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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

SÃO JOSÉ













SÃO JOSÉ

“Ah! São José, homem casto, homem fiel, a tua pureza eu quero ter pra agradar a Deus...” Uma alma transparente é uma alma que vive permanentemente na presença de Deus, comungando de todas as suas graças; assim é o testemunho de São José, pai adotivo de Jesus, que assumiu conscientemente pela fé a missão revelada por Deus em sonho, crida e aceita por ele, esse extraordinário homem de Deus, simples em tudo, por isso mesmo não duvidou de nada, mas manteve-se em estado de graça guardando o depósito da revelação divina em seu coração.

De fato, quem vive neste mundo fazendo a vontade de Deus não perde nenhuma de suas graças, porque humildemente sabe cooperar com o Senhor em seus desígnios de amor e salvação e isso o faz pela obediência amorosa, participando diretamente da história da Redenção de toda humanidade.

São José é esse homem que quer ver a Deus, morar com Deus, viver tudo o que Deus quer que ele viva, por isso, o Senhor o escolheu para recebê-lo em sua humanidade e viver intensamente com ele, o “Filho do Homem”, como Jesus dizia-se de si mesmo, concedendo-lhe tão sublime privilégio. E mesmo em sua fragilidade e pobreza, José soube viver como ninguém sua vocação, que recebeu juntamente com Maria, de cuidar do Filho de Deus neste mundo. José e Maria presenciaram também o primeiro milagre na vida de Jesus, sua concepção e nascimento pela ação do Espírito Santo, Ele, o Deus conosco, Emanuel, princípio e fim de todas as coisas.

Deus não precisa aprender nada, pois é Onisciente, mas a humildade do Seu Filho Jesus, quis aprender de José, o humilde carpinteiro de Nazaré, sua profissão, pois era chamado, “o filho do carpinteiro”. E assim na humilde carpintaria numa convivência pura de quem do céu desceu para fazer-se um de nós, conviveu na companhia de José e de sua Mãe, a Virgem Maria, nos dando a certeza que podemos viver o céu ainda aqui na terra como família santa, onde a graça de Deus Pai tudo comanda...

Jesus, Maria e José nossa família vossa é...

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


Obsolecencia Programada : (Comprar, Tirar Comprar)

Paz e bem!

Logo, logo
estaremos começando
mais uma Campanha da Fraternidade
este documentário,
em espanhol,
tem tudo a ver
com o tema deste ano:

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

EM BUSCA DA PERFEIÇÃO












EM BUSCA DA PERFEIÇÃO

A perfeição é uma dádiva de Deus para a nossa vida, tudo em nós aponta para ela a todo instante, de tal modo que isso exige de nós uma luta constante contra nós mesmos, uma vez que somos tentados a não vivermos tal perfeição desejada por Deus por causa de nossa contingência. Por isso, não devemos ceder nunca aos apelos de nossos instintos ou das nossas paixões desordenadas, isto porque nada neste mundo preenche a necessidade que temos de vivermos segundo os desígnios do Senhor para a nossa salvação, ou seja, de chegarmos à plenitude da Perfeição Eterna no Reino dos Céus.

É como nos ensina a Carta aos Hebreus: “Vós, irmãos, vos aproximastes da montanha de Sião, da cidade do Deus vivo, da Jerusalém celestial, das miríades de anjos, da assembleia festiva dos primeiros inscritos no livro dos céus, e de Deus, juiz universal, e das almas dos justos que chegaram à perfeição, enfim, de Jesus, o mediador da Nova Aliança, e do sangue da aspersão, que fala com mais eloquência que o sangue de Abel”. (Heb 12,22-24).

Então, quais são as tentações que nos induzem ao erro ou a não atingirmos a estatura de Cristo? Complexo de superioridade é uma delas. Por essa imperfeição passam aqueles que deixam a humildade pela presunção de se acharem maiores ou melhores que os outros e com isso desprezam os mais simples, pelo fato de se acharem em melhores condições existenciais. O contrário dessa imperfeição é também outra imperfeição chamada complexo de inferioridade, onde homens e mulheres, à margem do convívio social, sentem-se potencialmente seres inferiores, incapazes, sem chances; ora, mas isto se dá pela não vivencia da devida estima que o Criador nos concedeu naturalmente.

Outra tentação ainda é o perfeccionismo, onde a perfeição é buscada, não como dádiva dos céus, mas como exigência impertinente, causadora de distúrbios inconcebíveis, por causa de atitudes ditatoriais que geram mágoas, rancores, ressentimentos, divisões, etc. Logo, como vimos nos exemplos citados, os extremos comportamentais não fazem parte da vontade de Deus para os seus filhos e filhas, por isso, precisamos evita-los prontamente na certeza de que assim estamos vencendo a nós mesmo e a todo mal que se levanta contra os desígnios de Deus a nosso respeito.

Destarte, como vivermos a perfeição querida por Deus para a nossa vida? A palavra perfeição pode ser entendida de duas formas; a primeira diz respeito à perfeição natural dos organismos, isto é, tudo em nós funciona perfeitamente quando não há anomalias, a isso chamamos lei natural, impressa inatamente por Deus em tudo que criou; a segunda e mais importante é a per-feição (onde per-feição = aquilo que é trabalhado artesanalmente) de nossas almas, isto é, a vivência das virtudes que nos levam a profunda harmonia interior, fazendo-nos evitar as doenças psicossomáticas* e o desequilíbrio do nosso ser; em suma, é a nossa profunda comunhão com a vontade de Deus em todos os sentidos de nossa vida. Vejamos como isso se dá, analisando os seguintes exemplos:

“Um jovem aproximou-se de Jesus e lhe perguntou: Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida eterna? Respondeu Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me! Ouvindo estas palavras, o jovem foi embora muito triste, porque possuía muitos bens”. (Mt 19, 16.21-22). Ora, aqui vemos num primeiro momento a exortação de Jesus ao despojamento, à vivência da virtude da pobreza como bem aventurança, isto é, como adesão perfeita no seu seguimento; num segundo momento, vemos a não adesão, o desequilíbrio, apego, egoísmo daquele jovem, causando tristeza, dependência material e a não comunhão com a vontade de Deus. Daí vem a pergunta: em que patamar ou que em nível de adesão a Cristo nos encontramos? Peçamos ao Senhor sua ajuda no discernimento a esse respeito para não fazermos a mesma interpretação errônea que o jovem do evangelho fez, por achar radical demais o que Cristo lhe propusera.

