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domingo, 28 de fevereiro de 2021

A TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR...


 Homilia do 2 °Dom da Quaresma (Mc 9,2-10)(28/02/21)

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"Este é o meu Filho amado. Escutai o que Ele diz."

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Caríssimos, é desse modo que Deus Pai apresenta o Seu amado Filho Jesus aos discípulos Pedro, Tiago e João, e também à nós que escutamos a Sua voz e participamos dessa mesma experiência por meio da fé que os Apóstolos nos transmitiram por seu testemunho de vida. Com efeito, vejamos alguns por menores da Transfiguração do Senhor para assim mergulhamos mais profundamente nesta santa e luminosa experiência.

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Primeiro, o Senhor Jesus ao conduzir os seus discípulos ao cume do Monte Tabor lhes revela à Sua glória, e confirma que Ele é realmente o Messias enviado por Deus para a salvação do seu povo e de toda a humanidade, porém, não um Messias bélico como queriam os Mestres da Lei e os fariseus, mas sim, como um Cordeiro manso e humilde oferecido em Sacrifício, para expiação dos nossos pecados. 

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Segundo, Jesus aparece glorioso ao lado de Moisés e Elias, os quais representam a Lei e os Profetas, como a nos dizer: "Eu sou o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, por isso, cumpro tudo o que estes disseram da parte do Pai a meu respeito." Ou seja, a felicidade eterna que tanto esperamos, advém do Seu Sacrifício Redentor anunciado pela Lei e os Profetas.

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Terceiro detalhe, ao revelar o Seu Filho, Deus nos exorta a escutar o que Ele nos diz, isto é, a seguir fielmente a Sua Palavra e seu exemplo sem medo algum, porque Ele, o Deus vivo, está no Seu Filho e por isso nada poderá vence-lo, isto é, nenhuma perseguição, injúria, humilhação, sofrimento ou morte, porque Ele é Deus imortal.

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Portanto, caríssimos, a Transfiguração do Senhor Jesus é uma antecipação da sua gloriosa ressurreição, e o testemunho da Sua presença no seio da humanidade; é ainda a certeza de que Deus Pai se faz realmente presente em nossos sofrimentos e por meio da Sua morte e ressurreição, nos dá a vida eterna.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 27 de fevereiro de 2021

AMOR E ORAÇÃO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 5,43-48)(27/02/21)

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Caríssimos, por que a oração está sempre presente em todas as atividades de Jesus, e por isso, Ele a aconselha à todos e em todos os momentos de nossa vida? Porque a oração é como ar que respiramos, ou seja, é a graça permanente que nos sustenta. Como meditamos no Evangelho segundo Lucas: "Propôs-lhes Jesus uma parábola para mostrar que é necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo. (Lc 18,1). 

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Com efeito, a oração é o lugar sagrado onde encontramos a Deus e com Ele dialogamos; felizes são aqueles que sabem escuta-lo e agem conforme foram ensinados, como vemos nas instruções que Moisés deu ao povo eleito na primeira leitura: “Hoje, o Senhor teu Deus te manda cumprir esses preceitos e decretos. Guarda-os e observa-os com todo o teu coração e com toda a tua alma... a fim de que sejas o povo santo do Senhor teu Deus, como ele prometeu”.

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Então, quais virtudes nos ajudam crescer nesse dom do Espírito Santo e que precisamos pedi-las insistentemente? A convicção de que Deus nos escuta, e de que seremos atendidos; a fé inabalável de que estamos na Sua presença, e a perseverança na busca da santidade. Porque o sentido final de toda oração é a nossa permanência em Deus aqui e por toda a eternidade.

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Acontece que muitos se ocupam de tantas coisas, muitas das quais inúteis, e por isso se esquecem do dom da oração e de Deus, passando a cultuar os ídolos que lhes convém. E o resultado nefasto desse desvario são as tragédias que vemos à todo instante, todos os dias. Eis a razão do por quê de tantas ofensas, tanta inimizade, e tanta maldade. Pois, na mente em que não existe espaço para Deus, sobra espaço para o maligno, o inimigo de nossas almas.

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Portanto, caríssimos, a oração é o dom Espírito Santo que nos põe em comunhão com Deus, nosso Pai celestial; por ela falamos com Ele e o escutamos; expomos nossas intenções e desejos e somos atendidos; desse modo, ela se torna portadora de todas as graças e bênçãos do Senhor, e chega a todos os lugares e pessoas por quem oramos, até mesmo àquelas que nos odeiam e nos perseguem.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

CARIDADE E RECONCILIAÇÃO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 5,20-26)(26/02/21}

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Caríssimos, o exercício que nos é proposto nesta liturgia quaresmal de hoje é a caridade fraterna revestida de reconciliação no trato com o próximo. De fato, precisamos aprender que, se falhamos, se cometemos pecados, não podemos em hipótese alguma julgar, criticar ou condenar os outros, caso contrário, corremos o risco de cairmos no abismo da falta de misericórdia, com os outros e conoscos mesmos (cf. Tg 2,12-13; Rm 2,1-11).

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Um dos pecados mais fácil de se cometer é o julgamento de valor, isto porque é uma das tentações mais frequentes. O fato é que esse pecado traz em si um veneno mortífero que atinge diretamente quem o comete tirando-lhe a paz e a alegria de viver. Todo vez que caímos nessa tentação, trazemos para as nossas almas os pecados que julgamos, a imagem negativa daqueles que julgamos, e isso ocupa o espaço de Deus em nossa vida. 

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Discorrendo sobre isso, disse o Papa Francisco: "Jesus era prático, falava sempre com exemplos para se fazer compreender, pondo em confronto a Lei antiga e o que Ele nos diz. Começa pelo quinto mandamento do decálogo: «Ouvistes o que foi dito aos antigos: “Não matarás”. Eu, porém, vos digo que qualquer um que, sem motivo, se encolerizar contra o seu irmão, será réu de juízo» (vv. 21-22). 

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Com isso, Jesus recorda-nos que também as palavras podem matar! Quando se diz que uma pessoa tem língua de serpente, o que significa? Que as suas palavras matam! Portanto, não só não se deve atentar contra a vida do próximo, mas nem sequer fazer cair sobre ele o veneno da ira e da calúnia. Nem sequer falar mal dele.

