgamento."
(Tg 2,12-13).
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No Evangelho de hoje Jesus, na sua ação evangelisadora onde por sinais e prodígios realizava a vontade do Pai, cumprindo assim as Profecias à seu respeito e revelando-se como o Messias prometido, foi erroneamente julgado e criticado como se fosse um colaborador do maligno. Todavia, como vimos, nada disso o impediu de cumprir a sua missão.
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Portanto, caríssimos, quando cumprimos a nossa missão realizando com palavras e ações a vontade de Deus, esse é o grande sinal de que fomos chamados por Ele para trabalhar na sua messe; na verdade, somos frutos das orações daqueles que pedem ao nosso Pai celeste operários para a sua messe, como Jesus nos ensinou no Evangelho de hoje.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 6 de julho de 2020

QUANDO EXPERIMENTAMOS O PODER DA FÉ...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 9,18-26)(06/07/20)
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Caríssimos irmãos e irmãs, no Evangelho de hoje vemos o caso de uma mulher que por doze anos sofreu com um fluxo de sangue que, para a medicina da época, não havia cura, ou seja, estava desenganada; todavia, ao se aproximar de Jesus e tocar na orla do seu manto ficou curada, e escutou do Senhor: “Coragem, filha! A tua fé te salvou”.
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O outro caso totalmente perdido aos olhos humanos foi a morte da filha do chefe da Sinagoga que desolado se aproximou do Senhor, porém, firmemente confiante lhe disse: “Minha filha acaba de morrer. Mas vem, impõe tua mão sobre ela e ela viverá”. Ao que Jesus logo o atendeu e agiu conforme ele havia acreditado e o resultado foi a ressurreição de sua filha.
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Com efeito, como vimos por esses exemplos, "O encontro com o Senhor nos dá uma nova vida: tudo o que nos leva à plenitude, felicidade, autenticidade, interioridade, tudo o que nos enriquece humanamente e nos revitaliza, deve ser cultivado nesse encontro e vivido por meio da fé.
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Ora, na contramão do dom da fé, "Existem práticas que tiram a vida, como egoísmo, narcisismo, julgamento, arrogância, e que não nos ajudam em nada; por outro lado, existem outras que dão amor, ternura, oração, serviço." Deveras, são essas virtudes essenciais que precisamos cultivar sustentados pelas mãos do Senhor que age sempre em nosso favor por meio da fé.
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Portanto, caríssimos, na vida existem situações limites que somente a fé pode nos tirar delas ainda que tudo pareça perdido, sem solução. Desse modo, compreendemos que a fé que professamos como dom do Espírito Santo nos leva alcançar todas as graças, para muito além do que podemos por nós mesmos.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 5 de julho de 2020

VINDE A MIM...


Homilia do XIV Dom Tempo Comum (Mt 11,25-30)(05/07/20)
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Caríssimos irmãos e irmãs existe um profundo abismo entre a vontade humana e a Vontade de Deus quando esta não se submete ao seus desígnios; ora, é fácil entender isso, pois depois do pecado de nossos primeiros pais houve uma ruptura entre a humana criatura e o Criador e o resultado desastrado desse pecado são as tragédias que se repete ao longo da história.
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No entanto, ao enviar Jesus o seu Filho amado, o Senhor nosso Deus nos deu a oportunidade por meio d'Ele de nos reconciliar consigo, oferecendo-o em sacrifício para que com o seu Sangue apagasse os nossos pecados e assim fazer de nós seus filhos e filhas amados herdeiros de Sua Glória eterna.
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A liturgia de hoje é um convite divino que quando escutado e posto em prática se torna a via da perfeição pela qual chegamos ao Reino dos céus; trata-se da obediência e do amor incondicional seguidos pela virtudes da mansidão e da humildade no seguimento de nosso Senhor Jesus Cristo, que como Ele mesmo disse: é o caminho, a verdade e a vida; desse modo, quem o segue fielmente não erra nem morre; mas, passa pela porta estreita da salvação, faz a sua Páscoa e alcança a vida eterna.
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No Evangelho de hoje Jesus definiu as virtudes como graças que acolhemos a partir do seu exemplo para as vivermos em comunhão com Ele. Disse o Senhor: "Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.
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Portanto, caríssimos, supliquemos ao Senhor o dom de escuta-lo para assim seguir seus passos sem vacilar, certos de que é Ele que nos conduz como ovelhas do Seu rebanho.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 4 de julho de 2020