Outro exemplo de perfeição, a nossa consagração a Deus: “Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito.”. (Rom 12,1-2). Ou seja, estamos aqui, mas não somos daqui, por isso mesmo, precisamos viver a nossa consagração a Deus neste mundo, visto que estamos no tempo à caminho da eternidade, pois, para aqueles que vivem em Deus a vida já é eterna.

Só mais um outro exemplo, a vivência dos carismas como fonte de perfeição: “Mas a cada um de nós foi dada a graça, segundo a medida do dom de Cristo... A uns ele constituiu apóstolos; a outros, profetas; a outros, evangelistas, pastores, doutores, para o aperfeiçoamento dos cristãos, para o desempenho da tarefa que visa à construção do corpo de Cristo, até que todos tenhamos chegado à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, até atingirmos o estado de homem feito, a estatura da maturidade de Cristo”. (Ef 4,7.11-13). Ou seja, ninguém se salva sozinho, isoladamente, porque somos Um em Cristo, isto é, somos sua Igreja, seu Corpo Místico do qual Ele é a Cabeça e nós somos os membros, pois, a sublime perfeição do Senhor é uma dádiva para todos, por isso, Deus não faz distinção de pessoas, mas a todos trata como filhos e filhas no amor.

Paz e Bem!

Frei Fernando, OFMConv.





terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A ORAÇÃO DO CORAÇÃO




















A ORAÇÃO DO CORAÇÃO

A oração do coração não é constituída apenas de pedidos, porque seria muito pouco para um dom tão precioso; se a nossa oração se constituí apenas de pedidos, ela é como que uma espécie de balcão caritativo e não uma via de perfeição; mais que pedir, precisamos interagir com o Senhor na intimidade do coração pela via constante da oração; precisamos sentir, no mais íntimo de nós, que a nossa oração agrada ao Senhor, e por isso é acompanhada de graças imediatas, porque Ele, em seu infinito amor, tudo dispõe à nosso favor e nunca nos deixa sem respostas, porque quer que gozemos sempre de sua companhia e proteção.

Então, como fazemos a oração do coração? De fato, a oração do coração é um refazer-se em todos os sentidos da vida diante do Altíssimo, ou seja, é uma transformação que amplia os horizontes do nosso entendimento da vontade de Deus para a situação que estamos vivendo e para toda a nossa vida e demais circunstâncias da criação. Nesse sentido, não podemos fazê-la como se o Senhor não estivesse presente nela a nos ouvir e responder, a nos fazer compreender que somos os seus filhos e que Ele cuida pessoalmente de cada um de nós.

Vejamos o exemplo de Moisés: “Moisés ficou junto do Senhor quarenta dias e quarenta noites, sem comer pão nem beber água. E o Senhor escreveu nas tábuas o texto da aliança, as dez palavras. Moisés desceu do monte Sinai, tendo nas mãos as duas tábuas da lei. Descendo do monte, Moisés não sabia que a pele de seu rosto se tornara brilhante, durante a sua conversa com o Senhor.” (Ex 34,28-29).

Mais ainda o exemplo do Senhor Jesus: “Passados uns oitos dias, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e subiu ao monte para orar. Enquanto orava, transformou-se o seu rosto e as suas vestes tornaram-se resplandecentes de brancura. E eis que falavam com ele dois personagens: eram Moisés e Elias, que apareceram envoltos em glória, e falavam da morte dele, que se havia de cumprir em Jerusalém. Enquanto ainda assim falava, veio uma nuvem e encobriu-os com a sua sombra; e os discípulos, vendo-os desaparecer na nuvem, tiveram um grande pavor. Então da nuvem saiu uma voz: Este é o meu Filho muito amado; ouvi-o”. (Lc 9,28-31.34-35).

Por estes exemplos, percebemos que a oração é uma ligação permanente com Deus, é uma graça que nos leva a ser conduzidos pelo Espírito Santo, uma vez que estamos a caminho do Reino dos Céus e nunca podemos nos esquecer disso. Porquanto, o que há de se cumprir em nossa vida é a vontade do Senhor e nunca a nossa vontade, porque nós participamos do plano da salvação traçado por Deus, por meio do Sacrifício do Seu Filho Jesus, que nos resgatou do pecado e da morte para uma vida de santidade na Sua Presença aqui e por toda a eternidade.

São Paulo falando sobre a oração do coração, escreveu: “Orai sem cessar”. (1Tess 5,17). E ainda: “Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças. E a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus.” (Fil 4,6-7).

Portanto, a oração do coração, antes de tudo, é fruto de nossa obediência aos desígnios do Senhor que nos criou e nos conduz com a Sua Sabedoria Eterna, por isso, nos deu esse dom de comunicação para falarmos a Ele e para o ouvirmos no íntimo do coração, numa sintonia perfeita segundo nossa filiação divina, recebida no batismo para testemunharmos a ressurreição de Cristo Jesus, que nos deu ressuscitarmos com Ele para a vida eterna. Amém!

Marana tá! Vem, Senhor Jesus, vem!

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


sábado, 19 de fevereiro de 2011

Mensagem do Papa Bento XVI aos Jovens pela "JMJ" Madrid 2011

Só a Fé da Igreja nos Liberta
Mensagem do papa Bento 16 para JMJ de Madrid
A mensagem para a Jornada mundial da Juventude (JMJ), que acontecerá em Madrid de 16 a 21 de agosto, datada de 6 de agosto mais publicada  a 3 de setembro, constitui um dos mais belos textos  de Bento XVI. Autor de duas encíclicas sobre a caridade e sobre a esperança, o papa trata aqui, de modo mais aprofundado, da fé, que apresenta aos Jovens através de alguns apontamentos autobiográficos, bem como das dificuldades que dificultam atualmente a sua pratica.