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A quem o segue, Jesus propõe a perfeição do amor: um amor cuja única medida é não ter medida, é ir além de qualquer cálculo. O amor ao próximo é uma atitude tão fundamental que Jesus chega a afirmar que a nossa relação com Deus não pode ser sincera se não quisermos fazer as pazes com o próximo. E diz assim: «Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com o teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta» (vv. 23-24).

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Portanto, caríssimos, quem ama a Deus sobre todas as coisas, transborda esse amor pela prática do perdão e da misericórdia para com o proximo. Destarte, escutemos com atenção esta exortação de são Paulo: "Por isso, não julgueis antes do tempo; esperai que venha o Senhor. Ele porá às claras o que se acha escondido nas trevas. Ele manifestará as intenções dos corações. Então cada um receberá de Deus o louvor que merece." (1Cor 4,5).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

JESUS É O GRANDE SINAL DE DEUS PARA A HUMANIDADE...

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 11,29-32)(24/02/21)


Amados irmãos e amadas irmãs, este mundo se tornou um profundo vale de lágrimas por causa dos pecados aqui praticados, e não haverá mudança alguma enquanto homens e mulheres não se converterem e se voltarem para Deus de todo coração com preces, jejuns e penitências, como vimos acontecer com os ninivitas ao escutarem a pregação do Profeta Jonas como meditamos na primeira leitura de hoje.

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Com efeito, fora da verdadeira conversão não existe nenhuma segurança, isto porque toda prática contrária à caridade de Cristo, é engano, é ilusão, pois, só quando nos voltamos para Ele de todo coração é que temos a graça do seu amor, a paz e a segurança que tanto precisamos; porque fora Dele nada e ninguém neste mundo poderá nos salvar.

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De certo, o mais evidente sinal da presença de Deus neste mundo não são as coisas criadas, mas sim, o Seu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo, nascido do seio virginal de Maria, por obra e graça do Espírito Santo. Deste modo, tudo o que quisermos conhecer de Deus, somente Nele encontramos, bem como Ele mesmo disse: "Quem me vê, vê o Pai, eu e o Pai somos um."

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Portanto, caríssimos, os homens buscam sinais exteriores para crer, no entanto, o único sinal mais que visível à toda humanidade é a Paixão, morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo, bem como meditamos no Evangelho segundo são João: "E quando eu for levantado da terra, atrairei todos os homens a mim. Dizia, porém, isto, significando de que morte havia de morrer." (Jo 12,32-33).

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Destarte, "Quem olhar para Ele com fé, isto é, quem acreditar que Cristo crucificado é o Filho de Deus, o Salvador, terá a vida eterna. Acolhendo n´Ele o dom do amor do Pai, os homens passam da morte do pecado à vida eterna." Em outras palavras, passa da fria incredulidade, para o calor da fé, para o aconchego do Seu infinito amor.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.
 

PAI NOSSO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 6,7-15)(23/02/21)

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Caríssimos, a oração é o dom preciosíssimo do Espírito Santo que age em nós nos ajudando a encontar Deus presente em nossas almas para termos um diálogo filial e obtermos todas as graças necessárias para nos manter em plena comunhão com a Santíssima Trindade. De fato, o "Pai nosso" é uma oração trinitária que realiza a perfeita comunhão entre Deus Pai e seus filhos e filhas.

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Comentando esse Evangelho de hoje, disse o Papa Francisco: “Quando orardes, dizei: ‘Pai...’”. Esta palavra é o «segredo» da oração de Jesus, é a chave que Ele mesmo nos oferece a fim de podermos entrar também nós na relação de diálogo confidencial com o Pai que acompanhou e amparou toda a sua vida.

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Ao apelativo «Pai» Jesus associa duas solicitações: «santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino». Portanto a oração de Jesus — a oração cristã — é antes de tudo dar lugar a Deus, deixando que ele manifeste a sua santidade em nós, fazendo com que se aproxime o seu reino, a partir da possibilidade de exercer o seu senhorio de amor na nossa vida.

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Outros três pedidos completam esta oração que Jesus ensina, o «Pai-Nosso». Três solicitações que exprimem as nossas necessidades fundamentais: o pão, o perdão e a ajuda contra as tentações. Não podemos viver sem pão, sem perdão, sem a ajuda de Deus contra as tentações. O pão que Jesus nos ensina a pedir é o necessário, não o supérfluo; o pão dos peregrinos, o justo, um pão que não se acumula nem se desperdiça, que não pesa durante a nossa marcha.

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O perdão, antes de tudo, é aquele que nós mesmos recebemos de Deus: só a consciência de sermos pecadores perdoados pela infinita misericórdia divina pode tornar-nos capazes de realizar gestos concretos de reconciliação fraterna. Se uma pessoa não se sente pecadora perdoada, nunca poderá fazer um gesto de perdão nem de reconciliação. Começa-se pelo coração, onde nos sentimos pecadores perdoados.

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O último pedido, «não nos deixeis cair em tentação», exprime a consciência da nossa condição, sempre exposta às insídias do mal e da corrupção. Todos sabemos o que é uma tentação!

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A oração é o primeiro e principal «instrumento de trabalho» nas nossas mãos! Insistir com Deus não serve para o convencer, mas para fortalecer a nossa fé e a nossa paciência, isto é, a nossa capacidade de lutar juntamente com Deus pelo que é deveras importante e necessário. Na oração somos dois: Deus e eu, lutando juntos pelo que é importante."

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

FESTA DA CÁTEDRA DE PEDRO...


 Celebração da Cátedra de são Pedro (Mt 16,13-19)(22/02/21)


Caríssimos, a Igreja hoje celebra a Festa da Cátedra de Pedro, à quem o Senhor Jesus confiou o pastoreio da Sua Igreja, como vimos no Evangelho de hoje. Esta celebração acontece desde o Século IV e nela a Igreja rende graças a Deus pela missão que Seu Filho Jesus Cristo confiou ao príncipe dos Apóstolos e aos seus sucessores.

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Convém lembrar que Pedro símbiliza a unidade da Igreja composta pelos bispos, o clero e todos os fiéis reunidos, ou seja, sua autoridade conferida por Cristo Jesus, mantém os fiéis em plena comunhão com o Senhor, formando o Seu Corpo Místico, a Igreja, Sacramento universal da salvação, a parte visível do Reino de Deus neste mundo.

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No Evangelho de hoje o Senhor Jesus pergunta aos Apóstolos: "Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” Ao que responderam: Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”.

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Ao que Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”.