ENCONTRAR O SENHOR NA ORAÇÃO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 9,14-17)(04/07/20)
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Caríssimos, a prática da fé requer certos exercícios espirituais que nos fazem crescer na graça, no conhecimento e na intimidade do Senhor; dentre eles estão a oração, o jejum e a esmola; todavia, tais exercícios requer discrição porque não são meras expressões externas de penitência; mas sim, convivência com o Senhor com o firme propósito de vencer-se à si mesmo para assim realizar a sua santa vontade.
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Sem dúvida vivemos num mundo de aparências e quantos não são aqueles que fazem de tudo para obterem fama, prazer e riqueza ainda que à custa do jogo sujo do inimigo de nossas almas; e o resultado é um mundo infestado de pecados e perdição. Ora, a moda ditada pelas tentações carnais e espirituais é concordar, defender e praticar tudo o que contraria os santos mandamentos da lei de Deus.
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São Paulo prevendo isso escreveu: "Nota bem o seguinte: nos últimos dias haverá um período difícil. Os homens se tornarão egoístas, avarentos, fanfarrões, soberbos, rebeldes aos pais, ingratos, malvados, desalmados, desleais, caluniadores, devassos, cruéis, inimigos dos bons, traidores, insolentes, cegos de orgulho, amigos dos prazeres e não de Deus, ostentarão a aparência de piedade, mas desdenharão a realidade. Dessa gente, afasta-te!" (2Tm 3,1-5).
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Portanto, caríssimos, escutemos atentamente o Senhor e ponhamos em prática as suas Palavras porque são a única fonte de paz e de segurança para as nossas almas. Eis o que Ele nos diz: "Pois desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. Esta é a vontade de meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e nele crê, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia." (Jo 6,38.40)
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 3 de julho de 2020

FESTA DO APÓSTOLO SÃO TOMÉ...


FESTA DO APÓSTOLO SÃO TOMÉ (Jo 20,24-29)(03/07/20)
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Amados irmãos e irmãs, a liturgia de hoje trata da fé que nos faz ver além do que podemos ver naturalmente; da fé que percebe, isto é, olha dentro com os olhos da alma que vê Deus em sua humanidade ressuscitada e que o escuta dizer a Tomé: "Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!”
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Com efeito, essa é a fé dom do Espírito Santo que recebemos no batismo e que nos faz conviver com Jesus ressuscitado como os Apóstolos conviveram. De modo que, a invisibilidade do Senhor ressuscitado se torna visível nos Sacramentos instituídos por Ele no seio de sua santa Igreja para que tivessémos a certeza de que caminha conosco nos conduzindo para o céu.
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O Santo Padre, o Papa Francisco, comentando esse Evangelho, disse: «Os discípulos se alegraram por verem o Senhor» (Jo 20,20); depois disseram a Tomé: «Vimos o Senhor» (v. 25). Mas o Evangelho não descreve como o viram, não descreve o Ressuscitado, apenas destaca um detalhe: «Mostrou-lhes as mãos e o lado» (v. 20). Parece significar que os discípulos reconheceram Jesus desse modo: através das suas chagas. O mesmo acontece com Tomé: ele também queria ver «a marca dos pregos em suas mãos » (v. 25) e, depois de ter visto, acreditou (cf. v. 27).
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Caríssimos, o coração que ama o Senhor se une à Ele por esse amor incondicional e convive com Ele pela ação do Espírito Santo que aje sempre por meio da fé que nos faz ver muito além da aparência física.
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Portanto, não existe barreiras naturais nem sobrenaturais que nos impeça esse convívio com Jesus, basta que expressemos a fé tal qual expressaram os discípulos e todos os santos e santas que ressuscitaram com Cristo no batismo e o testemunharam dando a própria vida em cumprimento de sua missão.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 2 de julho de 2020