1.       O coração inquieto dos Jovens
Há nos Jovens de todas as gerações uma inquietação que os leva a colocarem em si próprios perguntas sobre o significado da vida e do mundo. “faz parte do ser jovem desejar algo mais do que a vida cotidiana regular de um emprego seguro e sentir o anseio pelo que é realmente grande.” Recordo minha Juventude, sei que  a estabilidade e segurança não sãos as questões que mais ocupam  a mente dos jovens”. È certo que o Papa foi Jovem num momento histórico muito especial:”Durante a ditadura nacional-socialista e durante a guerra,nós fomos por assim dizendo”aprisionados” pelo poder dominante.Por conseguinte, queríamos sair fora dele para entrarmos na amplitude das possibilidades do ser Homem.Mas penso que, num certo sentido, todas as gerações sentem este impulso  de ir para além do habitual”. Trata-se  apenas de um sonho vazio que asvaece  quando nos tronamos adultos? Não, o homem é verdadeiramente criado para aquilo que é grande, para o infinito. Qualquer outra coisa é insuficiente . Santo Agostinho  tinha razão: o nosso coração está inquieto  enquanto  não repousar em Ti. O desejo da vida maior é um sinal de que foi Ele quem nos criou, de que temos a sua “marca”.
   O papa sublinha que é Deus quem está na raiz deste desejo presente no coração dos Jovens. ”O desejo da vida maior é um sinal de quem foi Ele quem nos criou e de que temos a sua Marca”. Observação “que é já um Juízo sobre o mundo contemporâneo:” compreendemos então que é um contra-senso pretender eliminar Deus para fazer viver o homem! Deus é a fonte da vida;eliminá-lo equivale  a separar-se desta fonte e, inevitavelmente, a privar-se da plenitude e da alegria: de fato,sem o criador a criatura esvaece (Conc. Ecum.Vat.II,Const. Gaudim et spes,36).
Em  algumas áreas  do mundo sobretudo no ocidente a cultura atual tende a excluir Deus, ou a considerar a Fé  como um fato privado, sem qualquer relevância  para a vida  social.Embora o conjunto de valores que estão na base da sociedade “como  o sentido da dignidade da pessoa, da solidariedade,do trabalho e da família  provenha do Evangelho, constata-se   uma espécie  de “eclipse  de Deus”,uma certa amnésia ,ou até uma verdadeira  rejeição do Cristianismo e uma negação do Tesouro da fé recebida,como risco de perda da própria identidade profunda”.
                Mas o eclipse de Deus gera insegurança, perda, porque a busca que Deus depositou no coração dos Jovens permanece sem respostas. Hoje em dia, “muitos não tem pontos de referencia estáveis para construir sua vida, tornando-s  assim profundamente inseguros.o  relativismo generalizado, segundo o qual todas as coisas se equivalem e não existe  verdade alguma, nem qualquer ponto de referencia absoluta , não gera verdadeiramente liberdade, mas instabilidade,desorientação, conformismo com as modas do momento”
Nas palavras do Papa os Jovens precisam apostar a plenitude de suas vida e dos sonhos em Deus, ter como guia verdadeiro que os conduz na estrada em busca das afirmações  como pessoa na sociedade protagonista da mesma que sempre necessita de  bons construtores  que nela implante os valores da vida, da Justiça da paz e da fraternidade  Sonhos que os trazem no coração.

O Jubileo do Espírito de Assis 25 anos iluminando o Mundo!

"Francisco Convida Assis Acolhe e o Senhor nos Congrega na Comunhão pela Paz"!
 Mais uma “vez somos interpelados pelo arauto do grande Rei o” “poverello” de Assis que continua a nos falar depois de 800 anos e a sua mensagem é sempre atual, aquela das Bem aventuranças proclamando o Espírito da paz que gera unidade na diversidade são “25 anos do Espírito de Assis”! Continuemos a difundir a mensagem da paz. Continuemos a viver o espírito de Assis que é espírito de Paz. Como há 25 anos... Neste momento histórico... A humanidade precisa de ver gestos de paz e de ouvir palavras de esperança.
Era dia 27 de outubro 1986: data histórica, marcada para sempre no coração da humanidade. As principais religiões do mundo encontravam-se em Assis para rezar pela Paz. João Paulo II anunciava este Momento no dia 25 de Janeiro de 1986, na Basílica de S.Paulo fora dos muros (Roma), no mesmo lugar e dia em que o “Santo” papa João XXIII havia, no ano 1959, anunciado ao mundo o seu propósito de convocar o Concílio Ecumênico Vaticano II. Em 1986, “o mundo vivia o ano internacional da Paz João Paulo II dizia nessa altura:” a santa sé deseja contribuir para suscitar um movimento de oração pela Paz. Nesta ocasião solene, desejo anunciar que estou encaminhando oportunas consultas com os Responsáveis não só de varias igrejas e comunhões cristãs, mas também de todas as Religiões do Mundo para promover com eles um especial encontro do abraço da paz na cidade de Assis lugar que a seráfica figura de são Francisco transformou num centro universal de fraternidade.”
O sentido do encontro alargou o desejo e a intenção comum de todas as Denominações que era a Paz, desejo mais profundo que brota do coração humano, em Assis se encontraram para Rezar pela superação das oposições e pela promoção da paz autentica. Para proclamar em conjunto, de modo especial cristãos e mulçumanos,diante de todo mundo que a religião nunca se deve tornar motivo de conflito, ódio e violência. “Este desejo único pela paz provocou no coração da humanidade mais empenho para construir a assim chamada” cultura da paz”, e esta foi realmente a intenção. Nas palavras do saudoso papa João Paulo II” o que fizemos aqui hoje em Assis , rezando e dando testemunho  do nosso compromisso pela Paz, devemos continuar a fazê-la todos os dias da nossa vida porque o que fizemos aqui é vital para a vida do mundo é lição permanente de Assis, a lição de são Francisco  que encarnou um atraente ideal para nós é a lição de santa clara sua primeira discípula  é um ideal feito de doçura, de humildade e de um profundo sentido de Deus”.
E já se passaram 25 anos! Penso que a paz continua sendo o desejo mais profundo de nossos corações e também a mais urgente preocupação que nos faz renovar todos os dias o mesmo desejo e  a comum intenção de promovê-la no interior de nosso corações e da Humanidade inteira.são Francisco era um homem de paz aquela paz que nasce do espírito ,um homem mergulhado em Deus profundamente marcado pelo espírito  gostava de lembrar a seus frades “mais que qualquer outra coisa devem os irmãos desejar ter o Espírito do Senhor e deixarem-no atuar neles”.  Francisco sabia que a vida espiritual e o compromisso com a paz exigiam uma viragem radical: passar do espírito terrestre ao espírito do Senhor, mudar de espírito. O Espírito de Assis é o espírito da paz que brota da justiça gerando amor e fraternidade no coração de toda gente e das culturas sem excluir nenhuma mais valorizando-a como  bem e riqueza  fruto do amor de Deus criador.São Francisco diria certamente” O Espírito de Assis é o espírito  de Deus manifestado nos corações humanos”não se trata de uma paz qualquer, mais da paz de Deus não é uma paz construída a partir da lógica humana, mais da lógica de Deus  paz que reside no espírito das bem aventuranças: espírito da não violência ativa que tem como segredo não deixar que o mal, a perseguição e o ódio tenham a ultima palavra, pois a ultima palavra pertence ao amor e ao perdão. Francisco e clara são exemplos de paz: com Deus, com eles mesmos, com todos os homens e todas as mulheres de nosso tempo.
São 25 anos do Espírito de Assis atuante nos corações desde sempre para transformar, contagiar, e gerar harmonia na diversidade das culturas, denominações e religiões “que todos sejam um” pela Paz e a fraternidade universal sonho e desejo profundo dos corações humanos. Onde há situações de Guerra e de violência, apareçam os arautos da paz, onde reina rancor e fundamentalismo desenfreado venham logo os semeadores do perdão, onde impera a morte na vida que nasce na vida ameaçada pela fome, pela doença, pela miséria e pelo desrespeito surjam e avance os profetas anunciadores da boa nova, promotores da nova civilização do amor e da fraternidade, que seja bem vindo a paz entre as nações. Felizes os que constroem a paz porque serão chamados filhos de Deus, mais não devemos esquecer as palavras de são Francisco “a paz que anunciais com a boca, deveis possuir antes no coração”.
É nesta alegria e certeza de que outro mundo é possível, celebremos o grande acontecimento da história o “espírito de Assis,” vivo e atuante na igreja, no mundo e nos corações humanos, iluminados pelo espírito de Deus espírito de paz, e animados pelo testemunho de tantos homens e mulheres que ofereceram suas vidas pela construção da paz. Pela figura seráfica de são Francisco e santa Clara de Assis que o mundo reconhece como arautos da paz e da fraternidade, com a senhora da paz a virgem Maria, que no silêncio do seu coração  contemplou o dom da paz e hoje é modelo dos consagrados  e promotores da paz num mundo em conflito. Caminhemos todos para o jubileu do Espírito de Assis que será celebrado em Outubro de 2011 com peregrinação do Papa Bento XVI a Assis terra de são Francisco e santa Clara para reviver o grande acontecimento á luz do espírito de Deus que continua a nos enviar como anunciadores da paz.
Lenivaldo Carvalho