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Portanto, caríssimos, a Igreja não é um mero organismo humano, mas sim uma instituição divina; pensar a Igreja como um organismo meramente humano é pensa-la sem Cristo. Por isso, é fundamental permanecermos unidos a Pedro, atualmente, o Santo Padre, o Papa Francisco, para permanecermos unidos a Cristo, pois, foi a Pedro que o Senhor confiou o pastoreio do seu rebanho, a administração dos Sacramentos, a salvação das almas.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 21 de fevereiro de 2021

RESISTINDO ÀS TENTAÇÕES...


 Homilia do 1°Dom da Quaresma (Mc 1,12-15)(21/02/21)


Caríssimos, meditemos neste primeiro domingo da Quaresma três pontos essenciais para nos atermos seguros no caminho da perfeição eterna pelo qual o Senhor Jesus nos conduz por seu exemplo de vida e por suas graças. O primeiro deles é a maturidade da fé, que indubitavelmente passa pelo deserto, que significa o sacrifício de vencer-se à si mesmo, representado pelo jejum e pela penitência.

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O segundo, também sumamente importante, trata da resistência às tentações, que se traduz pela não aceitação das sugestões do maligno que são sempre contra Deus contra o próximo e contra nós mesmos; de fato, toda tentação é algo que se nos oferece o maligno para que não tenhamos nenhuma comunhão com Deus e entre nós.

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O terceiro ponto diz respeito à percepção das nossas fraquezas e as dos outros; e nisso não podemos esquecer que o Espírito Santo está sempre conosco para nos defender, ou seja, Ele nunca nos deixa sós em meios às tentativas traiçoeiras do maligno que se oculta nas tentações; e como vimos, nessas horas Deus envia os seus anjos para nos consolar como o fez com o Seu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo, nas suas provações.

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Portanto, caríssimos, quais são as lições que tiramos das tentações sofridas por Jesus antes do anúncio do Evangelho e de enfrentar a cruz? Primeira, as adversidades são o deserto onde somos tentados a não crer em Deus, ou a não obedece-lo; e para atravessa-lo, reforcemos a nossa fé no Seu poder e na Sua consolação, pois Ele nunca nos falta. 

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A segunda, se encontra nesta exortação de são Paulo: "Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suporta-la e sairdes dela." (1Cor 10,13).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 20 de fevereiro de 2021

O EXERCÍCIO DA MISERICÓRDIA DIVINA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Lc 5,27-32)(20/02/21)

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Amados irmãos e irmãs, jamais poderemos medir ou imaginar a grandeza, a profundidade e a riqueza da Misericórdia Divina; e é exatamente isso o que vemos nesta liturgia de hoje, a começar pelo apelo que Deus faz, por meio do Profeta Isaías, para que o povo eleito se converta e viva na Sua Presença.

Em outra manifestação da Sua Divina Misericórdia, feita por meio do Profeta Ezequiel, o Senhor declara: "Por minha vida, diz o Senhor Deus, Eu não quero a morte do ímpio, mas que se converta e viva" (Ez 33,11). Ou seja, "o próprio Deus declarou cabalmente que, quando uma alma se arrepende de O ter ofendido, Ele perde até a memória do seus pecados: "Eu não recordarei as suas iniquidades" (Ex 18,22). (Sto Afonso Maria de Ligório).

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No Evangelho de hoje o Senhor Jesus chamou "o cobrador de impostos", Levi (Mateus) para o seguir, e por isso foi condenado pelos fariseus. É importante notar que para cada ação salvífica do Senhor Jesus, existia sempre uma reação contrária dos fariseus que não aceitavam o uso da Sua Divina Misericórdia, porque preferiam a condenação ao invés da salvação que o Senhor disponibiliza àqueles que se arrependem dos seus pecados.

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No tocante à nossa vida pessoal às vezes somos tentados à desistir da luta contra o pecado por causa das nossas frequentes quedas, e com isso, abrimos brechas em nossas almas para o inimigo se estabelecer; é como se não acreditássemos na misericórdia do Senhor Jesus, e no Seu poder de nos libertar de todo pecado e de todos os males que o pecado gera.

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Portanto, caríssimos, para nos libertar de tal ameaça, escutemos esta exortação de Santo Afonso Maria de Ligório: "Quereis dar ao Deus que vos ama um sinal de confiança íntima, com o qual Ele ficará extremamente tocado? Quando cometerdes alguma falta, não hesiteis em vos lançar imediatamente a seus pés, para Lhe pedir perdão. Assim, pois, se cairdes em alguma falta, erguei os olhos para o Senhor, fazei um ato de amor e, confessando os vossos pecados, tende a certeza do Seu perdão."

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

QUARESMA, TEMPO MAIS INTENSO E NA LUTA CONTRA O PECADO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mt 6,1-6.16-18)(17/02/21)

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Amados irmãos e amadas irmãs, hoje a Santa Igreja dá início ao Tempo da Quaresma com a quarta-feira de cinzas; é um tempo de graça em que nos exercitamos nas virtudes da oração, do jejum e da esmola, tidos como os pilares que nos sustentam na luta contra o pecado em busca da Santidade que o Senhor concede à todos os seus filhos e filhas.

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O primeiro deles, a oração, é um diálogo que fazemos com Deus no mais íntimo de nossas almas no qual apresentamos nossas intenções, agradecimentos e súplicas, para assim superarmos as tentações e evitarmos todo tipo de pecados. Ora, e como todo diálogo, precisamos fazer silêncio em nossos pensamentos para ouvirmos as respostas e as propostas do Senhor à nosso respeito.

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O segundo trata da penitência ou jejum penitencial, uma espécie de mortificação física e espiritual a fim de apaziguar nossas inclinações instintivas e espirituais, que são portas por onde o inimigo de nossas almas tenta entrar para nos desviar dos bons propósitos e das práticas das virtudes que nos levam a viver em comunhão com o Senhor e entre nós.

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E o terceiro e último pilar, diz respeito ao exercício da caridade por meio da esmola, cujo termo derivado do grego significa precisamente «misericórdia». "Por conseguinte, a esmola deve conter em si toda a riqueza da misericórdia. E dado que a misericórdia tem numerosos caminhos, múltiplas modalidades, também a esmola se expressa de tantas maneiras, para aliviar o mal-estar de quantos estão em necessidade." (Papa Francisco).

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Portanto, caríssimos, renovemos nossa fé por meio destes exercícios quaresmais pelos quais nos preparamos para celebrarmos o Mistério que ultrapassa todos os outros mistérios: trata-se da Páscoa do Senhor Jesus, que é o ápice da nossa salvação, por meio de Sua Paixão, morte e ressurreição.