O PERDÃO CURA A ALMA E O CORPO...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 9,1-8)(02/07/20)

Caríssimos, o perdão dos pecados é uma graça permanente que Deus dispõe à nosso favor para curar nossos males espirituais e corporais, especialmente o pecado mortal que mancha as nossas almas. No entanto, um dos grandes obstáculos para receber essa graça é o orgulho que sempre vê e julga segundo a sua ótica perversa e por isso, é incapaz de reconhecer e acolher a verdade; como vimos acontecer com alguns mestres da lei (cf. Mt 9,3).
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"Os escribas diziam que só Deus podia perdoar os pecados. E Jesus, antes mesmo de os perdoar, revela os segredos dos corações, demonstrando assim que também Ele possuía esse poder reservado a Deus, porque está escrito: «Só vós, Senhor, conheceis os segredos humanos» (2Cr 6,30) e «o homem vê o rosto, mas Deus vê o coração» (1Sam 16,7).
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Jesus revela, portanto, a sua divindade e a sua igualdade com o Pai mostrando aos escribas o que lhes ia no fundo do coração e divulgando-lhes pensamentos que eles não ousariam dizer em público, com medo da multidão. E fá-lo com total doçura." (são João Crisostomo).
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Caríssimos, aprendemos com esse episódio uma coisa sumamente importante para a nossa salvação, Deus nos conhece totalmente, nada se oculta aos seus olhos até mesmo os cabelos de nossa cabeça estão todos contados, não cai um só fio sem que Ele o saiba e o permita.
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Bem nos ensinou são Paulo: "Aliás, sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são os eleitos, segundo os seus desígnios." Portanto, só temos que nos confiar à Ele e deixar que nos conduza segundo esses mesmos desígnios.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 1 de julho de 2020

JESUS SEMPRE LIBERTA DE TODO MAL...


PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 8,28-34)(01/07/20)
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Caríssimos, a verdade está sempre acompanhada da libertação que realiza aonde quer que ela esteja, mesmo quando não é aceita. Esse é o grande tema presente na liturgia de hoje. Jesus se encontra com dois endemoniados quando passava com seus discípulos junto à um cemitério e os liberta da triste opressão que os afligia, porém, faz uma concessão, permite que os espíritos malignos entrem numa manada de porcos.
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À princípio isso parece um acontecimento anormal ou estranho, todavia, quando olhamos para a simbologia do seu gesto entendemos perfeitamente porquê ele o fez. Primeiro, trata os possessos como obras de Deus e por isso o mal não tem poder sobre aqueles que se aproximam do Senhor; segundo, os porcos na sua cultura simbolizava a impureza lugar próprio dos demônios.
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Comentando esse Evangelho, o Santo Padre, o Papa Francisco, disse: "O poder de Jesus confirma a autoridade do seu ensinamento. Ele não pronuncia apenas palavras, mas age. Assim manifesta o projeto de Deus com as palavras e com o poder das obras. Jesus é o nosso mestre, poderoso em palavras e obras. Jesus comunica-nos toda a luz que ilumina o caminho, por vezes escuro, da nossa existência; comunica-nos também a força necessária para superar as dificuldades, as provas, as tentações.
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Pensemos na grande graça que é para nós ter conhecido este Deus tão poderoso e bondoso! Um mestre e um amigo, que nos indica o caminho e cuida de nós, sobretudo quando estamos em necessidade. (Papa Francisco, trechos do Angelus, 28 de janeiro de 2018)
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

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