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

QUANDO A FELICIDADE É O VERDADEIRO SENTIDO DA VIDA













QUANDO A FELICIDADE É O VERDADEIRO SENTIDO DA VIDA...

A felicidade é o sublime objetivo querido por Deus para nós...
e também impresso por Ele em nossas almas desde toda a eternidade...
Creio que em tudo o que fazemos,
o fazemos para atingir esse sublime objetivo...
mesmo que não tenhamos plena consciência de fé nele...

Todavia, não é o bastante apenas desejá-la...
Na verdade, precisamos tê-la como sentido de vida...
Para que o nosso viver...
seja em conformidade com a vontade de Deus...
Porque sem a vontade de Deus...
todo e qualquer querer não prevalece...
por causa da finitude que nos alude ao fim...

Porém, com a vontade de Deus em nós,
tudo em nossa vida, aponta para o Infinito do seu Amor...
Para o além da temporalidade...
presente na felicidade que aspiramos atingir...
Aqui e no Reino dos Céus...
Preparada por Deus como herança eterna...
para todos nós que Nele esperamos...

Sem essa esperança o viver é escasso e perdido...
Porque quem nada espera,
se isola longe do abrigo da graça de Deus,
se desespera com a desgraça do próprio eu,
por saber que um dia vai morrer...
Por isso, precisamos cultivar o axioma:
“Onde há vida há esperança,
porque quem espera em Deus...
sempre alcança”...

E nós, por graça divina,
esperamos a vida infinda...
que o Senhor nos prometeu ...
Pois, somos filhos Seus...
e aqui estamos para testemunhar essa verdade...
Vivida na intimidade de nossas almas...
como aprouve ao Senhor nos revelar...

Por isso, felicidade rima com vida infinda...
Isto é, com eternidade, verdade que nos satisfaz...
Resposta para todos os ais que aqui sofremos...
e que hora nos incomodam...
Mas que no devir,
não incomodarão mais...

Destarte, nada a temer,
mas em tudo sempre confiar...
Porque Deus é fiel e não nos abandonará,
visto que nos ama com Amor Infinito...
e cumprirá tudo o que foi dito por Seu Filho...
Nosso Senhor Jesus Cristo...

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.
...
“Aliás, sabemos que todas as coisas...
concorrem para o bem daqueles que amam a Deus,
daqueles que são os eleitos,
segundo os seus desígnios”. (Rom 8,28).
...


Aquele Concílio paraíso de liberdade

in “Jesus” nº 2 de fevereiro de 2011.
Qual é o núcleo fundador da fé cristã? De que modo o crente pode responder aos hodiernos desafios do ateísmo e do laicismo, sem, no entanto, erguer muros e cercas? Qual é a relação entre religião e liberdade? O que pode fazer, no atual contexto social, o catolicismo italiano para tornar a sociedade mais equânime e mais justa? A estas e a outras perguntas procura responder o último livro de Raniero La Valle, Paradiso e libertá. L’uomo, quel Dio peccatore [Paraíso e liberdade. O homem, aquele Deus pecador] (Ponte alle Grazie, 2010, 230 pp., 16 euros).
O ensaio autobiográfico, intelectualmente honesto e de traços emotivamente intensos, permite ao leitor refletir sobre algumas das problemáticas sócio-culturais hoje mais escaldantes, mesmo em relação à atual crise da política.
Raniero La Valle é um dos maiores intelectuais da segunda metade do século vinte. Como diretor do cotidiano Avvenire, seguiu e narrou o Concílio Vaticano II. Em seguida, de 1976 a 1992, viveu uma intensa experiência política como parlamentar nas fileiras da Esquerda independente. Como jornalista ocupou-se com análises, serviços e reportagens sobre o Vietnã, Camboja, Palestina, El Salvador. Interessou-se pelo ecumenismo e pelo diálogo inter-religioso e pelos temas da justiça e da paz.
A entrevista é de Roberto Carnero e publicada pela revista mensal italiana Jesus, fevereiro de 2011. A tradução é de Benno Dischinger.

Eis a entrevista.

Como o senhor sintetizaria o sentido e o percurso traçado pelo seu livro? Qual era seu principal intento quando decidiu escrevê-lo?