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Destarte, vivamos esse período da quaresma como um remédio que o Senhor nos dá para a purificação de nossas almas por meio das boas obras, do jejum, e da oração, para assim permanecermos na Sua Presença. 

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

A POLÊMICA DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE ECUMÊNICA...

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA 

(Mc 8,14-21)(16/02/21)


"Ainda não entendeis nem compreendeis?"


Caríssimos, essa frase dita por Jesus no Evangelho de hoje reflete claramente a atual situação que estamos vivendo com essa polêmica da Campanha da Fraternidade Ecumênica; já tentaram justificar de alguma forma os erros gritantes do Texto Base; no entanto, quanto mais justificam mais nítido fica a incoerência de tal texto, ou seja, asperamente contrário à fé que professamos.

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Escutemos, então, São Vicente de Lérins: "Na Igreja de Cristo, poderá haver progresso na doutrina? Com certeza que tem de haver, e progresso considerável! Quem seria tão ciumento dos homens e inimigo de Deus que tentasse opor-se a ele? Mas com a condição de se tratar de verdadeiro progresso, e não de uma alteração da fé. 

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É necessário que a inteligência, a ciência e a sabedoria cresçam e progridam fortemente em cada um e em todos, em cada homem e na Igreja inteira, ao longo dos anos e dos séculos; mas é preciso que progridam segundo a sua própria natureza, quer dizer, na mesma doutrina, no mesmo sentido, na mesma afirmação.

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Que a religião das almas imite o desenvolvimento dos corpos: apesar de evoluírem e crescerem ao longo dos anos, permanecem o que eram. Do mesmo modo, a fé cristã deve seguir estas leis do progresso para se fortificar com os anos, para que o tempo a desenvolva e a idade a enobreça. Os nossos pais semearam o trigo da fé para a colheita da Igreja. Seria injusto e chocante que nós, os seus descendentes, em vez do trigo da verdade autêntica, recolhêssemos o erro fraudulento do joio (cf Mt 13, 24ss.). 

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Pelo contrário, é justo e lógico que não haja desacordo entre os primórdios e o fim, e que recolhamos este trigo que se desenvolveu depois de ser semeado. Assim, para que uma parte das primeiras sementes evolua com o tempo, será conveniente fertilizá-las e aperfeiçoar o seu cultivo."

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Portanto, caríssimos, a verdade não pode ser maquiada e superada pelos os erros grassos deste Texto Base que ora tentam nos transmitir. Por isso, opor-se à esse tipo de artifício é não permitir que o maligno finque suas raízes em nossas almas redimidas por nosso Senhor Jesus Cristo; à quem devemos dar a honra, a glória e o louvor por toda a eternidade.


Destarte, a unidade advinda do Espírito Santo, sim, é belíssima e bem vinda. A falsa unidade advinda das conveniências humanas, não passa de incoerência, por isso, jamais se sustenta.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.
 

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

JESUS É O GRANDE SINAL DE DEUS PARA NÓS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 8,11-13)(15/02/21)


Caríssimos, o sinal mais evidente de todos os sinais que Deus nos deu de si mesmo, é o Seu próprio Filho, nosso Senhor Jesus Cristo; bem como o descreveu são Pedro ao ser interrogado pelas autoridades religiosas de então: "Esse Jesus, pedra que foi desprezada por vós, edificadores, tornou-se a pedra angular. Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos." (At 4,11-12).

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Também o vemos descrito na Carta aos Hebreus: "Muitas vezes e de diversos modos outrora falou Deus aos nossos pais pelos profetas. Ultimamente nos falou por seu Filho, que constituiu herdeiro universal, pelo qual criou todas as coisas. Esplendor da glória (de Deus) e imagem do seu ser, sustenta o universo com o poder da sua palavra. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, está sentado à direita da Majestade no mais alto dos céus." (Hb 1,1-3).

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Com efeito, como vimos na primeira leitura de hoje, desde os primórdios da história humana até os nossos dias, as evidências do encontro com Deus foram sempre motivo de disputas e lutas fratricidas; todavia, o Senhor jamais deixou de se revelar aos que o buscaram de coração sincero, por meio das boas obras. E mesmo os que agiram com perversidade não deixou de os visitar a fim de que se arrependessem do mal que haviam praticado.

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Portanto, caríssimos, analisando esse nosso mundo, nas atuais circunstâncias, perguntemos: por que tantas disputas e contendas? Por que tanta maldade? Afinal, que vantagem existe na maldade? A resposta à essas perguntas, se encontra na Carta de são Paulo aos Gálatas: "Não vos enganeis: de Deus não se zomba. O que o homem semeia, isso mesmo colherá.

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Quem semeia na carne, da carne colherá a corrupção [e a morte]; quem semeia no Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. Não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo colheremos, se não relaxarmos. Por isso, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos os homens, mas particularmente aos irmãos na fé." (Gl 6,7-10).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

domingo, 14 de fevereiro de 2021

TOCADOS E CURADOS PELO SENHOR JESUS...


 Homilia do 6°Dom do tempo comum (Mc 1,40-45)(14/02/21)


Caríssimos, os homens feridos na alma pelos pecados praticados, são como leprosos atingidos fisicamente pelo lepra que os contaminou, ou seja, por si mesmos se põem fora do convívio com Deus e com os semelhantes. No Antigo Testamento a lepra era tida como impureza, maldição, símbolo de punição pelo mal praticado, por isso, eram postos à margem da sociedade os que eram atingidos por ela, até que fossem curados para assim retornarem ao convívio fraterno.

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Com efeito, todos nós somos pecadores, uns mais outros menos, e de certa forma, somos todos leprosos precisando de cura, por isso, como o leproso do Evangelho de hoje, digamos a Jesus: Senhor, “Se queres, tens o poder de curar-me”. E por nossa miserável condição, certamente ouviremos do Senhor: "Eu quero: fica curado!”.

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Ora, nesse episódio algumas coisas nos chama a atenção: o leproso, mesmo atingido pela lepra e rejeitado pela sociedade, manteve a fé, e por isso, procurou Jesus para ser curado. E como vimos, o Senhor cheio de compaixão, o curou tocando em suas feridas, porém, não somente com a mão, mas especipalmente com o poder da Sua Palavra, mostrando-nos, com isso, dois tipos de curas, a espiritual e a física.