A pergunta que me atormentava e à qual eu queria dar uma resposta, era se nós (os homens, as mulheres) seríamos capazes de sair da crise histórica que põe em perigo a vida do mundo, ou se não pudéssemos fazer outra coisa senão esperar por um milagre ou uma salvação através de uma catástrofe, um apocalipse. É a pergunta escaldante que nos deixaram grandes espíritos do século vinte, de Martin Heidegger a Claudio Napoleoni. E a resposta é que sim, que podemos fazê-lo, porque “Deus tomou o homem pela mão ao seu conselho”, como diz o Sirácida [o Livro do Eclesiástico] e como o Sirácida foi recebido e traduzido pelo Concílio Vaticano II; e jamais Deus revogou os dons com os quais o homem foi criado, jamais o expulsou para longe de si; nem mesmo após a queda, como diz o Concílio, Deus abandonou o homem, mas até, “sem intermitência”, lhe deu os auxílios necessários para a salvação. O Paraíso é possível, e até já está aqui, no meio de nós. Evangelho contra Apocalipse.

Em que relação estão estas duas realidades ou conceitos, Paraíso e liberdade, na experiência do ser cristão?

A liberdade é a imagem de Deus no homem, o Paraíso é o homem que se torna esta imagem, neste mundo e no outro.

No livro o senhor realiza, com grande honestidade intelectual, um exame minucioso do seu modo de viver a fé, segundo o convite paulino de “dar a razão” daquilo em que se crê. Quais são os pontos da doutrina católica que lhe criam mais dificuldades do ponto de vista intelectual? Quais são, ao invés, aqueles com os quais se sente, por assim dizer, seguro?

Nenhum ponto da doutrina católica me causa problemas, ou mal-estar. Estou feliz pela fé definida pelos primeiros quatro Concílios, de Nicéia a Calcedônia, feliz de saber que Cristo é coeterno com o Pai, pré-existente a Adão, a Moisés, a Platão, que é o protótipo da nossa humanidade, que, com a encarnação, incorporou em si todo o gênero humano e que abraçou a cruz não para pagar uma dívida inexistente a uma divindade ofendida, mas por um inesgotável amor; sou feliz pelo novo anúncio, na linguagem e na cultura de nossa época, que desta fé realizou o Concílio Vaticano II.

Certamente ficaria escandalizado se ainda fosse ensinada a doutrina (que, no entanto, era somente uma das doutrinas que existiam na Igreja) segundo a qual as crianças mortas sem batismo seriam excluídas do abraço de Deus e não iriam ao Paraíso, ou a doutrina que fora da Igreja enquanto comunidade visível (de São Pedro à paróquia da última periferia do mundo) não haveria salvação, nem haveria luz de verdade, vestígios de Deus e presença do Espírito nas diversas religiões e culturas, ou se ainda ecoasse a prece que na liturgia da sexta-feira santa desprezava como deicidas os “pérfidos judeus. Mas essas doutrinas, que vinham de tradições de homens e não da Palavra de Deus, felizmente caíram.. Certamente ainda há muitas dores, mas no essencial estar na Igreja é uma festa.

Hoje é muito aceso o debate entre ateus e crentes. A uma estação de diálogo parece ter seguido uma de fortes contraposições. Se tivesse que dirigir-se a uma pessoa atéia e explicar-lhe em que consiste sua fé cristã, o que lhe diria? Que elementos sublinharia?

Não abrirei um debate entre fé e razão. Apontarei para a verdadeira diferença que torna homem o homem e o distingue de todos os outros animais, uma qualidade à qual os ateus modernos justamente se atêm muito. Esta diferença é a liberdade, o “livre arbítrio”, como dizia são Bernardo. E direi ao ateu que todos nós, homens do nosso tempo, recebemos a liberdade da história, arrancamo-la de príncipes e sacerdotes que no-la negavam, e na história devemos agora promovê-la e defendê-la. Mas, direi também que, na fé, nós cremos que esta é a conquista de uma coisa que já era nossa, que desde a origem fora impressa no homem por Deus e que, não obstante a existência do mal, esta liberdade jamais pode ser perdida e que precisamente nisto está a imagem de Deus no homem, está o específicamente0 humano, está sua divina laicidade. O iluminismo é uma alegria para os cristãos e Descartes disse que a livre vontade é “principalmente o que me faz conhecer que eu trago em mim a imagem e semelhança de Deus” Por isso escrevi Paraíso e liberdade: para dizer que o Paraíso é o lugar onde os homens chegam em liberdade.

O senhor vivenciou como testemunha e protagonista o período do Vaticano II. O que recorda daquele período?

Era um paraíso sentir-se então na Igreja, com todos os bispos que se confirmavam e confrontavam na fé, com os Papas que se sentiam subsidiários à Igreja e não sentiam a Igreja subsidiária ao papado, com a Igreja que não mais dizia coisas desagradáveis a ninguém, mas julgava com amor e esperava que um pouco mais de bem o fizessem todos; com o abraço com o qual ela aconchegava a si as outras Igrejas, as outras religiões, as outras histórias; com aquela reconciliação que recolocava a Igreja no mundo e dela fazia o sinal e o instrumento da unidade de toda a família humana, com a consolação das Escrituras.

Está de acordo com o fato, evidenciado por muitos analistas e também por diversos católicos, que hoje a Igreja em grande parte esqueceu o Concílio? Parece também ao senhor que esteja em andamento a tendência de “arquivar” aquela experiência?

Está hoje aberto na Igreja um conflito sobre o Concílio. Mas ele resiste e até, quanto mais é contestado, mais desvenda novas riquezas e manifesta um novo futuro.

O senhor sustenta que a questão do retorno à Missa em latim (isto é, à forma pré-conciliar do rito) é um sintoma de uma “prática de restauração”. O que fazer perante esta situação?

É preciso estabelecer sempre a coerência entre a Lex orandi e a Lex credendi. A prece, embora veneranda, não pode prevaricar sobre a fé. Até os salmos não podem ser rezados como os rezavam os judeus na época de Davi, do exílio ou do segundo templo.

Num livro precedente de sua autoria, Se isto é um Deus (publicado por Ponte alle Grazie em 2008), o senhor afirmava que, considerando o catolicismo italiano de hoje, lhe parecia que às vezes muitos católicos se esqueciam de ser, antes de tudo, cristãos. Por que isso acontece? De que modo se pode evitar que a religião, ao invés de favorecer a abertura e a comunicação, se torne uma armadura ou, pior ainda, uma arma identitária?

Se falamos de política, então o atual sistema político italiano, majoritário, bipolar, maniqueu, liderista, avesso às culturas, às ideologias, aos partidos, ignaro do bem comum e interessado somente no poder, tendente a dividir a Itália em duas partes forçosamente contrapostas e desencadeadas uma contra a outra, não permite uma presença significativa dos cristãos enquanto tais, a não ser como testemunhos pessoais e privados. As grandes tentativas de traduzir laicamente na política as mais altas inspirações cristãs, como aquelas realizadas por Sturzo, por Dossetti e outros católicos à Constituinte, de La Pira, de Moro, hoje não são sequer pensáveis.

Com o pluralismo político ou com a proporcional existia a possibilidade de uma ação coletiva e minorias confiáveis podiam chegar a exercer uma efetiva hegemonia – não de poder, mas de fidedignidade espiritual e cultural – e assim mudar as coisas para todos. Hoje o pluralismo é negado, as minorias não devem sequer existir, é melhor que estejam fora do Parlamento e da vida. São admitidas somente vocações majoritárias, partidos que crêem ser todo um povo, simplificações que reduzem todos a dever ser membros, - sem discernimento e sem mediações, - ou de um lado ou do outro. Naturalmente, é de se perguntar quanto desta situação não seja também responsabilidade dos próprios cristãos, mesmo daqueles de ontem, e da Igreja. Mas, sem dúvida, nesta situação a religião, que por sua natureza é inclusiva, unitária e universalmente acolhedora, não pode desempenhar nenhuma função.

A Igreja hierárquica pode iludir-se no reduto de suas reivindicações bioéticas, e assim ainda desempenhar um papel na política, mas, na realidade, embora qualquer retalho de relação com o poder permaneça, com a política não existe mais nenhuma relação. Esta é preclusa à Igreja, é negada aos cristãos que queiram agir como tais, como também é negada a qualquer outra minoria, ou família política, social e cultural que queira manter sua autonomia e servir ao bem comum com sua criatividade. Certamente, pelo fato de a presença dos cristãos na política ser significativa, a Igreja não deve nem esperar nem pretender que os mesmos funcionem como uma correia de transmissão, e não deveria se ofender se eles se declararem “adultos”. Mas, eu espero o seu retorno na tempestade da política, para acender alguns sinais do tempo que prometam a justiça e para cooperar no sentido de dar um novo início à democracia italiana.

Extraído de http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=40726 acesso em 17 fev, 2011.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

MARIA NA IDADE MÉDIA

















MARIA NA IDADE MÉDIA

A Idade Média teve início na Europa com as invasões germânicas (bárbaras), no século V, sobre o Império Romano do Ocidente. Essa época estende-se até o século XV, com a retomada comercial e o renascimento urbano. Na Idade Média, a Igreja detinha o poder espiritual e influenciava o modo de pensar, a psicologia e as formas de comportamento. Os monges viviam em mosteiros e eram responsáveis pela proteção espiritual da sociedade. Passavam grande parte do tempo rezando e copiando livros e a Bíblia. A população, na sua maioria analfabeta, tinha na cultura dos monges em volta dos mosteiros a sua formação catequética e intelectual, de tal forma que em volta dos mosteiros surgiram as grandes universidades.

A evangelização dessa época é marcada pela arte visual e o cântico, pois era a forma mais simples e direta de evangelização. As pinturas, esculturas e livros eram distinguidos pela temática religiosa. Os vitrais das igrejas traziam cenas bíblicas, pois era uma forma didática e visual de transmitir o evangelho para uma população quase toda formada por analfabetos. Neste contexto, o papa São Gregório (papa entre os anos de 590 e 604) criou o canto gregoriano. Também uma forma linda e agradável de transmitir a fé através da música.

Nessa época era comum a devoção à Virgem Maria em seus ícones e imagens, assim, a Virgem era sempre representada com Jesus em seus braços, mostrando, com isso, a forte ligação entre o Filho de Deus e sua Mãe, pois, já antes o Concílio de Éfeso (431), decretara dogmaticamente a doutrina da Theotokos (Mãe de Deus), que hoje a Igreja celebra no primeiro dia do ano juntamente com o dia mundial da paz.

Com o surgimento das Ordens Mendicantes (franciscanos, dominicanos, carmelitas e agostinianos), nos séculos XI e XIII, a devoção mariana cresceu consideravelmente, pois, estes seguiam de cidade em cidade, especialmente franciscanos e dominicanos, ensinando os cidadãos a seguirem o exemplo da Virgem Maria no seguimento de Nosso Senhor Jesus. Data da Idade Média a devoção do Santo Rosário de nossa Senhora. “Segundo uma [antiga] tradição a Igreja católica recebeu o Rosário em sua forma atual em 1206 quando a Virgem teria aparecido a Santo Domingo de Gusmão e o entregou como uma arma poderosa para a conversão dos hereges e outros pecadores daquele tempo. Desde então sua devoção se propagou rapidamente em todo o mundo com incríveis e milagrosos resultados”. (*)

Nosso Seráfico pai, São Francisco de Assis, também muito contribuiu para a devoção mariana com o seu exemplo de fé na Mãe de Deus e das Ordens que fundara. “Seu amor para com a bem-aventurada Mãe de Cristo, a puríssima Virgem Maria, era de fato indizível, pois nascia em seu coração quando considerava que ela havia transformado em irmão nosso o próprio Rei e Senhor da glória e que por ela havíamos merecido alcançar a divina misericórdia. Em Maria, depois de Cristo, punha toda sua confiança. Por isso, a escolheu para advogada sua e de seus irmãos e jejuava com muita devoção em honra dela desde a festa dos apóstolos Pedro e Paulo até à festa da Assunção.” (LM 9,3,1-2). Logo, seu amor e devoção à Santíssima Virgem, tornou-se uma fonte de exemplo para toda a Ordem e os fiéis em geral que o escutava e seguia seus passos devocionais fielmente.

Não podemos esquecer a nossa querida e amada Coroa Franciscana, que trata da oração em honra das sete alegrias que Maria Santíssima viveu aqui na terra. Segundo o irmão Luke Wedding,(**) historiador franciscano, essa devoção começou em 1422 com um jovem noviço muito piedoso que por uma visão recebeu a incumbência de divulgá-la a pedido da Mãe do Senhor, e logo se difundiu tal devoção por toda a Família Franciscana. Esta devoção é favorecida com muitas indulgências concedidas pelos Papas, são ganhas pelos Franciscanos e os fiéis devotos que rezarem a Coroa Franciscana.

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

(*) http://pt.wikipedia.org/wiki/Santo_Ros%C3%A1rio (14/02/2011).