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De certo, nesse nosso tempo os meios mais fáceis de encontrarmos Jesus para sermos curados de nossas lepras espirituais, são os Sacramentos da Penitência e da Eucaristia, nos quais somos perdoados e alimentados por Ele para assim retornarmos ao Seu convívio e ao convívio fraterno dos nossos irmãos e irmãs.

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Portanto, caríssimos, como aquele homem mantenhamos nossa fé e por nossa oração nos aproximemos do Senhor Jesus para sermos tocados e curados por Ele. E que depois da cura, evitemos todo tipo de propagação mal sucedida, para que realmente o nosso testemunho não sejam palavras que impeçam a ação do Senhor em outras almas, mas sim da vida nova cheia das virtudes que falam por si mesmas.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 13 de fevereiro de 2021

AMAR A DEUS É OBEDECE-LO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 8,1-10)(13/02/21)


Caríssimos, a terrível experiência do pecado à princípio parecia boa por causa da ilusão da liberdade advinda da desobediência, ou seja, a não dependência de nada e de ninguém, como se isso fosse possível na condição de criaturas. "Sereis como Deus", eis a sugestão do maligno, isto é, ter o Perfeito Poder sobre todas as coisas.
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No entanto, somente depois que pecaram é que os nossos primeiros pais perceberam o mal que haviam feito à si mesmos e aos seus descendentes; pois, ouvir as tentações do maligno, é deixar de ouvir a Deus; é tirar à obediência a Deus, para da-la ao maligno; em suma, é a perca da liberdade, é isso o que significa o pecado.
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Com efeito, o fato de nossos primeiros pais se verem nús, traz em seu âmago dois significados, o primeiro é a perda da inocência, o grande tesouro que receberam de Deus, pois, com ela viviam na Sua presença sem culpa alguma; e o segundo, consiste nas consequências advindas do pecado, ou seja, a dor, o medo e o peso de manter-se para não sucumbir; e por fim, a inevitável morte.
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No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos revelou o que o demônio havia escondido dos nossos primeiros pais, ou seja, que o poder que nasce da obediência a Deus, gera o bem de todos para além das nossas espectativas, pois, Deus conhece as nossas necessidades e sempre vem em nosso auxílio; só precisamos busca-lo como aquela multidão que apesar da fome e do cansaço, não abriu mão de permanecer na sua companhia.
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Portanto, caríssimos, nesse episódio da multiplicação dos pães e dos peixes, o Senhor Jesus nos mostra que o real sentido do exercício do poder, é pô-lo a serviço para o bem de todos, por isso, quem o exerce desse modo, realiza a vontade do Pai, e permanece para sempre na Sua Presença.
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Paz e Bem!
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Frei Fernando Maria OFMConv.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

A FÉ QUE CURA, LIBERTA E SALVA...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 7,31-37)(12/02/21)


Caríssimos, a liturgia de hoje nos mostra que toda decisão tomada a partir de qualquer tentação, resulta em grande perda, às vezes irreparável. Ora, o pecado antes de ser consumado passa pelo crivo de três etapas: tentação, consentimento, e decisão, só depois é que vem a prática. Felizmente pode ser interrompido antes que se consuma, e isso mediante o arrependimento, e o abandono das sugestões do maligno.

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Com efeito, se comete algum pecado mortal, a alma perde o estado de graça, ou seja, perde a comunhão com Deus, como vimos na primeira leitura de hoje; e por isso, apresenta as seguintes consequências negativas, enfraquecimento diante de outras tentações; medo e uma certa rejeição da proximidade de Deus; perca do sentido da vida e do senso do Sagrado.

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Todavia, diante da tragédia do pecado que vemos devastar a vida humana e a criação, devemos nos perguntar: como enfrentarmos as tentações e vence-las? Ora, sabemos claramente que as tentações são ações do maligno, e para vence-lo, Jesus nos ensinou o combate espiritual por meio da oração, do discernimento e da prática da Palavra de Deus. Em suma, de nos mantermos unidos à Ele que é o autor e consumador de nossa fé.

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O Evangelho de hoje nos apresenta a cura de um surdo-mudo, da qual podemos colher os seguintes ensinamentos: a cura se deu após a intercessão dos que recorreram a Jesus; e, para que aquela alma se abrisse à ação da Santíssima Trindade, representada pelos gestos do Senhor no ato da cura: "Jesus afastou-se com o homem, para fora da multidão; em seguida, colocou os dedos nos seus ouvidos, cuspiu e com a saliva tocou a língua dele. Olhando para o céu, suspirou e disse: “Efatá!”, que quer dizer: “Abre-te!”

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Portanto, caríssimos, a partir do exemplo que vemos no jardim do Éden e da cura do surdo-mudo, tenhamos a firme convicção de que, ainda que sejamos pecadores, Deus jamais se esquece de nós ou nos rejeita, pelo contrário, sempre nos procura para nos oferecer o seu perdão e as condições para não pecarmos mais; para isso, basta o reconhecimento de que somos pecadores e o arrependimento sincero para que Ele nos liberte do pecado e de todos os males.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

A ORAÇÃO DOS HUMILDES ALCANÇA TODAS AS GRAÇAS...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 7,24-30)(11/02/21)

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Caríssimos, a dádiva de sermos criados à "imagem e semelhança de Deus" nos faz portadores das virtudes eternas, que nos tornam capazes de todo bem. Por isso, tudo o que distoa desse santo propósito, vem do maligno, o arqui-inimigo de Deus e nosso, por isso, fechemos a porta de nossas almas para não deixarmos entrar nenhuma de suas sugestões.

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Na primeira leitura de hoje, vemos a relação entre Deus Pai Criador, com a obra da criação, tendo o homem à sua frente, para que administre todas as coisas criadas, a fim de permanecerem em comunhão com o Seu Criador, sem a interferência de mal algum; pois, é isso que mantém a harmonia da criação até que chegue à perfeição eterna, em conformidade com os desígnios do Senhor.

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No Evangelho de hoje vemos o episódio da intercessão de uma mãe que pede a Jesus a libertação de sua filha possuída por um espírito impuro. Ao que o Senhor respondeu: "Deixa primeiro que os filhos fiquem saciados, porque não está certo tirar o pão dos filhos e jogá-lo aos cachorrinhos”.