(**)http://www.pvsantoantonio.com.br/oracaocatolica/corm10.html (14/02/2011).


A Igreja se salvará de seu próprio suicídio somente com um pensamento fraco

Gianni Vattimo é o filósofo italiano vivo mais traduzido. Criador da expressão “pensamento fraco”, foi professor, eurodeputado e ativista político e cultural. Há um tempo surpreendeu o mundo ao anunciar sua reconversão ao catolicismo. Nas livrarias espanholas há agora duas novidades: Adiós a la verdad (Gedisa) e ¿Verdad o fe débil? Diálogo sobre cristianismo y relativismo (Paidós), onde polemiza com o antropólogo René Girard sobre a religião.

A entrevista é de Francesc Arroyo e pubicada por El País, 12-02-2011. A tradução é do Cepat.
Eis a entrevista.

Você se declara católico, mas sua fé parece mais a de um ateu que a de um crente monoteísta.

É que nem sequer sei se Deus existe. O teólogo Dietrich Bonhoeffer disse que “um Deus que existe, não existe”. Não sei se Deus é uma entidade nem onde está. Sempre pensávamos que estava no céu. A verdade é que não posso chamar-me monoteísta. O monoteísmo tem implicações de dominação, de colonização, de violência, e desconfio dele. Também não sou politeísta. Não posso falar de Deus como se fosse uno ou três ou quatro ou muitos. Sou cristão ou não? É um problema que tenho, sobretudo quando morrer e tiver de enfrentar o juízo final. Chamo-me cristão porque me sinto uma criatura, alguém que não se fez a si mesmo. Me sinto dependente de um infinito. E isso procede da minha leitura do Evangelho. Não sei se o Evangelho é a única verdade religiosa no mundo. Eu não procuraria converter os não crentes.

Chamar a sua fé de cristianismo não induz a confusão?

É um nome histórico. Cresci na comunidade da Igreja. E em nome de seus princípios posso criticá-la. Como Lutero criticou o Papa em nome do Evangelho. Não creio que haja uma religiosidade natural. Sem ter conhecido o Evangelho, me teria perguntado pela existência de Deus? Não há “a” religião, há religiões. Eu cresci em uma e a interpreto filosoficamente, racionalmente, como um chamado do infinito do qual dependo. E chamo a esse infinito de Deus e Jesus é seu filho, sem saber em que termos.

O que não parece assumir é que a vida seja um vale de lágrimas.

Não. Muitas vezes o é, mas não posso aceitar que isso seja a essência do mundo. Não creio que tenha que atribuir a Deus o sofrimento. De fato, não sei se se deve atribuir a Deus tudo o que acontece no mundo. Não sei se criou o universo e suas leis. Deus é minha esperança espiritual, espero sobreviver como espírito.

Na Bíblia você vê um Deus que não é astrônomo nem moral. O que resta?

A mensagem de salvação. Uma mensagem de caridade a aplicar na minha relação com os outros. A humanidade: sentir-se melhor em um mundo de amigos que de inimigos.

Você diz que Deus é relativista. O relativismo filtrou a defesa do criacionismo.

Eu me sinto mais evolucionista que criacionista. Sou criacionista na medida em que o anúncio da salvação não é um produto da evolução. Pode ser inclusive que a fé seja resultado da evolução. Eu não creio na objetividade do real. Deus existe? Não sei. Se digo que existe ou que não existe, entro em um objetivismo que não casa com a minha espiritualidade.

Também diverge da tendência da Igreja de proibir.

Porque não creio que haja uma essência do bem e do mal. Há condições de vida compartilhadas. A moral é o código de circulação mais a caridade. Tudo é convencional, salvo o respeito ao outro. E isso é bastante cristão e bastante comunista.

Ao final, seu Deus é caridade e amor. Que diferença há entre os dois termos?

Tradicionalmente, se baseou na repressão. Fazemos um pouco de caridade ou um pouco de amor? Trata-se de organizar o erotismo de forma tolerante, porque não há uma ordem natural do amor. Estamos condicionados por uma tradição repressora, familiarista. O Papa precisa pregar sobre o uso do preservativo? Não. Se gosto de dormir com uma mulher ou com um senhorzinho, como regulá-lo? Desde a perspectiva da caridade, o divórcio está bem. Não se pode obrigar duas pessoas a viverem juntas.

A Igreja celebra as conversões, mas sobre a sua não fala.

Creio que eu deveria ser Papa, por mais que seja quase o único que pensa assim. Mas estou convencido de que a Igreja se salvará de seu próprio suicídio somente com um pouco de pensamento fraco. Creio nisso como pensador fraco e também como cristão ocidental. A Igreja está pensando que a secularização atual é apenas coisa do Ocidente e que os povos convertidos da África serão cristãos mais sérios. Também serão mais primitivos, porque creem mais nos milagres e inclusive praticam a magia, como, por exemplo, o bispo Milingo. Eu, na verdade, não me sentiria à vontade em uma Igreja dominada por esses cristãos. Espero que a providência intervenha.

Para ler mais:

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Viver franciscanamente – hoje

O ano de 2011 vai ser um ano importante para a família mundial do CCFMC, relembrando os princípios deste projeto franciscano único. Em 1981, reuniu-se, pela primeira vez, o novo “Conselho Internacional de Missões dos Franciscanos”, em Roma. O tema da reunião foi a “dimensão missionária do nosso carisma.” Participaram na reunião os promotores da evangelização missionária de todas as regiões do mundo. Houve unanimidade em que este aspecto quase não tem importância na formação dos jovens irmãos. Consequentemente, foram procurados meios para reverter esta situação. Finalmente, o comitê executivo eleito pela assembleia foi incumbido de elaborar um “Curso Básico sobre o Carisma Missionário Franciscano”.

Em 1982, o primeiro congresso interfranciscano de Mattli, destinado a irmãs e irmãos oriundos dos continentes do Sul, deu mais um impulso decisivo. Aí demonstrou-se, pois, que o problema é de todos que pertencem à Família Franciscana. Os aproximadamente 60 delegados, de todas as regiões do Sul, num documento que atraiu muita atenção, formularam alguns princípios, sobre como deve ser relido e reinterpretado o carisma franciscano hoje, visando os “sinais do tempo”. Aí ficou claro que a iniciativa da OFM (1981) deveria ser enfrentada e realizada como projeto interfranciscano.