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Mas, humildemente, "A mulher respondeu: “É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem as migalhas que as crianças deixam cair”. Então Jesus disse: “Por causa do que acabas de dizer, podes voltar para casa. O demônio já saiu de tua filha”. Desse modo, percebemos que a oração é o meio pelo qual obtemos todas as graças, desde que a façamos com perseverança e humildade.

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Portanto, caríssimos, eis algumas virtudes da oração dos humildes: põem toda confiança no Senhor para que se realize a sua vontade; por meio da perseverança e humildade alcançam todas as graças; mantém-se na certeza de que suas orações são portadoras das bênçãos do Senhor para àqueles por quem intercedem.

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Destarte, o dom da oração é a graça de todo momento, porque é um permanente encontro com Deus; de fato, quem reza assim nunca se esquece Dele, porque vive sempre na Sua Presença (cf. Lc 18,1; 1Tess 5,17).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

O QUE SAI DO HOMEM É O QUE O TORNA IMPURO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 7,14-23)(10/02/21)

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Caríssimos, certa feita disse o Profeta Isaías: "Renuncie o malvado a seu comportamento, e o pecador a seus projetos; volte ao Senhor, que dele terá piedade, e a nosso Deus que perdoa generosamente." Ou seja, não podemos viver a nossa filiação divina de fora para dentro, mas sim, de dentro para fora, isto é, iluminados pela vontade de Deus; pois, o viver de aparências, é o mesmo que vegetar.

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Com efeito, esta liturgia de hoje põe em discurção a superficialidade na prática da fé, isto é, o viver de aparências. Ora, entre o dizer e o ser existe um abismo eterno cheio de ideologias e vãs discussões, tal abismo só pode ser transposto por uma autêntica conversão, que consiste no viver em comunhão com o Senhor Jesus, para nos deixar conduzir por Ele em todos os sentidos de nossa vida.

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No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos dá a conhecer o que realmente mancha uma alma, impedindo-a de viver em estado de graça: “O que sai do homem, isso é que o torna impuro. Pois é de dentro do coração humano que saem as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. Todas estas coisas más saem de dentro e são elas que tornam impuro o homem”.

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De fato, vivemos em meio à uma guerra espiritual, cujo campo de batalha é a nossa mente; ora, tudo o que deixamos entrar nela, é o que vai nortear a nossa prática de vida. Todavia, temos o livre arbítrio, que é o poder de decisão que Deus nos deu para expulsarmos todo mal. Por isso, todo pensamento vão, desordenado ou estranho que chega à nossa mente, devemos expulsa-los imediatamente.

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Portanto, caríssimos, escutemos o que nos exortou são Paulo à esse respeito: "Irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar vossos pensamentos. O que aprendestes, recebestes, ouvistes e observastes em mim, isto praticai, e o Deus da paz estará convosco." (Fil 4,8-9).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

HOMILIA DO 5°DOM DO TEMPO COMUM


 Homilia do 5°Dom do tempo comum (Mc 1,29-39)(07/02/21)

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Caríssimos, sigamos com determinação o itinerário sapiencial desta liturgia. Na primeira leitura Jó apresenta uma certa contradição interior, por um lado, tem o desejo do viver eterno; mas, por outro, tem consciência de que a vida neste mundo é um sopro. Porém, mesmo sabendo que não pode parar o tempo, todavia, sente que pode dar-lhe um significado eterno por meio da fé e das boas ações que alimenta nele a esperança de ver a Deus face a face.

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Na segunda leitura, são Paulo nos ensina que o anúncio do Evangelho não é um motivo de glória pessoal, mas um dever que recebemos de Deus, e por isso, o anunciamos com gratuidade na esperança da vida eterna, ou seja, o vivemos no tempo que nos foi dado, como o haveremos de viver na eternidade, com a diferença de que aqui o vivemos em meio às tribulações deste mundo.

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O Evangelho de hoje nos convida a meditarmos a cena da cura da sogra de Pedro, cuja ação se dá depois que Jesus havia pregado a Palavra de Deus na Sinagoga de Cafarnaum. Se notarmos bem, veremos quais ações que Jesus empreendeu para serem imitadas por nós que somos os seus enviados, como o demonstrou são Paulo na segunda leitura. Jesus anuncia, atende as orações, e cura as enfermidades do corpo e da alma.

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Com isso, compreendemos que a salvação eterna da humanidade se dá mediante o anúncio do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, pelo poder da Sua Divina Palavra que se cumpre na íntegra, como Ele disse ao enviar os discípulos: "Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo." (Mt 28,19-20)

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Portanto, caríssimos, qualquer ensinamento fora dessa verdade eterna, é um falso ensinamento que não salva ninguém, por estar eivado das ideologias deste mundo e infestado pelas ações maléficas que só serve ao espírito imundo de divisão, de intriga e perdição.

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Destarte, escutemos são Paulo à esse respeito: "Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito." (Rm 12,1-2).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

O PECADO DO JULGAMENTO FALSO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 7,1-13)(09/02/21)

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Caríssimos, quem muito se ocupa da vida alheia para julgar, criticar e condenar, se perde facilmente, por cometer os mesmos erros que eles ou ainda piores. Creio que o pecado mais cometido na face da terra, é o famigerado julgamento de valor, cujo único objetivo não é a correção fraterna, mas sim a impiedosa condenação dos outros.

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Com efeito, toda pessoa que vive julgando, criticando e condenando os outros nada mais faz além da projeção dos próprios pecados, como enfatiza são Paulo na Carta aos Romanos: "Assim, és inescusável, ó homem, quem quer que sejas, que te arvoras em juiz. Naquilo que julgas a outrem, a ti mesmo te condenas; pois tu, que julgas, fazes as mesmas coisas que eles." (Rm 2,1).

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No Evangelho de hoje os fariseus, que se tornaram os grandes opositores de Jesus, se arvoraram em Juízes para condenar o Senhor e os discípulos, ao que Ele respondeu: "Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos humanos’. Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens”.

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De certo, meditemos à esse respeito com este texto do livro, "Imitação de Cristo": "Muitas vezes, não nos damos conta de como somos interiormente cegos. Muitas vezes, agimos mal e desculpamo-nos pior. Às vezes, somos movidos pela paixão e julgamos ser por zelo. Repreendemos coisas pequenas nos outros e passamos sobre as nossas, bem maiores.

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Nunca serás interior e piedoso se não te calares sobre os outros e olhares especialmente para ti. A alma que ama a Deus despreza todas as coisas que Lhe estão abaixo. Só Deus eterno e imenso, enchendo tudo, é consolação da alma e verdadeira alegria do coração." (Imitação de Cristo, século XV, Livro II, caps. 5-6).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv. 

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

O TOQUE DA GRAÇA...




 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 6,53-56)(08/02/21)


Caríssimos, a fé recebida no batismo nos conduz ao convívio com o Senhor Jesus e entre nós à medida que partilhamos os seus dons. Ocorre que frequentemente muitos usam os próprios critérios para crer, por isso, geralmente, caem na incredulidade, pelo fato de não usarem os critérios da fé. Mas, como usar esses critérios? Fazendo a experiência de Jesus ressuscitado, deixando-se curar por Ele.

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Com efeito, o Evangelho de hoje narra a cura de milhares de pessoas que se aproximaram de Jesus usando unicamente o critério da fé, vejamos: "Naquele tempo, tendo Jesus e seus discípulos acabado de atravessar o mar da Galileia, chegaram a Genesaré e amarraram a barca. Logo que desceram da barca, as pessoas imediatamente reconheceram Jesus. 

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Percorrendo toda aquela região, levavam os doentes deitados em suas camas para o lugar onde ouviam falar que Jesus estava. E, nos povoados, cidades e campos onde chegavam, colocavam os doentes nas praças e pediam-lhe para tocar, ao menos, a barra de sua veste. E todos quantos o tocavam ficavam curados."

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Comentando esse Evangelho, disse o Papa Francisco: "Quem crê «toca» Jesus e obtém d’Ele a graça que salva. A fé é isto: tocar Jesus e obter d’Ele a graça que salva. Salva-nos, salva a nossa vida espiritual, salva-nos de tantos problemas. E todas as vezes que Jesus se aproxima de nós, quando o procuramos com fé, ouvimos isto do Pai: «Tu és meu filho, tu és minha filha! Tu estás curado, tu estás curada. Eu perdoo todos, tudo. Eu curo todos e tudo».

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Portanto, caríssimos, o jeito mais simples de se "tocar" Jesus em nossos dias são os Sacramentos, onde o critério da fé é fundamental para vivermos essa experiência de encontra-lo e tocar Nele, pois, como Ele mesmo disse: "Isto é o meu Corpo. Isto é o meu Sangue". E ainda: "Eis que eu estou convosco todos os dias até o fim do mundo."

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"Peçamos ao Senhor, por intercessão da Virgem Maria, o dom de uma fé forte e corajosa, que nos estimule a ser difusores de esperança e de vida entre os nossos irmãos. (Papa Francisco, Angelus, 28/06/15).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

sábado, 6 de fevereiro de 2021

O REPOUSO DO EVANGELIZADOR...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 6,30-34)(06/02/21)


Caríssimos, o fazer nosso de cada dia requer sempre uma pausa, um momento de descanso, para assim recobrarmos as forças e o entusiasmo que tanto precisamos ao colaborarmos na obra da evangelização. Ocorre que nem sempre isso é possível, então, meditemos na solução que o Senhor Jesus nos ensina, ou seja, recorrermos a Ele em tais situações para nos atermos sem stress, sem culpas ou vãs preocupações.

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De uma coisa fiquemos certo, a vida não vale pelo o que fazemos, mas sim, pelo que somos diante de Deus e dos homens; isso nos faz entender que a obra da salvação é de Deus, e nós somos muito importantes nela à medida que cooperamos com Ele, ainda que com as nossas limitações e fragilidades.

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Com efeito, o Evangelho de hoje expressa o quanto é importante a nossa colaboração na obra salvífica do Senhor Jesus, pois, são muitos os precisam da salvação e do nosso empenho para isto. É bem como o Senhor nos mostrou: "Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas."

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Ora, "Nesta breve frase, o evangelista apresenta-nos um flash de singular intensidade, fotografando os olhos do Mestre divino e o seu ensinamento. Observemos os três verbos deste fotograma: ver, compadecer-se, ensinar. Podemos chamá-los os verbos do Pastor. O olhar de Jesus não é neutro nem, pior ainda, frio e distante, porque Ele vê sempre com os olhos do coração. E o seu coração é tão terno e cheio de compaixão, que sabe sentir as necessidades, inclusive as mais escondidas das pessoas. 

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Além disso, a sua compaixão não indica simplesmente uma reação emotiva perante uma situação de dificuldade das pessoas, mas é muito mais: é a atitude e a predisposição de Deus para com o homem e a sua história. Jesus manifesta-se como a realização da solicitude e da bondade de Deus pelo seu povo." (Papa Francisco,Angelus, 22/07/18)

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

O MARTÍRIO É O TESTEMUNHO MAIS ELOQUENTE...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Mc 6,14-29)(05/02/21)

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Caríssimos, o bem viver resulta da prática dos virtudes eternas que Deus pôs em nossas almas ao nos criar "à sua imagem e semelhança", por isso, quando o que vivemos é de acordo com a Sua Santa Vontade, revelamos a Sua Presença em nossas almas por meio da vivência dessas virtudes. Porém, quando o nosso viver não corresponde à Sua Vontade, nos tornamos um obstáculo para nós mesmos e para os outros, causando grandes transtornos por nossa infidelidade.

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No Evangelho de hoje vimos o mau procedimento dos que não estavam vivendo de acordo com com a Vontade de Deus. Eis alguns destes pecados: adultério, vingança, egoísmo, imposição, incoerência, falsa piedade, juramento inconsistente, falsa proteção; ora, tudo isso resultou no bárbaro assassinato de são João Batista.

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Comentando esse Evangelho, disse o Papa Francisco: "João foi escolhido por Deus para preparar o caminho diante de Jesus, e indicou-o ao povo de Israel como o Messias, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (cf. Jo 1, 29). Ele consagrou-se totalmente a Deus e ao seu enviado, Jesus. Mas, no final, o que aconteceu? Morreu pela causa da verdade, quando denunciou o adultério do rei Herodes com Herodíades."

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Com efeito, o martírio de são João Batista é um dos primeiros testemunhos de fé e de amor ao Senhor Jesus. De fato, o testemunho de João é a maior convicção de que a vida é eterna e quem a perde neste mundo por amor a Cristo e ao Seu Evangelho, a terá eternamente no Reino dos céus.