A rápida realização e divulgação do curso demonstram que a nossa opinião estava correta. As fases individuais são bastante conhecidas. Por isso, são suficientes algumas indicações. De 1983 a 1986 durou o processo da compilação e redação dos temas num diálogo internacional, intercultural e interfranciscano permanente.

Um papel decisivo coube ao Centro Franciscano de Animação Missionária Bonn, que foi incumbido de organizar e coordenar a realização do projeto. Para garantir o caráter interfranciscano e intercultural do curso, foi criada uma equipe intercultural com participantes de todos os continentes, que, num mutirão de 8 semanas, examinou e completou criticamente todas as contribuições recebidas. A equipe de redação de língua alemã ficou incumbida de compilar tudo numa forma homogênea e bem legível.

De 1986 a 1994 houve uma rápida divulgação universal do curso por todos os continentes com traduções para 17 línguas. Especialmente na África, na Ásia e na América Latina, o curso torna-se num instrumento importante para aprofundar e renovar o carisma missionário franciscano. Os organismos executivos e promotores mais assíduos são as muitas congregações das irmãs da IFC/TOR e a Ordem Terceira Secular (OFS). Mas, também notaram-se algumas deficiências. O domínio da Primeira Ordem foi ainda palpável; Santa Clara e, portanto, a dimensão feminina do carisma e a independência da OFS quase não foram observadas.

O congresso internacional de 15 dias, conhecido como “Assis 94”, que entra na história como a maior assembleia da Família Franciscana até àquela data, corrigiu estas deficiências e determinou os princípios para uma redação completamente nova do curso, e isso, num diálogo intenso nunca antes visto. As 25 lições que resultaram daí são o fruto dum trabalho penoso de redação que durou cinco anos e formam o atual instrumento para este programa de estudo mundial.

Estamos convencidos de que o CCFMC é um projeto inspirado pelo espírito pois é o instrumento interfranciscano mais utilizado para vivenciar o Evangelho, aprofundar e renovar o carisma missionário da família franciscana e muito mais. De que se trata realmente é pouco nítido devido à extensão do título de CCFMC. Uma colaboradora honorária engajada formulou isso, duma forma muito concisa: “Viver franciscanamente – hoje”, é verdadeiramente isso de que se trata.

Naturalmente, resta para todos os nossos esforços o que Francisco disse, no fim da sua vida: “Irmãos (e irmãs) comecemos e sejamos mais perfeitos, pois, até agora, bastante pouco progredimos!”

Andreas Müller OFM

Extraído de http://www.ccfmc.net/wPortugues/cbcmf/cbcmf-news/2011/2011_01_News.shtml acesso em 10 fev. 2011.
Foto: Altar na Casa de Retiros dos Franciscanos em Tarata, Bolívia / fotografia de Jim McIntosh. Tarata, 2010. Disponível em http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Franciscans_in_art_.jpg acesso em 10 fev. 2011.

"CONHECEREIS A VERDADE E A VERDADE VOS LIVRARÁ" (Jo 8,32)















“CONHECEREIS A VERDADE E A VERDADE VOS LIVRARÁ” (Jo 8,32).

“Trata-se de uma liberdade espiritual”, visto que, estamos presos a nós mesmos, ao mundo e muitas vezes ao pecado que cometemos e somente a verdade nos liberta de tudo isso totalmente. Com efeito, escreveu São Paulo: “Ora, o Senhor é Espírito, e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.” (2Cor 3,17).

A Verdade é e nunca deixa de ser o que é; porque é Única, Infinita, Transparente, Insubstituível, Imutável, Permanente. A Verdade é a fonte de todo o bem, o Sumo Bem, a Verdade é o próprio Deus. É por isso que nada neste mundo se sustenta quando não se fundamenta na verdade. A verdade está em toda parte, nada nem ninguém escapa de sua presença; ela desvenda tudo, até mesmo o inaudito, isto é, o que jaz escondido nos segredos dos corações.

Dizendo em detalhes como devemos nos portar diante da verdade, o hagiógrafo do Livro da Sabedoria, assim se expressou: “Amai a justiça, vós que governais a terra, tende para com o Senhor sentimentos perfeitos, e procurai-o na simplicidade do coração, porque ele é encontrado pelos que o não tentam, e se revela aos que não lhe recusam sua confiança; com efeito, os pensamentos tortuosos afastam de Deus, e o seu poder, posto à prova, triunfa dos insensatos. A Sabedoria não entrará na alma perversa, nem habitará no corpo sujeito ao pecado; o Espírito Santo educador (das almas) fugirá da perfídia, afastar-se-á dos pensamentos insensatos, e a iniquidade que sobrevém o repelirá.” (Sab 1,15).

Ora, por sermos filhos da verdade nunca se ache no meio de nós mentira alguma, pois será uma ofensa terrível para a nossa alma, criada tão somente para ser e existir em Deus e nunca fora Dele. Jesus, o Filho amado de Deus, assim nos ensinou: “Dizei somente: Sim, se é sim; não, se é não. Tudo o que passa além disto vem do Maligno.” (Mt 5,37). E desse ainda àqueles que vivem na mentira: “Vós tendes como pai o demônio e quereis fazer os desejos de vosso pai. Ele era homicida desde o princípio e não permaneceu na verdade, porque a verdade não está nele. Quando diz a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.” (Jo 8,44).

A verdade é tão resistente que nada teme nem mesmo a pior das torturas impostas, porque ela é inabalável e não perde nunca, porque nada tem a esconder e com a sua inocência, faz cair por terra toda e qualquer forma de aparência ou subterfúgios. É como nos disse o Senhor: “Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei antes aquele que pode precipitar a alma e o corpo na geena. Não se vendem dois passarinhos por um asse? No entanto, nenhum cai por terra sem a vontade de vosso Pai. Até os cabelos de vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois! Bem mais que os pássaros valeis vós.” (Mt 10,28-31). Ora, isto porque, na vida é a verdade quem nos sustenta mesmo se não notamos ou a negamos, porém, ela exige de todos nós coerência impecável para que nossa existência seja eterna nela, do contrário até mesmo o que julgamos ter, perderemos...

Nada neste mundo se compara à verdade, porque é dela e somente dela que brota o amor. Por isso, Deus, nosso Pai, nos revelou no ato da transfiguração do Senhor: “Eis o meu Filho muito amado, em quem pus toda minha afeição; ouvi-o”. (Mt 17,5). Portanto, a verdade tem nome, único nome que nos dá a salvação. A verdade se chama, Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo, nascido da Virgem Maria por obra e graça do Espírito Santo, ela que é a Mãe de Deus e nossa Mãe.

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


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