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Portanto, caríssimos, depois de João Batista, ao longo da história da salvação, inúmeras pessoas perderam a vida por amor a Cristo. Referindo-se a isso, disse são João Paulo II: "Estas testemunhas, particularmente as que enfrentaram a prova do martírio, são um sinal eloquente e grandioso, que somos chamados a contemplar e imitar. Elas atestam a vitalidade da Igreja e apresentam-se como luz para a Igreja e a humanidade, porque, nas trevas, fizeram brilhar a luz de Cristo."

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

A FÉ É O DOM DO ESPÍRITO SANTO QUE NOS UNE A CRISTO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA (Mc 6,1-6)(03/02/21)

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Caríssimos, no coração que não existe espaço para o amor e a misericórdia de Deus, sobra espaço para a incredulidade e a rejeição das graças por Ele derramadas. É isso o que vimos na visita que o Senhor Jesus fez aos seus concidadãos na Sinagoga de Nazaré, em que foi descriminado e rejeitado por ter vivido entre eles como um simples carpinteiro, e agora apresentar-se como um Profeta poderoso em palavras e ações.

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De fato, a fé é o dom do Espírito Santo que ilumina a nossa mente com a luz da Sabedoria Divina para reconhecermos a presença e as ações do Senhor Jesus em nossa vida. Porém, quando nos fechamos em nós mesmos e nas ideologias que criamos, a tendência é sempre julgar negativamente a Deus e ao próximo, pensando que estamos agindo corretamente, e isso é um grande engano.

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Tudo o que Deus criou é bom, belo e perfeito, e tudo criou por amor em vista da Perfeição Eterna. O fato é que recebemos todos os dons e todas as graças para o bem de todos; e foi isso o que o Senhor Jesus ensinou e realizou na Sinagoga de Nazaré. A princípio muitos ficaram admirados; mas, depois se escandalizaram a ponto do Senhor fazer poucos milagres entre eles por causa da dureza e incredulidade dos seus corações.

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Com efeito, Deus enviou o Seu Filho amado a este mundo para caminhar conosco tendo em vista o nosso encontro com Ele no Reino dos céus, de forma que, quem segue o Senhor Jesus, como os Apóstolos e todos os santos e santas o seguiram, encontra-se com o Pai desde já, como Ele nos ensinou: "Eu e o Pai somos um." (Jo 10,30). E ainda: "Quem me viu, viu o Pai." (Jo 14,7-14).

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Portanto, caríssimos, perguntemos: e hoje, como vemos o Senhor Jesus? Ele se faz presente na Sua Igreja que é Seu Corpo Místico; em cada Sacramento, especialmente na Santa Eucaristia; na vida de cada ser humano que se deixa conduzir por Ele; nas obras de misericórdia e nas celebrações litúrgicas das quais participamos como nos ensinou: "Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles”. (cf. Mt 18,20).

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Destarte, "Peçamos ao Senhor, por intercessão da Virgem Maria, que desfaça a dureza dos corações e a limitação das mentes, para que sejamos abertos à sua graça, à sua verdade e à sua missão de bondade e misericórdia, que se destina a todos, sem excluir ninguém." (Papa Francisco).

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

FESTA DA APRESENTAÇÃO DO SENHOR JESUS...


 Festa da Apresentação do Senhor no Templo (Lc 2,22-40)(02/02/21)


Caríssimos, a Igreja hoje celebra a Festa da Apresentação do menino Jesus no Templo, o sublime momento em que o Espírito Santo revelou a Simeão e à profetisa Ana, que o Messias esperado se faz presente em nossa carne, isto é, Deus mesmo se fez homem e veio habitar no meio de nós.

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Com efeito, Maria e José quando da apresentação do menino Jesus, em cumprimento à Lei do Senhor, receberam a visita do velho Simeão que cheio do Espírito Santo, agredeceu a Deus por ter encontrado o Messias, dizendo: “Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”.

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E conforme o relato de são Lucas: "O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele. Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”.

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Ora, esse episódio revela o quanto somos amados por Deus ao vermos que nos enviou o Seu próprio Filho numa carne semelhante a nossa para nos libertar dos limites que o pecado nos impôs. O Senhor Jesus com o seu sofrimento de cruz revelou que o Pai sofre conosco as nossas dores para atenua-las, e para nos salvar definitivamente de tudo o que nos oprime neste mundo.

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Portanto, caríssimos, como Simeão e a profetisa Ana reconheceram o menino Jesus nos braços de Maria, como o Messias enviado e se entregaram ainda mais a Deus; de igual modo, precisamos desse reconhecimento e da mesma entrega para que se cumpra em nossa vida somente aquilo que Deus Pai determinou em Seu infinito amor.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

SENHOR JESUS, GUARDA-NOS SOB A TUA PROTEÇÃO...


 PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA

(Mc 5,1-20)(01/02/21)

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Caríssimos, as Palavras e as ações do Senhor Jesus sempre imprecionam, porque tudo o faz para cumprir a Vontade do Pai, bem como Ele revelou: "De mim mesmo não posso fazer coisa alguma. Julgo como ouço; e o meu julgamento é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou."

(Jo 5,30).

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Aliás, Ele é a própria Vontade do Pai para nós em todos os sentidos da vida; visto que somente Nele encontramos a segurança e a paz que jamais possuímos por nós mesmos, e tudo isso Ele realiza porque nos ama e age sempre em nosso favor para nossa salvação. Só não recebe suas graças quem Dele se afasta pela prática do pecado, porque o pecado é a não correspondência ao Seu amor.

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No Evangelho de hoje meditemos em alguns detalhes que nos leva a assimilar com mais afinco as Palavras e as ações de Jesus: a vida humana não está perdida mesmo se aprisionada pelas forças diabólicas; pois, o Senhor Jesus, tem todo poder sobre o céu e sobre a terra, e veio a este mundo para destruir as obras do demônio, e para nos salvar (cf. 1Jo 3,8).

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Segundo detalhe: os valores materiais, representados nesse Evangelho pela manada de porcos, jamais podem ser superior ao valor incomensurável das almas, presente no homem que foi libertado. Terceiro detalhe: o medo do mal nos afasta da fé em Jesus, como fez aquele povo ao ver os porcos mortos no mar, e por medo pediram ao Senhor que deixasse a região deles.

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Portanto, caríssimos, nos entreguemos ao Senhor Jesus de todo o nosso coração; Ele que pelo poder do Seu Sacrifício de cruz apagou os nossos pecados nos livrando de todos os males psíquicos, morais, espirituais e físicos. E que pela intercessão de Maria Santíssima e são José permaneçamos em constante estado de graça amparados pela Divina Proteção.

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.

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